terça-feira, 14 de agosto de 2012

Maus tratos a pacientes autistas em centro da Flórida

Connecticut tira pessoas com deficiência de onde teriam sido espancadas

| David Armstrong | Bloomberg | 10/8/2012 |

Uma agência de Connecticut planeja tirar de um centro de reabilitação da Flórida que enfrenta acusações de maus tratos pelo menos quatro pessoas com deficiência residentes no Estado.

Terrence Macy, comissário do Departamento de Serviços de Desenvolvimento Connecticut, disse que ficoi "indignado" ao assistir a um vídeo que a polícia descreve como imagens de dois pacientes autistas sendo espancados no Instituto de Reabilitação Neurológica da Flórida.

Macy disse que seu departamento não planeja fazer nenhuma internação mais no FINR e está tomando medidas para retirar quatro dos 10 pacientes que já tenham sido enviados para a instalação que fica na zona rural de Wauchula, na Flórida. Na semana passada, investigadores de três agências do Estado realizaram uma inspeção de surpresa do centro de tratamento, sem revelar o que encontraram.

Wayne J. Miller, um advogado da instituição privada FINR, disse que os pacientes programados para deixar a instituição "melhoraram muito como resultado do tratamento que receberam no FINR e agora estão bem o suficiente para serem transferidos para uma instituição em Connecticut que fornece um menor nível de cuidados." Ele disse que o FINR vem trabalhando com autoridades de Connecticut para em "poucos meses" dar alta a esses pacientes.

Connecticut é responsável por certas pessoas com deficiência e doentes mentais sob as leis encaminhando-os a cuidados adequados.

Incidente em vídeo

"Assistindo ao vídeo, vi coisas condenáveis e horríveis para mim e que nunca seriam toleradas neste estado", disse Macy.

Em um vídeo gravado no ano passado, o paciente autista Danny Silva, de 21 anos, está sentado em um sofá entre dois grandes funcionários do sexo masculino que lhe dão socos, cotoveladas e tapas por pelo menos 30 vezes.

Segundo a polícia, o vídeo foi feito por um terceiro funcionário usando um telefone celular e publicado online no mês passado pela Bloomberg News. Os dois funcionários se declararam inocentes de acusações criminais de abuso.

Melinda Jakobowski, doente mental enviada para Wauchula pelo Estado de Connecticut, morreu em um hospital de Tampa no ano passado depois de ter sido encontrada inconsciente em seu quarto no FINR. Investigação feita por fiscais da Flórida determinou que os funcionários falharam ao não dar a necessária assistência a Jakobowski. Inclusive, um dormia no trabalho.

O Estado vai reforçar a vigilância dos pacientes de Connecticut que permanecem no FINR, Macy disse.

Duas agências

Perguntado se confiava que os indivíduos que sua agência colocou na Flórida estariam em segurança, Macy disse: "Não completamente." Ele explicou que o FINR é "o melhor que podemos fazer até podermos criar oportunidades aqui com o melhor suporte possível."

A empresa de Wauchula é um dos maiores centros norte-americanos para o tratamento de pacientes com lesões cerebrais, de acordo com os concorrentes. Alguns de seus 196 leitos são ocupados por outros tipos de pacientes.

Além dos 10 pacientes encaminhados para o FINR pela agência Macy, outros cinco foram colocados lá pelo Departamento de Connecticut de Serviços de Saúde Mental e Dependência, de acordo com o departamento.

Silva é um dos pacientes encaminhados para a Flórida pela agência Macy, de acordo com James McGaughey, diretor-executivo do Escritório de Proteção e Defesa das Pessoas com Deficiência, em Connecticut. Macy disse que as regras de privacidade o impedem de confirmar se Silva é um dos casos da sua agência.

Falta de recursos

Podem se passar vários meses para que os quatro pacientes voltem para Connecticut, disse Macy. Uma empresa no estado que fornece cuidado a pessoas com deficiência se ofereceu para levar um quinto dos pacientes do FINR, depois de assistir ao vídeo do suposto abuso, ele conta, embora ainda não tenha sido determinado se o programa é adequado para o paciente.

Macy disse que os pacientes foram enviados para fora do estado de Connecticut, porque não há recursos para o tratamento de todos os seus residentes com graves problemas de comportamento. Sua agência vai mudar a maneira que supervisiona o cuidado no FINR para torná-lo mais eficaz, ele explicou sem dar maiores detalhes.

O custo total do tratamento dos dez pacientes ali colocados por sua agência é de US$ 1,9 milhões por ano, segundo Macy.

Um porta-voz do Departamento de Saúde Mental, James Siemianowski, conta que tinha planejado trazer um de seus cinco clientes de volta para Connecticut porque sua condição melhorou. Ele diz que essa pessoa escolheu ficar no FINR e completar o programa educacional.

Segundo Siemianovski, a agência mantém um "elevado nível de vigilância" dos pacientes em FINR.

Assista aos vídeos das agressões em:

Connecticut Pulls Disabled From Site of Alleged Beatingshttp://www.bloomberg.com/news/2012-08-10/connecticut-pulls-disabled-from-site-of-alleged-beatings.html
Irmã faz abaixo assinado pela investigação do Centro

Stop the abuse of brain injured patients - investigate FINR

Nunca esquecerei o dia em que recebi um telefonema: meu irmão Peter Price, que sofreu traumatismo craniano em um acidente de bicicleta, tinha engolido 5 anzóis e 22 pilhas AA em uma tentativa desesperada para escapar do centro de reabilitação onde sofria maus tratos.


Fiquei arrasada. Pouco tempo depois de Peter ter sido colocado no Instituto de Reabilitação Neurológica da Flórida (FINR), começou a reclamar que o pessoal frequentemente o segurava e socava no rosto e na virilha. Ele disse que foi mantido em isolamento por várias semanas.

As condições descritas por Peter eram horríveis e tentei fazer com que saísse rapidamente de lá. Mas ele estava em perigo e não podia esperar. Arriscou sua vida porque não viu outra saída.

Hoje, Peter está bem em outro centro de reabilitação, onde é atendido por uma equipe solidária. Mas fiquei assombrada quando soube que dezenas de pacientes indefesos do FINR continuavam a sofrer abuso.

Por isso, comecei um abaixo-assinado para que o Departamento de Saúde investigue e feche o Instituto de Reabilitação Neurológica da Flórida, em função das centenas de acusações de abuso que vieram à tona.

Você pode imaginar como me senti quando li o artigo da Bloomberg News que destacava as histórias daquelas vítimas: Danny Silva, um paciente autista filmado sendo agredido por funcionários; Michael Lieux, um fuzileiro naval morto depois de contido pelo pessoal até sufocar; e Reginald Hicks, um paciente alimentado por tubos que morreu depois que o pessoal alimentou-o, sufocando com comida nos pulmões.

Essas histórias são apenas a ponta do iceberg - houve mais de 477 denúncias de abuso em FINR desde 2005. Uma investigação do Congresso descobriu que o pessoal prolonga a estada dos pacientes para aumentar os lucros. No entanto, o FINR continua a funcionar e até mesmo aceitar novos pacientes.

As agências estatais têm varrido o problema para debaixo do tapete, mas se milhares de pessoas assinarem meu abaixo-assinado por uma investigação federal, o Departamento de Saúde não poderá mais nos ignorar.

Meu irmão tem orgulho de eu estar falando pelos vulneráveis pacientes com lesão cerebral como ele - ninguém deveria passar pelo abuso que ele passou.

Assine minha petição para que o Departamento de Saúde investigue e feche o Instituto de Reabilitação Neurológica da Florida, que tem mais de 477 acusações de abuso de pacientes com lesão cerebral.

Obrigada,
Jessica Alopaeus

Stop the abuse of brain injured patients - investigate FINR
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