sexta-feira, 18 de maio de 2012

UE quer saber mais sobre o autismo em mulheres

| Angélica Gonzalez | Diario de Burgos | Valladolid | 17/5/2012 |

Dar uma perspectiva de gênero para a pesquisa médica ou científica, muitas vezes traz surpresas e, acima de tudo, ajuda a corrigir erros que foram cometidos ao tratar mulheres do mesmo ponto de vista que aos homens. Assim tem ocorrido com doenças cardíacas, alguns transtornos mentais e, agora, em uma iniciativa financiada pela União Europeia, os Transtornos do Espectro Autista (TEA).

A associação Autismo Burgos, representando a Espanha, junto com outras quatro entidades da Grã-Bretanha, Portugal, Eslovênia e Lituânia, desenvolverá até 2014 o projeto Autism in Pink (Autismo em Rosa), com o objetivo de melhorar o conhecimento, diagnóstico e a atenção recebidos por meninas e mulheres com esta deficiência.

"O fato de que as meninas têm algumas habilidades sociais mais desenvolvidas que os meninos faz com que o seu diagnóstico seja mais tardio, ou mesmo que sejam subdiagnosticadas, levando a que o autismo ou a síndrome de Asperger sejam interpretados, por exemplo, como um transtorno de conduta alimentar." Assim explica Javier Arnaiz, orientador do Colégio El Alba, que diz que, para cada três homens diagnosticados com autismo, há uma mulher, e uma em cada oito com síndrome de Asperger.

Nesse sentido, destacou que algumas meninas com esse autismo de alto funcionamento passam despercebidas porque têm boas habilidades sociais, o que se torna um problema na adolescência frente circunstâncias como abusos, na escola ou sexuais, ou o uso de drogas.

Essa "camuflagem" do transtorno implica que podem não ter o apoio de que necessitam. Essa é a mola mestra do Projeto Pink é o motor que irá desenvolver uma proposta de trabalho específico para as mulheres que incluem aspectos como a identidade de gênero, saúde mental e relações interpessoais (amigos e familiares).

Reduto Maculino

Os programas educacionais e sociais específicos que foram desenvolvidos até agora só levaram em conta as necessidades de intervenção para o gênero masculino, porque este é tipicamente associado ao autismo. Tanto é assim que, segundo Javier Arnaiz, há uma teoria que afirma que o autismo é a expressão máxima da personalidade do homem: "Não há, portanto, programas ou modelos que fazem referência às necessidades e interesses das mulheres com TEA e as prepare para reagir em situações sociais tipicamente femininas, como fazer compras ou encontrar-se com rapazes."

O projeto Pink vai definir uma formação específica para cuidadores, familiares, professores e outros especialistas, apresentando os desafios que as mulheres com autismo enfrentam e ajudar a resolvê-los. Em última análise, se trata de gerar uma melhor compreensão de como o autismo afeta, especificamente o sexo feminino.

O projeto é ambicioso, porque pretende desenvolver uma série de iniciativas: módulos de formação específicos para famílias e profissionais; uma pesquisa sobre a prevalência, necessidades, diagnóstico, características e transtornos mentais associados, nas mulheres com Síndrome de Asperger; um site e um documentário; um livro virtual com testemunhos de vida; grupos de trabalho com familiares de mulheres afetadas, participação das com TEA em duas conferências internacionais sobre autismo e um acampamento na Lituânia.

La UE se propone conocer mejor el autismo en las mujeres
Angélica González / Valladolid - jueves, 17 de mayo de 2012
http://www.diariodeburgos.es/noticia/Z7321BB56-9754-C157-795892F63080B910/20120517/ue/propone/conocer/mejor/autismo/mujeres

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