O jornalista Leandro Fontes escreveu crônica política em que compara o comportamento de José Roberto Arruda, governador do DF, ao de Fernando Collor, na época do seu impeachment, com as pessoas autistas.
Lamentável que se use a palavra autista como metáfora para canalhice. Ofende. É um grande erro de interpretação, ao tentar associar um pretenso desligamento da realidade de Arruda e Collor ao autismo - desligamento que, aliás, não existe. Arruda e Collor sempre souberam o que faziam.
Ainda que a palavra autismo originalmente remeta ao fechamento em um mundo autônomo, hoje nomeia uma condição humana repleta de dificuldades, mas longe de representar a alienação a que o jornalista se refere. Muito menos a falta de caráter dos políticos corruptos. A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, talvez tenha uma palavra mais adequada.
A pessoa autista tem limitações para compreender as regras sociais, socializar-se e se comunicar. Essa dificuldade pode fazer-lhe difícil a vida em sociedade, mas nem de longe ela vive num "universo próprio e impenetrável". Essa ideia ultrapassada não reflete a realidade.
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