quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Atibaia: workhop i-pad

Quando? dia 23/09/2012
Que horas? das 9h00 às 12h00
Onde? em Atibaia (R. José Inácio, 473)
Para quem? Pais e profissionais
Precisa ter iPad? Não, aliás pode ser uma boa oportunidade para avaliar se seria bom ou não comprar um iPad
Quem tiver iPad? Leve-o, pois pode ser útil ver algumas coisas na hora, na prática

Inscrição? online, em http://goo.gl/ZG7uM
Valor? R$ 70,00 (antecipado) ou R$ 80 (no dia) — pais de autistas têm desconto: pagam R$ 50 (antecipado) ou R$ 60 (no dia)
Pagamento? No dia ou antecipado (até dia 20/set), via depósito bancário no Itaú, Santander ou Bradesco
Quem ministrará? Paiva Junior, jornalista, editor-chefe da Revista Autismo, autor do livro "Autismo — Não espere, aja logo!" e pai do Giovani (autista), de 5 anos.

Qual conteúdo? A ideia é mostrar as possibilidades do uso do iPad com pessoas com autismo e outros déficits de aprendizagem, além de abordar um pouco do manuseio e configuração básica do iPad. Serão abordados diversos aspectos, seja para autistas verbais e não-verbais, de qualquer idade, que estejam em qualquer nível do espectro e fase de desenvolvimento, alfabetizado ou não, além dos aspectos comuns da síndrome de desenvolver questões sociais, de comunicação e de comportamento, sem deixar de falar do entretenimento com iPads. Quem não tem um iPad e pensa se seria útil ou não comprar um, verá as possibilidades e poderá decidir com mais propriedade se seria adequado ou não para seu uso.
A proposta é que esse workshop POSSA, POSTERIORMENTE, fazer "nascer" um pequeno curso com módulos específicos, de acordo com a necessidade e interesse de cada um.

Realização? Paiva Junior

Dúvidas? Envie e-mail para fpaivajunior@gmail.com

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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

SUS perdeu quase 42 mil leitos

| Aline Leal Valcarenghi e Paula Laboissière / Edição: Lílian Beraldo | Agência Brasil | Saúde | 14/09/2012 |

Brasília – Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) com base em dados do Ministério da Saúde aponta que quase 42 mil leitos de internação do Sistema Único de Saúde (SUS) foram desativados entre outubro de 2005 e junho de 2012.

Entre as especialidades mais atingidas com o corte, de acordo com a análise, estão a psiquiatria (-9.297 leitos), a pediatria (-8.979), a obstetrícia (-5.862), a cirurgia-geral (-5.033) e a clínica-geral (-4.912).

Mato Grosso do Sul é apontado como o estado brasileiro que mais perdeu leitos (-26,6%), seguido pela Paraíba (-19,2%) e pelo Rio de Janeiro (-18%). Em números absolutos, São Paulo aparece na frente, com a redução de 10.278 leitos, seguido por Minas Gerais, com 5.177, e pelo Paraná, 3.057.

Já Roraima, segundo o levantamento, é o estado que registrou o maior aumento no número de leitos no mesmo período (33,5%), seguido por Rondônia (23,6%) e pelo Amapá (9,2%). Em números absolutos, o Pará aparece na frente, com 793 leitos criados, seguido por Rondônia, com 622, e pelo Amazonas, com 360.

Por meio de nota, o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Ávila, avaliou que grande parte dos problemas enfrentados pelo SUS passa pelo subfinanciamento e pela falta de uma política eficaz de presença do Estado.

“Os gestores simplificaram a complexidade da assistência à máxima de que ‘faltam médicos no país’. Porém, não levam em consideração aspectos como a falta de infraestrutura física, de políticas de trabalho eficientes para profissionais da saúde, e, principalmente, de um financiamento comprometido com o futuro do SUS”, disse no comunicado.

O Ministério da Saúde apontou falhas no levantamento. De acordo com a pasta, o CFM não fez uma interpretação correta dos números, já que os dados não foram analisados ano a ano e os leitos remanejados não foram levados em consideração.

SUS perdeu quase 42 mil leitos nos últimos sete anos, diz Conselho Federal de Medicina
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-09-14/sus-perdeu-quase-42-mil-leitos-nos-ultimos-sete-anos-diz-conselho-federal-de-medicina

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sábado, 8 de setembro de 2012

Bahia cria centro estadual de atendimento para autistas



Mariene, presidente da Afaga, e Ivan, garoto autista, no encontro com o Governador Wagner e o Secretário Jorge Solla.
Neste dia 5 de setembro de 2012, o Governador da Bahia, Jaques Wagner, e o Secretário Estadual de Saúde, Jorge Solla, assinaram convênio com a Liga Álvaro Bahia contra a Mortalidade Infantil, para que esta instituição administre o Centro de Atendimento especializado em TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento ou Transtorno do Espectro Autista), a ser instalado no antigo prédio da Escola de Puericultura, situado na esquina da Avenida Sete de Setembro (Corredor da Vitória) com o Campo Grande, em Salvador.

Essa proposta partiu da Afaga (Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista) em reuniões com as secretarias da Saúde, Educação e Desenvolvimento Social e foi discutida no Grupo de Trabalho sobre DI (Deficiência Intelectual) e TGD criado em 2007 pelo Secretário Solla. Nossa ideia original, logo de início abraçada pelos representantes do Governo, era montar um centro multidisciplinar de atendimento, treinamento de pessoal, desenvolvimento de métodos e tecnologia. O objetivo é criar e disseminar uma cultura de trabalho e atendimento à pessoa autista para os profissionais do Estado.

Para dar início a esse trabalho, a Secretaria de Educação transformou o antigo Instituto Pestalozzi da Bahia em Centro de Atendimento Educacional Especializado focado nos TGDs.

Mariene e Gustavo, jovem aspie, conversam com o Governador Jaques Wagner.
A Secretaria de Saúde agora cria este Centro voltado para os TGDs, usando o prédio da Escola de Puericultura. Como houve entraves burocráticos para a gestão do imóvel pela Secretaria de Saúde, em uma reunião com a Afaga, em maio deste ano, o Secretário Solla decidiu passar  a gestão do Centro para a Liga Álvaro Bahia, já proprietária do prédio e, assim, agilizar a implantação do serviço.

Recebemos com muita alegria o convite para comparecermos ao evento de assinatura do convênio. Na oportunidade, estava sendo assinado um convênio para a ampliação do número de cirurgias cardíacas pediátricas no Hospital Martagão Gesteira, pertencente à Liga e, também, o convênio para a implantação do Centro. Este é um importante passo para o reconhecimento de que as pessoas autistas precisam de atendimento adequado.

O atendimento público da Saúde no Brasil - SUS - tem muitos problemas a serem resolvidos mas, como lembraram o Governador Wagner e o Secretário Solla, é o mais amplo de todos os grandes países ocidentais - e o maior. No Brasil, desde a vacina até o transplante de coração podem ser feitos às expensas do Poder Público, sem a necessidade sequer de um cartão de Plano de Saúde; em última instância, todos esses procedimentos são pagos pelos nossos impostos. Estes ainda precisam ser melhorados, principalmente para que os mais ricos subsidiem o desenvolvimento da sociedade como um todo.

A Bahia tem as dimensões da Alemanha, com a população de 13 milhões de habitantes, espalhados por todo seu território. Na concepção da Afaga, a criação de ONGs espalhadas pelo Estado, não atenderia a toda a necessidade. Acreditamos na inclusão, para que essas pessoas façam parte da vida social, seja nas escolas regulares, seja no dia-a-dia da sociedade. Treinando os profissionais da Saúde, Educação e Assistência Social, acreditamos que preconceitos serão derrubados, dando a essas pessoas a verdadeira oportunidade de se desenvolver como cidadãos.

Afinal,

"Aconteceu de eu ser gente
e gente é outra alegria
diferente das estrelas"
(Caetano Veloso)

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Maus tratos a pacientes autistas em centro da Flórida

Connecticut tira pessoas com deficiência de onde teriam sido espancadas

| David Armstrong | Bloomberg | 10/8/2012 |

Uma agência de Connecticut planeja tirar de um centro de reabilitação da Flórida que enfrenta acusações de maus tratos pelo menos quatro pessoas com deficiência residentes no Estado.

Terrence Macy, comissário do Departamento de Serviços de Desenvolvimento Connecticut, disse que ficoi "indignado" ao assistir a um vídeo que a polícia descreve como imagens de dois pacientes autistas sendo espancados no Instituto de Reabilitação Neurológica da Flórida.

Macy disse que seu departamento não planeja fazer nenhuma internação mais no FINR e está tomando medidas para retirar quatro dos 10 pacientes que já tenham sido enviados para a instalação que fica na zona rural de Wauchula, na Flórida. Na semana passada, investigadores de três agências do Estado realizaram uma inspeção de surpresa do centro de tratamento, sem revelar o que encontraram.

Wayne J. Miller, um advogado da instituição privada FINR, disse que os pacientes programados para deixar a instituição "melhoraram muito como resultado do tratamento que receberam no FINR e agora estão bem o suficiente para serem transferidos para uma instituição em Connecticut que fornece um menor nível de cuidados." Ele disse que o FINR vem trabalhando com autoridades de Connecticut para em "poucos meses" dar alta a esses pacientes.

Connecticut é responsável por certas pessoas com deficiência e doentes mentais sob as leis encaminhando-os a cuidados adequados.

Incidente em vídeo

"Assistindo ao vídeo, vi coisas condenáveis e horríveis para mim e que nunca seriam toleradas neste estado", disse Macy.

Em um vídeo gravado no ano passado, o paciente autista Danny Silva, de 21 anos, está sentado em um sofá entre dois grandes funcionários do sexo masculino que lhe dão socos, cotoveladas e tapas por pelo menos 30 vezes.

Segundo a polícia, o vídeo foi feito por um terceiro funcionário usando um telefone celular e publicado online no mês passado pela Bloomberg News. Os dois funcionários se declararam inocentes de acusações criminais de abuso.

Melinda Jakobowski, doente mental enviada para Wauchula pelo Estado de Connecticut, morreu em um hospital de Tampa no ano passado depois de ter sido encontrada inconsciente em seu quarto no FINR. Investigação feita por fiscais da Flórida determinou que os funcionários falharam ao não dar a necessária assistência a Jakobowski. Inclusive, um dormia no trabalho.

O Estado vai reforçar a vigilância dos pacientes de Connecticut que permanecem no FINR, Macy disse.

Duas agências

Perguntado se confiava que os indivíduos que sua agência colocou na Flórida estariam em segurança, Macy disse: "Não completamente." Ele explicou que o FINR é "o melhor que podemos fazer até podermos criar oportunidades aqui com o melhor suporte possível."

A empresa de Wauchula é um dos maiores centros norte-americanos para o tratamento de pacientes com lesões cerebrais, de acordo com os concorrentes. Alguns de seus 196 leitos são ocupados por outros tipos de pacientes.

Além dos 10 pacientes encaminhados para o FINR pela agência Macy, outros cinco foram colocados lá pelo Departamento de Connecticut de Serviços de Saúde Mental e Dependência, de acordo com o departamento.

Silva é um dos pacientes encaminhados para a Flórida pela agência Macy, de acordo com James McGaughey, diretor-executivo do Escritório de Proteção e Defesa das Pessoas com Deficiência, em Connecticut. Macy disse que as regras de privacidade o impedem de confirmar se Silva é um dos casos da sua agência.

Falta de recursos

Podem se passar vários meses para que os quatro pacientes voltem para Connecticut, disse Macy. Uma empresa no estado que fornece cuidado a pessoas com deficiência se ofereceu para levar um quinto dos pacientes do FINR, depois de assistir ao vídeo do suposto abuso, ele conta, embora ainda não tenha sido determinado se o programa é adequado para o paciente.

Macy disse que os pacientes foram enviados para fora do estado de Connecticut, porque não há recursos para o tratamento de todos os seus residentes com graves problemas de comportamento. Sua agência vai mudar a maneira que supervisiona o cuidado no FINR para torná-lo mais eficaz, ele explicou sem dar maiores detalhes.

O custo total do tratamento dos dez pacientes ali colocados por sua agência é de US$ 1,9 milhões por ano, segundo Macy.

Um porta-voz do Departamento de Saúde Mental, James Siemianowski, conta que tinha planejado trazer um de seus cinco clientes de volta para Connecticut porque sua condição melhorou. Ele diz que essa pessoa escolheu ficar no FINR e completar o programa educacional.

Segundo Siemianovski, a agência mantém um "elevado nível de vigilância" dos pacientes em FINR.

Assista aos vídeos das agressões em:

Connecticut Pulls Disabled From Site of Alleged Beatingshttp://www.bloomberg.com/news/2012-08-10/connecticut-pulls-disabled-from-site-of-alleged-beatings.html
Irmã faz abaixo assinado pela investigação do Centro

Stop the abuse of brain injured patients - investigate FINR

Nunca esquecerei o dia em que recebi um telefonema: meu irmão Peter Price, que sofreu traumatismo craniano em um acidente de bicicleta, tinha engolido 5 anzóis e 22 pilhas AA em uma tentativa desesperada para escapar do centro de reabilitação onde sofria maus tratos.


Fiquei arrasada. Pouco tempo depois de Peter ter sido colocado no Instituto de Reabilitação Neurológica da Flórida (FINR), começou a reclamar que o pessoal frequentemente o segurava e socava no rosto e na virilha. Ele disse que foi mantido em isolamento por várias semanas.

As condições descritas por Peter eram horríveis e tentei fazer com que saísse rapidamente de lá. Mas ele estava em perigo e não podia esperar. Arriscou sua vida porque não viu outra saída.

Hoje, Peter está bem em outro centro de reabilitação, onde é atendido por uma equipe solidária. Mas fiquei assombrada quando soube que dezenas de pacientes indefesos do FINR continuavam a sofrer abuso.

Por isso, comecei um abaixo-assinado para que o Departamento de Saúde investigue e feche o Instituto de Reabilitação Neurológica da Flórida, em função das centenas de acusações de abuso que vieram à tona.

Você pode imaginar como me senti quando li o artigo da Bloomberg News que destacava as histórias daquelas vítimas: Danny Silva, um paciente autista filmado sendo agredido por funcionários; Michael Lieux, um fuzileiro naval morto depois de contido pelo pessoal até sufocar; e Reginald Hicks, um paciente alimentado por tubos que morreu depois que o pessoal alimentou-o, sufocando com comida nos pulmões.

Essas histórias são apenas a ponta do iceberg - houve mais de 477 denúncias de abuso em FINR desde 2005. Uma investigação do Congresso descobriu que o pessoal prolonga a estada dos pacientes para aumentar os lucros. No entanto, o FINR continua a funcionar e até mesmo aceitar novos pacientes.

As agências estatais têm varrido o problema para debaixo do tapete, mas se milhares de pessoas assinarem meu abaixo-assinado por uma investigação federal, o Departamento de Saúde não poderá mais nos ignorar.

Meu irmão tem orgulho de eu estar falando pelos vulneráveis pacientes com lesão cerebral como ele - ninguém deveria passar pelo abuso que ele passou.

Assine minha petição para que o Departamento de Saúde investigue e feche o Instituto de Reabilitação Neurológica da Florida, que tem mais de 477 acusações de abuso de pacientes com lesão cerebral.

Obrigada,
Jessica Alopaeus

Stop the abuse of brain injured patients - investigate FINR
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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

18 de agosto: Lançamento de livro na Bienal de SP

Jornalista e psicopedagoga baiana e seu marido, editores deste blog, lançam livro em São Paulo

Decididos a compartilhar sua experiência na educação de seu filho caçula Gabriel, que é autista, a jornalista e psicopedagoga Mariene Martins Maciel e seu marido, o geólogo Argemiro Garcia lançam Brincanto - autismo tamanho família na Bienal do Livro de São Paulo.

Capa do livro - Gabriel sentado em um trapézio, durante aula no Circo Escola Picolino, em Salvador.

A obra apresenta um apanhado do conhecimento sobre o autismo e, a seguir, apresenta as estratégias adotadas pelo casal e sua família para trabalhar o desenvolvimento de Gabriel, seu quarto filho. A abordagem criada por eles, chamada de Brincanto, foi aplicada com sucesso no atendimento de outras 42 pessoas autistas, o que também é relatado no trabalho.

O casal ressalta: "Este livro apresenta uma abordagem que brotou da nossa experiência como família de um garoto autista. Esperamos que esta obra ajude profissionais em seu trabalho e possibilite outras famílias a trilhar seu próprio caminho, construindo-o em cima de esperança e da crença de que o futuro se faz com as próprias mãos."

Opiniões:

"O livro é uma aula de vida no enfrentamento das dificuldades e como se fala em Minas, os autores não esconderam leite na explicação dessa técnica, o que a torna aplicável em outras pessoas." Walter Camargos Júnior

"Os capítulos de Brincanto espelham sua extensa procura de conhecimentos, caminhos, métodos, ajuda, que agora compartilham com o leitor." Margarida Windholz

Informação:

Quando: 18 de agosto - 10h00 às 13h00
Onde: Stand da Editora Scortecci, Bienal do Livro de S. Paulo


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Ministério pesquisa o BPC

Recursos custearão preenchimento pelos municípios de questionário sobre barreiras ao acesso e permanência em sala de aula


Brasília, 30 – Crianças e adolescentes com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) desde 2011 passarão por pesquisa sobre a permanência ou não na escola. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) vai repassar recursos para que os municípios preencham questionário com os beneficiários, identificando as barreiras ao acesso e à permanência nas instituições de ensino. Atualmente, dos 455 mil beneficiários do programa com até 18 anos, 68% estão na escola. O MDS publicou na sexta-feira (27) portaria que estabelece critérios para concessão das verbas.

Podem receber recursos do MDS os 1,9 mil municípios que aderiram ao programa BPC na Escola. Os governos locais recebem R$ 40 por questionário respondido e inserido nos sistemas do ministério. A verba se destina ao custeio da pesquisa. Devem responder ao questionário apenas os beneficiários novos. Devido à legislação eleitoral, os repasses só poderão ocorrer após o pleito municipal.

Desde o fim de 2008, os municípios que aderiram ao programa estão fazendo pesquisa domiciliar para verificar as principais dificuldades dos beneficiários em se matricular na escola e permanecer nela. A coordenadora-geral da Gestão de Beneficiários do MDS, Elyria Bonetti Credidio, explica que os resultados preliminares da primeira adesão ao programa – até 2010 – apontavam como barreiras a falta de cuidadores que acompanhassem os alunos e a carência de equipamentos.

Ainda este ano, o MDS deve divulgar o resultado desta primeira fase, a partir do estudo de uma consultoria que analisou os questionários por tamanho de município. "Identificadas as dificuldades, os gestores municipais têm de desenvolver ações intersetoriais para superá-las", informa Elyria.

O BPC é um benefício individual, não vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de um salário mínimo a idosos, com 65 anos ou mais, e a pessoas com deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Para receber o benefício, a renda mensal familiar per capita deve ser inferior a um quarto do salário mínimo.

O BPC na Escola visa garantir condições para o desenvolvimento da autonomia, participação social e emancipação de crianças e adolescentes com deficiência, estimulando a inserção deles no ambiente escolar. Elyria explica que, por estarem em situação de vulnerabilidade social, eles precisam do apoio do Estado para entrar e permanecer na escola, tendo garantido o direito à educação.

MDS financia pesquisa sobre pessoas com deficiência na escola
MDS - 30/07/2012
http://www.promenino.org.br/Default.aspx?TabId=77&ConteudoId=bcb4fdf9-aa5f-4597-8572-27a8a1a5766d

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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Paciente Asperger sentenciado a 20 anos por assassinato: sinal de fracasso do Japão

| Adam Westlake | Japan Daily News | 1º/8/2012 |

Um homem de 42 anos com síndrome de Asperger foi condenado a 20 anos de prisão nesta semana pela Corte do Distrito de Osaka por matar sua irmã mais velha no ano passado. Os promotores originalmente pediam uma sentença de 16 anos para Kazuhiro Ohigashi, mas o juiz deu-lhe o prazo máximo possível, a fim de impedi-lo de matar novamente no futuro. O tribunal reconheceu que Ohigashi tem síndrome de Asperger, que leva à dificuldade de interação social, juntamente com padrões obsessivos e repetitivos de comportamento, mas pouca atenção foi dada sobre qualquer tipo de sistema de apoio.

A partir da quinta série do ensino fundamental, Ohigashi passou a se recusar a ir para a escola ou sair de casa. O tribunal concluiu que, de alguma forma, ele desenvolveu a ideia de que foi sua irmã mais velha a culpada por seu afastamento e, ao longo dos anos, construiu uma profunda raiva em relação a ela. Quando ela veio visitá-lo, em julho de 2011, ele a atacou e esfaqueou várias vezes com uma faca de cozinha. Sua mãe, que vivia com ele, estava em uma instituição nesse dia infeliz.

O Tribunal Distrital de Osaka disse que, embora a síndrome de Asperger tenha influenciado a intenção de Ohigashi de matar sua irmã, ele tomou a decisão final por si próprio e, sem punição suficiente, há o receio de que venha a cometer crimes semelhantes. Os advogados de defesa tentaram um termo de suspensão, argumentando que só desenvolveu a intenção homicida por causa de seu transtorno. Como sua mãe e outros membros da família agora se recusam a morar com ele e não havendo outras opções, o tribunal considerou que, para manter a ordem social, seria melhor bloquear Ohigashi pelo prazo mais longo possível, a fim de deixá-lo aprofundar sua "busca espiritual".

Este caso é um exemplo de falta de um sistema de apoio adequado para pessoas com doenças mentais no Japão. Afirmações como "ele pode cometer crimes similares no futuro" e "não existem outras opções, por isso é melhor para manter a social" gritantemente significam algo como "ele tem uma doença que o faz diferente de todo mundo, não saber como cuidar dele e ele pode ser perigoso, então a melhor coisa a fazer é prendê-lo por um longo tempo". O professor Gifu Ken, da Universidade de Takaoka, diz que a decisão é ridícula e ineficaz; em vez de se concentrar na falta de um sistema de apoio para a síndrome de Asperger, o tribunal simplesmente pôs a culpa no indivíduo. Não importa se ele ficará preso por um longo tempo. Sem apoio, não será capaz de refletir sobre si mesmo ou suas ações.

Asperger syndrome patient given 20 years for murder: sign of failure in Japan’s support

| Adam Westlake | August 1, 2012 |

A 42 year old man with Asperger syndrome was sentenced to 20 years in prison this week by the Osaka District Court after he convicted of killing his older sister last year. The prosecutors originally wanted Kazuhiro Ohigashi to be given a 16-year sentence, but the lay-judge trial gave him the maximum term possible in order prevent him from killing again in the future. The court did recognize Ohigashi suffers from Asperger syndrome, which is a disorder that leads to difficulty in social interaction, along with obsessive and repetitive patterns of behavior, but little thought was given about any kind of support system.

From the fifth grade of elementary school and onward, Ohigashi refused to go to school and would refuse to leave the house. The court ruled that he somehow developed the idea that his older sister was to blame for his withdrawal, and over the years built up a deep anger towards her. When she came to visit his home one day in July of 2011, he attacked and stabbed her repeatedly with a kitchen knife. His mother, who usually lives with him, was at an institution on that unfortunate day.

The Osaka District Court said that while Asperger syndrome had an effect on Ohigashi’s intent to kill his sister, he made the final decision on his own, and without sufficient punishment, there is fear he will commit similar crimes in the future. The defense lawyers sought a suspended term, arguing that he only developed such a murderous intention because of his disorder. As his mother and other family members now refuse to live with him, and there were no other options for taking care of him, the court felt that it would be best to maintain social order by locking Ohigashi up for the longest term possible, in order to let him deepen his “soul-searching.”

This case is a prime example of Japan’s lack of an adequate support system for those with mental illnesses. Statements like “he may commit similar crimes again,” and “there are no other options, so it’s best to maintain social,” absolutely scream to be read as “he has an illness that makes him different from everyone else, we don’t know how to take care of him, and he might be dangerous, so the best thing to do is imprison him for a long time.” Gifu University professor Ken Takaoka even says that the ruling is ridiculous and ineffective; instead of focusing on the lack of a support system for Asperger syndrome, the court simply shifted blame to the individual. It doesn’t matter if he is imprisoned for a long time, without support, he won’t be able to reflect on himself or his actions.

http://japandailypress.com/asperger-syndrome-patient-given-20-years-for-murder-sign-of-failure-in-japans-support-018020 - disponível em 3/8/2012

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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Lançamento: livro de Fátima Dourado em Salvador

Capa do livro, ilustrada com um retrato da Casa da Esperança.
A pediatra e psiquiatra cearense Fátima Dourado, fundadora e diretora técnica da Casa da Esperança, estará em Salvador em 31 de agosto próximo para a divulgação de seu livro Autismo e Cérebro Social – Compreensão e Ação. O evento acontecerá na Livraria Saraiva do Salvador Shopping. O livro apresenta sua trajetória de superação e ajuda leigos e profissionais e entenderem melhor esse transtorno de desenvolvimento e relacionamento.

Fátima faz um relato emocionado dos desafios e conquistas desde o diagnóstico de autismo dos filhos Giordano Bruno e Pablo, hoje adultos. Cita os personagens e os percalços de sua caminhada até hoje, quando pode oferecer a pais e mães de filhos autistas as respostas que não teve no passado. Há 19 anos, ela e outras oito mães de filhos autistas fundaram a Casa da Esperança. Atualmente, a entidade atende 400 pessoas com autismo em regime intensivo, de quatro ou oito horas por dia e realiza mais de mil procedimentos ambulatoriais diariamente, na condição de unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Como médica, Fátima aborda critérios diagnósticos, métodos e técnicas de intervenção, uso de medicamentos, orientação familiar, casos clínicos e situações de vida. Escreve com conhecimento de causa, mesclando ciência e amor no tratamento do autismo.

A autora

Fátima Dourado é pediatra formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Associação Médica Brasileira. Exerce, há 19 anos, Psiquiatria da Infância e da Adolescência, com ênfase nos transtornos do espectro do Autismo. Fundadora e diretora clínica da Casa da Esperança, é presidente da Associação Brasileira de Ação por Direitos da Pessoa com Autismo (Abraça). Também é conferencista com participações em simpósios e congressos sobre Autismo no Brasil e no Exterior.

Para saber mais:
http://cronicaautista.blogspot.com.br/p/fatima-dourado.html
Afaga: (71) 9975-7814

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terça-feira, 24 de julho de 2012

Autismo, esquizofrenia e transtorno bipolar podem compartilhar fatores subjacentes

| Science Daily | 2/7/2012 | Tradução Argemiro Garcia |

ScienceDaily (2 de julho de 2012) -
Uma nova pesquisa liderada pelo Dr. Patrick F. Sullivan, membro do Real Colégio Australiano e Neozelandês de Psiquiatras e médico geneticista da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, aponta para um maior risco de transtornos do espectro autista (TEA) entre indivíduos cujos pais ou irmãos foram diagnosticados com esquizofrenia ou transtorno bipolar.

As descobertas se baseiam em um estudo de caso-controle utilizando registros da população da Suécia e Israel. O grau em que esses três transtornos compartilham uma base de causalidade "tem implicações importantes para clínicos, pesquisadores e pessoas afetadas pelos distúrbios", de acordo com um relatório de pesquisa publicada online em 2 de julho de 2012 na revista Archives of General Psychiatry.

"Os resultados foram muito consistentes em amplas amostras de muitos países diferentes e nos levam a crer que autismo e esquizofrenia são mais parecidos do que pensávamos", disse Sullivan, professor do Departamento de Genética e diretor de Psquiatria Genômica na Universidade da Carolina do Norte.

Sullivan e colegas concluíram que a esquizofrenia nos pais foi associada a um risco quase três vezes maior de TEA em grupos de Estocolmo e toda a Suécia.

Esquizofrenia em um irmão também foi associada a cerca de duas vezes e meia o risco de autismo no grupo nacional sueco e um risco doze vezes maior em uma amostragem de recrutas militares israelenses. Os autores especulam que a última descoberta de Israel resultou de indivíduos com esquizofrenia inicial precoce, "que tem uma maior recorrência entre irmãos."

O transtorno bipolar mostrou um padrão semelhante de associação, mas de magnitude menor, indicam os resultados do estudo.

"Nossas descobertas sugerem que o TEA, a esquizofrenia e o transtorno bipolar compartilham fatores de risco etiológicos", afirmam os autores. "Sugerimos que futuras pesquisas poderiam tentar discernir os fatores de risco comuns a estas perturbações."

Os coautores do estudo junto com Sullivan são Cecilia Magnusson, MD, PhD, Christina M. Hultman, PhD, Niklas Langstrom, MD, PhD, Paul Lichtenstein, PhD, Marcus Bowman, BS, Christina Dalman, MD, PhD, Anna C. Svensson, PhD e Michael Lundberg, MPH, do Instituto Karolinska, de Estocolmo, Suécia; Abraham Reichenberg, PhD, Kings College, Londres, Inglaterra, Michael Davidson MD, e Mark Weiser, MD, Sheba Medical Center e Universidade de Tel Aviv, Israel, Eyal Fruchter, MD Israel Defense Force Medical Corp, Ramat Gan, Israel.

O estudo foi financiado em parte pelo Conselho Sueco de Pesquisa em Vida de Trabalho e Social, o Conselho de Pesquisa Sueco e a Fundação Beatriz e Samuel A. Seaver.

Autism, Schizophrenia and Bipolar Disorder May Share Common Underlying Factors, Family Histories Suggest
http://www.sciencedaily.com/releases/2012/07/120702210216.htm

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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Ácido fólico na gravidez previne autismo

| Portal Fator Brasil | 20/07/2012 |

Uma pesquisa que acaba de ser divulgada pelo American Journal of Clinical Nutrition comprova que as mulheres que consomem cerca de 600 microgramas diárias de vitamina B-9 (também conhecida como ácido fólico) têm maiores chances de proteger os filhos contra o autismo e outras doenças, como a anencefalia e a espinha bífida (mielomenigocele).

A forma mais prática de promover o provimento da vitamina B-9 é por meio do consumo de farinhas de milho, que são enriquecidas com ácido fólico, por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Além disso, as farinhas de milho também são enriquecidas com ferro, para evitar a anemia.

A pesquisa foi realizada entre 2003 e 2009, período em que o estudo analisou as informações de 837 mães de filhos autistas entre dois e cinco anos. O trabalho de investigação foi iniciado três meses antes das mulheres engravidarem e seguiu até o final da gestação. A quantidade e a frequência de ingestão do ácido fólico foram avaliadas em cada caso.

A ingestão de vitamina B-9 também concorre para evitar o mal de Alzheimer, reduz o risco de doenças cardíacas e derrames, contribui para controlar a pressão arterial e é recomendada no tratamento de várias anemias.

Consumo de farinha de milho na gravidez diminui risco de autismo e de outras doenças
http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=210819

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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Brasileiro é o melhor professor da Flórida com trabalho inclusivo

Um brasileiro que emigrou para os Estados Unidos em 1995 e dá aulas para autistas junto com outras crianças em uma pré-escola pública inclusiva recebeu, no dia 12 de julho, o prêmio de melhor professor do Estado da Flórida e concorre ao título de melhor professor daquele País.

Alexandre Lopes, que tem 43 anos, já foi comissário de bordo da PanAir, de onde saiu em um programa de demissão voluntária, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001. Acabou por se dedicar ao ensino, retomando um velho desejo de infância. Sua ideia era se tornar um professor de línguas estrangeiras, mas uma conselheira vocacional sugeriu que fizesse, além do curso de educação, um curso introdutório em educação especial na primeira infância.


Alex está sentado no chão com seu aluno no colo.  Foto de Carla Guarilha.
Alex Lopes com um de seus "aluninhos", na pré-escola Carol City Elementary. Foto: Carla Guarilha.
  Ele conta que se apaixonou pela área e sua professora se apaixonou pelo seu trabalho, recomendando-o para uma bolsa de mestrado na Universidade de Miami. Ele foi aprovado no processo seletivo com bolsa integral e, assim que completou seus créditos e estágios obrigatórios, recebeu o convite para iniciar uma turma de educação inclusiva na Carol City Elementary, onde está desde 2005, com um salário mais baixo do que recebia quando era comissário de bordo, mas desenvolvendo um trabalho reconhecido.

Além do trabalho na pré-escola, Lopes faz doutorado na Universidade Internacional da Flórida, onde também estuda com bolsa integral, e o Projeto Rise, uma iniciativa federal que estimula a formação continuada de professores de escolas com população carente no país.

O processo da premiação começou com uma votação entre os colegas da escola em que trabalha, no condado de Miami-Dale, que tem cerca de 25 mil docentes. Preparou então um material com dezenas de páginas, explicando sua filosofia educacional, motivações e método de ensino.

Alexandre conduz o que é chamado de LEAP (Learning Experience: Alternative Program - Experiência de Aprendizado: Programa Alternativo). Leciona para dois grupos de doze e treze crianças com idades de três a cinco anos, a idade pré-escolar nos Estados Unidos. Parte dos alunos é autista e, como a Carol City Elementary fica em uma região de baixo poder aquisitivo, a maioria dos estudantes pertence a minorias dentro da sociedade americana. Alguns ainda são filhos de imigrantes e não têm o inglês como idioma nativo.

-"É uma inclusão total e irrestrita, da maneira que eu gosto, com alunos deficientes, imigrantes, minorias... Como eu acho que a sociedade deveria ser", conta. Ele diz que sua abordagem é "holística" e afirma que se envolve em todos os aspectos da vida de seus "aluninhos", tanto na parte acadêmica quanto emocional e social. Isso significa incluir todos os membros mais próximos da família no processo escolar, muitos deles ainda vivendo o luto do diagnóstico de autismo.

Aceitando a diversidade

Na sua sala de aula, todos são iguais:


Alex dá aula para as crianças sentadas no chão.  Foto de Carla Guarilha.
O brasileiro Alexandre Lopes, melhor professor da Flórida, dá aula para seus alunos com igualdade e inclusão. Foto: Carla Guarilha.
 -"Eu não diferencio meus alunos. Procuro ser consistente para fazer com que meus alunos com autismo tenham os outros como modelo, e para fazer com que meus outros alunos aceitem todas as diferenças que existem na nossa sociedade", explica Alex, como alunos e colegas de trabalho o chamam. As técnicas variam de acordo com o conteúdo das aulas. Música e dança são elementos que predominam, mas a tecnologia também ajuda os pequenos estudantes a se expressarem.
Entre os equipamentos está uma tela que reproduz, ao toque de um botão, mensagens pré-gravadas na voz dele ou de um estudante. O instrumento é usado pelos alunos autistas para que eles possam comunicar o reconhecimento dos símbolos, um processo que, segundo Lopes, acontece nestas crianças de maneira diferente das demais.

Para aprender a construir palavras, os aluninhos usam blocos de madeira que representam cada letra e os unem e separam para formar sílabas, sempre atentos aos sons das palavras para compreender a relação entre as rimas e a formação das palavras com grafia parecida. "Isso serve para tirar a palavra do abstrato e torná-la uma coisa concreta, o que é muito importante para crianças com deficiência", explica.

Alexandre também digitaliza as páginas de livros, ocultando as frases escritas para reescrever a história a partir das imagens de forma coletva e, assim, conseguir tirar das crianças a linguagem construída durante as demais atividades.

-"Eu tive uma vida muito feliz, de muitas alegrias. Mas as alegrias que eu encontro com o sucesso dos meus alunos não se comparam com nada que eu já experimentei", comemorou Alex, que tem grande admiração pelos pais de alunos com deficiência. "Essas crianças são filhas desses indivíduos, mas elas também são parte da nossa sociedade, é injusto que deixemos esses pais sozinhos com o grande desafio que enfrentam."

Alberto Carvalho, superintendente do condado de Miami-Dale, disse que "o tema da competição desta noite era mágica e Alex estava definitivamente um passo à frente. Ele faz mágica na sua sala de aula todos os dias, compartilhando suas maravilhosas habilidades com crianças com deficiência que se beneficiam da mágica que ele lhes traz".

Assista ao vídeo de Chris Delboni, feito em março de 2012, quando Alex recebu o prêmio de melhor professor do condado, clicando no link abaixo:
Alexandre Lopes, brasileiro radicado em Miami, é escolhido melhor professor do ano de todo condado de Miami-Dade

Com base em artigos publicados no jornal Olhar Direito, no blog Direto de Miami e no Miami Herald:Brasileiro concorre ao prêmio de melhor professor dos EUA


http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Brasileiro_concorre_ao_premio_de_melhor_professor_dos_EUA&edt=29&id=269491

Brasileiro é escolhido melhor professor do ano de todo condado de Miami-Dale
http://colunistas.ig.com.br/diretodemiami/2012/03/20/brasileiro-e-escolhido-melhor-professor-do-ano-de-todo-condado-de-miami-dade/

Carol City special needs teacher is Florida Teacher of the Year
http://www.miamiherald.com/2012/07/12/2893348/carol-city-special-needs-teacher.html

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Estudo: papel do sistema imune no autismo

CALTECH (EUA) - Alterações específicas em um sistema imunológico hiperativo podem efetivamente contribuir para comportamentos autísticos em ratos, mostra nova pesquisa.


Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), há uma década, foram pioneiros no estudo da ligação entre irregularidades no sistema imunológico e distúrbios do desenvolvimento neurológico, como o autismo. Desde então, estudos de cérebros post mortem e de indivíduos autistas, bem como estudos epidemiológicos, vêm apoiando a correlação entre as alterações no sistema imune e desordens do espectro autista.

O que permanecia sem resposta, todavia, é se essas alterações imunes desempenham um papel causal no desenvolvimento da condição ou são meramente um efeito colateral.

Agora, um novo estudo da Caltech sugere que alterações específicas de um sistema imunológico hiperativo podem efetivamente contribuir para comportamento autísticos em camundongos e que, em alguns casos, esta ativação pode estar relacionada ao que o feto experimentou em seu desenvolvimento no útero.

Os resultados aparecem em um artigo esta semana no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

"Já suspeitávamos que o sistema imunológico tem seu papel no desenvolvimento dos transtornos do espectro autista", diz Paul Patterson, professor de Ciências Biológicas da Caltech, que liderou o trabalho. "Em nossos estudos com um modelo-camundongo embasado em um fator de risco ambiental para o autismo, descobrimos que o sistema imunológico da mãe é um fator chave em eventuais comportamentos anormais da descendência."

O primeiro passo do trabalho foi estabelecer um modelo-camundongo que amarrasse os comportamentos relacionados ao autismo com alterações imunológicas. Diversos estudos epidemiológicos de vulto -incluindo um que acompanhou o histórico médico de cada pessoa nascida na Dinamarca entre 1980 e 2005 - encontraram uma correlação entre a infecção viral durante o primeiro trimestre da gravidez de uma mãe e um maior risco para o transtorno do espectro do autismo em seu filho.

Para modelar isso, os pesquisadores injetaram fêmeas de camundongo prenhas com uma imitação viral que desencadeou o mesmo tipo de resposta imune de uma infecção viral.

"Nos ratos, essa única agressão à mãe traduziu-se em alterações comportamentais e neuropatologias relacionadas ao autismo na prole", diz Elaine Hsiao, estudante de pós-graduação do laboratório de Patterson e principal autora do papel de PNAS.

A equipe observou que os filhotes apresentaram os principais sintomas comportamentais associados às desordens do espectro autista - comportamentos repetitivos ou estereotipados, diminuição da interação social e comunicação prejudicada.

Em camundongos, isso se traduz em comportamentos como enterrar compulsivamente mármores colocados em sua gaiola, auto-limpeza excessiva, passar maior tempo isolado ou com um brinquedo ao invés de interagir com outro rato, ou vocalizações ultra-som com menos frequência ou de uma forma alterada em relação ao ratinhos típicos.

Em seguida, os investigadores caracterizaram o sistema imunitário da descendência de mães que tinham sido infectadas e descobriu que a descendência exibia um certo número de alterações imunológicas. Algumas dessas mudanças são comparáveis àquelas observadas em pessoas autistas, incluindo diminuição dos níveis de células T reguladoras, que desempenham um papel fundamental na supressão da resposta imune.

Tomadas em conjunto, as alterações imunes observadas somam-se a um sistema imunológico hiperestimulado que causa inflamações.

"Notavelmente, vimos essas anormalidades imunológicas, tanto na descendência jovem como adulta de mães com o sistema imunológico ativado", diz Hsiao. "Isso nos diz que uma alteração pré-natal pode resultar em consequências a longo prazo para a saúde e desenvolvimento."

Com o modelo-camundongo criado, o grupo foi, então, capaz de testar se os problemas do sistema imunológico da prole contribuem para o autismo e os comportamentos relacionados. No teste mais revelador dessa hipótese, os pesquisadores foram capazes de corrigir muitos dos comportamentos autistas da prole de mães imuno-ativadas, dando à prole um transplante de medula óssea de camundongos normais.

As células tronco normais da medula óssea transplantada não só reabasteceram o sistema imune dos animais hospedeiros, mas alteraram suas deficiências comportamentais autistas.

Os investigadores enfatizam que, embora o trabalho tenha sido realizado em ratinhos, os resultados não podem ser diretamente extrapolados para seres humanos, e certamente não sugerem que transplantes de medula óssea devam ser considerados um tratamento para o autismo. Eles também têm ainda que estabelecer se foi a infusão de células tronco ou o procedimento de transplante de medula óssea em si - competa com irradiação - que corrigiu os comportamentos.

No entanto, Patterson diz que os resultados sugerem que irregularidades imunológicas em crianças pode ser um alvo importante para novas manipulações do sistema imunológico no tratamento dos comportamentos associados aos transtornos do espectro autista. Ao corrigir esses problemas imunológicos, diz ele, talvez seja possível melhorar alguns dos clássicos atrasos de desenvolvimento vistos no autismo.

Em estudos futuros, os pesquisadores planejam examinar os efeitos de tratamentos anti-inflamatórios altamente direcionados em ratos que apresentam comportamentos relacionados ao autismo e alterações imunológicas.

Também estão interessados em considerar as bactérias e microbiota gastrointestinais (GI) desses camundongos. O coautor Sarkis Mazmanian, professor de Biologia da Caltech, mostrou que as bactérias intestinais estão intimamente ligados à função do sistema imunológico. Ele e Patterson estão investigando se as alterações na microbiota desses ratos também podem influenciar os seus comportamentos relacionados ao autismo.

O trabalho foi financiado por uma bolsa de estudos Weatherstone da Autism Speaks, bolsa de Pós-Graduação dos National Institutes of Health, uma doação da Fundação Weston Havens, uma bolsa de Inovação Caltech O. Gregory e Jennifer W. Johnson, uma bolsa de inovação Caltech e um Programa de Pesquisa Dirigida pelo Prêmio Programa de Pesquisa Médica de Desenvolvimento de Idéias Dirigido Congressualmente.

Mais sobre a Caltech: http://media.caltech.edu/

Study: Immune system has role in autism

| Kimm Fesenmaier | Caltech | 18/7/2012 |
http://www.futurity.org/top-stories/study-supports-immune-system%E2%80%99s-role-in-autism/

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terça-feira, 3 de julho de 2012

Sem paternalismo, diretor investe em ator 'fora do padrão'

"Só uma das mãos não faz o aplauso, só uma boca jamais fará o beijo. Todos juntos, sim, podem formar a imensa risada, que quando for realmente enorme, Deus vai ouvir e nunca mais vai se sentir sozinho."

É no espírito da poesia de Oswaldo Montenegro que o irmão caçula do cantor, Deto, dirige a diversidade na escola de teatro Oficina dos Menestreis.

O espaço tem o mesmo número de turmas de alunos "convencionais" que de alunos "fora do padrão" comum.

São cadeirantes, cegos, pessoas com síndrome de Down, idosos e, há mais de um mês, iniciou-se um grupo com autistas. Todos com temporadas disputadas de apresentações no Teatro Dias Gomes (Vila Mariana, em São Paulo - Rua Domingos de Moraes, 348).

"A história começou em 2003, quando vi uma moça cadeirante em meio ao Carnaval do Rio, linda, sorridente. Na hora propus a ela para fazermos uma turma só de cadeirantes, que deu muito certo", diz Deto Montenegro, 49.

O espaço artístico, afirma o diretor, não é campo de terapias ou assistencialismo.

"Não faço paternalismo. Para subir ao palco, as pessoas precisam ter o que oferecer. É delicado tratar com a diversidade, mas tenho de ter o controle. Tenho muito orgulho de dirigir cego, cadeirante, down, porém, não abro mão da qualidade artística."

Há 21 anos em São Paulo, Deto é carioca, pai de dois filhos e não teve história ligada a causas sociais.

"O segredo de dar certo é o respeito às diferenças entre as pessoas e encontrar o charme que elas possuem. É difícil ter em um aluno regular a espontaneidade de um aluno com down, a carinha de ternura dele. E por aí vai."

A formação do diretor veio do trabalho ao lado do irmão, desde os 18 anos, em shows teatrais. Estreou em Brasília, ao lado de Cássia Eller e Zélia Duncan. Mais tarde, começou a dar aulas, mas, de acordo com Deto, sem compromisso profissional.

"Faço condicionamento artístico das pessoas. Não tenho a pretensão de formar um ator, mas sim de dar as pessoas a chance de desenvolver seu instinto para o teatro", afirma Deto.

SOCIABILIZAÇÃO

A dona de casa Ana Araújo acorda cedo aos domingos. Sai de Itapevi (Grande São Paulo) e pega trem e metrô para levar o filho André, 12, que tem autismo moderado, para fazer parte do grupo de teatro de Deto Montenegro.

"A ideia é excelente. Trabalha com a estima das pessoas e faz com que elas sejam percebidas pelos outros. Usar a arte para sociabilizar é muito interessante. Meu filho está amando", diz a mãe.

O projeto ainda é incipiente e é acompanhado pela psicóloga Tatiane Cristina Ribeiro, que atua com o público autista na USP e na Unifesp.

"Eles estão fazendo um curso que treina suas habilidades como a improvisação, os olhares, as expressões faciais. Não é uma terapia. No final eles serão outras pessoas, em alguma intensidade."

Diretor do grupo, Deto adota a mesma técnica de ensinar da dos outros alunos.

"Procuro trazê-los para o meu mundo, com humildade. Não tenho de dominar o autismo, preciso enquadrá-los no meu método. Todo humano tem seu lado artístico."

Autismo é um transtorno que afeta a sociabilidade, a comunicação e provoca interesse restrito de atenção.

Sem paternalismo, diretor investe em ator 'fora do padrão'
| Jairo Marques | Folha de S. Paulo | 24/06/2012 |
http://f5.folha.uol.com.br/humanos/1109826-sem-paternalismo-diretor-investe-em-ator-fora-do-padrao.shtml
Jornal de Floripa
http://www.jornalfloripa.com.br/brasil/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=22875


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terça-feira, 26 de junho de 2012

Escola de Salvador ganha prêmio orgulho autista



http://www.educacao.ba.gov.br/node/3378
O Colégio Estadual Raphael Serravale, de Salvador, é um dos vencedores nacionais do VII Prêmio Orgulho Autista 2011/2012. A escola e seu diretor, o Professor Ramilton Cordeiro, foram reconhecidos pela iniciativa de incluir pessoas autistas em salas de aula do ensino regular. A entrega acontece nesta quarta-feira (20), em Brasília, como parte das comemorações do Dia do Orgulho Autista, celebrado nesta semana.


Escola pública de Salvador vence VII Prêmio Orgulho Autista
http://metro1.com.br/portal/?varSession=noticia&varEditoriaId=22&varId=11242


Colégio é premiado por trabalho com estudantes autistas

| 25/06/2012 | SEC - Assessoria de Comunicação - ASCOM |
http://www.educacao.ba.gov.br/node/3378

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sábado, 23 de junho de 2012

Teresina: mãe denuncia parque de diversão por discriminação contra o filho autista

| Astrid Lages | Portal de A a Z | 22/6/2012 |

Mãe do garoto, Ivna Gadelha. Foto: Dantércio Cardoso.
O que era pra ser uma noite feliz entre arquiteta Ivna Gadelha e o filho de cinco anos se transformou em revolta para a mãe e decepção para o garoto. Ao visitar um parque de diversões instalado na zona Leste de Teresina ontem (21), ela viu seu próprio filho ser discriminado e retirado de um brinquedo, onde já estava sentado, pelo fato de ser autista. O empregado alegou que para poder usar a mini montanha russa, a mãe deveria pagar o ingresso de R$ 20 reais para a acompanhante, o que é ilegal.

A mãe do garoto registro Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia dos Direitos Humanos na manhã de hoje (22) e fez a denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE/PI). A promotora de Justiça Myrian Lago afirmou que ainda nesta sexta-feira a diretoria do local será notificada a comparecer em audiência e prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.

Promotora Myriam Lago. Foto: Dantércio Cardoso.
Myriam afirmou que esse mesmo parque, que sempre vem à Teresina nesta época do ano, já foi denunciado em outras duas ocasiões, em 2010 e 2011. Há dois anos, uma criança com deficiência visual também teria passado pela mesma situação, de ser impedida de brincar. Já no ano passado, um funcionário teria dito para a mãe de um menino com paralisia cerebral que só permitiria que o mesmo usasse o brinquedo caso ela assinasse o termo de compromisso. No contrário ele “não se responsabilizaria” pelo que viesse a acontecer. Uma multa de R$ 5 mil foi aplicada e, no caso de Ivna, o valor deve ser maior, por conta da reincidência.

A promotora destacou que em casos como esses pode haver duas repercussões. Na esfera criminal, tendo como base o parágrafo 140, artigo 3°, do código penal, pode ser aplicada a composição de multa ou até mesmo o cumprimento de um a três anos de reclusão por injúria e discriminação. Outra repercussão esperada é a cível, onde cabe a aplicação de multa indenizatória. O pagamento poderá ser feito através de veiculação de mídia visando conscientizar a sociedade acerca do direito das pessoas com deficiência. “Nós iremos tomar todas as medidas necessárias. O que queremos com isso é garantir o direito dessa e outras crianças, além de advertir as pessoas para que esse tipo de coisa não aconteça mais”, destacou a promotora.

“Eu estou fazendo isso não só pelo meu filho, mas representando todas as mães de crianças autistas – ou não – que possam vir a ter que passar pelo que eu passei. A gente precisa conscientizar as pessoas”, esclareceu a arquiteta que também é presidente da Associação Casulo, que atende crianças com autismo.

Mãe denuncia parque de diversão por discriminação contra o filho autista
http://www.portalaz.com.br/noticia/geral/245699_mae_denuncia_parque_de_diversao_por_discriminacao_contra_o_filho_autista.html


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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Comunhão de adolescente com autismo causa polêmica

Moradores se revoltaram com a decisão do padre local, que retirou o menino da fila para a primeira comunhão

| Álisson Coelho | Bom Princípio (RS), 19/06/2012 |

Uma polêmica está colocando em lados opostos a fé e a inclusão de um menino com deficiência em Bom Princípio, no Vale do Caí. A decisão do padre local de não dar a primeira eucaristia para um adolescente com autismo, no último domingo, revoltou os moradores, e tem causado controvérsia.

Cássio Maldaner, 13 anos, estava na fila para entrar na igreja e receber a primeira comunhão com outras 34 crianças. Nos bancos de madeira da Paróquia Nossa Senhora da Purificação, 90 convidados da família esperavam pelo momento sonhado pela mãe, a dona de casa Maria Silvani Maldaner, 41 anos. Minutos antes da cerimonia começar, o padre Pedro José Ritter pediu que Cássio fosse retirado da fila. Ele não participaria da celebração.

Sete anos atrás, Silvani havia buscado informação com o então pároco da cidade, que afirmou que o filho poderia participar da primeira comunhão. Depois esperar o melhor momento, há dois meses ela havia procurado o padre Ritter e explicado a situação. De acordo com religioso, a igreja estipula que, em casos como o de Cássio, não há necessidade de que o fiel passe pelo rito da eucaristia.

- Como a mãe queria muito, e nós não temos catequistas preparadas, pedi a ela que ensinasse ao menino o sentido da eucaristia. Se ele entendesse, ainda que do jeito dele, o que estava acontecendo, e se aceitasse a hóstia, ele poderia participar – afirma.

Mãe e filho treinaram durante um mês e voltaram à igreja para um ensaio. Na ocasião, Cássio se negou a receber a hóstia. Silvani continuou ensinando o menino, para ele pudesse participar da celebração.

- Ficamos de fazer um novo teste, que não aconteceu. Na última sexta-feira ocorreu o ensaio, e eu esperava falar com o padre, mas ele não participou. Como não houve mais nenhuma manifestação, achei que estava tudo certo - conta a mãe.

O religioso, no entanto, afirma que em nenhum momento Cássio aceitou a hóstia. Sem que isso acontecesse, Ritter diz que a orientação à mãe é que se esperasse outro momento para que o adolescente participasse da eucaristia.

- Não houve nenhum tipo de preconceito. A minha decisão apenas foi por esperar por um outro momento, em que ele aceitasse e entendesse o que estava acontecendo - afirma o padre.

Comunidade se mobiliza

A imagem dos pais do adolescente chorando durante a missa comoveu a comunidade. A festa programada foi realizada, mas em clima de tristeza. Moradores de Bom Princípio estão se mobilizando nas redes sociais, contrários a atitude do padre.

Para a família, houve preconceito por parte do religioso. O pai, o agricultor Letus Maldaner, 56 anos, afirma que espera que o filho participe da eucaristia, mas com outro padre.

- Depois que ele tirou o Cássio da fila eu ainda pedi que ele ao menos desse uma benção lá na frente, mas ele se negou. Essa é primeira vez que o meu filho foi discriminado, e isso aconteceu justamente na igreja - afirma Maldaner.

Comunhão de adolescente com autismo causa polêmica em Bom Princípio
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/06/comunhao-de-adolescente-com-autismo-causa-polemica-em-bom-principio-3795483.html

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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cinco perguntas sobre dislexia

Em artigo no site da revista Nova Escola, o fonoaudiólogo Fábio Pinheiro discorre sobre a dislexia e alerta: há um exagero de diagnósticos de dislexia devido, principalmente, à tendência de relacionadas as dificuldades de aprendizado a distúrbios orgânicos.

Não deixe de ler!
Cinco perguntas sobre dislexia
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/cinco-perguntas-dislexia-688413.shtml

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sábado, 16 de junho de 2012

O Estranho Caso da MMS

| Todd Drezner | 14/6/2012 | Huffpost Healthy Living |
Tradução de Argemiro Garcia

Vou dizer algo radical, algo que pode chocar. Prepare-se. Pronto? Aqui vai:
Não é uma boa idéia fazer as crianças beberem alvejante.

Se não está familiarizado com a comunidade do autismo, você pode perguntar por que essa minha declaração poderia ser questionada. Infelizmente, nessa comunidade, onde há divergências sobre tudo, mesmo esta afirmação aparentemente simples causa polêmica.

Essa controvérsia começou durante a conferência Autism One, realizada em Chicago entre 23 e 27 de maio. A conferência é uma grande vitrine para os pais que procuram tratamentos alternativos para autismo, e deu espaço para alguns dos mais famosos defensores da idéia de que as vacinas causam autismo, incluindo o já desacreditado cientista Andrew Wakefield e a mãe-celebridade Jenny McCarthy.

Mas talvez a apresentação do Autism One que mais tenha chamado a atenção este ano foi sobre um tratamento chamado MMS. Nele, Kerri Rivera, a fundadora de uma "Clínica de Autismo baseada em biomedicina na América Latina", explicou "como a MMS (dióxido de cloro) tornou-se a 'peça que faltava' ao quebra-cabeças do autismo" e como a usou para recuperar 38 crianças em 20 meses.

MMS, segundo o seu site, quer dizer Milagrosa Solução Mineral (Miracle Mineral Solution). Vá ao site e lerá que "a resposta para a AIDS, hepatites A, B e C, malária, herpes, tuberculose, mais o câncer e muitos mais das piores doenças da humanidade foi encontrada". Esses tipos de alegações genéricas, mas sem provas, são um claro sinal de charlatanismo, e comparar a MMS à "banha de peixe-elétrico" é a mesma coisa que entender que não há 23 milhões de dólares esperando por você em uma conta bancária da Nigéria.

Ao contrário de certo tipo de pseudociência, no entanto, a MMS pode ser muito prejudicial. Confira os slides da apresentação de Rivera e verá que a MMS é uma mistura de clorito de sódio e ácido cítrico, que, quando misturados, liberam dióxido de cloro. MMS, em outras palavras, é alvejante. Rivera recomenda que seja dada oralmente até oito vezes por dia. Há também um protocolo para enemas ("lavagens" retais), aplicada duas a três vezes por semana, e banhos, que podem ser tomados todos os dias.

Nos seus próprios slides, Rivera admite que a MMS pode causar febres, mas ela chama isso de "coisa boa" e recomenda fazer um enema por dia durante a febre. Ela também fala sobre o que fazer se a criança sofre uma reação de Herxheimer, que pode causar febre, calafrios, hipotensão, hiperventilação, cefaléia, elevação da freqüência cardíaca e dor muscular.

Se você não achar tudo isso terrível o suficiente, poderá ler este depoimento do pai de um menino autista não-verbal que está usando a MMS. Ela está causando vômitos e diarréia, mas o pai está frustrado porque o menino não-verbal não pode lhe dizer o que está sentindo. Bem, como você acha que ele está sentindo?

Vamos dizer o óbvio: não há razão para dar água sanitária a qualquer criança, por qualquer motivo. Não há um pingo de evidência científica de que a MMS é um tratamento eficaz para o autismo. Alguns vendedores de charlatanismo têm visto este como um mercado lucrativo e estão tentando tirar vantagem disso. Mas esse protocolo está muito mais perto de abuso infantil do que de um tratamento médico eficaz.

Infelizmente, a Autism One e aqueles que acorrem à ela têm dificuldade para reconhecer esses fatos simples. Em um post no blog Age of Autism, Julie Obradovic tenta defender a MMS sem, realmente, defendê-la. Em vez disso, ela menciona que a Autism One tem entre seus palestrantes médicos e doutores, e um Prêmio Nobel. Mas a presença de pessoas inteligentes em uma conferência que promove o charlatanismo não muda o fato de que ela está promovendo o charlatanismo.

Em segundo lugar, Obradovic argumenta que a Autism One "está cheia de boas pessoas, bons pais e grandes doutores dispostos a sofrer ataques pessoais, a fim de fazer progressos no tratamento médico de nossas crianças doentes." Se essa caracterização está certa ou não, isso realmente não importa. Novamente, as motivações das pessoas na Autism One são irrelevantes para o tema MMS. Esse é o pior tipo de charlatanismo, e a Autism One lhe deu espaço.

O que acontece é que a MMS se apoia nos mesmos argumentos que sempre dividiram a Comunidade Autista. Muitos blogueiros, durante anos têm atacado a Autism One especificamente e os tratamentos alternativos em geral (na minha opinião, com razão: há muitos tratamentos questionáveis, além da MMS, promovidos na conferência). Muitas pessoas que usam esses tratamentos contra-atacaram. O mesmo se dá com a MMS.

Mas quero deixar de lado esses argumentos, por enquanto. Esqueça todas as divisões na comunidade do autismo e apenas pense na MMS. Se você ouvisse falar sobre esse tratamento e não soubesse para que era, qual seria sua reação?

Para ser justo, alguns poucos comentários postados no post de Age of Autism têm feito este experimento mental e levantado sua voz sobre para que a MMS serve. Mas é preciso haver mais do que apenas alguns.

A questão aqui não é sobre o que causa o autismo, como tratar o autismo, ou se o autismo pode ser curado. A questão não é sobre o autismo. A questão é simplesmente se você acredita que está empurrar alvejante goela abaixo das crianças ou pelos seus intestinos.

Há muitas coisas para se discutir na Comunidade Autismo. MMS não é um deles.

Há uma petição no Change.org que solicita ao FDA, à Comissão Federal de Comércio e ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos que emitam ordens de cessação da venda da MMS. Como é dirigida a órgãos federais dos Estados Unidos, não deve haver impacto se estrangeiros residentes em outros países a assinarem, mas você pode tomar ciência do seu conteúdo.

The Curious Case of Autism and MMS
http://www.huffingtonpost.com/todd-drezner/autism-cure_b_1588498.html


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terça-feira, 12 de junho de 2012

Freezer desliga e banco de cérebros autistas se perde

Uma perda irreparável.

O maior banco de amostras de cérebros de pessoas autistas, que ficavam guardadas em um freezer do McLean Hospital, afiliado à Escola de Medicina de Harvard, foi profundamente danificado.

O Centro de Pesquisas de Tecidos Cerebrais de Harvard, do McLeans hospital, em Belmont, Massachussets, está investigando porque o aumento da temperatura não fez soar os dois alarmes de emergência. O freezer que desligou mantinha 150 amostras de cérebros, incluindo 53 cérebros de autistas destinados a pesquisas sobre a causa e tratamentos do autismo. Este material pertencia à coleção de 168 cérebros da Autism Speaks, um grupo de Nova York que armazenava parte dela no centro.

Em carta do Chefe do seu Departamento Científico, a Autism Speaks informou que houve perda de porções dos 53 cérebros, e que outras partes destes continuam disponíveis para outras pesquisas.

A Dra. Francine Benes, diretora do Centro de Pesquisas de Tecidos Cerebrais de Harvard, disse em entrevista que a perda vai atrasar a pesquisa sobre autismo: "Vai atrasar, ná há dúvida disso. A questão é: quanto vai atrasar?"

Brain-Bank Glitch Mars Research Into Autism
| Jennifer Levitz | The Wall Street Journal | 11/6/2012 |
http://online.wsj.com/article/SB10001424052702303901504577460690416098130.html

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Prêmo Orgulho Autista 2011


Seguem os agraciados com o VII Prêmio Orgulho Autista 2011/2012.

A entrega será no dia 20 de junho de 2012, tradicionalmente realizada como nos anos anteriores, nos estúdios da Rádio Nacional, em Brasília, com transmissão ao vivo para todo o território brasileiro, de 10h00 às 12h00.

Desde 2005, o Conselho Brasileiro do Prêmio Orgulho Autista, formado por pessoas ligadas ao tema de todo o Brasil, busca evidenciar personalidades e instituições que se destacaram de forma significativa na vida de autistas, agraciando-os em diversas categorias, conforme suas realizações.

No primeiro momento, os membros do Conselho indicam os concorrentes e apresentam as defesas com o motivo pelo qual essas pessoas e instituições foram incluídas como candidatas. Na segunda fase, os integrantes do grupo votam naqueles que acreditam merecer a homenagem. Naturalmente, os mais votados são os vencedores.

A entrega do VII Prêmio Orgulho Autista é referente aos destaques de 2011 e será realizada no dia 20 de junho de 2012, como parte das celebrações alusivas ao Dia do Orgulho Autista, às 10h, tradicionalmente como nas edições anteriores, nos estúdios da Rádio Nacional, em Brasília, com transmissão ao vivo para todo o território nacional.

I - Livro Destaque:
Liê Ribeiro - O meu filho autista, o reencontro definitivo. Rio de Janeiro: Agbook Editora, 2011.
II - Diretor e Escola Destaque:
Diretor Ramilton Cordeiro. Colégio Estadual Raphael Serravalle. Salvador, Bahia.
III - Professor Destaque:
Professora Ângela Ferreira. Centro de Ensino Especial 1 de Sobradinho. Sobradinho, Distrito Federal.
IV - Médico Destaque:
Neurologista Carla Gikovate. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
V - Psicólogo Destaque:
Psicóloga Gisele  Wagenführ Tridapalli. Associação dos Amigos dos Autistas de Florianópolis. Florianópolis, Santa Catarina.
VI - Político Brasileiro Destaque:
Senador Lindberg Farias. Partido dos Trabalhadores. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
VII - Imprensa Rádio Destaque:
Pastor Donizeti Santos. Rádio Redentor AM. Taguatinga, Distrito Federal.
VIII - imprensa Televisão Destaque:
Apresentadora Karen Albuquerque. Repórter Justiça. Exibido em 12/04/2011. TV Justiça.
IX - Imprensa Escrita - Revista Destaque:
Editor Paiva Júnior. Revista Autismo. São Paulo, São Paulo.
X - Imprensa Escrita - Jornal Destaque:
Jornalista Márcia Néry. "Teste para o Autismo" - Publicada em 18/06/2011. Correio Braziliense. Brasília, Distrito Federal.
XI - Imprensa Fotografia Destaque:
Fotógrafo Renato Araújo. Congresso Nacional Iluminado Azul.Publicada em 02/04/2011. Empresa Brasileira de Comunicação.
Congresso iluminado de azul.

XII - Internet Destaque:
Presidente Cláudia Moraes.  www.apadem.com.br. Volta Redonda, Rio de Janeiro.
XIII - Pessoa e Organização Não-Governamental Destaque:
Presidente Horácio Campos. Associação dos Amigos dos Autistas do Distrito Federal - AMA/DF. Riacho Fundo, Distrito Federal.
XIV - Pessoa e Órgão Público ou Empresa Privada Destaque:
Defensora Pública Renata Tibyriçá. Defensoria Pública do Estado de São Paulo. São Paulo, SP.
XV - Atitude Destaque:
Padre Samuel Ferreira do Carmo. Arquidiocese De Brasília. Paróquia Do Verbo Divino. Brasília, DF.


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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Doações para o filme Arthur e o Infinito

O filme Arthur e o Infinito é um projeto da cineasta Julia Rufino Garcia, que contará a história de Marina e César, pais de Sofia, 10 anos, e Arthur, 6 anos. Quando bebê, Arthur começou a apresentar um comportamento diferente: sua comunicação era precária, parecia não ouvir quando seus pais o chamavam e quase não tinha contato visual. Essas características levaram os pais a procurarem médicos e especialistas. Quando Arthur completa seis anos, é diagnosticado como autista. A mãe decide dedicar-se unicamente a tentar desenvolvê-lo o máximo possível, questionando a sua própria capacidade de lidar com o filho.

Agora, o projeto está em um portal onde podem ser feitas doações - a partir de R$10,00 - para a realização do filme.

Fazer a doação é muito simples:
  1. Clique no link: DOAÇÃO ARTHUR E O INFINITO
  2. Clique em Quero apoiar este projeto
  3. Preencha seus dados e confirme a doação
O menino Arthur

Contatos:
arthureoinfinito@gmail.com
juliarufinogarcia@gmail.com

Facebook:
www.facebook.com/arthureoinfinito

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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Novas drogas, nova esperança

| Julie Steenhuysen | MSNBC | Reuters | 21/05/2012 |


CHICAGO - Lynn e Neil Balter sempre tiveram medo do teatrinho da escola primária de seu filho Jack.

O pai de Jack o segura no colo e o beija. Foto de Joshua Lott, Agência Reuters.
17/5/2012 - Jack Balter, nove anos de idade, ganha um beijo do pai, Neil, em sua casa em Scottsdale, Arizona.
 Quando Jack estava no palco com os colegas, o barulho, as luzes, a multidão quase sempre o perturbavam, e ele "começava a rodar", vagando ao redor do palco ou girando em círculos, conta Lynn. "Geralmente, virava uma situação embaraçosa", acrescenta ela.

Mas em uma apresentação de dança na escola de Jack em Scottsdale, Arizona, em dezembro passado, foi diferente. "Ele estava uma batida atrasado na dança, mas fez a coisa toda", diz Neil. "Ele participou e tocou o barco com toda a classe."

Depois, a professora de Jack cumprimentou os Balters em lágrimas. "Eu não sei o que está acontecendo com esse garoto, mas é um milagre que isso aconteça, eu tenho um garoto diferente na escola", ela disse a eles.

Jack, 9 anos, tem autismo. O que a professora não sabia é que Jack participava de um teste clínico de um medicamento destinado a superar alguns dos prejuízos sociais associados ao autismo, um espectro de transtornos que vai de uma falta de jeito e interesses restritos, como visto na síndrome de Asperger, à comunicação grave e deficiência intelectual.

Durante anos, o melhor que os médicos foram capazes de oferecer aos pacientes com autismo era terapia intensiva e anti-psicóticos, drogas como o Risperdal da Johnson & Johnson, para atenuar alguns dos comportamentos extremos associados à sua condição - birras, agressividade e auto-flagelação. Anti-psicóticos tranquilam os pacientes. Mas não resolvem os problemas sociais e de comunicação que tornam impossível para muitas crianças autistas desenvolver maiores relacionamentos com suas famílias e colegas e crescer funcionando independentemente dos adultos.

Como a experiência de Jack sugere, isso pode estar prestes a mudar. Os pesquisadores estão realizando testes avançados das primeiras drogas expressamente destinadas a corrigir os problemas de sinalização induzidos geneticamente no cérebro que resultam em autismo. As primeiras indicações são positivas o suficiente para oferecer uma nova esperança para as famílias e despertar o interesse de empresas farmacêuticas.

Para os pacientes, esta investigação "pode não resolver o autismo, mas pode resolver a agressão e a sobrecarga sensorial que levam a uma série de questões comportamentais", diz Isaac Pessah, um pesquisador de autismo da Universidade da Califórnia em Davis, que não está envolvido nesses testes.

As empresas farmacêuticas suíças Novartis International AG e Roche Holding AG, bem como a empresa de capital fechado Seaside Therapeutics em Cambridge, Massachusetts, têm medicamentos em fase final de testes visando a síndrome do X Frágil, a forma mais comum de deficiência mental herdada e a causa genética conhecida mais comum do autismo. E, apesar de o X Frágil representar apenas uma pequena porcentagem de pacientes com autismo, estudos preliminares sugerem que a droga pode funcionar em outras formas de autismo, também.

Se os estudos atuais forem suficientes para satisfazer as agências reguladoras dos Estados Unidos, as primeiras drogas poderão estar disponível dentro de poucos anos e, se isso acontecer, servirão a uma população crescente. Os últimos dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças estimam que cerca de 1 em 88 crianças nos Estados Unidos têm autismo, quase dobrando a taxa de 2002.

Mesmo assim, o número de estudos de drogas permanece pequeno e os próprios ensaios têm sido relativamente poucos. Daqueles que foram completados, o efeito tem sido dramática em alguns pacientes, mas desprezível nos demais.

"Este é um novo dia, e isso é instigante", diz o Dr. Thomas Insel, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental, em Bethesda, Maryland, um dos Institutos Nacionais de Saúde. "Mas temos que ter o pé no chão e lembrar que podem haver muitas falhas ao longo do caminho antes de chegar a um tratamento que seja eficaz e seguro."

Cientista louco

Quando pequeno, Jack Balter era hiperativo. Ele ficava hipnotizado pelas rodas dos caminhões de brinquedo ou qualquer outra coisa que girasse, ficava na ponta dos pés, tapava os ouvidos - todos os sinais clássicos do autismo. "Sequer sabíamos o que era o autismo, por isso não sabíamos que era algo fora do comum", diz Lynn, 52.
Joshua Lott / Reuters - Jack Balter joga cabo-de-guerra com a irmã Brianna em sua casa em Scottsdale, Arizona, em 17 de maio.
Jack Balter joga cabo-de-guerra com a irmã Brianna.

Jack foi diagnosticado com autismo um pouco antes de seu terceiro aniversário. Desde então, teve cerca de 60 horas de terapia intensiva por semana, incluindo a fala, fisioterapia e terapia interação social. Cerca de 10 por cento das crianças autistas que recebem terapia intensiva "florescem", tendo uma rápida melhora à medida que crescem, de acordo com um recente estudo publicado na revista Pediatrics.

"Tivemos sorte. Ele respondeu", diz Lynn. Jack está agora em uma classe de aula regular, com um cuidador em tempo integral.

Em um vídeo familiar postado no YouTube, Jack coloca para fora suas ambições: "Por fora, sou apenas um garoto normal, mas, por dentro, eu sou um cientista louco.". Ele diz que, quando crescer, ele quer ser oceanógrafo, meteorologista, climatologista, vulcanólogo e sismólogo.

Mas, mesmo com a terapia, Jack luta para interagir com o mundo à sua volta, falando cansativamente sobre seus temas favoritos, sem nunca praticar esportes ou assistir desenhos animados, ficando muito perto das pessoas. Para outras crianças, ele parece estranho.

"Ele sempre esteve em seu próprio túnel", diz Lynn.

Em novembro passado, Jack foi inscrito em um teste do composto STX209 da Seaside, ou arbaclofen. Arbaclofen contém um dos ingredientes ativos de um medicamento mais antigo, baclofen, que tem sido utilizado desde 1960 para o tratamento de paralisia cerebral.

Jack fazia parte de um estudo aleatório com 150 crianças com autismo. Nem seus pais nem seus médicos sabiam se ele recebeu a droga ou um placebo.

Os pais de Jack estão convencido de que ele toma o remédio. Neil, de 51 anos, que fundou a empresa de armários personalizados California Closets aos 17 anos e agora tem outro negócio semelhante em casa, plotou em um gráfico o progresso de Jack durante os testes. "Você pode ver, quando ele chegou à dose de 10 miligramas, aos 18 dias", ele chegou em casa com um relatório positivo da professora, Neil diz.

Os professores não sabiam sobre o teste, mas sabiam que, de repente, algo ficara diferente. Carrie Cunningham, professora de Jack na terceira série, diz que o menino estava mais concentrado e conseguia se expressar melhor e suas emoções estavam na maior parte em cheque. "Sua auxiliar e eu notamos uma mudança quase que imediatamente", ela conta.

Elas também perceberam quando o ensaio terminou. "Foi um pesadelo", diz Cunningham. "Tudo de repente, tudo trazia lágrimas aos seus olhos. Tudo era uma batalha."

Duas semanas mais tarde, Jack começou em um estudo de acompanhamento em que seus pais sabem que ele está recebendo a droga, e Jack mais uma vez melhorou.

Neil diz que, numa escala de 1 a 10, com 1 sendo uma deficiência grave e 10 sendo normal, ele costuma pensar em Jack como um 5. Desde que Jack passou a tomar arbaclofen, Neil o vê nos 7,5.

New drugs, fresh hope for autism patients
http://www.msnbc.msn.com/id/47630513/ns/health-mental_health/


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