segunda-feira, 30 de julho de 2012

Lançamento: livro de Fátima Dourado em Salvador

Capa do livro, ilustrada com um retrato da Casa da Esperança.
A pediatra e psiquiatra cearense Fátima Dourado, fundadora e diretora técnica da Casa da Esperança, estará em Salvador em 31 de agosto próximo para a divulgação de seu livro Autismo e Cérebro Social – Compreensão e Ação. O evento acontecerá na Livraria Saraiva do Salvador Shopping. O livro apresenta sua trajetória de superação e ajuda leigos e profissionais e entenderem melhor esse transtorno de desenvolvimento e relacionamento.

Fátima faz um relato emocionado dos desafios e conquistas desde o diagnóstico de autismo dos filhos Giordano Bruno e Pablo, hoje adultos. Cita os personagens e os percalços de sua caminhada até hoje, quando pode oferecer a pais e mães de filhos autistas as respostas que não teve no passado. Há 19 anos, ela e outras oito mães de filhos autistas fundaram a Casa da Esperança. Atualmente, a entidade atende 400 pessoas com autismo em regime intensivo, de quatro ou oito horas por dia e realiza mais de mil procedimentos ambulatoriais diariamente, na condição de unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Como médica, Fátima aborda critérios diagnósticos, métodos e técnicas de intervenção, uso de medicamentos, orientação familiar, casos clínicos e situações de vida. Escreve com conhecimento de causa, mesclando ciência e amor no tratamento do autismo.

A autora

Fátima Dourado é pediatra formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Associação Médica Brasileira. Exerce, há 19 anos, Psiquiatria da Infância e da Adolescência, com ênfase nos transtornos do espectro do Autismo. Fundadora e diretora clínica da Casa da Esperança, é presidente da Associação Brasileira de Ação por Direitos da Pessoa com Autismo (Abraça). Também é conferencista com participações em simpósios e congressos sobre Autismo no Brasil e no Exterior.

Para saber mais:
http://cronicaautista.blogspot.com.br/p/fatima-dourado.html
Afaga: (71) 9975-7814

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terça-feira, 24 de julho de 2012

Autismo, esquizofrenia e transtorno bipolar podem compartilhar fatores subjacentes

| Science Daily | 2/7/2012 | Tradução Argemiro Garcia |

ScienceDaily (2 de julho de 2012) -
Uma nova pesquisa liderada pelo Dr. Patrick F. Sullivan, membro do Real Colégio Australiano e Neozelandês de Psiquiatras e médico geneticista da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, aponta para um maior risco de transtornos do espectro autista (TEA) entre indivíduos cujos pais ou irmãos foram diagnosticados com esquizofrenia ou transtorno bipolar.

As descobertas se baseiam em um estudo de caso-controle utilizando registros da população da Suécia e Israel. O grau em que esses três transtornos compartilham uma base de causalidade "tem implicações importantes para clínicos, pesquisadores e pessoas afetadas pelos distúrbios", de acordo com um relatório de pesquisa publicada online em 2 de julho de 2012 na revista Archives of General Psychiatry.

"Os resultados foram muito consistentes em amplas amostras de muitos países diferentes e nos levam a crer que autismo e esquizofrenia são mais parecidos do que pensávamos", disse Sullivan, professor do Departamento de Genética e diretor de Psquiatria Genômica na Universidade da Carolina do Norte.

Sullivan e colegas concluíram que a esquizofrenia nos pais foi associada a um risco quase três vezes maior de TEA em grupos de Estocolmo e toda a Suécia.

Esquizofrenia em um irmão também foi associada a cerca de duas vezes e meia o risco de autismo no grupo nacional sueco e um risco doze vezes maior em uma amostragem de recrutas militares israelenses. Os autores especulam que a última descoberta de Israel resultou de indivíduos com esquizofrenia inicial precoce, "que tem uma maior recorrência entre irmãos."

O transtorno bipolar mostrou um padrão semelhante de associação, mas de magnitude menor, indicam os resultados do estudo.

"Nossas descobertas sugerem que o TEA, a esquizofrenia e o transtorno bipolar compartilham fatores de risco etiológicos", afirmam os autores. "Sugerimos que futuras pesquisas poderiam tentar discernir os fatores de risco comuns a estas perturbações."

Os coautores do estudo junto com Sullivan são Cecilia Magnusson, MD, PhD, Christina M. Hultman, PhD, Niklas Langstrom, MD, PhD, Paul Lichtenstein, PhD, Marcus Bowman, BS, Christina Dalman, MD, PhD, Anna C. Svensson, PhD e Michael Lundberg, MPH, do Instituto Karolinska, de Estocolmo, Suécia; Abraham Reichenberg, PhD, Kings College, Londres, Inglaterra, Michael Davidson MD, e Mark Weiser, MD, Sheba Medical Center e Universidade de Tel Aviv, Israel, Eyal Fruchter, MD Israel Defense Force Medical Corp, Ramat Gan, Israel.

O estudo foi financiado em parte pelo Conselho Sueco de Pesquisa em Vida de Trabalho e Social, o Conselho de Pesquisa Sueco e a Fundação Beatriz e Samuel A. Seaver.

Autism, Schizophrenia and Bipolar Disorder May Share Common Underlying Factors, Family Histories Suggest
http://www.sciencedaily.com/releases/2012/07/120702210216.htm

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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Ácido fólico na gravidez previne autismo

| Portal Fator Brasil | 20/07/2012 |

Uma pesquisa que acaba de ser divulgada pelo American Journal of Clinical Nutrition comprova que as mulheres que consomem cerca de 600 microgramas diárias de vitamina B-9 (também conhecida como ácido fólico) têm maiores chances de proteger os filhos contra o autismo e outras doenças, como a anencefalia e a espinha bífida (mielomenigocele).

A forma mais prática de promover o provimento da vitamina B-9 é por meio do consumo de farinhas de milho, que são enriquecidas com ácido fólico, por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Além disso, as farinhas de milho também são enriquecidas com ferro, para evitar a anemia.

A pesquisa foi realizada entre 2003 e 2009, período em que o estudo analisou as informações de 837 mães de filhos autistas entre dois e cinco anos. O trabalho de investigação foi iniciado três meses antes das mulheres engravidarem e seguiu até o final da gestação. A quantidade e a frequência de ingestão do ácido fólico foram avaliadas em cada caso.

A ingestão de vitamina B-9 também concorre para evitar o mal de Alzheimer, reduz o risco de doenças cardíacas e derrames, contribui para controlar a pressão arterial e é recomendada no tratamento de várias anemias.

Consumo de farinha de milho na gravidez diminui risco de autismo e de outras doenças
http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=210819

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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Brasileiro é o melhor professor da Flórida com trabalho inclusivo

Um brasileiro que emigrou para os Estados Unidos em 1995 e dá aulas para autistas junto com outras crianças em uma pré-escola pública inclusiva recebeu, no dia 12 de julho, o prêmio de melhor professor do Estado da Flórida e concorre ao título de melhor professor daquele País.

Alexandre Lopes, que tem 43 anos, já foi comissário de bordo da PanAir, de onde saiu em um programa de demissão voluntária, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001. Acabou por se dedicar ao ensino, retomando um velho desejo de infância. Sua ideia era se tornar um professor de línguas estrangeiras, mas uma conselheira vocacional sugeriu que fizesse, além do curso de educação, um curso introdutório em educação especial na primeira infância.


Alex está sentado no chão com seu aluno no colo.  Foto de Carla Guarilha.
Alex Lopes com um de seus "aluninhos", na pré-escola Carol City Elementary. Foto: Carla Guarilha.
  Ele conta que se apaixonou pela área e sua professora se apaixonou pelo seu trabalho, recomendando-o para uma bolsa de mestrado na Universidade de Miami. Ele foi aprovado no processo seletivo com bolsa integral e, assim que completou seus créditos e estágios obrigatórios, recebeu o convite para iniciar uma turma de educação inclusiva na Carol City Elementary, onde está desde 2005, com um salário mais baixo do que recebia quando era comissário de bordo, mas desenvolvendo um trabalho reconhecido.

Além do trabalho na pré-escola, Lopes faz doutorado na Universidade Internacional da Flórida, onde também estuda com bolsa integral, e o Projeto Rise, uma iniciativa federal que estimula a formação continuada de professores de escolas com população carente no país.

O processo da premiação começou com uma votação entre os colegas da escola em que trabalha, no condado de Miami-Dale, que tem cerca de 25 mil docentes. Preparou então um material com dezenas de páginas, explicando sua filosofia educacional, motivações e método de ensino.

Alexandre conduz o que é chamado de LEAP (Learning Experience: Alternative Program - Experiência de Aprendizado: Programa Alternativo). Leciona para dois grupos de doze e treze crianças com idades de três a cinco anos, a idade pré-escolar nos Estados Unidos. Parte dos alunos é autista e, como a Carol City Elementary fica em uma região de baixo poder aquisitivo, a maioria dos estudantes pertence a minorias dentro da sociedade americana. Alguns ainda são filhos de imigrantes e não têm o inglês como idioma nativo.

-"É uma inclusão total e irrestrita, da maneira que eu gosto, com alunos deficientes, imigrantes, minorias... Como eu acho que a sociedade deveria ser", conta. Ele diz que sua abordagem é "holística" e afirma que se envolve em todos os aspectos da vida de seus "aluninhos", tanto na parte acadêmica quanto emocional e social. Isso significa incluir todos os membros mais próximos da família no processo escolar, muitos deles ainda vivendo o luto do diagnóstico de autismo.

Aceitando a diversidade

Na sua sala de aula, todos são iguais:


Alex dá aula para as crianças sentadas no chão.  Foto de Carla Guarilha.
O brasileiro Alexandre Lopes, melhor professor da Flórida, dá aula para seus alunos com igualdade e inclusão. Foto: Carla Guarilha.
 -"Eu não diferencio meus alunos. Procuro ser consistente para fazer com que meus alunos com autismo tenham os outros como modelo, e para fazer com que meus outros alunos aceitem todas as diferenças que existem na nossa sociedade", explica Alex, como alunos e colegas de trabalho o chamam. As técnicas variam de acordo com o conteúdo das aulas. Música e dança são elementos que predominam, mas a tecnologia também ajuda os pequenos estudantes a se expressarem.
Entre os equipamentos está uma tela que reproduz, ao toque de um botão, mensagens pré-gravadas na voz dele ou de um estudante. O instrumento é usado pelos alunos autistas para que eles possam comunicar o reconhecimento dos símbolos, um processo que, segundo Lopes, acontece nestas crianças de maneira diferente das demais.

Para aprender a construir palavras, os aluninhos usam blocos de madeira que representam cada letra e os unem e separam para formar sílabas, sempre atentos aos sons das palavras para compreender a relação entre as rimas e a formação das palavras com grafia parecida. "Isso serve para tirar a palavra do abstrato e torná-la uma coisa concreta, o que é muito importante para crianças com deficiência", explica.

Alexandre também digitaliza as páginas de livros, ocultando as frases escritas para reescrever a história a partir das imagens de forma coletva e, assim, conseguir tirar das crianças a linguagem construída durante as demais atividades.

-"Eu tive uma vida muito feliz, de muitas alegrias. Mas as alegrias que eu encontro com o sucesso dos meus alunos não se comparam com nada que eu já experimentei", comemorou Alex, que tem grande admiração pelos pais de alunos com deficiência. "Essas crianças são filhas desses indivíduos, mas elas também são parte da nossa sociedade, é injusto que deixemos esses pais sozinhos com o grande desafio que enfrentam."

Alberto Carvalho, superintendente do condado de Miami-Dale, disse que "o tema da competição desta noite era mágica e Alex estava definitivamente um passo à frente. Ele faz mágica na sua sala de aula todos os dias, compartilhando suas maravilhosas habilidades com crianças com deficiência que se beneficiam da mágica que ele lhes traz".

Assista ao vídeo de Chris Delboni, feito em março de 2012, quando Alex recebu o prêmio de melhor professor do condado, clicando no link abaixo:
Alexandre Lopes, brasileiro radicado em Miami, é escolhido melhor professor do ano de todo condado de Miami-Dade

Com base em artigos publicados no jornal Olhar Direito, no blog Direto de Miami e no Miami Herald:Brasileiro concorre ao prêmio de melhor professor dos EUA


http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Brasileiro_concorre_ao_premio_de_melhor_professor_dos_EUA&edt=29&id=269491

Brasileiro é escolhido melhor professor do ano de todo condado de Miami-Dale
http://colunistas.ig.com.br/diretodemiami/2012/03/20/brasileiro-e-escolhido-melhor-professor-do-ano-de-todo-condado-de-miami-dade/

Carol City special needs teacher is Florida Teacher of the Year
http://www.miamiherald.com/2012/07/12/2893348/carol-city-special-needs-teacher.html

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Estudo: papel do sistema imune no autismo

CALTECH (EUA) - Alterações específicas em um sistema imunológico hiperativo podem efetivamente contribuir para comportamentos autísticos em ratos, mostra nova pesquisa.


Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), há uma década, foram pioneiros no estudo da ligação entre irregularidades no sistema imunológico e distúrbios do desenvolvimento neurológico, como o autismo. Desde então, estudos de cérebros post mortem e de indivíduos autistas, bem como estudos epidemiológicos, vêm apoiando a correlação entre as alterações no sistema imune e desordens do espectro autista.

O que permanecia sem resposta, todavia, é se essas alterações imunes desempenham um papel causal no desenvolvimento da condição ou são meramente um efeito colateral.

Agora, um novo estudo da Caltech sugere que alterações específicas de um sistema imunológico hiperativo podem efetivamente contribuir para comportamento autísticos em camundongos e que, em alguns casos, esta ativação pode estar relacionada ao que o feto experimentou em seu desenvolvimento no útero.

Os resultados aparecem em um artigo esta semana no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

"Já suspeitávamos que o sistema imunológico tem seu papel no desenvolvimento dos transtornos do espectro autista", diz Paul Patterson, professor de Ciências Biológicas da Caltech, que liderou o trabalho. "Em nossos estudos com um modelo-camundongo embasado em um fator de risco ambiental para o autismo, descobrimos que o sistema imunológico da mãe é um fator chave em eventuais comportamentos anormais da descendência."

O primeiro passo do trabalho foi estabelecer um modelo-camundongo que amarrasse os comportamentos relacionados ao autismo com alterações imunológicas. Diversos estudos epidemiológicos de vulto -incluindo um que acompanhou o histórico médico de cada pessoa nascida na Dinamarca entre 1980 e 2005 - encontraram uma correlação entre a infecção viral durante o primeiro trimestre da gravidez de uma mãe e um maior risco para o transtorno do espectro do autismo em seu filho.

Para modelar isso, os pesquisadores injetaram fêmeas de camundongo prenhas com uma imitação viral que desencadeou o mesmo tipo de resposta imune de uma infecção viral.

"Nos ratos, essa única agressão à mãe traduziu-se em alterações comportamentais e neuropatologias relacionadas ao autismo na prole", diz Elaine Hsiao, estudante de pós-graduação do laboratório de Patterson e principal autora do papel de PNAS.

A equipe observou que os filhotes apresentaram os principais sintomas comportamentais associados às desordens do espectro autista - comportamentos repetitivos ou estereotipados, diminuição da interação social e comunicação prejudicada.

Em camundongos, isso se traduz em comportamentos como enterrar compulsivamente mármores colocados em sua gaiola, auto-limpeza excessiva, passar maior tempo isolado ou com um brinquedo ao invés de interagir com outro rato, ou vocalizações ultra-som com menos frequência ou de uma forma alterada em relação ao ratinhos típicos.

Em seguida, os investigadores caracterizaram o sistema imunitário da descendência de mães que tinham sido infectadas e descobriu que a descendência exibia um certo número de alterações imunológicas. Algumas dessas mudanças são comparáveis àquelas observadas em pessoas autistas, incluindo diminuição dos níveis de células T reguladoras, que desempenham um papel fundamental na supressão da resposta imune.

Tomadas em conjunto, as alterações imunes observadas somam-se a um sistema imunológico hiperestimulado que causa inflamações.

"Notavelmente, vimos essas anormalidades imunológicas, tanto na descendência jovem como adulta de mães com o sistema imunológico ativado", diz Hsiao. "Isso nos diz que uma alteração pré-natal pode resultar em consequências a longo prazo para a saúde e desenvolvimento."

Com o modelo-camundongo criado, o grupo foi, então, capaz de testar se os problemas do sistema imunológico da prole contribuem para o autismo e os comportamentos relacionados. No teste mais revelador dessa hipótese, os pesquisadores foram capazes de corrigir muitos dos comportamentos autistas da prole de mães imuno-ativadas, dando à prole um transplante de medula óssea de camundongos normais.

As células tronco normais da medula óssea transplantada não só reabasteceram o sistema imune dos animais hospedeiros, mas alteraram suas deficiências comportamentais autistas.

Os investigadores enfatizam que, embora o trabalho tenha sido realizado em ratinhos, os resultados não podem ser diretamente extrapolados para seres humanos, e certamente não sugerem que transplantes de medula óssea devam ser considerados um tratamento para o autismo. Eles também têm ainda que estabelecer se foi a infusão de células tronco ou o procedimento de transplante de medula óssea em si - competa com irradiação - que corrigiu os comportamentos.

No entanto, Patterson diz que os resultados sugerem que irregularidades imunológicas em crianças pode ser um alvo importante para novas manipulações do sistema imunológico no tratamento dos comportamentos associados aos transtornos do espectro autista. Ao corrigir esses problemas imunológicos, diz ele, talvez seja possível melhorar alguns dos clássicos atrasos de desenvolvimento vistos no autismo.

Em estudos futuros, os pesquisadores planejam examinar os efeitos de tratamentos anti-inflamatórios altamente direcionados em ratos que apresentam comportamentos relacionados ao autismo e alterações imunológicas.

Também estão interessados em considerar as bactérias e microbiota gastrointestinais (GI) desses camundongos. O coautor Sarkis Mazmanian, professor de Biologia da Caltech, mostrou que as bactérias intestinais estão intimamente ligados à função do sistema imunológico. Ele e Patterson estão investigando se as alterações na microbiota desses ratos também podem influenciar os seus comportamentos relacionados ao autismo.

O trabalho foi financiado por uma bolsa de estudos Weatherstone da Autism Speaks, bolsa de Pós-Graduação dos National Institutes of Health, uma doação da Fundação Weston Havens, uma bolsa de Inovação Caltech O. Gregory e Jennifer W. Johnson, uma bolsa de inovação Caltech e um Programa de Pesquisa Dirigida pelo Prêmio Programa de Pesquisa Médica de Desenvolvimento de Idéias Dirigido Congressualmente.

Mais sobre a Caltech: http://media.caltech.edu/

Study: Immune system has role in autism

| Kimm Fesenmaier | Caltech | 18/7/2012 |
http://www.futurity.org/top-stories/study-supports-immune-system%E2%80%99s-role-in-autism/

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terça-feira, 3 de julho de 2012

Sem paternalismo, diretor investe em ator 'fora do padrão'

"Só uma das mãos não faz o aplauso, só uma boca jamais fará o beijo. Todos juntos, sim, podem formar a imensa risada, que quando for realmente enorme, Deus vai ouvir e nunca mais vai se sentir sozinho."

É no espírito da poesia de Oswaldo Montenegro que o irmão caçula do cantor, Deto, dirige a diversidade na escola de teatro Oficina dos Menestreis.

O espaço tem o mesmo número de turmas de alunos "convencionais" que de alunos "fora do padrão" comum.

São cadeirantes, cegos, pessoas com síndrome de Down, idosos e, há mais de um mês, iniciou-se um grupo com autistas. Todos com temporadas disputadas de apresentações no Teatro Dias Gomes (Vila Mariana, em São Paulo - Rua Domingos de Moraes, 348).

"A história começou em 2003, quando vi uma moça cadeirante em meio ao Carnaval do Rio, linda, sorridente. Na hora propus a ela para fazermos uma turma só de cadeirantes, que deu muito certo", diz Deto Montenegro, 49.

O espaço artístico, afirma o diretor, não é campo de terapias ou assistencialismo.

"Não faço paternalismo. Para subir ao palco, as pessoas precisam ter o que oferecer. É delicado tratar com a diversidade, mas tenho de ter o controle. Tenho muito orgulho de dirigir cego, cadeirante, down, porém, não abro mão da qualidade artística."

Há 21 anos em São Paulo, Deto é carioca, pai de dois filhos e não teve história ligada a causas sociais.

"O segredo de dar certo é o respeito às diferenças entre as pessoas e encontrar o charme que elas possuem. É difícil ter em um aluno regular a espontaneidade de um aluno com down, a carinha de ternura dele. E por aí vai."

A formação do diretor veio do trabalho ao lado do irmão, desde os 18 anos, em shows teatrais. Estreou em Brasília, ao lado de Cássia Eller e Zélia Duncan. Mais tarde, começou a dar aulas, mas, de acordo com Deto, sem compromisso profissional.

"Faço condicionamento artístico das pessoas. Não tenho a pretensão de formar um ator, mas sim de dar as pessoas a chance de desenvolver seu instinto para o teatro", afirma Deto.

SOCIABILIZAÇÃO

A dona de casa Ana Araújo acorda cedo aos domingos. Sai de Itapevi (Grande São Paulo) e pega trem e metrô para levar o filho André, 12, que tem autismo moderado, para fazer parte do grupo de teatro de Deto Montenegro.

"A ideia é excelente. Trabalha com a estima das pessoas e faz com que elas sejam percebidas pelos outros. Usar a arte para sociabilizar é muito interessante. Meu filho está amando", diz a mãe.

O projeto ainda é incipiente e é acompanhado pela psicóloga Tatiane Cristina Ribeiro, que atua com o público autista na USP e na Unifesp.

"Eles estão fazendo um curso que treina suas habilidades como a improvisação, os olhares, as expressões faciais. Não é uma terapia. No final eles serão outras pessoas, em alguma intensidade."

Diretor do grupo, Deto adota a mesma técnica de ensinar da dos outros alunos.

"Procuro trazê-los para o meu mundo, com humildade. Não tenho de dominar o autismo, preciso enquadrá-los no meu método. Todo humano tem seu lado artístico."

Autismo é um transtorno que afeta a sociabilidade, a comunicação e provoca interesse restrito de atenção.

Sem paternalismo, diretor investe em ator 'fora do padrão'
| Jairo Marques | Folha de S. Paulo | 24/06/2012 |
http://f5.folha.uol.com.br/humanos/1109826-sem-paternalismo-diretor-investe-em-ator-fora-do-padrao.shtml
Jornal de Floripa
http://www.jornalfloripa.com.br/brasil/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=22875


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