sábado, 25 de dezembro de 2010

Pai cria aplicativo de iPod para filho comunicar-se

Victor Pauca tem a rara síndrome de Pitt Hopkins, que atinge apenas outras 50 pessoas nos EUA. Seu pai, Paul Pauca, que é professor de ciência da computação, reuniu-se com seus alunos e desenvolveu um aplicativo para o iPod que permite ao menino comunicar-se. São ícones que ele pode clicar na tela do aparelho para escolher frases pré-gravadas e, assim, expressar suas vontades.

O novo aplicativo será vendido por US$ 10,00 apenas, com a vantagem de usar um aparelho já popularizado.

Leia mais:
Pai cria aplicativo para filho com deficiência se comunicar através do iPad
http://extra.globo.com/ciencia/plantao/2010/12/25/pai-cria-aplicativo-para-filho-com-deficiencia-se-comunicar-atraves-do-ipad-923355956.asp


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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O autismo poderia ser detectado objetivamente

Estudantes estão colaborando com membros da Escola de Medicina da Universidade de Harvard para melhorar suas práticas e contribuir para o desenvolvimento de um teste de autismo.

O mais novo processo proposto para detectar autismo é uma das mais precisas formas de testar os dados, com uma acurácia de 94%, de acordo com os representantes da Universidade.

"A esperança é ser capaz de desenvolver um teste biológico objetivo, em vez de uma avaliação subjetiva, que poderia ser usado para descobrir se alguém é autista", explicou Kathy Wilets, relações públicas da Universidade, especializada em Ciências.

A única forma de avaliação disponível é subjetiva, em que diferentes profissionais usam um conjunto de critérios e então, baseados em suas observações, coletivamente formam uma opinião sobre se alguém tem a condição, diz Wilets.

Janet Lainhart, a principal pesquisadora do projeto, tem trabalhado com Nicholas Lange, de Harvard, com o objetivo de identificar a desordem através de imageamento com ressonância magnética. Este monitora a atividade cerebral, que pode levar a uma melhor compreensão do autismo e, assim, melhorar o tratamento dos pacientes.

O exame, referente ao teste Lange-Lainhart, usa diffusion tensor imaging, que produz imagens dos tecidos biológicos e mostra como eles são afetados pela difusão da água. Assim, é capaz de mostrar se há qualquer dano às conexões neurais, determinando se o sistema nervoso é saudável.

"A ressonância magnética mostraria as diferenças entre quem tem autismo quem não tem — ainda que haja esperança deste método vir a ser usado no futuro, ainda há muita pesquisa e estudos a serem feitos até que possa ser usado," ressalta Wilets.

O imageamento leva cerca de 10 minutos para completar e focalizar as principais áreas do cérebro que são sabidamente afetadas pelo autismo, de acordo com o Autism Research Journal.

Usar a atual abordagem subjetiva significa que os pacientes se submetem a uma avaliação de seu comportamento, habilidades emocionais e sociais. O médicos também realizam entrevistas com os pais, o que pode ser um processo longo.

"Podemos obter uma melhor compreensão de como esta desordem avança e muda toda a vida de um indivíduo e, daí, desenvolver tratamentos mais efetivos", explicou Lainhart.

Autism could be detected objectively
| Marie Lenihan-Clarke | Daily Utah Chronicle | 8/12/2010 |
http://www.dailyutahchronicle.com/mobile/news/autism-could-be-detected-objectively-1.2424794


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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Maria do Rosário é nova secretária dos Direitos Humanos

| G1 e Zero Hora | 8/12/2010 |

A presidenta Dilma convidou a deputada federal gaúcha, Maria do Rosário, para assumir a Secretaria dos Direitos Humanos. Autora do capítulo dos Direitos Humanos do programa de governo de Dilma, a deputada era cotada para ocupar a pasta desde as eleições.

Convocada para uma conversa com a presidenta, Maria do Rosário ouviu:

- "Maria, tenho uma missão para ti. Quero que tu coordenes a política de direitos humanos do meu governo. Quero um cuidado especial com as crianças."

A deputada petista aceitou o desafio prontamente:

- "Aceito como uma das missões mais importantes da minha vida".

Em meio à conversa, que durou cerca de uma hora, Dilma afirmou-lhe que vinha acompanhando sua atuação na área e que a questão de gênero também pesou na decisão de convocá-la. Defensora do polêmico programa de direitos humanos do PT, que, entre outros pontos, apoia a legalização do aborto, Rosário preferiu não adiantar qual postura deve adotar à frente do ministério antes de conversar com a futura chefe, com quem ficou de conversar sobre as diretrizes para os direitos humanos nos próximos dias, após Dilma concluir o tabuleiro de xadrez dos ministérios.

Relatora da CPI mista do Congresso que investigou, ao longo de dois anos, a exploração sexual de crianças e adolescentes, Rosário antecipou que uma de suas principais metas no comando da pasta será desenvolver ações integradas com os ministérios da Educação e do Desenvolvimento Social para combater a mazela.

Maria do Rosário (PT-RS) iniciou sua militância no movimento estudantil secundarista. Foi vereadora em Porto Alegre por dois mandatos (1993-1999), tendo presidido as comissões de Educação e de Direitos Humanos, além de ser líder do PT e do governo municipal na Câmara.

É formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É especialista em estudos sobre violência doméstica pelo Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo (Lacri/USP). Também pela UFRGS, é mestre em educação e violência infantil.

Como deputada estadual (1999-2003), foi presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos e vice-presidente da Assembleia Legislativa gaúcha por dois anos. Em 2002, foi eleita deputada federal, sendo reeleita em 2006.

No Congresso Nacional, foi relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou as redes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Representou a Câmara na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos durante o regime militar e foi presidente da Comissão Especial da Lei Nacional da Adoção.

Desde 2003, coordena a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Foi vice-presidente das Comissões de Direitos Humanos e Minorias, e
Educação e Cultura. Em 2009, presidiu a Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal, tendo se destacado, entre tantos temas, por coordenar uma série de debates em todo o Brasil sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020).

É integrante da direção nacional do PT. Em 2008, Maria do Rosário foi candidata à prefeita de Porto Alegre, mas foi derrotada no segundo turno por José Fogaça (PMDB).

Atualmente, é vice-líder da bancada do PT na Câmara Federal, membro titular da Comissão de Educação e Cultura, e suplente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, e da Comissão Mista de Orçamento.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Pol%EDtica&newsID=a3135558.xml

http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/12/maria-do-rosario-e-escolhida-para-secretaria-de-direitos-humanos.html

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Fármaco desenvolvido para tratar a tuberculose pode ser nova arma contra autismo

| RCM Pharma | 2010-12-09 |

Investigadores da Eastern Virginia Medical School identificaram uma possível nova estratégia de tratamento para o comprometimento social em pessoas com a desordem de espectro autista. Um fármaco desenvolvido para tratar a tuberculose transforma ratos anti-sociais em ratos que interagem com outros, avança o site Ciência Diária.

“Pessoas com a desordem de espectro autista são tanto desinteressadas em relação a interacções sociais ou as consideram desagradáveis”, explica Stephen Deutsch, professor de psiquiatria e ciências do comportamento. “Infelizmente, pessoas com a desordem de espectro autista são muitas vezes sofredoras conscientes de sua sociabilidade limitada, o que pode levar a profundos sentimentos de tristeza e frustração”.

Na pesquisa, os cientistas verificam que uma cepa específica de ratos em um modelo válido de sociabilidade limitada – semelhante ao de pessoas com autismo – passava o mais longe possível de outros ratos, não interagindo como animais do grupo de controlo faziam. Então, os pesquisadores resolveram testar se um medicamento já existente poderia alterar a função de determinados receptores do cérebro que afectam a sociabilidade: a D-cicloserina, originalmente desenvolvida para tratar a tuberculose mas que, ao longo de testes, mostrou ser capaz de mudar o comportamento social de indivíduos.

Em estudos preliminares, a medicação pareceu ter resolvido os défices de sociabilidade de ratos “com autismo”. Os animais que receberam o tratamento passaram a ficar perto de outros. Isso deu à equipe a oportunidade de sugerir que talvez a terapia pudesse ser usada para facilitar também a sociabilidade em pessoas com autismo, que evitam tanto o contacto visual e físico, como a interacção.

Estes indivíduos podem ter a vida muito limitada, especialmente na questão “emprego”.“O que torna isso importante é que pode haver alguém com um QI de 125 ou 130 que está desempregado por causa de suas deficiências sociais”, ressalta Maria Urbano, também uma professora associada de psiquiatria e ciências do comportamento.

A equipe planeja agora um ensaio clínico piloto em pacientes adultos, adolescentes e crianças com autismo para avaliar a forma como o medicamento age em seres humanos. Já se sabe que a droga é segura. Portanto, pesquisadores devem agora observar se há efeitos similares sobre déficides de sociabilidade como ocorrido nos ratos.


Fármaco desenvolvido para tratar a tuberculose pode ser nova arma contra autismo
http://www.rcmpharma.com/news/11011/51/Farmaco-desenvolvido-para-tratar-a-tuberculose-pode-ser-nova-arma-contra-autismo.html

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Ocitocina poderia curar nossas doenças?

| Rachael Rettner | MyHealthNewsDaily/Live Science | 5/12/2010 | Tradução de Priscilla Siomara |

Nos últimos anos, muitos estudos sobre o hormônio ocitocina foram feitos. Ele até ganhou a reputação de “hormônio do amor”.

A ocitocina é um hormônio liberado pela glândula pituitária, que afeta tanto o corpo quanto o cérebro. No corpo humano, facilita contrações do útero durante o parto e ajuda na liberação do leite durante a amamentação.

O hormônio também afeta as interações sociais em um número de mamíferos, de ratos e toupeiras a cães e macacos. Por exemplo, estudos mostram que ratos que recebem ocitocina ficam mais juntos, e macacos que recebem o hormônio passam mais tempo cuidando uns do outros.

E há efeitos sociais sobre as pessoas também. Um deles mostrou que um spray nasal de ocitocina, maneira frequentemente utilizada para levar o hormônio direto para o cérebro, torna as pessoas mais confiantes. Outros descobriram que depois de tomar ocitocina, as pessoas olhavam mais frequentemente para a região dos olhos em imagens de rostos humanos. As pessoas olham para os olhos para ler o estado emocional e a confiança no outro.

Apesar de todas estas constatações, o uso médico do hormônio permanece limitado à obstetrícia; é utilizado para induzir o parto e ajudar na amamentação.

Algumas dessas pesquisas até chegaram à fase de ensaios clínicos – que testam a eficácia e a segurança de uma substância antes de aprovar uma droga – com resultados promissores, mas nada foi realizado.

Agora, pesquisadores estão tentando aplicar as descobertas sobre a ocitocina em tratamentos para doenças psiquiátricas. Eles afirmam que a capacidade única do hormônio de ajustar os relacionamentos e a intimidade pode remediar os sintomas da esquizofrenia, do transtorno de estresse pós-traumático (TSPT) e da ansiedade, bem como melhorar as habilidades sociais entre as pessoas com autismo.

Um dos estudos, com 15 pacientes esquizofrênicos, concluiu que aqueles que tomaram ocitocina durante três semanas, junto com a medicação regular antipsicótica, melhoraram seus sintomas e alucinaram menos do que aqueles que tomaram placebo.

O campo de tratamento da esquizofrenia atingiu um impasse nos últimos anos. Todos os medicamentos atuais têm os mesmos mecanismos de quando antipsicóticos foram descobertos há 50 anos. A ocitocina pode ser o novo mecanismo capaz de melhorar os sintomas da doença através de uma via diferente.

Considerando os efeitos sociais da ocitocina, faz sentido a hipótese de que ela também poderia tratar o autismo, condição caracterizada pela dificuldade em interagir com os outros. Pesquisadores já demonstraram que pessoas com autismo têm, naturalmente, menores níveis de ocitocina.

Agora, um estudo descobriu que pessoas com autismo que receberam ocitocina foram capazes de determinar o tom emocional de discursos mais consistentemente do que aqueles que receberam placebo.

Já estudos sobre outras doenças têm mostrado resultados mais mistos. Pacientes com transtorno de ansiedade social que tomaram ocitocina melhoraram a sua auto-imagem enquanto faziam um discurso. No entanto, após cinco semanas de tratamento, que incluiu também ensinar os pacientes a enfrentar seus medos sociais, a ocitocina não provocou nenhuma mudança em relação aos pacientes que receberam o placebo.

A ocitocina também está sendo testada em ensaios clínicos para tratamento de depressão, transtorno de personalidade e abstinência de álcool.

Um grande problema é que os pesquisadores ainda não sabem ao certo como o hormônio age. Uma hipótese é que a ocitocina prejudique a atividade da “região do medo” no cérebro, a amígdala, diminuindo o estresse e a ansiedade.

Um declínio na ansiedade poderia permitir que as pessoas atendessem a sugestões sociais que elas normalmente evitam. A hipótese também leva a crer que o hormônio seria útil às pessoas com TSPT, que é um distúrbio do medo. No TSPT, o cérebro continua dando a resposta de medo, como se as pessoas estivessem novamente na situação traumática pela qual passaram.

No entanto, os resultados obtidos até agora, apesar de trazerem esperanças, não são fantásticos. Existem muitos obstáculos à pesquisa. Como a ocitocina é uma molécula grande, ela não atravessa da circulação sanguínea para o cérebro muito facilmente. Também, ela é rapidamente degradada no estômago e no sangue.

Além disso, os pesquisadores não sabem o quão grande as doses do hormônio precisam ser, ou com que frequência o remédio deve ser dado para ter um impacto significativo. Descobrir a dosagem ideal pode ser difícil. Mas se os pesquisadores conseguirem atingir essa dosagem com algum grau de precisão, os resultados poderiam ser muito bons.

Os cientistas também não sabem o quanto da ocitocina vai para o cérebro quando é administrada como spray, ou se sequer chega lá. Não há nenhuma maneira de ver o hormônio no cérebro. Mas os efeitos que ela produz – como a redução de alucinações – exigem mudanças no cérebro, por isso os pesquisadores têm razão para acreditar que o hormônio atinge o cérebro.

Segundo os pesquisadores, não está claro se as pessoas que tomam a ocitocina se sentem diferentes. Eles dizem que pode ser que o hormônio aja sutilmente para mudar o comportamento ou a forma como as pessoas processam informações sociais.

Por enquanto, os efeitos colaterais da ocitocina tem sido benignos. Mas como o hormônio é algo produzido naturalmente pelo corpo, os pesquisadores não sabem se aumentar essa quantidade natural por longos períodos de tempo poderá ser prejudicial.

Os cientistas também precisam estabelecer se o hormônio afeta homens e mulheres de forma diferente. A ocitocina pode apresentar riscos à saúde para as mulheres por causa de seu papel de induzir as contrações do útero. A maioria dos estudos até hoje foram realizados em homens.

Embora seja possível comprar o hormônio em sites, se isso realmente funciona é outra história. O hormônio requer uma grande análise científica, processo que ainda está em sua infância nos laboratórios.

Ou seja, a ocitocina não foi aprovada para o tratamento de nenhum transtorno psiquiátrico. Porém, alguns estudos, como os citados, estão caminhando para isso. Embora os efeitos obtidos até hoje tenham sido sutis, ainda podem se tornar importantes terapias.

Além de transtornos mentais, os pesquisadores estão estudando os potenciais benefícios da ocitocina para uma série de outras condições como dores de cabeça, gripe e danos à pele.

Segundo os cientistas, não é necessário comprar um spray (nada confiável na situação atual) para solicitar a produção do hormônio. Eles suspeitam que algumas coisas “provocam” a produção de ocitocina naturalmente: massagem, sexo, toque, contato visual, etc. E para essas coisas, não há contra-indicações. [LiveScience]

Could 'Love Hormone' Oxytocin Cure Our Ills?
http://www.livescience.com/health/oxytocin-therapy-psychiatric-illness-101205.html

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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Campanha: Revista Autismo

Paiva Júnior

Um grupo de pais de crianças com autismo criou a Revista Autismo, gratuita, de circulação nacional e com 100% de voluntariado, sem ONG, sem empresa, sem governo e sem nenhum dinheiro -- um verdadeiro milagre nos dias de hoje! -- veja detalhes no site http://revistaautismo.com.br/noticias/pais-brasileiros-criam-a-primeira-revista-de-autismo-na-america-latina-com-100-de-voluntariado e se precisar, me pergunte mais informações.

O autismo não é raro como muito podem pensar, é mais comum do que se imagina, atingindo hoje nos EUA 1 a cada 110 crianças (veja reportagem da revista). No Brasil não temos estatísticas, mas estima-se que haja 2 milhões de pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA). A síndrome é mais comum em crianças do que AIDS, câncer ou diabetes. E o tratamento quanto antes for feito, melhores os resultados.

Eu, que sou pós-graduado em Jornalismo e tenho um filho de 3 anos de 7 meses com autismo fui convidado a (e topei) ser o editor-chefe da revista e "capitanear" este barco. O objetivo é levar informação a pais que não têm acesso à internet -- além, logicamente, de atingir profissionais e governos para que diminua-se o preconceito e crie-se políticas públicas para atender às famílias afetadas por essa síndrome -- pois é algo que afeta e desestrutura a família toda.

Só pudemos imprimir 5 mil exemplares, o que durou uma semana. A demanda é absurda por informação sobre autismo no Brasil, pois não há quase nada. A falta de informação é tão grande que nossa revista é a única na América Latina sobre o tema e a única no mundo em língua portuguesa (tivemos solicitações e enviamos algumas inclusive para Portugal e para brasileiros na Inglaterra, Japão, EUA e a um médico mexicano na Cidade do México).

Como ainda não conseguimos um patrocínio para continuarmos o projeto e fazermos a próxima edição, estamos realizando uma campanha de doações para reimprimir a edição de lançamento -- o número zero da revista, que aliás está em versão virtual e em PDF para ser baixado, com 100% do conteúdo, sem restrições, no site da revsita (RevistaAutismo.com.br) e por este link (http://www.revistaautismo.com.br/revistaautismo0.pdf).

Cotei e com R$ 11mil podemos reimprimir mais 5 mil exemplares da edição de lançamento (número 0), na gráfica do Ir.'. Zinho (da ARLS União do Sul, 3260, Or.'. de Criciúma-SC, a mesma que nos doou a impressão anterior).
Com doações, nossas ou que consigamos angariar de outros grupos, pessoas, empresas etc. podemos fazer isso!

Abri uma conta no Bradesco somente para doações à revista (escolhi o Bradesco pois pode-se depositar em qualquer ag. de CORREIOS, que tem em todo o Brasil).

Banco: Bradesco
Agência: 2534-8 (nem sempre precisa do dígito da agência)
Conta Corrente: 8679-7
Titular: eu (Francisco de Paiva e Silva Junior - CPF:181.874.238-11)


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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Equipe de cientista brasileiro pesquisa como reverter o autismo

O cientista brasileiro Alysson Muotri e sua equipe vêm desenvolvendo uma pesquisa há cerca de 3 anos em que produzem neurônios a partir da pele de pessoas doadoras. O procedimento consiste em tomar algumas células da pele, induzi-las a se tornarem células-tronco (são as células tronco de pluripotência induzida) e, a partir delas, induzi-las a se tornarem neurônios. Esse processo é explicado pelo próprio cientista no seu blog, no elegante texto Da pele para o neurônio: o caso do calhambeque no fundo do lago

Pois bem: Muotri e seus colegas observaram ao microscópio esses neurônios induzidos, usando células da pele de crianças neurotípicas e de crianças autistas - na verdade, crianças com síndrome de Rett, uma síndrome que é classificada dentro dos transtornos globais do desenvolvimento, embora haja controvérsias - nem todos os pesquisadores do autismo consideram a Rett como sendo uma condição "autista". O que a equipe de Muotri observou é que os neurônios formados a partir da pele de crianças Rett têm corpo celular menor e formam menos conexões (sinapses) com as células próximas. É através das sinapses que os neurônios "conversam" e "trabalham em equipe". Veja o artigo científico completo aqui: A Model for Neural Development and Treatment of Rett Syndrome Using Human Induced Pluripotent Stem Cells. (Um modelo para o desenvolvimento neural e o tratamento da síndrome de Rett usando células-tronco humanas de pluripotência induzida.)

A hipótese mais plausível é que essa condição seria a responsável pelo autismo - ou seria apenas pela síndrome de Rett? Os cientistas não pararam por aí: pesquisaram vários medicamentos, ou drogas, que pudessem reverter esse quadro, fazendo as células formarem mais sinapses. cosneguiram isso, in vitro, ou seja, no frio vidro da lâmina do microscópio. As pesquisas continuarão, no sentido de resolver novas dúvidas: essas drogas serão eficazes dentro do organismo? Terão algum efeito colateral? Serão tóxicas?

Fica também mais um prova de que o autismo, em suas várias formas, tem origem biológica. Vem ao encontro do fato sabido há muito tempo de que o cerebelo de pessoas autistas tem menor densidade: seria devido ao menor número de sinapses. Esqueça-se de vez aquela coisa de ser causado pela "indiferença" dos pais ou a "frieza" das mães.

Vamos acompanhando as pesquisas! Abaixo, pode-se ver o depoimento dado pelo Dr. Alysson Muotri sobre a pesquisa. Além de tudo, esse nosso conterrâneo é didático!



Resumo traduzido do artigo:
A Model for Neural Development and Treatment of Rett Syndrome Using Human Induced Pluripotent Stem Cells

Autores:
Maria C.N. Marchetto, Cassiano Carromeu, Allan Acab, Diana Yu, Gene W. Yeo, Yangling Mu, Gong Chen, Fred H. Gage, Alysson R. Muotri

Cell, Volume 143, Issue 4, 527-539, novembro 12, 2010

Destaque:
Fibroblastos de pacientes com síndrome de Rett e de voluntários-controle foram reprogramados para um estágio pluripotente (iPSC)
Neurônios Rett apresentaram poucas sinapses, a densidade da coluna reduzida e menor tamanho do núcleo
Redes de Rett têm reduzida sinalização de cálcio e correntes pós-sinápticas espontâneas
Neurônios de Rett podem ser recuperados pela expressão de MeCP2, além de IGF1, e gentamicina
Resumo:
Transtornos do espectro do autismo (TEA) são complexas doenças do neurodesenvolvimento em que diferentes combinações de mutações genéticas podem contribuir para o fenótipo. Usando a síndrome de Rett (RTT) como um modelo genético para os TEA, desenvolvemos um sistema de cultivo utilizando células-tronco de pluripotência induzida (CTPis) de fibroblastos de pacientes Rett. AS CTPis de pacientes Rett são possíveis de realizar a inativação-X e gerar neurônios funcionais. Neurônios derivados de CTPis-Rett têm poucas sinapses, a densidade da coluna reduzida, núcleo de tamanho menor, sinalização de cálcio alterada e defeitos eletrofisiológicos quando comparados aos controles. Os dados mostraram alterações precoces no desenvolvimento de neurônios humano Rett. Finalmente, usamos neurônios Rett para testar os efeitos de drogas no resgate dos defeitosnas sinapses . Nossos dados fornecem evidência de um janela de desenvolvimento inexplorada, antes do início da doença, em síndrome de Rett, onde terapias em potencial poderiam ser empregada com sucesso. Nosso modelo recapitula as fases iniciais de uma doença do neurodesenvolvimento humano e representam uma ferramenta celular promissora para a triagem de drogas, diagnóstico e tratamento personalizado.


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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ami Klin na Georgia

O psicólogo brasileiro Ami Klin, referência mundial no tratamento do autismo, assumiu a direção da Divisão de Autismo e Deficiências Relacionadas do Departamento Pediátrico da Faculdade de Medicina, além de ser o chefe do Marcus Autism Center, em Atlanta, no Estado da Geórgia.

Ami Klin há anos dirigia o Programa de Autismo da Universidade de Yale e agora, na Geórgia, se propõe a desenvolver novas pesquisas num Estado em que se estima que mais de 20 mil crianças sejam autistas.

Médico brasileiro especialista em autismo assume cargo na Georgia
http://www.comunidadenews.com/saude/medico-brasileiro-especialista-em-autismo-assume-cargo-na-georgia-6646


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Deficiência de vitamina B12 provoca perda de visão em crianças autistas em dietas severas

PRNewswire Brasil
BN004385 19 de outubro de 2010


PHILADELPHIA, 19 de outubro/PRNewswire-USNewswire/ - Crianças autistas com dietas severamente limitadas podem correr o risco de perda de visão devido à deficiência de vitamina B12, de acordo com uma nova pesquisa do The Children's Hospital de Filadélfia. Médicos devem considerar esta deficiência ao avaliar e tratar crianças com autismo e perda de visão, os autores dizem.

O estudos do Children's Hospital, que aparece no jornal Pediatrics, analisou 3 garotos com autismo que exibiram comportamento que indicava perda de visão, como tropeçar em itens ou bater em paredes. Uma avaliação mais aprofundada e testes revelaram danos no nervo óptico e baixos níveis de B12. Os pesquisadores administraram uma dose de vitamina B12 via intramuscular e o comportamento melhorou modestamente em cada caso depois de que os níveis normais foram alcançados. Todos os pacientes, com idades de 6,7 e 13 anos, praticamente não comiam carne ou laticínios, importantes fontes de vitaminas B12.

Vitamin B12 Deficiency Causes Vision Loss in Autistic Children With Severely Limited Diets, Children's Hospital Study Finds
http://www.prnewswire.com/news-releases/vitamin-b12-deficiency-causes-vision-loss-in-autistic-children-with-severely-limited-diets-childrens-hospital-study-finds-105267398.html


"Vitamin B12 Optic Neuropathy in Autism," publicado online no número de Outubro, 2010 da Rvista Pediatrics. http://www.pediatrics.org.

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dinamarca: comparação entre icterícia e autismo

Estudo dinamarquês associa icterícia e autismo
Relação entre as duas condições pode ter por base factores regionais
2010-10-12

Um estudo publicado na revista Pediatrics indica que pode haver uma maior prevalência de autismo em recém-nascidos com icterícia, embora ainda não se tenha percebido de que forma estas duas condições estão relacionadas.

No entanto, os cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, revelam que não há motivos para alarme, na medida em que a icterícia é muito comum e geralmente inofensiva. Apenas os casos mais graves desta situação podem causar danos cerebrais, algo que é raro acontecer.

Neste estudo, foram analisados os registros das crianças dinamarquesas, nascidas entre 1994 e 2004. A Dinamarca é um país com população pequena, apenas 5 milhões e meio de pessoas, vivendo numa área de 43 mil km². O País mantém registro médico de todas as crianças, há mais de dez anos, servindo, por isso, para análises de longo prazo. Para comparação, o Estado de São Paulo tem uma área quase seis vezes maior (248 mil km²) e 41 milhões de habitantes.

As crianças que tiveram icterícia apresentaram 67 por cento mais chance de serem autistas. Segundo os investigadores, há alguma probabilidade de que os bebês geneticamente predispostos para o autismo sejam mais vulneráveis a casos mais graves de icterícia.

Além disso, verificaram que, entre as crianças nascidas entre Outubro e Março, cujas mães já tinham tido filhos anteriormente, houve até três vezes maior ocorrência de autismo. Em bebês primogênitos que nasceram entre abril e setembro não foi encontrada nenhuma relação entre as duas condições.

Apesar da relação apresentada por estes dados, os especialistas advertem que este estudo deve ser reproduzido em outras partes do mundo, na medida em que há a possibilidade de ocorrerem fatores regionais.

Icterícia ocorre em 50% dos recém-nascidos

A icterícia neonatal, que se caracteriza pelo tom amarelado da pele, ocorre em 50 por cento dos recém-nascidos, geralmente no segundo ou terceiro dia de vida. De uma forma geral, desaparece progressivamente ao longo da semana seguinte.

Esta condição é provocada, na maior parte dos casos, pela produção excessiva de bilirrubina, uma substância produzida durante a destruição de glóbulos vermelhos pelo organismo e cuja exposição prolongada torna-se tóxica e pode provocar problemas de desenvolvimento a longo prazo.

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=45535&op=all



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Brasília: Secretário anuncia que EC 405 Norte não fechará

| Manoela Alcântara | Correio Braziliense | 10/10/2010 |

Depois de dois meses de reuniões, manifestações e muito diálogo, a comunidade da Asa Norte conseguiu reverter o processo de fechamento da Escola Classe 405 Norte. A secretaria de educação havia decidido fechar a instituição de ensino e utilizar o espaço para a intalação do Centro Interescolar de Línguas (CIL), até 23 de dezembro, mas neste sábado (9/10) uma nova decisão mudou o destino dos 158 alunos atendidos pelo local, sendo 30 especiais, principalmente com autismo, psicose infantil, transtorno de deficit de atenção e hiperatividade.

Integrantes da associação de pais da escola, professores e representantes de entidades de defesa de pessoas portadoras de distúrbios haviam divulgado um ato de protesto neste sábado, mas antes mesmo de ele acontecer, na sexta-feira à noite, o secretário de educação, Sinval Lucas, anunciou que o fechamento seria revertido. “Está garantido o funcionamento da escola até o final de 2010 e em todo o ano letivo de 2011. Antes de se fazer uma mudança como essa é preciso ter um estudo”, enfatizou.

Segundo ele, o Plano Piloto tem espaço disponível para instalar o centro de línguas sem retirar os estudantes da instituição. “Vamos manter o CIL funcionando no Setor Leste até que a última turma se forme. Nesse meio tempo, é preciso conversar com os moradores, com os alunos e ver a real necessidade da vinda dele para a Asa Norte. Se constatado o pedido da população, encontraremos um local para fazer a mudança”, garantiu. “O que não podemos é tirar as crianças especiais de um lugar que elas já se acostumaram e são bem atendidas”, complementou o secretário.

A decisão foi aplaudida de pé por todos aqueles que lutavam pela causa. O presidente do Conselho Escolar e pai de um aluno autista, Valmir Ferreira Gomes, viu o filho mudar de atitude depois de ir para a Escola Classe. “Nunca pensei que meu filho pudesse ler e aqui ele conseguiu. Além disso, o Renan está sociabilizado. Este é o maior ganho, ver que ele rompeu barreiras e saiu de um mundo particular para interagir com as pessoas”, alegrou-se.

Quando Renan Lira Gomes tinha apenas 5 anos, o pai se mudou de Sobradinho, onde morava, para se instalar na Asa Norte, apenas por procurar um ensino de qualidade para o filho. Valmir era viúvo e encontrava dificuldades para lidar com o autismo, mas encontrou na escola um novo refúgio. Seis anos depois, viu a possibilidade do sonho acabar com a decisão da secretaria. A reversão desse quadro manteve as esperanças acesas e a vontade de lutar pela continuidade dela ainda mais aflorada.

Tanta comoção se dá ao ensino de excelência oferecido pelo local. Embora o governo tivesse alegado que ela poderia ser fechada por ter poucos alunos matriculados, esse é justamente o motivo do atendimento diferenciado. Uma criança autista fica nervosa com a presença de muitas pessoas em um mesmo local e tem o aprendizado muito inferior ao que deveria. Com o número de estudantes que a escola possui hoje é possível atender dois alunos por professor e trabalhar a integração nas turmas maiores depois de se perceber uma evolução do autista.

Secretário de Educação anuncia que EC 405 Norte não será fechada
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/10/cidades,i=217413/SECRETARIO+DE+EDUCACAO+ANUNCIA+QUE+EC+405+NORTE+NAO+SERA+FECHADA.shtml


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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Autismo de proveta?

O primeiro bebê de proveta nasceu em 1978. Desde então, o método se tormou corriqueiro. Estima-se que um por cento dos bebês dos Estados Unidos nasçam por esse sistema. Agora, pesquisadores da Escola Sackler de Medicina da Universidade de Tel Aviv (Israel), estabeleceram uma correlação entre as crianças assim concebidas e o autismo.

Conforme a pesquisa observou, das 461 crianças com autismo estudadas, 10,5% eram bebês de proveta, enquanto a porcentagem de autistas (3,5%) em relação à população total de Israel. No entanto, embora esses números estejam sendo divulgados no site da Universidade, nota-se um valor extremamente elevado, pois a taxa mais alta já apresentada de autismo na população americana é de 0,6% (um em cada 150) - nota do Crônica Autista.

O estudo não fecha nenhuma conclusão, mas apresenta questões importantes, diz a pesquisadora que coordenou o tabalho, Dra. Ditza Zachor: "É cedo para deduções baseadas apenas nessa evidência". Ela cita outros fatores relacionados ao nascimento, como baixas taxas de natalidade e prematuridade. Os próximos passos deverão se voltar para a separação desses fatores de risco.

A chave pode estar no "imprinting", um processo bioquímico que acontece na divisão celular e determina quais genes serão "expressos" no embrião. Pesquisas em epigenética — as mudanças na forma com que os genes se expressam sem que haja mudanças na sequência do DNA — sugerem que más formações podem ser causadas por alterações no imprinting introduzidas no embriãoainda no ambietnte da proveta, explica a Dra. Zachor. Uma desordem ligada à fertilização in vitro pode ser a síndrome de Angelman.

Mesmo assim, a médica lembra que a inseminação artificial, na maioria das vezes, resulta em crianças saudáveis e, por isso, sua pesquisa não deve servir para desencorajar a fertiliaação artificial.

A Dra. Zachor lembra que as mães estudadas tendiam a ser mais velhas — idade média de 32,6 anos. Significantemente, quase 4% das crianças autistas nasceram prematuramente e cerca de 5% apresentaram baixo peso ao nascer, enquanto na população em geral, essa condição surge em apenas 1% das crianças.

Apesar desses riscos, há o que fazer para evitá-los. Os profissionais da Saúde, por exemplo, podem recomendar aos casais que retardem a fertilização in vitro, mesmo com o stress psicológico que isso acarreta. Muitos pesquisadores acreditam que a fertilização natural seja a melhor forma para reduzir tais efeitos.

"Muitos casais com problemas de fertiilidade escolhem esses procedimentos, mas precisam saber se há o risco de autismo", conclui a Dra. Zachor. Ela ressalta, entretanto, que as mulheres que buscam tratamentos para a fertilidade não precisam temer os procedimentos in vitro: a maioria das crianças assim geradas não apresentam autismo e muitas crianças com autismo não são fruto da inseminação artificial.

Crianças concebidas por métodos artificiais têm mais tendência ao autismo
| DONNA | Zero Hora | 28/09/2010 |

http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/donnadc/19,0,3055702,Criancas-concebidas-por-metodos-artificiais-tem-mais-tendencia-ao-autismo.html

Autism in a Test Tube?
http://www2.tau.ac.il/news/engnew.asp?num_new=1842


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Autismo em Angola

Em reportagem de 6 de outubro de 2010, a Televisão Pública de Angola descreve a condição em que vivem algumas pessoas com autismo daquele país africano de língua portuguesa:
Em Angola não existe cálculos de quantos doentes existem, e as autoridades sanitárias receiam que poucos estejam a receber tratamento ou qualquer orientação médica.

No Hospital Psiquiátrico encontram-se algumas crianças que desenvolveram esta doença, e que tem feito terapia de grupo e cada uma das crianças que lá se encontra vive o seu mundo imaginário.

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afecta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas. Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID), do inglês pervasive developmental disorder (PDD). Entretanto, neste contexto, a tradução correcta de "pervasive" é "abrangente" ou "global", e não "penetrante" ou "invasivo".

Doentes com Autismo em Angola
http://www.tpa.ao/artigo.aspx?sid=3124b046-1828-422e-9481-369cddc84504&cntx=mIfjr5BlQoflbnxXjn5NEZOJF4kJDcApLLWObtgnEipZzYBSIUYTuh%2BV6Uo%2BGWYs
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Revista Autismo na gráfica

A Revista Autismo já foi para a gráfica. Leia seu editorial em: http://www.revistaautismo.com.br/

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Vitamina D ligada ao funcionamento dos genes

O artigo A ChIP-seq defined genome-wide map of vitamin D receptor binding: associations with disease and evolution, de Sreeram Ramagopalan e colegas, que pode ser lido na Genome Research, apresenta a forte relação da vitamina D com o bom desempenho de mais de duzentos genes.

Além do raquitismo, há evidências de que a falta de vitamina D também estaria relacionada ao aumento da suscetibilidade a condições como esclerose múltipla, artrite reumatoide e diabetes, bem como demência e alguns tipos de câncer. Os pesquisadores identificaram 2.776 pontos de ligação para o receptor por toda a extensão do genoma humano e verificaram que esses locais estão concentrados anormalmente próximos a genes associados a suscetibilidade a problemas no sistema imunológico.

Esta é mais uma pista para entendermos a influência da alimentação no funcionamento do genoma.

Vitamina D influencia mais de 200 genes (Agência FAPESP)
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12673/divulgacao-cientifica/vitamina-d-influencia-mais-de-200-genes.htm


A ChIP-seq defined genome-wide map of vitamin D receptor binding: associations with disease and evolution

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Lançamento de livro: Gestão Municipal do SUS

Temos o prazer de divulgar o

Lançamento do livro
Dilemas & Desafios da Gestão Municipal do SUS

Autor: Jorge Solla
Editora: Hucitec

Dia 26 de agosto de 2010 - às 12h00

I Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde
Centro de Convenções da Bahia

O Dr. Jorge Solla é médico, Secretário de Saúde do Estado da Bahia. Este trabalho foi produzido enquanto Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro sob o título “Avaliação da Implantação do Sistema Municipal de Saúde em Vitória da Conquista (Bahia), 1997 – 2008”, como requisito parcial a obtenção do título de Doutor em Medicina (Clínica Médica – Micropolítica do Trabalho e Cuidado em Saúde), sob a orientação dos Professores Doutores Marcelo Gerardin Poirot Land e Emerson Elias Merhy.

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Castração química receitada a crianças autistas

Um grupo médico no Sul da Flórida começou a tratar crianças autistas aplicando-lhes Lupron, uma droga usada para castração química, dizendo que essa substância expele mercúrio tóxico e reprime comportamentos agressivos ou explicitamente sexuais de garotos com eventuais níveis excessivos de testosterona. No entanto, vários médicos, pesquisadores e terapeutas insistem que não há provas de que mercúrio causa autismo, que Lupron remove o mercúrio nem que crianças autistas tenham excesso de testosterona. Além disso, essa droga traz o risco de danos aos ossos, atraso no crescimento, problemas cardíacos e pode tornar essas crianças impotentes.

Os médicos críticos a esse tratamento alegam que Lupron, ao preço de cinco mil dólares por mês pagos pelos planos de saúde, é um dos muitos tratamentos que se aproveitam do desespero de pais que tentam lutar contra o autismo.

-"Não só não há suporte científico para o tratamento com Lupron, como há vários problemas para a saúde das crianças", afirmou a neurologista Beth Ann McLaughlin, uma consultora da fundação Dan Marino e mãe de duas crianças com problemas de desenvolvimento. "Essas pessoas estão se aproveitando dos temores dos pais. Não se pode usar essas crianças tão vulneráveis como cobaias em um experimento médico!"

Tratamentos para o autismo não-testados têm se disseminado, enquanto a ciência se esforça para explicar a desordem que afeta a comunicação, a socilização e o controle dos impulsos. Um grupo de pais e ativistas culpam as vacinas, que usam o composto de mercúrio Thimerosal, uma substância que já foi banida. Numerosos estudos não encontraram relação entre a substância e o autismo.

Foi neste campo que a terapia com Lupron cresceu. Dr. Mark Geier, pesquisador de Baltimore, começou a usá-lo em 2005, baseado na teoria de que a testosterona retém o mercúrio no corpo e que muitas crianças autistas teriam altos níveis do hormônio.

O Lupron interrompe a produção do hormônio feminino estrogênio, que o corpo usa para produzir testosterona. Essa droga é usada principalmente para tratar o câncer do endométrio em mulheres e o câncer da próstata em homens e, ocasionalmente, para castrar quimicamente estupradores.

O material de propaganda de Geier diz que ele tratou centenas de crianças com Lupron e já abriu nove centros, em oito Estados; o último, criou em parceria com o Dr. David Clayman, um radiologista de Boca Raton que tem um filho autista adolescente e que só comentará alguma coisa após um ano de trabalho com essa terapia.

Teresa Badillo conheceu o Dr. Geyer em uma conferência que ele deu em março. Marco, seu filho autista, tem 18 anos e ela viu no tratamento uma forma de lidar com o aumento de sua agressividade. O rapaz fala pouco e pouco interage com as pessoas, mas ia bem no colégio. A mãe conta:

-"Nós nos sentíamos acuados. Esse comportamento é mais assustador aos 18 do que aos três anos. Eu tinha que escolher. Quando vêem uma opção para ajudar o filho, muitos pais fazem essa escolha."

Além disso, o rapaz descobriu o sexo e passou a se tocar de maneira inapropriada em público.

-"Os meninos não entendem. Eles têm impulsos. É o que acontece quando você tem muita testosterona."

Marco passou a fazer o tratamento há seis semanas; toma duas injeções mensais de uma dose maior do que a que é dada a pacientes com câncer de próstata, mais uma pequena dose diária.

-"A terapia imediatamente cessou a agressividade. Isso não é castração, é baixar os níveis de testosterona para um patamar normal."

Geyer pretende continuar com as injeções por mais uns meses para tentar melhorar os demais comportamentos autistas. Badillo acha que os críticos não entendem toda a dura realidade da vida com uma criança autista.

Já os críticos ao Lupro dizem que os pais não entendem todos os riscos.

Lupron não é aprovado para crianças, exceto em casos de puberdade prematura, porque pode causar atraso no desenvolvimento ósseo, explica o Dr. Gary Berkowitz, chefe da Endocrinologia Pediátrica da Universidade de Miami. A neurologista Mclaughlin se diz preocupada com danos irreversíveis ao cérebro e órgãos sexuais das crianças. A FDA, agência norte-americana para o controle de remédios e alimentos, esclarece que a droga causa diabetes em adultos.

Geyer publicou um estudo em 2006 afirmando que onze crianças autistas tiveram melhoras em testes de atenção, socialibilidade e comportamento. ele também apresentou outros estudos vinculando mercúrio ao aumento de testosterona e afirmando ter encontrado altos níveis do hormônio em crianças autistas. Porém, outros médicos dizem que seus estudos não têm suporte científico e foram publicados em revistas que não seguem os procedimentos padrão para analisar os artigos que publicam.

A Dra. Judith Aronson-Ramos, pediatra do desenvolvimento de Coconut Creek, diz que quem aplica esses tratamentos não testados costumam se apresentar aos pais como rebeldes perseguidos:

-"É sempre... o establishment está contra nós", ela diz.

Outros dois médicos dizem que o Lupron está ganhando fama, porque muitas famílias já lhes pediram para medir os níveis de testosterona nos filhos.

-"Os pais ficam desesperados. Gastam todo seu dinheiro." diz Debbie Chanan, coordenadora do programa de autismo da Florida Atlantic University.

-"A primeira coisa que você quer fazer, como pai, é consertar as coisas para seu filho, só que autismo não tem um conserto." Diz Carol Nigro, coordenadora do Centro Dan Marino de Weston e mãe de um garoto autista.

McLaughlin diz que os pais não confiam em terapias demoradas e difíceis, embora comprovadas. Adolescentes lidando com sexo podem se beneficiar com aconselhamento, recompensas para comportamentos positivos, atividades que os mantenham focados e, se necessário, remédios para ansiedade ou distúrbios do sono.

"O que conhecemos funciona pelo caminho mais duro", ela diz. "Sim, podemos fazer melhor. Só não queremos que as famílias percam a fé na ciência e se atirem nos braços de pessoas que... violam a primeira regra do médico, que é 'não cause mal'".

Castration drug given to kids in South Florida as autism therapy
http://www.tcpalm.com/news/2010/aug/10/castration-drug-given-kids-south-florida-autism-th/

| Sun Sentinel | TCPalm, 10/8/2010 |

Castration Drug Used as Autism Therapy
http://www.ktla.com/news/landing/sns-health-autism-drug-treatment,0,2648450.story


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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Animação Mary e Max vence o Festival Animamundi

Max e Mary

O filme Mary e Max - Uma Amizade Difente venceu o Anima Mundi de 2010 na categoria de melhor filme.

Produção do diretor e roteirista australiano Adam Elliot, foi realizado com a técnica de animação stop motion, em que bonecos são fotografados quadro-a-quadro para dar a impressão de movimento.

Conta a história de Mary Dinkle, que vive num subúrbio da Austrália, e Max, um homem judeu de meia-idade, que vive isolado do mundo. Ambos se sentem sozinhos e trocam cartas por cerca de vinte anos, vivendo suas angústias e problemas. No meio do filme, Max é diagnosticado com a síndrome de Asperger e passa a usar as camisetas do movimento Aspies for freedom.

Conta o diretor que a história surgiu de sua experiência na troca de correspondência que manteve quando era adolescente.

Mary e Max vence Anima Mundi
http://www.dgabc.com.br/News/5824397/mary-e-max-vence-anima-mundi.aspx


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manaus autismo eh deficiencia

| Portal Amazônia |

No dia 4 de agosto, a Câmara Municipal de Manaus aprovou o projeto de lei nº 420/2009, de autoria do vereador Massami Miki (PSL), que reconhece a pessoa com autismo como portadora de deficiência, permitindo a fruição de direitos assegurados pela Lei Orgânica do Município de Manaus.

A proposta foi discutida em audiência pública no dia 26 de maio, quando representantes de órgãos públicos e não governamentais se mostraram favoráveis.

Também deve ser encaminhada ao prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, a proposta para a construção de um centro de atenção integrada às crianças autistas

Câmara aprova lei que reconhece autistas como deficientes
http://portalamazonia.globo.com/pscript/noticias/noticias.php?idN=109568


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sábado, 24 de julho de 2010

No Texas, mãe mata seus dois filhos autistas

Mãe texana estrangula seus dois filhos autistas e depois liga para a polícia, afirmando que queria ter filhos normais.

A família já tinha sido investigada por maus tratos.

Mãe mata dois filhos menores por serem autistas
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1625218


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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Autismo NÃO É uma coisa terrível

Donna Eustace
Traduzido por Argemiro Garcia
Enviado para a Comunidade Virtual Autismo no Brasil por Wandira em 3/5/2007

A maioria das pessoas já ouviu, pelo menos uma vez, a palavra "autismo". Mas dificilmente alguém já pensou que o autismo possa ser, realmente, uma coisa boa. À menção da palavra, vêm à mente imagens de uma criança que se senta no chão a balançar repetitivamente, batendo a cabeça na parede, agitando as mãos ou girando objetos. A menos que uma pessoa já tenha um conhecimento anterior, estas imagens, derivadas em grande parte da mídia, são a primeira coisa que vem à cabeça. Como poderia o autismo ser uma coisa boa, ou mesmo uma vantagem?

Temple Grandin, que tem Ph.D. em Ciência Animal pela Universidade de Illinois e é professora assistente nessa disciplina na Universidade Estadual do Colorado, é autista. É também autora de dois livros: Uma menina estranha (Cia das Letras) e Thinking in Pictures (1995). Um terço do gado e dos porcos abatidos na America do Norte passam por equipamentos que ela projetou. De acordo com Joseph P. Shapiro, "se o termo autismo nos traz as imagens de Dustin Hoffman no filme Rain Man ou de algum infeliz batendo a cabeça na parede, Grandin é uma destruidora de estereótipos". Ela acredita firmemente que, desde que os animais dão tanto aos seres humanos, devem ser bem tratados até o momento de suas mortes.

Cadê o autismo? Por causa de seu pensamento concreto, Temple Grandin é incapaz de pensar nas coisas em termos genéricos, como a maioria das pessoas. Se ouvir a palavra "gato", em vez da imagem de um gato genérico surgir em seu cérebro, ela vê mentalmente gatos específicos que conheceu na vida. Quando alguém lhe fala sobre uma torre de igreja, visualiza imediatamente as torres que já viu. Esta habilidade permite-lhe retratar exatamente em sua mente como o gado verá a passagem que está projetando e como funcionará antes mesmo que seja registrada no papel. Não somente compreende totalmente como a rampa se operará, ela pode também vê-la da perspectiva do animal. Projeta as curvas e as paredes de modo que obstruam a vista de qualquer coisa que possa fazer o animal ficar agitado, como sombras, um outro animal, ou o vislumbre de alguém que trabalha na planta industrial. Mas sua maneira autista de pensar em termos científicos - ela se compara ao pensamento lógico do Sr. Spock de Jornada nas Estrelas - a impede de ver a morte do animal de outra forma que não seja desapegada. Contudo, não fosse seu autismo, não poderia pensar em tais termos concretos, e não poderia ter transformado uma de suas "fixações" em uma carreira profissional.

Um outro exemplo de como o autismo pode ser vantajoso é a história de Taylor Touchstone, um menino autista de dez anos que se perdeu no pântano do Forte Walton Beach, Flórida, em agosto de 1996. Em um artigo do New York Times de 17 de agosto de 1996, Rick Bragg conta a história do garotinho que vagou sozinho pelo pântano por quatro dias. "Nadou, flutuou, rastejou e percorreu cerca de 22 quilômetros com os pés, pernas e barriga cobertos de cortes dos galhos e espinhos que o pessoal do resgate achavam ser impenetráveis, sua jornada iluminada na noite pelos relâmpagos das tempestades que açoitavam o pântano."

Em 7 de agosto daquele ano, Taylor foi nadar com a mãe, Suzanne, a irmã Jayne, e alguns amigos no Ribeirão Turtle, na área protegida da base da Força Aérea. Andou na água, flutuou rio abaixo e desapareceu de vista. Não respondeu aos chamados da sua mãe. Foi encontrado por um pescador de nome Jimmy Potts no domingo, dia 11, nu, boiando nas águas do Rio East Bay. Seis meses antes, quatro rangers morreram durante um treinamento no pântano da região.

A família de Taylor não acha que ele sobreviveu "apesar" de seu autismo mas, sim, "por causa" dele. A área infestada de jacarés e cobras poderia ter feito outra criança entrar em pânico, mas não Taylor. Sua mãe explica no artigo que "ele se concentraria em um nó do cordão de seu calção de banho - e não se preocuparia com o resto do mundo. Se esse foco lhe ajudou a sobreviver, é um milagre que tenha sido meu filho e não alguma criança considerada normal que tenha nadado por quatro dias naquela região. Talvez tenha enfrentado aligátores e se preocupado mais com sua sunga." Comparou a situação à história de uma mulher autista que dizia que, embora a maioria das pessoas, em uma floresta, pudesse ver a vastidão das árvores, ela conseguia se focalizar na teia de uma aranha. Os soldados do exército e os auxiliares do xerife não conseguiam penetrar a região totalmente. Contudo, de algum modo, Taylor o fez. Rick Hord, do Departamento do Xerife, comentou que "a área de busca cobriu tanto da região quanto poderíamos cobrir. Ele foi além."

Este ano, Alex Mont, de 9 anos, foi premiado com um troféu de ouro por sua pontuação perfeita em um teste nacional da matemática. Mais de 85.100 estudantes tinham feito a prova e somente 268 deles - incluindo apenas sete do quarto grau - tiveram uma contagem perfeita. Alex tem dois lados: um é ser extremamente bem dotado em Matemática; o outro é ser autista. Quando tinha quatro anos, montava no carrinho de supermercado e, enquanto seus pais faziam compras, convertia o volume das garrafas de refrigerante de litros para quartos. Susan Levine, redatora do jornal Washington Post, conta em um artigo de 23 de junho de 1997 que ele "compreendia frações antes do jardim de infância e logo depois entendeu que a divisão era o contrário da multiplicação. Uma noite, quando estava na segunda série, brincando sozinho em seu quarto, calculou uma equação para uma sequência matemática infinita. Sua estante, do teto ao assoalho, é cheia com títulos como 'A vingança de Arquimedes'." Sua mãe, Nadine Goodman, explica: "ele é um menino autista de alto funcionamento com severos problemas sociais - que faz cálculos."

Alex também participará, neste verão, de uma iniciativa de Matemática e Ciências de três semanas no Centro para a Juventude Talentosa da Universidade John Hopkins. Para se qualificar para este programa, um aluno de quarta série como Alex tem que se colocar dentro do percentil de 70% para alunos de sétima série em um teste avançado para habilidades de raciocínio. Alex atingiu os 99% para alunos da nona série. O nível mais elevado que poderia atingir.

Quando foi com sua tropa de escoteiros visitar uma companhia de pedras local como parte de seu estudo de rochas, Alex se concentrou no sistema de preços da empresa, em vez da mercadoria. Perguntou ao gerente porque era mais barato comprar vinte e cinco sacos de oitenta libras de cascalho do que requisitar uma entrega de uma tonelada bruta. A mãe de Alex diz que começou a estudar o preço de unidades quando tinha três anos de idade.

Sou membro de três diferentes listas de discussão que tratam de autismo na Internet, duas das quais com fontes anônimas. Postei nelas as perguntas: "1) Quais são alguns exemplos ou formas em que o autismo pode ser uma coisa positiva? e 2) porque o autismo é percebido como uma coisa tão terrível e nunca positiva?" Recebi 14 respostas. Algumas das respostas à primeira pergunta encontram-se a seguir:

"Muitos dos grandes pensadores tiveram tendências autistas e as dádivas que deixaram para o planeta são surpreendentes. Einstein, em particular, só falou tardiamente e tinha muitos traços autistas. Bill Gates é outro... Se considerarmos que a nova definição 'politicamente correta' do autismo é que o cérebro dessas pessoas é 'conectado de forma diferente', isso nos diz que qualquer um que tenha QI 150 será considerado com cérebro 'conectado diferente', se comparado com a população em geral. Talvez seja, de um ponto de vista darwiniano, necessário para a população mover-se para o espectro autista para resolver muitos dos mistérios do mundo (AIDS, câncer), porque estas pessoas não deixam relacionamentos pessoais influenciarem sua paixão verdadeira - normalmente, seu trabalho (principalmente quem tem nível universitário)."

Isso faz sentido. Parece que qualquer um que seja considerado um "bambambam" em nossa sociedade tem a reputação de ser excêntrico. E muitas dessas pessoas parecem ser solitárias.

"Meu filho de nove anos escolheu fazer seu projeto de semestre no curso do LEAP (Licensing ExAm Preparation Services) sobre Bill Gates. Descobriu que Gates tem muitos traços asperger/autista, como saltar e balançar, sendo muito competitivo (odeia perder qualquer coisa), prazer em atividades solitárias, timidez, forte desejo de controle, caminhar contando os passos, não gostar de conversinhas... Pessoas brilhantes pensam diferente e essa é a chave de seu brilhantismo".

A resposta seguinte veio em resposta à sentença final da resposta acima. Parece ser consenso que as diferenças pessoais são importantes para nos dar uma sociedade equilibrada.

"O cérebro de _______ é ligado diferentemente, e então todos os demais e também ele será certamente brilhante por causa disso! Precisamos lembrar disso quando estamos tratando dos aspectos negativos." "Meu filho _______ tem uma certa inocência, faltando a ele os traços comuns a outros pequenos de sua idade. Isto inclui seu desinteresse em se adaptar à multidão, ou seja, os comportamentos médios, a pirraça dos outros meninos, tentar ser 'legal', o exibicionismo e a ostentação. Ele (e outras crianças autistas) têm uma honestidade angelical que eu não troco por nada. É doce por dentro..."

Tenho observado isto com minha própria filha. Há uma doçura nela, não sabe nada sobre ficar na média. O conceito está fora de sua compreensão.

"Tenho gasto muitos anos no Colégio (High School) ensinando alunos superdotados. Aqueles que são muito dotados, com QI acima de 150, são muito diferentes de seus colegas e certamente compartilham muitos traços com nossas crianças. A supedotação, por definição, significa que estes garotos não são normais e quanto mais seu desvio padrão está longe da norma 100, mais excêntricos parecem ser... Não acho que tenha tido alguma vez um pequeno superdotado que não tivesse algumas (em alguns casos muitas) características associadas com o espectro autista; quando o cérebro é voltado para a genialidade, faz parte do pacote."

Isto, para mim, é muito interessante e foi algo novo que aprendi sobre crianças superdotadas. Eu nunca imaginara que alguma delas pudesse exibir alguns dos comportamentos de uma criança autista.

"Conheço um jovem sem diagnóstico e, assim, provavelmente seu exemplo não possa ser usado... entretanto, sua mãe agora reconhece que ele é, ou foi, hiperléxico. É campeão de xadrez. Aprende bem com visualização. Quando era pequeno, tinha muitos problemas de comportamento, mas agora está na universidade estudando matemática e física."

A hiperlexia acompanha o espectro autista. As crianças com hiperlexia têm interesse intenso por letras e números e, para muitas delas, os nomes das letras ou dos números são suas primeiras palavras. Frequentemente, aprendem a ler antes dos cinco anos.

"Posso pensar em diversas coisas positivas como: meus garotos não parecem ter um pingo de maldade e o mais velho está sempre criticando os baderneiros na escola; o ______ também desenvolveu uma habilidade artística e matemática; pode repetir toda canção ou verso, tanto que achamos que poderá ser ator; dificilmente se machuca; e, finalmente, ambos meus filhos têm uma quantidade enorme de energia."

Um intenso interesse por música também pode ser um sintoma de autismo embora, como as crianças neurotípicas, duas crianças autistas nunca serão iguais. Algumas pessoas autistas desenvolvem habilidades "savant", o que significa que aprendem a fazer algo extremamente bem, mas não podem aplicar isso em sua vida diária. Aqueles que desenvolvem habilidades e conseguem aplicá-las, frequentemente levam sua vida graças a elas.

"No nível pessoal, ter uma criança autista nos forçou a fazer mudanças em nosso modo de vida que não faríamos de outra forma... __________ nos ensinou também a ser mais tolerantes, ter mais compreensão e ser mais gratos pelo que temos! Sou muito menos julgadora do que era antes de termos intimidade com o autismo. E mesmo a criança mais "inalcançável" pode nos ensinar a lição mais importante da vida: como dar amor incondicionalmente! Se as pessoas aprendessem a amar uma criança autista 'difícil', este mundo seria um lugar melhor!!!"

Para mim, ter uma criança autista em minha vida me trouxe um intenso fascínio pelas pessoas com qualquer deficiência. Frequentemente, quando vou a um lugar de que gosto, imagino se há uma forma de uma pessoa em cadeira de rodas chegar até lá, ou como explicar a uma pessoa cega como é, para que também possa "ver" a beleza.

"Há uma tênue linha entre insistência e perseverança. Quando a _____ usa de insistência para conseguir algo que se pensava impossível para ela, as pessoas interpretam como perseverança... quando começou seu projeto de ciência do ano passado, tornou-se obcecada com o assunto e aprendeu tudo que poderia sobre ele. Quando chegou a hora de falar aos juizes, impressionou-os tanto que ganhou o grande prêmio da escola, e um Excelente em Biologia na feira geral do condado. Não era mais aquele tempo lá atrás quando nos diziam para colocá-la em uma unidade especial..."

Mesmo nestes dias, nesta época em que ninguém pensaria em pôr uma criança com deficiência física em um "asilo", como se fazia no passado, não é incomum um pai ser recomendado a institutionalizar seu filho autista.

"Para mim, às vezes é difícil distinguir o que é causado pelo autismo e o que é causado apenas pela sua maravilhosa personalidade normal. O _____ só tem quatro anos, assim não tem que escolher uma carreira, ou se perdeu em algum lugar, mas posso dizer-lhe que ele é uma criança visivelmente bonita. Algo que acredito a respeito do seuautismo é que:

1. Aprendeu sozinho a ler, aos três anos. 2. Não se envolve com a última "novidade" e, assim, não é influenciado pelas coisas que afetam outras crianças. Por exemplo, não gosta de assistir a desenhos animados e, assim, não quer ter o último boneco do Power Ranger, ou o que quer que esteja na moda. Adora assistir a programas educativos mas não choraminga para comprarmos brinquedos quando vamos à loja... 3. Na maior parte, não entende os conceitos de raiva e violência. Eu diria que ele jamais bateria em outra criança porque pegou seu brinquedo, nem nunca ficaria bravo por lhe xingarem - riria junto com eles. 4. Ainda adora se aconchegar, abraçar, etc.. Não é "tão grande que não queira mais fazer isso..."

As duas respostas seguintes vieram de pessoas que são, elas mesmas, autistas.

"Tendemos a ser honestos, diretos e retos com nossos princípios. Podemos desenvolver habilidades especiais em uma variedade de áreas, talvez devido a uma habilidade geral de nos concentrarmos em informações abstratas. A maioria de nós provavelmente não é muito afetada pela propaganda e, acredito, nem por líderes carismáticos."

"Pessoalmente, acho útil me isolar automaticamente de um monte de coisas emocionalmente negativas - elas não existem para mim a menos que eu lhes queira prestar atenção, ou alguém me explicar o que está acontecendo."

Um dos maiores desafios que as pessoas autistas, mesmo as de alto funcionamento, enfrentam é a dificuldade em compreender as respostas emocionais daquelas que chamam de "NT" (neurotípicas). Como as habilidades sociais lhes são um grande problema, encontrar um trabalho em que possam ser melhores do que os outros é difícil, porque frequentemente começam se fechando durante a entrevista.

"Bem, um pouco antes eu fiz um teste (o teste GATB) para avaliar-me com relação a ser capaz trabalhar - parecia uma boa idéia na época - pouco desse teste tinha alguma relação comigo, mas uma coisa em particular foi interessante... Era sobre ver figuras planas e visualizá-las dobradas em 3-D, como se fossem folhas de metal dobrado. Gostei mesmo dessa parte e eu quis fazer mais... fiquei sabendo que eu atingi a maior pontuação que a mulher que tabulou os resultados tinha visto em dez anos.

"Para mim, é como a habilidade de Temple Grandin, um sentido quase palpável das imagens, que posso usar de acordo com minha vontade. Houve situações em que inventei algo - eu conserto equipamentos de áudio e tenho várias ideias no meu trabalho, algumas muito inovadoras - e sei na hora qual seria o resultado de minha ideia. Fico surpreso e não compreendo quando as pessoas não entendem imediatamente... apesar de tudo, frequentemente a outra pessoa é alguém muito mais competente em outras coisas, de longe mais bem sucedida do que eu, contudo não enxerga, não importa como eu tente explicar."

"Isso não é sobre ser sempre estritamente visual, no sentido em que Temple Grandin explica. Para mim, é mais como uma espécie de 'sacação' ou de saber uma coisa. Eu tenho sentidos similares sobre tendências e implicações em áreas, como computadores, que me interessam o suficiente para me manter ligado com o assunto principal e o pano de fundo."

A respeito de minha segunda pergunta, "porque o autismo é percebido como uma coisa tão terrível e nunca positiva?", o consenso geral pareceu indicar que é por causa da imprensa ruim, que é porque a mídia tende ao sensacionalismo. Entretanto, recebi alguns comentários que me surpreenderam. Uma pessoa comentou: "por isso é terrível. Ser privado do contato humano, unidirecional ou outro, tem consequências emocionais. Também, pode ser difícil imaginar alguns dos lados positivos, até que você os viva no dia-a-dia." Uma outra resposta foi, simplesmente, que "precisamos de melhores definições." Mas talvez minha resposta favorita seja "porque as pessoas tendem a ver o lado positivo como sendo "apesar do autismo". Todos os comportamentos negativos - mesmo aqueles que ocorrem nas crianças normais - são vistos como sendo parte do autismo da pessoa."

Acho que é hora de nós todos olharmos mais o lado positivo de todos... tanto aqueles que têm deficiências como aqueles que não têm.

O endereço não se encontra acessível em 2010:
http://access.autistics.org/support/family/terrible.html

Autism Is NOT A Terrible Thing
by Donna Eustace

Most people have at least heard of Autism. But hardly anyone has ever thought that autism could actually be a good thing. At the mention of the word autism, the mind pulls up images of a child sitting on the floor rocking repetitively, banging their heads against a wall or the floor, flapping their hands, or spinning objects. Unless a person has first hand knowledge of autism, these images, mostly derived from the media's portrayal of autism, are the first thing to pop into their heads. So how can autism be a good thing or even an advantage?

Temple Grandin, who has a Ph.D. in animal science from the University of Illinois, and is an assistant professor in animal science at Colorado State University, is autistic. She is also the author of two books, Emergence: Labeled Autistic (1982) and Thinking In Pictures (1995). One third of the cattle and pigs slaughtered in North America pass through livestock equipment she designed. According to Joseph P. Shapiro, "If the term autism conjures up images of Dustin Hoffman in Rain Man or some head-banging unfortunate on a back ward, then Grandin is an accomplished stereotype blaster" (78). She firmly believes that since animals give so much to humans, they should be treated well up until the moment of their deaths.

So where does autism fit into this? Because of her concrete thinking, Temple Grandin is unable to think of things in generic terms like most people do. If she hears the word cat, instead of the picture of a generic cat popping into her brain, she mentally sees certain cats that she has known during her life. When someone speaks to her about a church steeple, she instantly pictures specific steeples she has seen. This ability enables her to actually picture in her mind exactly how a cattle chute she is designing will look and operate before it is ever put down on paper. Not only does she totally understand how the chute will operate, she can also see it from the animal's perspective. She designs the curves and walls so that they block the view of anything that might make the animal skittish, such as shadows, another animal, or a glimpse of someone who works in the packing plant. But her autistic way of thinking in scientific terms - she compares herself to Star Trek's logical thinking Mr. Spock - prevents her from viewing the animal's death with anything other than detachment. Yet if not for her autism, she would not be able to think in such concrete terms, and may not have actually turned one of her "fixations" into a life-long career.

Another example of how autism can work to a person's advantage is the story of Taylor Touchstone, a 10-year-old autistic boy who was lost in the swamp of Fort Walton Beach, Florida in August of 1996. In an article for the August 17, 1996 edition of the New York Times, Rick Bragg tells the story of the little boy who wandered alone through the swamp for four days. "He swam, floated, crawled, and limped about 14 miles, his feet, legs, and stomach covered with cuts from brush and briars that rescuers believed to be impassable, his journey lighted at night by thunderstorms that stabbed the swamp with lightning."

On August 7, 1996, Taylor went swimming with his mother, Suzanne, his sister, Jayne, and some friends in Turtle Creek on the reservation lands of the Air Force Base. He walked into the water, floated downstream, and disappeared from sight. He did not respond to his mother's calls. He was found by a fisherman named Jimmy Potts on Sunday, August 11, floating naked in the waters of the East Bay River. Six months earlier, four Rangers died while training in swampland near there.

Taylor's family believes that he survived, not in spite of his autism, but rather because of it. The alligator and snake infested area might have caused another child to have gone into panic, but not Taylor. His mother states in the article that, "He will fixate on a knot in a bathing suit's draw string - and not be concerned about the broader realm of his life. If that focus helped him survive, it is a miracle that it was my son and not some otherwise normal child who went for a four-day swim in the black water region. He may have paddled with the gators, and worried more about losing his trunks." She compared it to a talk she had heard by an autistic woman who stated that although most people in a forest might see the vastness of the trees, she might concentrate instead on a spider web. Army Rangers and sheriff's deputies could not fully penetrate the region. Yet somehow, Taylor did. Rick Hord of the Sheriff's Department stated, "The search area encompassed as much of that area as we could cover. He went farther."

This year, 9 year old Alex Mont was presented with a gold trophy for his perfect score on a national mathematics test. More than 85,100 students had taken the exam, and only 268 of them -including just seven fourth graders - got a perfect score. There are two sides to Alex. One side is his extreme giftedness in math, the other side is his autism. When he was four years old, he would ride in the cart when his parents took him grocery shopping with them and convert the soda bottles from liters to quarts. Susan Levine, a Washington Post Staff Writer tells us in her June 23, 1997 article for the Washington Post that "He conquered fractions before kindergarten and soon after grasped that division was multiplication in reverse. In second grade, giggling to himself one night in his bedroom, he figured out the equation for an infinite mathematical sequence. His floor- to-ceiling bookshelf is filled with titles such as 'Archimedes' Revenge.'" His mother, Nadine Goodman explains, "He's a high-functioning autistic kid with severe social problems - who does calculus."

Alex will also participate this summer in a three-week math and science institute at John Hopkins University's Center for Talented youth. To qualify for this program, a fourth grader like Alex has to place within the 70th percentile for seventh graders on an advanced test of reasoning ability. Alex placed at the 99th percentile for ninth graders. This was the highest level that could be pinpointed from the results.

When he went with his Cub Scout pack to tour a local stone company as part of their study of rocks, Alex concentrated on the company's pricing system instead of the merchandise. He asked the manager why it was cheaper to buy twenty five of the eighty pound bags of gravel than to order a bulk ton delivery. Alex's mother says he started studying unit pricing when he was three years old.

I am a member of three different listservs on the internet dealing with autism, two of which are anonymous sources. I posted the questions, "1) What are some other examples or ways in which autism can be a positive thing, and 2) Why is autism perceived as such a terrible thing and never positive?" to these listservs. I received 14 responses. Some of the answers first question included following

"Many of our world's great thinkers had autistic tendencies and the gifts they gave to the planet are amazing. Einstein in particular, didn't talk until late and had many autistic traits. Bill Gates is another. . . . If one considers that the new 'politically correct' definition of autism is that a person's brain is 'wired differently' then it stands to reason that anyone who as an IQ in the 150 range will be perceived as having his brain 'wired differently' compared with the general population. Perhaps it is, from a Darwinian standpoint, necessary for the population to move toward the autistic spectrum in order to solve many of the mysteries of the world (AIDS, cancer) because these people don't let personal relationships get in the way of their true passion, often their work (often at the upper University level)."

This makes sense. It seems as if anyone who has ever been a "mover and shaker" in our society has always had a reputation of eccentricity. And many of these people have seemed to be loners.

"My nine year old chose to do his semester long project in LEAP on Bill Gates. He found that Gates has many Aspergers/Autistic traits: jumping and rocking, being very competitive (hates to lose at anything), happiness with solitary activities, shy, strong desire for control, pacing, dislike for small talk. . . . People who are brilliant--think differently and that is the key to their brilliance."

The next person's response actually came in response to the final sentence of the response above. It seems to be the consensus that people's differences are important in giving us a well- balanced society.

"_____'s brains is wired differently then [sic] everyone else and he is certainly brilliant because of that! We need to remember this when we are dealing with the negative aspects." "My son . . . has a certain innocence, lacking the worldly traits of other kids his age. This includes his disinterest in conforming to the crowd, ie mean behaviors, teasing of other kids, trying to be 'cool', showing off and bragging.... He (and other autistic kids) has a heavenly genuineness that I wouldn't trade for the world. He is internally sweet..."

I have noticed this with my own child. She has a sweetness about her, and does not know anything about being mean. The concept is beyond her.

"I have spend [sic] many years in the high school classroom teaching the gifted, and those who are highly gifted with IQ's above 150 are very different from their peers, and they do indeed share many traits of our own children. Giftedness by it's very definition means that this [sic] kids are not normal and the more standard deviations they are from that 100 norm, the more eccentric they seem to be. . . . I don't think I've ever had a highly gifted kid who didn't have some (in some cases many) characteristics associated with ASD [Autism Spectrum Disorder]. When the brain is wired for genius, this is part of the package."

This was very interesting to me. This was something new that I learned about gifted children. I had never imagined that some of them might exhibit some of the same behaviors that an autistic child would.

"I know a young man who is unidentified so probably this could not be used...however his mom recognizes now that he is/was hyperlexic. He is a chess champion. Learns well through vizualization [sic]. As a young child there were many many difficult behavior problems but now he is in university [sic] and studying maths and physics."

Hyperlexia is along the autism spectrum. Hyperlexic children have an intense interest in letters and numbers, and for many of them, the names of letters or numbers are their first words. These children often teach themselves to read before the age of five.

"I can think of several positive things such as: my kids don't seem to have a mean bone in them and my oldest is always telling the bullies off in school; _____ also has developed an artistic and math ability; he can repeat any song or verse so we think maybe he'll be an actor; he hardly ever gets hurt; and lastly both of my sons posess [sic] a great amount of energy."

An intense interest in music can also be a symptom of autism, although like typical children, no two autistic children are alike. Some autistic people develop "savant" abilities, which means that they learn to do something extremely well but can't apply it in their everyday lives. Those who develop abilities but can apply them often can make a living using those abilities.

"On a personal level, having an autistic child has forced us to make lifestyle changes that we would not have considered otherwise.... _____ has also taught us to be more tolerant, to be more understanding and to be more thankful for what we have! I am much less judgemental [sic] than I was before we became intimate with autism. And even the child who is the most "unreachable" can still teach us all the most important lesson of life: how to give unconditional love!! If people learned to be loving toward the most difficult autistic child, this world would be a better place!!!"

For myself, having an autistic child in my life has also given me an intense fascination for people of all disAbilities. I often wonder when I go hiking to a favorite spot if there would be a way to get a person in a wheelchair out there so they could see it too, or how to tell a blind person what it looks like so they could "see" the beauty too.

"There is a fine line between perseveration and perseverance. When ____ uses her perseveration to accomplish something thought to be impossible for her, people remark on her perseverance. . . . when she started her science fair project last year, she became obsessed with the topic and learned everything she could about it. When the time came to talk to the judges, she impressed them so much that she won grand prize at her school, and Excellence in Biology (the equivalent of second grand) at the county wide fair. It wasn't that long ago that we were told to put her in a functional placement..."

Even in this day and age when no one would even think about putting a child with a physical disAbility into an "asylum" like they were in the past, it is not uncommon for a parent to be advised to institutionalize their autistic child.

"For me, it is hard to distinguish sometimes between what is caused by the autism, and what is caused by just his normal, wonderful personality. _____ is only four, so he hasn't had to choose a career, or get lost somewhere, but I can tell you he is a pretty remarkable child. The following is some of the autism I believe:

1. He taught himself to read at age three. 2. He doesn't become involved in the latest "fad", so is not as influenced by things as other children are. For instance, he doesn't particularly like watching cartoons, so he does not have to have the latest power ranger [sic] toy, or whatever is in now. He loves to watch PBSshows, but doesn't clammer [sic] for the toy when we are in the store.... 3. the [sic] concepts of anger and violence, for the most part, escape him. He would never say, hit another child because they took his toy, he would never get mad at being called a name - he would laugh right along with them. 4. He still loves to cuddle, hug, etc. He is not such a "big boy that he can't do that any more..."

The next two responses came from people who are themselves autistic.

"We tend to be honest, straightforward, and stick to our principles. We can develop special skills in a variety of areas, perhaps due to a general ability to concentrate on abstract information. Most of us probably are not affected by advertizing very much, and neither, I believe, by charismatic leaders.

"Personally, I find it useful that I shut out a lot of negative emotional stuff and power struggles automatically - it doesn't exist to me unless I want to pay attention, or someone explains what's happening."

One of the biggest challenges facing even a high-functioning autistic person is the inability to understand the emotional responses of those of us they call "NT's (NeuroTypicals)". Because social skills are a big problem for them, finding a job that they might be able to do better than anyone else is hard to do because they often get shut out during the interview stage.

"Well, a while back I took a test (the GATB test) for appraising me in relation to being able to work - seemed like a good idea at the time - much of this test had little relation to me, but one particular part of the test was interesting...

"It was about seeing flat shapes and visualizing them bent into 3-D shapes, as if they were sheet metal to be bent and formed. I really liked that part and wanted to do more of it... turned out I got the highest score the woman who tabulated the scores had seen in ten years.

"I see this as similar to Temple Grandin's ability - an almost palpable sense of imagery that can be made to do my bidding. There are times when I have invented something - I tinker with audio equipment and have a number of original concepts at work in my daily life, some very novel - and have _known_ [Using an underscore immediately before and after a word on the internet is a way of stressing that word, since many mail programs do not support italics or bold print. Writing in all capital letters is considered to be yelling, and is therefore considered to be rude.] immediately what the result of my idea would be. I'd be surprised and uncomprehending when other people did _not_ immediately know...after all, frequently the other person would be somebody far more competent in many things, far more successful than I, yet they wouldn't _see_ it no matter how I tried to make them see it.

"This is not always strictly visual, in the sense that Temple Grandin explains it. For me, it's more like a sort of overall 'grokking' or knowing of a thing. I get similar senses about trends and implications in fields (like computers) that interest me enough to have me keeping up with the news and background."

As to my second question of "Why is autism perceived as such a terrible thing and never positive?", the general consensus seemed to be that it was because of bad press, that the media tends to sensationalize the worst. However, I did receive a few comments that surprised me. One person stated, "Because it so often is terrible. Being deprived of human contact, one way or another, has emotional consequences. Also, some of the positive sides could be hard to imagine until you see them in daily life." Another response said simply, "We need better definitions." But perhaps my favorite response was, "Because people tend to see the positives as being "in spite of" the person's autism. All negative behaviors--even those that occur in statistically normal kids--are seen as being part of the person's autism."

I think it is time we all stop to look at the positive in everyone.....those who are disAbled, as well as those who are not.

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Entrevista de Marcelo Bolshaw no Salada Médica

O blog Salada Médica inaugura sua nova seção, o Salada Entrevista, entrevistando Marcelo Bolshaw. Ele tem síndrome de Asperger e nos mostra até onde nossa força de vontade é capaz de nos levar: não temos idéia do quanto somos capazes e cada história de superação que ouvimos renova a esperança que depositamos em nós mesmos.

Entrevista com Marcelo Bolshaw – Síndrome de Asperger
http://saladamedica.wordpress.com/2010/07/14/entrevista-com-marcelo-bolshaw-gomes-sindrome-de-asperger/


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domingo, 18 de julho de 2010

Bela metáfora: as marcas autistas

Em um texto muito bem construído, Juan Isaza explica como certas marcas de produtos ou sserviços se comportam como autistas: não entendem os diversos sinais sociais do mundo que as cerca.

Normalmente, nós, da Comunidade Virtual Autismo no Brasil, protestamos quando a palavra autismo é mal empregada. Mas, então, queremos criar uma redoma em torno dela?

O que incomoda é ver o autismo, uma condição em que vivem pessoas tão frágeis, tão vulneráveis, tão queridas, seja usada como sinônimo de falta de caráter. Juan Isaza, ao contrário, citando Mark Earls, apresentou uma metáfora perfeita, e ainda a explicou com precisão:
"...faz sentido questionar se uma marca é autista. Não porque ela comunica (muitas delas têm níveis de investimento publicitário acima da média da categoria), mas porque não são capazes de se relacionar. Como ocorre com as pessoas autistas, não é que não conseguem se expressar, mas sim por não serem capazes de aproveitar aquelas chaves que a evolução nos deu, como a capacidade de ‘ler a mente dos outros’ e de ler a linguagem corporal dos demais."
É isso. Parabéns ao Juan Isaza e ao Mark Earls, e obrigado. Faz gosto ler um texto assim.

Opinião: Sua marca sofre de autismo?
http://www.chmkt.com.br/2010/06/sua-marca-sofre-de-autismo.html



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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Natal: Presença autista no lançamento de uniforme

Em Natal (Rio Grande do Norte), o time do ABC lança seu novo uniforme em um desfile no Norte Shopping que contará com a presença de jogadores, jornalistas e uma vereadora abecedista. O desfile terá ainda a participação especial dos atletas paraolímpicos Rildene Fonsêca, Euzébio e Raimundo Damasceno, e a presença de pessoas autistas e portadores da Síndrome de Down.

Jogadores do ABC desfilam nesta sexta-feira no lançamento do novo uniforme
| Equipe Dez | Dez na Rede | 15/07/2010 |

http://www.deznarede.com.br/novo/navegacao/ver_noticia.php?id_noticia=17019&JOGADORES+DO+ABC+DESFILAM+NESTA+SEXTA-FEIRA+NO+LANCAMENTO+DO+NOVO+UNIFORME

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Sergipe tem novo CAPS infantil

O município de Nossa Senhora do Socorro é o segundo município sergipano a instalar um Centro de Atendimento Psicossocial/Infantil (CAPS/Infantil), com o nome de São Domingos Sávio.

Segundo o secretário de Saúde municipal, Saulo Eloi Filho, no Estado só há dois CAPS Infantis, um em Aracaju e agora este, em Socorro. Segundo sua coordenadora, o CAPS São Domingos Sávio terá capacidade para atender 180 crianças e jovens, de 12 a 16 anos de idade, que têm problemas mentais, com álcool ou drogas, ou autismo.

O CAPS São Domingos Sávio dispõe de cinco salas de atendimento individual, sete banheiros, uma sala dormitório, uma sala de oficinas pedagógicas, salão de oficinas de artesanato, sala de coordenação, enfermagem, refeitório, auditório, sala de jogos, sala da administração, almoxarifado e uma copa.

Prefeitura de Socorro inaugura o 2º CAPS Infantil do Estado
| Plenário | 16/07/2010 |

http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=16720107424739931

Prefeitura de Socorro inaugura o 2º CAPS Infantil do Estado
| Agência Notícias de Socorro | 15/7/2010 |

http://www.ansocorro.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=66070

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