quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Faleceu o inspirador de 'Rain Man'

Kim Peek
Kim Peek, o autista savant que inspirou o roteirista Barry Morrow e o ator Dustin Hofman na criação do personagem Raymond Babbit, morreu no último sábado, dia 19, aos 58 anos. De acordo com Fran Peek, seu pai, Kim teve um ataque cardíaco, vindo a falecer no hospital de Salt Lake City, cidade onde viveu.

Dono de uma memória prodigiosa, tinha memorizado milhares de livros, mostrando grande conhecimento em História, Literatura, Geografia e Música. Aos 20 meses era caapz de memorizar todo livro que fosse lido para ele, mas não andou antes dos quatro anos, quando já era obcecado por números.

Kim nasceu em 11 de novembro de 1951. De acordo com seus médicos, apresentava encefalocele ao nascer e uma ressonância magnética mostrou que seu cérebro não tinha o corpo caloso, estrutura que une os dois hemisférios cerebrais - dessa forma, a conexão era efetuada de alguma outra forma.

Seu pai dizia dele:
Kim não é, comportamentalmente, autista. Sua personalidade é quente e amorosa. Verdadeiramente se preocupa com as pessoas e gosta de compartilhar suas habilidades e capacidade de conhecimento únicas. Conhecido como "Kimputer" por muita gente, sua biblioteca de conhecimentos inclui História Americana e Mundial, Personalidades e Líderes, Esportes Profissionais (beisebol, basquete, futebol, os vencedors do Derby de Kentucky, etc), o Programa Espacial, filmes e seus temas, atores e atrizes, a Bíblia, História e Doutrina mórmon, cálculo de datas, Literatura, Shakespeare, código DDD, os Zip codes (códigos postais), todas as estações de TV e suas propagandas. Consegue identificar a maioria das composições classicas e diz a data de sua composição, a data e local de nascimento e morte do compositor. Kim leu cerca de 7600 livros. Mantém-se atualizado a respeito dos EUA e do mundo, lendo jornais revistas e ouvindo rádio e TV. Lê constantemente. Sabe dizer que rodovias levam a uma cidade, o condado, o código de área e o ZIP code, estações de TV disponíveis na cidade e relata eventos históricos que ali tenham acontecido. É especialsita em pelo menos 14 assuntos.
Kim Peek e o pai
Ganhou notoriedade depois do filme Rain Man, em que Dustin Hofman interpretou Raymond Babbit, um homem autista que passa alguns dias com o irmão, Charles Babbit, interpretado por Tom Cruise. Depois de conviver com a equipe do filme, Kim desenvolveu o gosto por encontrar pessoas. Passou a viajar ao lado do pai para dar palestras. A NASA realizou com ele testes para determinar procedimentos que melhorassem a memória dos astronautas.

Embora fosse capaz de ler até oito livros por dia, tinha dificuldade para atividades simples, como se pentear, precisando de ajuda para realizá-las. Também encontrava dificuldade para atividades sociais básicas, como uma simples conversa.

Nos últimos anos, Kim desenvolvera algumas habilidades sociais, como contar piadas. Gostava, em particular, de fazer trocadilhos.

Para deixar uma mensagem de condolências a seu pai, acesse:
Kim Peek - The Real Rain Man
http://www.wisconsinmedicalsociety.org/savant_syndrome/savant_profiles/kim_peek

Mais informações:
Kim Peek, the 'Real Rain Man' dies
http://www.examiner.com/x-23632-UK-Headlines-Examiner~y2009m12d23-Kim-Peek-the-Real-Rain-Man-dies

Morre homem que inspirou o filme 'Rain Man'
http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI4170463-EI13419,00-Morre+homem+que+inspirou+o+filme+Rain+Man.html

Os 10 Savants mais Extraordinários
http://theroflmao.wordpress.com/2008/09/28/os-10-savants-mais-extraordinarios/

Rain Man: o filme
http://www.adorocinema.com/filmes/rain-man

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

José Serra veta lei do autismo

José Serra, o governador de São Paulo, vetou integralmente o projeto de lei nº 266/2009, de autoria do deputado estadual Hamilton Pereira (PT). O PL, que regulamentaria o diagnóstico precoce e o atendimento a pessoas autistas no âmbito do SUS, tinha sido aprovado por unanimidade no plenário da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo em 25 de novembro último.
PROJETO DE LEI Nº 266, DE 2009

Define diretrizes para a política de diagnóstico precoce e tratamento dos sintomas da Síndrome do Autismo no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS do Estado de São Paulo e dá outras providências

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA:

Artigo 1º - O Sistema Único de Saúde – SUS no Estado de São Paulo prestará atenção integral ao diagnóstico precoce, assim como ao tratamento dos sintomas da Síndrome do Autismo.

Parágrafo único – A atenção integral de que trata o “caput” deste artigo, que tem como objetivo o investimento no ser humano portador da Síndrome do Autismo consiste nas seguintes diretrizes:

1. Desenvolvimento de programas e ações que visem diagnosticar precocemente a síndrome, de modo a permitir a indicação antecipada do tratamento;
2. Envolvimento e participação da família do portador da síndrome, assim como da sociedade civil, na definição e controle das ações e serviços de saúde, nos termos da Constituição Federal, Constituição Estadual e do Código de Saúde do Estado de São Paulo;
3. Apoio, por parte do Poder Público, à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico e científico voltados ao enfrentamento da síndrome, tanto no aspecto da detecção precoce, como no seu tratamento de base terapêutica e medicamentosa;
4. Disponibilização, nos serviços de saúde da rede conveniada, de equipes multi e interdisciplinares para tratamento médico nas áreas de pediatria, neurologia, psiquiatria e odontologia; tratamento não-médico nas áreas de psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e orientação familiar; ensino profissionalizante e de inclusão social;
5. Direito à medicação;
6. Desenvolvimento de instrumentos de informação, análise, avaliação e controle dos serviços de saúde, abertos à participação da sociedade.

Artigo 2º - O Poder Público, objetivando a política de atenção integral aos portadores da síndrome de que trata esta lei, poderá firmar convênios com entidades e clínicas afins, visando o repasse de recursos para custeio ou remuneração de serviços.

Artigo 3º - As ações programáticas relativas à Síndrome do Autismo, assim como às questões a ela ligadas, serão definidas em normas técnicas a serem elaboradas pelo Poder Executivo segundo os critérios e diretrizes estabelecidos nesta lei, garantida a participação de entidades e profissionais envolvidos com a questão, universidades públicas e representantes da sociedade civil.

Artigo 4º - A direção do SUS, Estadual e Municipal, garantirá o fornecimento universal e gratuito dos medicamentos, além do tratamento sob todos os aspectos, com a disponibilização de profissionais das diversas áreas, integrantes das equipes multi e interdisciplinares referidas no item 4, do Parágrafo único, do artigo 1º desta lei, de modo a prestar integral atenção à pessoa portadora da Síndrome do Autismo, assim como à sua família.

Artigo 5º - As despesas decorrentes da aplicação desta lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias.

Artigo 6º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Projeto de Hamilton voltado ao autismo é aprovado pela Assembleia
http://www.hamiltonpereira.org.br/Hamilton/WebSite/Noticias/projeto-de-hamilton-voltado-ao-autismo-e-aprovado-pela-assembleia%E2%80%8F,20091127110140_V_195.aspx

Veto a projeto voltado ao autismo
http://www.al.sp.gov.br/portal/site/Internet/menuitem.4b8fb127603fa4af58783210850041ca/?vgnextoid=f6b3657e439f7110VgnVCM100000590014acRCRD&id=bc70e7fc39e95210VgnVCM100000600014ac____

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Autismo inspira fábula

O autismo de um filho traz à tona muitos sentimentos. No caso de Ana Paula Antunes, de Setúbal (Portugal), despertou-lhe a veia artística.

Sentindo a necessidade de explicar aos colegas de seu filho José Pedro, ela escreveu, na fábula No mundo da lua?... Talvez não... a história de Pedrocas, um menino que não fala, não brinca com os outros e só quer saber de plantas - vive com a cabeça na lua.

Com ilustrações do jovem Afonso Sobral dos Santos, também autista, a história foi publicada na forma de um livro infantil, com o patrocínio da Câmara Municipal de Setúbal, tendo sido lançado no dia 17 de dezembro, na escola EB 2/3 Aranguez.

Blog Anjos do autismo - 9/12/2009
No mundo da lua?... Talvez não...
http://anjosdoautismo.blogspot.com/2009/12/no-mundo-da-lua-talvez-nao.html

Jornal da Madeira - 17/12/2009
Mãe escreveu fábula para explicar autismo do filho aos amigos
http://ultimahora.jornaldamadeira.pt/index.php?/pt/noticias/200912175877/noticias/nacional/mae-escreveu-fabula-para-explicar-autismo-do-filho-aos-amigos.html

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O estranho caso do cachorro morto é best seller da década

O estranho caso do cachorro morto, de Mark Haddon, foi o terceiro livro mais vendido na década passada, no Reino Unido: só perdeu para os dois livros de Dan Brown, O Código Da Vinci e Anjos e demônios. Seu livro, em forma de diário de um garoto ásperguer que investiga a morte do cachorro da vizinha, vendeu mais de dois milhões de cópias no seu país.

O autor se inspirou no seu trabalho com autistas, criando uma obra peculiar como seu protagonista, Christopher. Por exmeplo, os capítulos são números primos, começando no 2 e acabando no 233.

Dos bestsellers da década, O estranho caso do cachorro morto, vencedor do prêmio literário Whitbread, em 2003, é o único que ainda não foi adaptado para o cinema.

O estranho caso do inesperado bestseller da década
http://www.ionline.pt/conteudo/37324-o-estranho-caso-do-inesperado-bestseller-da-decada
| Clara Silva | 14/12/2009 |

Tratamento precoce e intensivo tem melhores resultados

Comprovando o que já se intuía, estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que crianças diagnosticadas com autismo cujo tratamento se iniciou muito precocemente - a partir do primeiro ano de vida - têm obtido melhoras significativas.

Pesquisadores da Universidade de Washington concluíram que o tratamento especializado conhecido como Early Start Denver, focado na interação e na comunicação pode amenizar muito os sintomas. Foram avaliadas 48 crianças autistas, entre 1 ano de meio e 2 anos e meio.

Um grupo foi selecionado aleatoriamente para receber um tratamento especializado, conhecido como Early Start Denver, focado na interação e na comunicação - as maiores dificuldades das crianças autistas. um segundo grupo foi atendido de forma menos abrangente e intensa.

Depois de dois anos, o Quociente de Inteligência (QI) das crianças do primeiro grupo subiu, em média, 18 pontos, enquanto os que foram submetidos a outros tratamentos tiveram aumento médio de sete pontos. Reavaliados, quase 30% do grupo foi diagnosticado com uma variação menos severa do autismo, contra apenas 5% do outro grupo. Os pesquisadores ressaltam, entretanto, que nenhuma criança foi "curada".

Estudo dos EUA constata que tratamento de autismo em bebês é eficaz
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estudo-eua-constata-tratamento-autismo-bebes-eficaz-515822.shtml

| Veja | 30/11/2009 |

Projetos de lei de New Jersey apoiam adultos autistas

Comitê do Senado de New Jersey apresenta PLs para adultos com autismo

| New Jersey Real-Time News | Elise Young | Statehouse Bureau | 7/12/2009 |

Adultos com autismo de New Jersey, EUA, podem ganhar legislação antidiscriminatória e o direito a se registrar em um cadastro estadual de pessoas autistas.

Dois projetos de lei foram apresentados pelo
Grupo de Trabalho Adultos com Autismo
(Adults with Autism Task Force) e apoiados por um comitê do Senado daquele Estado norte-americano no dia 7 de dezembro.

A primeira medida visa amplir as leis antidiscriminatórias para incluir as pessoas com autismo e desordens relacionadas, permitindo a elas o acesso a programas de moradia, emprego e abrigo público. O outro projeto permitirá a pessoas com mais de 18 anos a participar de um banco de dados que visa rastrear casos de autismo e identificar possíveis tendências geográficas. Agora, o Senado deve aprovar os projetos e o governador, sancioná-los.

Nos Estados Unidos, estudos federais apontam que uma em cada 94 crianças do Estado de New Jersey tem autismo, enquanto as taxas nacionais são de uma em cada 150. As causas ainda são desconhecidas, mas pesquisadores acreditam que são genéticas e ambientais. Ainda que não haja cura, os sintomas parecem melhorar ou desaparecer quando tratados com terapias precoces e intensas.

Nos anos recentes, os legisladores de New Jersey e o governador Jon Corzine priorizaram a legislação sobre o autismo. Aprovaram leis determinando que os planos de saúde cubram tratamentos promissores; ampliando recursos para pesquisa; ajudando adultos em questões de moradia e outros temas; e encorajando as escolas a estimular o relacionamento entre crianças típicas e aquelas com autismo.

N.J. Senate committee approves anti-discrimination bill for adults with autism
http://www.nj.com/news/index.ssf/2009/12/nj_senate_committee_approves_a.html

Comitê aprova projeto de lei anti-discriminação de adultos com autismo
| Leonardo Ferreira |Brazilian Voice | 9/12/2009 |
http://www.brazilianvoice.com/bv_noticias/bv_comunidade/39641-Comit-aprova-projeto-lei-anti-discriminao-adultos-com-autismo.html

Arruda não é autista

O jornalista Leandro Fontes escreveu crônica política em que compara o comportamento de José Roberto Arruda, governador do DF, ao de Fernando Collor, na época do seu impeachment, com as pessoas autistas.

Lamentável que se use a palavra autista como metáfora para canalhice. Ofende. É um grande erro de interpretação, ao tentar associar um pretenso desligamento da realidade de Arruda e Collor ao autismo - desligamento que, aliás, não existe. Arruda e Collor sempre souberam o que faziam.

Ainda que a palavra autismo originalmente remeta ao fechamento em um mundo autônomo, hoje nomeia uma condição humana repleta de dificuldades, mas longe de representar a alienação a que o jornalista se refere. Muito menos a falta de caráter dos políticos corruptos. A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, talvez tenha uma palavra mais adequada.

A pessoa autista tem limitações para compreender as regras sociais, socializar-se e se comunicar. Essa dificuldade pode fazer-lhe difícil a vida em sociedade, mas nem de longe ela vive num "universo próprio e impenetrável". Essa ideia ultrapassada não reflete a realidade.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Senador comprometido com a causa da gente autista

Arthur Virgílio reafirma seu compromisso com a causa dos autistas

| Agência Senado | 15/12/2009 |

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse nesta terça-feira (15), durante a homenagem ao bicentenário de Louis Braille, que encampa "com muita fé a luta dos deficientes físicos por cidadania". Ele relatou a experiência que o levou a se aproximar da causa das famílias com filhos autistas, com a qual acabou firmando "um forte compromisso".

Arthur Virgílio disse que, antes de conhecer mais de perto os autistas e seus familiares, classificou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "autista", recebendo, na ocasião, um "puxão de orelhas merecido" da então senadora Heloísa Helena, do senador Flávio Arns (PSDB-PR) e da presidente da Associação dos Amigos dos Autistas do Amazonas (AMA), Thelma Viga, por usar o autismo em sentido pejorativo. Ele ainda recebeu dezenas de e-mails com reclamações, conforme informou.

O senador disse que, diante disso, aceitou o convite da presidente da AMA para conhecer a instituição e os autistas lá atendidos, tendo, a partir daí, entrado na vida deles, "que é uma vida absolutamente fascinante".

Arthur Virgílio disse que os autistas são absolutamente focados e aprendem sem estudar. Assim, aquele que sabe informática, sabe mais que todo mundo; o que sabe matemática faz cálculos mais rapidamente do que qualquer outro. O senador citou, especialmente, um menino da AMA que nunca errou um arremesso à cesta de basquete e outro que decidiu um play off nos Estados Unidos, fazendo uma cesta no último segundo da partida.

O parlamentar ressaltou a coragem daqueles que conseguem vencer as dificuldades e construir sua vida.

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=98426&codAplicativo=2