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terça-feira, 1 de abril de 2014

Nepal: autismo e educação

Cada aluno deve ter um plano educacional individualizado, e só um esforço conjunto de pais e professores podem ajudar as crianças autistas a aprender

| Rajneesh BHANDARI | 01/04/2014 | eKantipur |

Kastup Lamsal, de quatorze anos, é uma criança autista. Ele fica distante, não se comunica com as outras crianças e às vezes é hiperativo.

Sua mãe Rachana, 43, enfermeira de profissão, achou que seu segundo filho era diferente quando ele não pronunciou "ama " e "buba", enquanto outras crianças na sua idade o faziam. Ela o levou a um hospital, mas os médicos não conseguiram diagnosticar o autismo. Os médicos consultados disseram que o problema de Kastup não era significativo, era um atraso na fala.

Ela o levou a várias escolas, mas alguns dias após a matrícula, as escolas o recusavam, ao perceber que ele era diferente. "No começo, o admitiam, mas quando viam que ele era um pouco diferente dos outros, nos pediam para tirá-lo da escola", diz ela. "Foram os momentos mais dolorosos da minha vida", disse ela.

A história de Rachana se assemelha à de muitos pais de filhos autistas. Eles não têm escolha quanto às escolas que não aceitam crianças autistas. Uma vez que o autismo é um distúrbio neurológico e é tratável, pais como Rachana querem que o governo ouça seus apelos e crie um ambiente de aprendizagem para seus filhos, para que possam viver de forma independente.

Não há dados oficiais sobre quantas crianças no Nepal são autistas. Autism Care Nepal, uma organização que trabalha pelos direitos de crianças autistas dirigida por seus pais, estima que há cerca de 300.000 pessoas autistas vivendo no Nepal.

A Dra. Sunita Maleku Amatya, presidente da Autism Care Nepal, salienta a necessidade de educação especial para estas crianças. Sunita, cuja filha de oito anos Kreet Amatya é autista, é anestesista.

- "Após o diagnóstico, o maior desafio para os pais de autistas é educar os filhos", explica Sunita. "O governo deveria garantir o direito à educação para essas crianças."

Ela sugere que o governo lance programas de educação especial para crianças autistas. "O Nepal tem a meta da educação para todos até 2015, e as crianças autistas não devem ser deixadas de fora", ela diz. "A educação é um direito básico também para elas."

Educar crianças autistas exigiria planos educacionais especiais. Elas precisam de uma equipe multidisciplinar composta de arteterapeutas, musicoterapeutas, terapeutas ocupacionais e outros professores treinados.

O pai de Kastup, KP Lamsal, de 47 anos, diz: "Deveria haver escolas e professores especiais que cuidassem de nossos filhos. As provas deveriam ser feitas com base em suas qualidades." Cada aluno deve ter um plano educacional individualizado e só um esforço conjunto de professores e pais pode ajudar crianças autistas a aprender e evoluir.

Kedar Gandhari, 33, um musicoterapeuta clínico sênior de crianças autistas, diz que as terapias ajudam crianças autistas a se socializar. "Tenho visto crianças autistas aprender muito com os tratamentos", ele conta, acrescentando que crianças com autismo leve vão aprender rápido, enquanto que aqueles com autismo severo vão levar mais tempo; cada criança autista tem uma diferente velocidade de aprendizagem.

Autism Care Nepal, que também mantém uma creche para crianças autistas, está tomando iniciativas para sensibilizar a nível político, de foram que o governo não classifique o autismo como uma deficiência intelectual.

"A primeira coisa que precisamos entender é que pessoas com autismo podem ser excepcionalmente talentosas, por isso o governo não deveria classificar o autismo como deficiência intelectual. Deve ser considerado em separado", disse Sunita. Embora o nível de conscientização sobre o autismo esteja aumentando na Capital, as coisas eram muito diferentes há 10 anos. Foi o Dr. Arun Kunwar, um psiquiatria da infância, que diagnosticou Kastup como autista. O menino já tinha sete anos quando foi diagnosticado.

Os pais de crianças autistas são obrigadod a enfrentar um novo desafio a cada etapa da vida. "Minha preocupação agora é quem vai cuidar de nossos filhos quando morrer", Rachana, olhando para seu filho Kastup, diz. "Se houver um centro de atendimento de autismo que possa cuidar do meu filho quando ele crescer, eu poderei morrer em paz."

Autism and education
http://www.ekantipur.com/2014/04/01/development/autism-and-education/387576.html

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sábado, 14 de setembro de 2013

Abraça apoia a redação de consenso para a meta 4 do PNE

A Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça) vem se posicionar com relação à Meta 4 do Plano Nacional de Educação em tramitação no Congresso Nacional e nesse sentido faz as seguintes considerações:

A meta 4 do PNE deve ser orientada pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) se constituindo em um instrumento que fortaleça a implementação do seu Artigo 24 no sentido de:
  • efetivar o direito à educação sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades;
  • assegurar a construção de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis; e,
  • garantir, mais especificamente, que as pessoas com deficiência, incluindo as que estão dentro espectro do autismo, possam ter acesso ao ensino primário inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas.
O termo “preferencialmente” ao longo dos anos vem sendo usado para justificar a exclusão escolar baseada na deficiência e no grau de limitação do aluno, o que se constitui discriminação, proibida pela CDPD. Qualquer texto que venha usar a palavra “preferencialmente” tem que deixar claro que o ensino regular se dá na escola regular, cabendo, quando necessário, às organizações de atendimento especializado o papel complementar através do Atendimento Educacional Especializado (AEE), para apoiar o processo de inclusão.

A proposta original da Meta 4, aprovada na CONAE (Conferência Nacional da Educação), é a universalização do ensino regular para pessoas com deficiência, que está em plena harmonia com o artigo 24.2 da CDPD, portanto, todo o financiamento público para organizações privadas deve ser no sentido promover um sistema educacional inclusivo, o que deve ficar claro nas estratégias da Meta. Ante o exposto, compreendendo que o diálogo e busca pelo consenso faz parte democracia e entendendo a necessidade de eventuais ajustes no texto, apoiamos a proposta de consenso apresentada pelo Ministério da Educação, que segue anexa.

Atenciosamente,

Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça)

É importante a ampla disseminação do texto e a manifestação de apoio à essa proposta junto ao Senador Vital do Rego, relator na Comissão de Constituição e Justiça do Senado ( vital.rego@senador.gov.br ).

Redação de consenso para Meta 4:
    Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação o acesso à educação básica, assegurando-lhes o atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, nos termos do artigo 208, inciso III da Constituição Federal e do artigo 24 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência , aprovada por meio do Decreto Legislativo n° 186, de 09 de julho de 2008, com status de Emenda Constitucional e promulgada pelo Decreto n° 6949, de 25 de agosto de 2009.

    4.1) contabilizar, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, as matrículas dos (as) estudantes da educação regular da rede pública que recebam atendimento educacional especializado complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular, e as matrículas efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na educação especial oferecida em instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, com atuação exclusiva na modalidade, nos termos da Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007;

    4.6) garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, aos alunos surdos e com deficiência auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas e classes bilíngues, nos termos do art. 22 do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, e dos arts. 24 e 30 da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como a adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdocegos;

    4.13) definir, no segundo ano de vigência deste PNE, indicadores de qualidade, política de avaliação e supervisão para o funcionamento de instituições públicas e privadas que prestam atendimento a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

    4.16) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o Poder Público, visando ampliar condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação, matriculadas nas redes públicas de ensino.

    4.17) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o Poder Público, visando ampliar oferta de formação continuada e produção de material didático acessível, assim como, serviços de acessibilidade, necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, matriculados na rede pública de ensino.

    4.18) promover parcerias com Instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o Poder Público a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo.
      Macaé Maria Evaristo
      Secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão

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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Não Impossível

A história de Daniel, um jovem de 17 anos com autismo severo e seus seis cursos Coursera

Not Impossible: The Story of Daniel, a 17 Year Old with Severe Autism & His 6 Completed Coursera Courses

Fonte: blog do Coursera.
Dica: Murilo Saraiva de Queiroz.
Tradução: Argemiro Garcia

Este post é de Michael, pai de Daniel. Daniel é um rapaz de 17 anos que tem autismo severo. Ao longo do ano passado, ele fez seis cursos Coursera. Sua jornada alegrou nossos corações e pedimos a Michael que a compartilhasse com a comunidade Coursera. Esperamos que você aproveite a história de Daniel, tanto quanto nós.

É impossível exagerar o benefício e felicidade que Coursera trouxe para o nosso filho Daniel e nossa família.

Há cinco anos, nosso filho Daniel, autista severo, teve um grande avanço. Ele tinha 12 anos de idade e usava um vocabulário de trinta ou quarenta palavras (embora soubéssemos que entendia muito mais). De repente, ele aprendeu a responder a perguntas, escrevendo as respostas, uma letra de cada vez, em um placa de letras, dessas que havia em algumas lojas para escrever os preços. Em um par de semanas, Daniel já podia usar os milhares de palavras que ouvira, mas não conseguia falar.

A professora que criou este avanço, Soma Mukhopadhyay, também nos ensinou como ler para Daniel: ler uma frase, parar, fazer-lhe uma pergunta de entendimento de texto, esperar sua resposta na placa, ir para a frase seguinte, outra pergunta...

Ler uma frase de cada vez era lento. Assim, para ser bom para nós dois, comecei a ler para Danny “Sonho de Uma Noite de Verão”, de Shakespeare, que é deliciosa nesse ritmo. Daniel tinha grande dificuldade com a leitura muito rápida, mas uma vez que eu fosse devagar o suficiente não parecia se importar com o quão difícil era o conteúdo! Logo, minhas perguntas "compreensíveis" começaram a ir além "do que está acontecendo" e passaram a ser sobre rima, simbolismo, metáfora e estrutura dramática. Não importava a Daniel: enquanto ele estava respondendo a perguntas, ele estava seguindo a história e, quanto mais duras eram as perguntas, mais ele adorava. Ao final de sete meses, que levamos para terminar a peça, Dan tornara-se um leitor refinado, uma habilidade que lhe permitiria cursar as aulas de Poesia Americana Moderna e Contemporânea de Al Filreis: o curso do Coursera que outra vez mudaria sua vida, quatro anos mais tarde.

Quando nos mandaram a palestra TED de Daphne Koller e descobrimos o Coursera, seguíamos bem na senda de ensinar Dan em casa. Ele adorava aprender e nos conduzia para assuntos onde podia comparar idéias, porque juntar diferentes peças de informação e transformá-las em conhecimento o fazia sentir, como ele soletrou para nós. "menos autista". Dan está ansioso para ir para a escola, mas é incapaz de ficar parado silenciosamente em uma sala de aula, e incapaz de comunicar o pensamento abstrato, exceto com seu quadro de letras. Ainda mais limitante, ele depende de um adulto para ajudá-lo na tarefa, mantê-lo trabalhando nela, segurando sua mão enquanto coloca as letras. O Coursera parecia ser o meio caminho entre a educação em casa e o que Dan chamava de "ir para uma escola de verdade", mas acabou por ser muito mais.

Em setembro de 2012, ainda não havia muitos cursos de Ciências Humanas no Coursera (lembrem-se que Dan quer poder comparar idéias, então as Humanidades são melhores para isso do que os duros cursos de Ciências) e assim eu o ajudei a se matricular em dois cursos da Universidade da Pensilvânia: Poesia Moderna, de Al Filreis, conhecido por legiões de fãs em todo o mundo como ModPo e Mitologia Greco-romana, de Peter Struck.

Dan teve muitos dissabores e evoluiu muitas vezes. O maior dissabor foi ter que manter um ritmo de trabalho. Leváramos meses para ler a nossa primeira peça de Shakespeare, e agora eu tinha duas semanas para ler a Odisséia com ele. Até o Coursera, minha esposa Meredith e eu estávamos tão emocionados com Dan entender literatura que dávamos a ele o tempo que precisasse. Coursera acabou com esse luxo estrondosamente. Na verdade, o formato de palestra on-line facilitava que eu parasse o vídeo e fizesse perguntas a Dan, e podíamos repetir coisas que ele não entendia na primeira vez mas, basicamente, Dan teve que se dedicar, o que ele queria, e isso foi uma tremenda possibilidade de crescimento. Ele descobriu que podia entender a Odisséia com apenas duas ou três questões de entendimento de texto por livro e manter o ritmo incessante de um curso universitário, estudando, estivesse de bom humor ou não (A educação especial pode ser muito complacente. Dan adorou ter um objetivo padrão que tinha que acompanhar.).

Em seguida, vieram os questionários. Após o primeiro ou segundo, paramos de ler as perguntas em voz alta e começamos a acompanhar a questão na tela com seu dedo; ele respondia tocando a resposta na tela. Dan não consegue usar um mouse mas logo descobrimos que, se o questionário estivesse em um iPad, a tela sensível ao toque lhe permitia ler e responder as perguntas por si mesmo. Em uma ou duas vezes, ele percebeu que poderia achar que mais de uma das respostas estavam certas e descobriu o fenômeno da apelação ao professor. Os questionários das palestras sempre são fáceis para ele porque são como parar e fazer uma pergunta de entendimento, coisa que conhece bem.

Então, vieram os textos online para escrever e a revisão pelos pares (peer-review). Embora Dan ainda não leia por simples prazer, aprendeu a ler as redações de 500 a 800 palavras de seus colegas, e aquele jovem, para quem escrever um par de frases sobre o quadro tinha sido um grande passo, começou a ser capaz de escrever e construir um argumento em ordem lógica. Como revisor, ele experimentou a angústia de odiar um ensaio mal escrito, mas sem querer dar uma nota negativa. Ele se encheu de orgulho quando os colegas lhe deram notas altas e sofreu, na única vez em que recebeu uma nota vermelha dos colegas (Ele fez tão bem os outros ensaios que ainda foi aprovado no curso). Quando lhe ocorreu que poderia escrever uma redação sobre Frank O'Hara no estilo das suas poesias, ficou todo orgulhoso e esperou ansiosamente para ver se os colegas gostariam (e gostaram).

O Código de Honra Coursera teve uma ótima impressão sobre ele. Um dia, estremeci com uma das respostas de Dan a um questionário, quando ele escreveu: "Estou vendo agora que a resposta dois é a certa, mas deixe a errada, porque foi a minha escolha".

Dan já recebeu seis certificados e aprendeu com a imersão em vários outros cursos também. É uma grande preparação para a faculdade, é um mundo novo para alguém não graduado – especialmente um autista de 17 anos –, ser capaz de estudar Literatura Grega Antiga a partir de diferentes pontos de vista em Penn, Wesleyan e na Universidade da Virgínia. Este mundo é novo para ele: normas, colegas, camaradagem e competição. E com a sua participação neste mundo veio algo que iria surpreenderia alguns fóruns críticos aos MOOCs (Massive Open Online Courses – Cursos Abertos Online Massivos): Daniel sofreu uma diminuição drástica do seu sentimento de isolamento. Há e-mails e mensagens do fórum e pessoas que aceitam Dan, apesar de (ou ignorando) seu autismo. Mas há também encontros cara-a-cara, decorrentes inicialmente do compromisso de Al Filreis com a sinceridade e o convite que fez aos alunos para cair a Casa de Escritores Kelly, em Penn. Levamos Dan até lá e Al passou um tempo com ele, e os assistentes técnicos, conhecidos das aulas em vídeo, foram amigáveis e acolhedores e Dan começou a perceber que poderia haver uma comunidade da qual um dia pudesse fazer parte que não tinha nada a ver com autismo. Encorajado pelo encontro com o Professor Filreis, Danny me pediu para escrever a Peter Struck e ele nos recebeu, também. Temos esperança de encontrar todos os professores de Dan – um está em Jerusalém e vários estão em Edimburgo! Alguns dos 49 courserianos que são amigos no Facebook de Danny vão, provavelmente, tornar-se amigos não-virtuais com o tempo.

Ele já teve até um momento de estrelato. Nós o levamos para o webcast final de ModPo em Penn e, em um certo momento, um dos assistentes técnicos pediu às pessoas do público que escolhessem duas palavras que resumissem sua experiência ModPo. As de Dan foram "não impossível" e, com o gentil pedido de Al Filreis, ele conseguiu dizer essas palavras em voz alta para muitas centenas de pessoas que estavam assistindo ao redor do mundo. Alguém escreveu um tópico sobre ele e, durante 72 horas, "Não impossível", foi o top thread no forum ModPo, com pessoas escrevendo de todo lugar, dizendo que Dan lhes havia inspirado e que "não impossível" seria sua nova palavra de ordem . Você pode imaginar como isso faz uma pessoa como Daniel se sentir útil?

Assim, é como se todos os elementos inventados pelo Coursera para fazer seus cursos online mais parecidos com a faculdade tenham tido algum papel na redução das dificuldades deste adolescente.

A senha de Daniel no Coursera tem a ver com a palavra "cura", e ele tem razão.

Enquanto termino este post, estou indo para o quarto de Daniel, ler para ele o resto do livro 24 da Ilíada. Quando terminarmos, vamos voltar a assistir a palestra do Professor Andy "Os Gregos Antigos", da Wesleyan. O material é semelhante, em alguns aspectos, com o material do curso de Peter Struck "Mitologia Greco-romana" de Penn, e isso faz Daniel comparar e contrastar não só Aquiles e Heitor, mas também os dois cursos. A Apologia de Platão é discutida no curso da Wesleyan e também em "Conhece-te a ti mesmo", da Universidade de Virginia. A EDX agora oferece o curso de Professor Nagy que estuda a Ilíada, de um ponto de vista completamente diferente. Isso destaca um aspecto surpreendente das MOOCs. Décadas atrás, quando eu era estudante, eu teria aceitado a idéia de que qualquer pessoa educada teria que estudar, pelo menos um pouco, a literatura que chegou até nós a partir da Grécia Antiga. Mas quem já teve a chance de experimentar e comparar o assunto como ensinado nas universidades da Pensilvânia, da Virgínia, Wesleyan e Harvard? Aos 17 anos?

O que Daniel vai fazer com tudo isso ainda está por ser visto. Mas o fato de que ele vai ter a chance de fazê-lo é um dom da Coursera.

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

18 de agosto: Lançamento de livro na Bienal de SP

Jornalista e psicopedagoga baiana e seu marido, editores deste blog, lançam livro em São Paulo

Decididos a compartilhar sua experiência na educação de seu filho caçula Gabriel, que é autista, a jornalista e psicopedagoga Mariene Martins Maciel e seu marido, o geólogo Argemiro Garcia lançam Brincanto - autismo tamanho família na Bienal do Livro de São Paulo.

Capa do livro - Gabriel sentado em um trapézio, durante aula no Circo Escola Picolino, em Salvador.

A obra apresenta um apanhado do conhecimento sobre o autismo e, a seguir, apresenta as estratégias adotadas pelo casal e sua família para trabalhar o desenvolvimento de Gabriel, seu quarto filho. A abordagem criada por eles, chamada de Brincanto, foi aplicada com sucesso no atendimento de outras 42 pessoas autistas, o que também é relatado no trabalho.

O casal ressalta: "Este livro apresenta uma abordagem que brotou da nossa experiência como família de um garoto autista. Esperamos que esta obra ajude profissionais em seu trabalho e possibilite outras famílias a trilhar seu próprio caminho, construindo-o em cima de esperança e da crença de que o futuro se faz com as próprias mãos."

Opiniões:

"O livro é uma aula de vida no enfrentamento das dificuldades e como se fala em Minas, os autores não esconderam leite na explicação dessa técnica, o que a torna aplicável em outras pessoas." Walter Camargos Júnior

"Os capítulos de Brincanto espelham sua extensa procura de conhecimentos, caminhos, métodos, ajuda, que agora compartilham com o leitor." Margarida Windholz

Informação:

Quando: 18 de agosto - 10h00 às 13h00
Onde: Stand da Editora Scortecci, Bienal do Livro de S. Paulo


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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Professor movido a energia solar

Kevin Crosby é um professor dedicado. Leciona na High School Independence. Quando não está na sala de aula, orienta a Equipe Solar Autista Falcon. Ele explica como a energia solar funciona, usando moinhos de vento e gás carbônico.

Todos seus alunos têm autismo, e enfrentam dificuldades com as habilidades acadêmicas básicas.

Usando a energia solar, Kevin conseguiu envolver seus alunos com a energia solar. Ele conta que "um dos estudantes veio até mim e disse que a energia solar era fascinante. Foi um UEBA!! - isso é uma coisa forte para eles e então, pensei que eles podiam ensinar isso para as outras crianças!"

Assista ao vídeo aqui.

Real Hero: Kevin Crosby
The Autism News - 11 April, 2012 -

17 News continues our salute to this year’s Red Cross Real Heroes, with a local high school teacher who is changing the lives of autistic students with the help of solar energy. But, it’s not just the power of the sun that inspires his students.

Kevin Crosby is a special education teacher at Independence High School. When he’s not in the classroom, Crosby is leading the Falcon Autistic Solar Team. Crosby explains how solar energy works, using windmills and carbon dioxide.

But, behind Crosby’s experiments and students, lies a common disorder that cripples their social skills. Every student suffers from autism. Each one suffers from a variety of developmental disabilities and struggles with basic academic skills.

Through solar energy, Crosby actively engages his students about the power of the sun. “One of the students came up to me and said that solar activity was mind blowing. It was like wow, this was powerful to them and that’s when I got the idea that they can teach this to other kids,” explained Crosby.

Real Hero: Kevin Crosby
The Autism News - 11 April, 2012 -

http://theautismnews.com/2012/04/11/real-hero-kevin-crosby/

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domingo, 25 de setembro de 2011

Escola expulsa autista em Contagem (MG)

Reportagem da TV Alterosa exibiu um dos mais absurdos casos de exclusão escolar de que temos notícia: o Conselho Escolar da Escola Municipal Coronel Antônio Augusto Diniz Costa, da cidade mineira de Contagem, prmoveu um abaixo-assinado pedindo que um aluno autista de oito anos fosse "retirado" da escola!

Na reportagem, surpreendentemente, a vice-diretora Heloísa Ribeiro da Rocha afirmou que nunca houve discriminação na escola e que acredita que seria melhor para o aluno que fosse para outra instituição! Se isso não é preconceito, o que seria?

Proteste! O Secretário de Educação de Contagem se chama Lindomar Diamantino Segundo e é graduado em Filosofia e Ciências Sociais. Seu e-mail é lindomar.segundo@contagem.mg.gov.br e o e-mail da Secretaria é educacao@contagem.mg.gov.br

A prefeita de Contagem, Marília Aparecida Campos, é psicóloga.

Se quiser enviar um fax, não vacile: (31)3352-7001

Assista à reportagem aqui:
Escola expulsa aluno autista
| Darlisson Dutra | TV Alterosa | 23/9/2011 |

http://www.alterosa.com.br/html/noticia_interna,id_sessao=7&id_noticia=61541/noticia_interna.shtml

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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Salvador: palestra dia 5 de agosto

A Associação Baiana de Síndrome Down – SER DOWN, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer – SECULT tem o prazer de convidar V.S.para participar de uma palestra sobre "A educação das pessoas com deficiência na perspectiva dos direitos humanos", que será proferida pela Dra. Eugênia Gonzaga Fávero, Procuradora da República, Mestra em Direito Constitucional pela PUC/SP, membro do Instituto de Estudos sobre Direito e Cidadania e da ONG Ministério Público Democrático.

O evento acontecerá no Auditório Caetano Veloso, UNEB – Cabula, no dia 05 de agosto, das 8h00 às 12h00.


As inscrições serão no local do evento.

Atenciosamente,

Associação Baiana de Síndrome de Down – SER DOWN

Gilvan Silva Souza – Presidente

Palestra
A educação das pessoas com deficiência na perspectiva dos direitos humanos
Dra. Eugênia Gonzaga Fávero

(Procuradora da República, Mestra em Direito Constitucional pela PUC/SP, membro do Instituto de Estudos sobre Direito e Cidadania e da ONG Ministério Público Democrático)
Local:
Auditório Caetano Veloso
UNEB – Cabula

Data:
dia 05 de agosto, das 8h00 às 12h00


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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Proposta de emenda à Constituição 347/2009

Evangel Vale mandou a informação abaixo:

Proposta de Emenda à Constituição 347-A, de 2009 que "altera a redação do inciso III do art. 208 da Constituição Federal para garantir acesso à educação especializada para portadores de deficiência, sem imposição de limite de faixa etária e nível de instrução, preferencialmente na rede regular de ensino".

PEC 347/2009

O último Censo Demográfico (realizado em 2000) concluiu que 60% (sessenta por cento) dos indivíduos com deficiência não foram alfabetizados, enquanto que na população total esse percentual cai para 23% (vinte e três por cento). Segundo estudo científico realizado pela Fundação Getúlio Vargas, denominado “Retratos da Deficiência no Brasil”, esta é uma evidência clara de que o acesso das pessoas com deficiência à educação é reduzido.

“No Brasil, do total das pessoas com deficiência, 12% (doze por cento) completaram 4 (quatro) anos de estudo , enquanto que esse número entre a população total chega a 15% (quinze por cento). Quando se avalia o total de indivíduos com 8 (oito) anos completos de estudo, encontra-se cerca de 2,7% para as pessoas com deficiência contra 5,6% da população total, enquanto que para 9 a 11 anos de estudo, esses percentuais encontram-se respectivamente em 2,9% e 9,4%, respectivamente, o que evidencia a necessidade de se ultrapassar as exigências de escolaridade dos níveis regulares” (Chagas, 1998 - Retratos da Deficiência no Brasil).

Verificou-se igualmente que o estudo das pessoas com deficiência é interrompido justamente no momento em que iniciam seu processo de alfabetização.

Sabemos que há necessidade de se repensar o acesso à educação no Brasil de um modo geral. A educação que almejamos para os cidadãos brasileiros não é unicamente aquela educação de conteúdo – que é de extrema importância - mas buscamos também uma educação em sentido amplo, que forme o sujeito como um todo, em seus direitos e deveres, levando-o a perceber o seu papel na sociedade, no aprendizado do respeito ao outro e ao convívio com a diversidade.

Um dos grandes obstáculos enfrentados no processo educacional das pessoas com deficiência – principalmente quando se trata de deficiência mental – é que o ritmo do aprendizado geralmente se difere da maioria da população, exigindo do professor uma atenção individualizada e o respeito ao grau de compreensão de cada indivíduo e ao desenvolvimento de suas capacidades.

Hoje, o art. 208, inciso III, da Constituição Federal garante educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, entretanto, sabemos que as pessoas com deficiência nem sempre conseguem aos 17 (dezessete) anos de idade estar aptas ao ingresso em uma Universidade ou no mercado de trabalho.

Em se tratando de deficiência mental severa, o quadro é ainda mais complicado, tendo em vista que o espaço escolar, geralmente, é o único ambiente de aprendizado e convivência social, necessitando estas pessoas de um exercício contínuo e ininterrupto de estímulos, na busca de alcançar o maior grau possível de desenvoltura em suas habilidades.

Tramita, na Câmara dos Deputados em Brasília, Proposta de Emenda à Constituição 347-A, de 2009, da Sra. Deputada Rita Camata, que "altera a redação do inciso III do art. 208 da Constituição Federal" para garantir acesso à educação especializada para portadores de deficiência, sem imposição de limite de faixa etária e nível de instrução, preferencialmente na rede regular de ensino.

A matéria em questão é justa e necessita de imediata aprovação na Câmara dos Deputados e, por conseguinte, igual aprovação no Senado Federal.

Quem quiser aderir, assinando o abaixo-assinado:
http://www.abaixoassinado.org/assinaturas/abaixoassinado/6762

Nota do Crônica:

Para esclarecimento, a redação do artigo 208 ficará assim:
“Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – ...............................................................
II – ...............................................................
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, em qualquer faixa etária e nível de instrução. (NR)
...........................................................................”
Atualmente, o artigo 208 é assim:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)


I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

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quarta-feira, 2 de março de 2011

Jovem autista baiano se forma jornalista

| Argemiro Garcia | Crônica Autista | 6/2/2011 |

No dia 5 de fevereiro último, o jovem autista Gustavo de Medeiros participou da cerimônia de encerramento de seu curso de Jornalismo, na UFRB - Universidade Federal do Recôncavo Baiano. Era o aniversário de sua namorada e a família toda comemorava mais este importante passo dado na sua vida.

Gustavo e sua mãe Joanice encararam de frente todas as dificuldades que uma criança autista tem, ao lidar com suas barreiras para se comunicar. Passo a passo, foram superando-as, até chegar a este ponto. Na chamada dos formandos, os colegas que apresentavam os novos jornalistas não deixaram de brincar: Gustavo era conhecido na turma por ser a "Enciclopédia Ambulante", mostrando conhecimento ao longo de todo o curso. Em sua passagem pela universidade, foi acompanhado pela psicopedagoga e também jornalista Mariene Martins Maciel, secretária da Afaga (Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista).

A solenidade foi na histórica cidade de Cachoeira, onde o príncipe regente Dom Pedro foi proclamado "Defensor Perpétuo do Brasil". Palco de importantes lutas históricas pela independência de nosso País, mostrou-se um bom cenário para mais esta batalha travada pelo jovem "aspie", que é como se autodenominam as pessoas que têm síndrome de Asperger.

O autismo pode ser descrito como um conjunto de dificuldades com a comunicação e a socialização, que normalmente vêm acompanhadas de uma hiperfocalização em temas restritos de interesse ou em movimentos repetitivos, as estereotipias. Gustavo tem a síndrome de Asperger, um tipo particular de autismo em que a pessoa consegue desenvolver suas habilidades de conversação, mas se mantém com dificuldades para entender o intrincado jogo social.

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Brasília: Secretário anuncia que EC 405 Norte não fechará

| Manoela Alcântara | Correio Braziliense | 10/10/2010 |

Depois de dois meses de reuniões, manifestações e muito diálogo, a comunidade da Asa Norte conseguiu reverter o processo de fechamento da Escola Classe 405 Norte. A secretaria de educação havia decidido fechar a instituição de ensino e utilizar o espaço para a intalação do Centro Interescolar de Línguas (CIL), até 23 de dezembro, mas neste sábado (9/10) uma nova decisão mudou o destino dos 158 alunos atendidos pelo local, sendo 30 especiais, principalmente com autismo, psicose infantil, transtorno de deficit de atenção e hiperatividade.

Integrantes da associação de pais da escola, professores e representantes de entidades de defesa de pessoas portadoras de distúrbios haviam divulgado um ato de protesto neste sábado, mas antes mesmo de ele acontecer, na sexta-feira à noite, o secretário de educação, Sinval Lucas, anunciou que o fechamento seria revertido. “Está garantido o funcionamento da escola até o final de 2010 e em todo o ano letivo de 2011. Antes de se fazer uma mudança como essa é preciso ter um estudo”, enfatizou.

Segundo ele, o Plano Piloto tem espaço disponível para instalar o centro de línguas sem retirar os estudantes da instituição. “Vamos manter o CIL funcionando no Setor Leste até que a última turma se forme. Nesse meio tempo, é preciso conversar com os moradores, com os alunos e ver a real necessidade da vinda dele para a Asa Norte. Se constatado o pedido da população, encontraremos um local para fazer a mudança”, garantiu. “O que não podemos é tirar as crianças especiais de um lugar que elas já se acostumaram e são bem atendidas”, complementou o secretário.

A decisão foi aplaudida de pé por todos aqueles que lutavam pela causa. O presidente do Conselho Escolar e pai de um aluno autista, Valmir Ferreira Gomes, viu o filho mudar de atitude depois de ir para a Escola Classe. “Nunca pensei que meu filho pudesse ler e aqui ele conseguiu. Além disso, o Renan está sociabilizado. Este é o maior ganho, ver que ele rompeu barreiras e saiu de um mundo particular para interagir com as pessoas”, alegrou-se.

Quando Renan Lira Gomes tinha apenas 5 anos, o pai se mudou de Sobradinho, onde morava, para se instalar na Asa Norte, apenas por procurar um ensino de qualidade para o filho. Valmir era viúvo e encontrava dificuldades para lidar com o autismo, mas encontrou na escola um novo refúgio. Seis anos depois, viu a possibilidade do sonho acabar com a decisão da secretaria. A reversão desse quadro manteve as esperanças acesas e a vontade de lutar pela continuidade dela ainda mais aflorada.

Tanta comoção se dá ao ensino de excelência oferecido pelo local. Embora o governo tivesse alegado que ela poderia ser fechada por ter poucos alunos matriculados, esse é justamente o motivo do atendimento diferenciado. Uma criança autista fica nervosa com a presença de muitas pessoas em um mesmo local e tem o aprendizado muito inferior ao que deveria. Com o número de estudantes que a escola possui hoje é possível atender dois alunos por professor e trabalhar a integração nas turmas maiores depois de se perceber uma evolução do autista.

Secretário de Educação anuncia que EC 405 Norte não será fechada
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/10/cidades,i=217413/SECRETARIO+DE+EDUCACAO+ANUNCIA+QUE+EC+405+NORTE+NAO+SERA+FECHADA.shtml


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sábado, 22 de maio de 2010

Garoto autista acusado de fazer terrorismo


Shane Finn, um garoto autista de 14 anos, morador de Atlanta, no Estado da Geórgia, EUA, desenhou na folha de prova dois bonequinhos palitos, representando a si mesmo e ao seu professor. Na sua "obra", ele porta um revólver e atira no mestre. O pequeno desenho ainda mostra uma lápide com a tradicional inscrição RIP (rest in peace - descanse em paz). Shane tem o QI estimado em 75 e a idade mental de oito anos, frequenta a oitava série.

Frente ao desenho, que não tem mais do que 3 centímetros, a escola decidiu suspendê-lo e processá-lo por fazer "ameaças terroristas".

Karen Finn, sua mãe, declara que está com o coração partido. Embora não sinta orgulho pelo desenho do filho, explica que este não entende o erro que cometeu, muito menos o porquê da punição. Ela lembra uqe, devido a seu autismo, ele não consegue expressar de maneira adequada suas frustrações e raiva.

A escola não quis comentar o assunto para os jornais, apenas explicando que trabalha com "tolerância zero" na questão da violência contra os professores.

Fica a pergunta: e a violência contra os alunos, como fica?


Criança autista é processada por ameaça terrorista

http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/news/2010/05/15/248657-crianca-autista-e-processada-por-ameaca-terrorista

Shane Finn; Autistic Boy, Felony Terrorism Charges for Stick Figure Drawing (Video)
http://law.rightpundits.com/?p=1615

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sábado, 21 de novembro de 2009

Especialistas europeus visitam Unidade de Apoio ao Autismo de Baião

| Renascença | 18/11/2009 |

A Unidade de Apoio ao Autismo de Baião, considerada um caso de sucesso no ensino, foi hoje visitada por especialistas europeus.

Inserida no centro escolar local, esta Unidade dá apoio a crianças autistas de vários concelhos limítrofes.

O coordenador Hélder Lemos explica que a Unidade de Apoio ao Autismo de Baião preenche uma lacuna há muito sentida na região e pode ser um exemplo a ser seguido.

Para além do ensino básico, a Unidade de Apoio ao Autismo oferece um conjunto de serviços específicos.

“Estas crianças têm aquilo que não teriam noutras escolas, desde logo professores de apoio especializados e terapeutas. Depois têm um espaço próprio onde podem ser tratados de forma diferente, embora estejam integrados em turmas”, diz Hélder Lemos.

Todas as salas estão equipadas com computadores com ligação à Internet, quadros interactivos e outro material didáctico.

Especialistas europeus visitam Unidade de Apoio ao Autismo de Baião
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=92&did=79936

Especialistas europeus estudam o caso de sucesso de Baião no reordenamento da rede escolar

| Público.pt | Educação | 18.11.2009 | Agência Lusa |

Especialistas do grupo de Decisores de Educação Europeus consideraram hoje “interessante a forma como Baião está a fazer o agrupamento escolar”, considerando o concelho um caso de sucesso do reordenamento da rede do primeiro ciclo.

A visita a Baião do grupo de especialistas europeus na área da Educação centrou-se no tema "A aposta no primeiro ciclo para atingir o sucesso", tendo participado no encontro membros oriundos de países como Alemanha, França, Reino Unido, Bulgária, Polónia, Itália, Suécia e Turquia.

"O facto de hoje estarmos a ser visitados por oito países da Europa para verificar o modo como desenvolvemos a nossa política educativa, constitui um orgulho e uma satisfação, por vermos que o que estamos a implementar vai produzir resultados na melhoria das condições de vida sociais da nossa população, no aumento dos padrões de cultura e também na garantia de maiores e melhores oportunidades para aqueles que agora estão na escola", afirmou o presidente da Câmara de Baião, José Luís Carneiro.

Sue Waters, uma professora de Inglaterra e um dos 12 membros do grupo de especialistas, disse à Lusa ser "realmente interessante ver como Portugal, e neste caso especifico Baião, está a fazer o agrupamento escolar, como está a gerir as dificuldades e como que estão a reagir professores e pais".

"Em Inglaterra estamos igualmente a fechar as escolas mais pequenas para que o ensino tenha uma maior qualidade, havendo uma grande oposição por parte das vilas que não querem perder as suas próprias escolas", salientou Sue Waters que considera que "não é possível ter uma escola com apenas cinco alunos porque torna o ensino muito difícil e pouco eficaz".

O autarca relembrou que em 2005 "95% das salas de aula funcionavam apenas da parte da manhã e uma grande maioria tinham vários níveis de ensino na mesma sala".

"Estávamos portanto a praticar um crime social porque condicionávamos, à partida, crianças com muitas potencialidades a um caminho de insucesso escolar, que depois os levava muito cedo para o mercado de trabalho", disse.

José Luís Carneiro apelidou de "pequena revolução positiva no sector da educação" o trabalho feito nos últimos quatro anos, salientando "a construção da primeira fase do Pólo escolar de Gestaçô e do Centro Escolar de Campelo - Baião".

"Estão neste momento em projecto de arquitectura mais dois centros escolares e mais dois pólos escolares e queríamos que a meio do actual mandato, todas as crianças já estivessem neste quadro de igualdade de oportunidades", sublinhou o presidente da câmara.

No final da reunião foi feita uma visita ao Centro Escolar de Campelo e à Unidade de apoio ao Autismo nele integrada.

O Centro Escolar acolhe cerca de 250 crianças do 1º ciclo do ensino básico e tem 12 salas equipadas com modernas tecnologias.

Segundo a autarquia, a "mais-valia dos Centros Escolares é o facto de permitirem que a cada sala de aulas corresponda um nível de ensino”.

"A Unidade de Ensino Estruturado para perturbações do Espectro de Autismo, associada ao Centro Escolar, visa dar resposta a uma carência existente em toda a região norte, apoiando actualmente cinco utentes provenientes de outros concelhos", acrescenta.

Especialistas europeus estudam o caso de sucesso de Baião no reordenamento da rede escolar
http://www.publico.clix.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/especialistas-europeus-estudam-o-caso-de-sucesso-de-baiao-no-reordenamento-da-rede-escolar_1410396

Veja também:
Especialistas europeus visitam Unidade de Apoio ao Autismo de Baião
http://cronicaautista.blogspot.com/2009/11/unidade-de-apoio.html

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Criança com necessidades especiais sem acompanhamento de auxiliar educativa

| Francisco Gomes | Carlos Barroso (fotos) | Jornal das Caldas | 12/11/2009 |

Rafael tem sete anos e frequenta o 1º ano na escola do Chão da Parada, nas Caldas da Rainha. Sofre da Síndrome de Asperger, perturbação do espectro do autismo. Tem apoio pedagógico especializado nas aulas, mas passa os dias na escola sem acompanhamento de um adulto que dê resposta à falta de autonomia para tarefas como ir à casa de banho, comer ou sair da sala quando revela maior cansaço.

A mãe, Mafalda Almeida, desespera com a falta de respostas do Ministério da Educação e já recolheu o apoio dos pais das outras crianças que frequentam o estabelecimento de ensino, que reconhecem que a doença de Rafael “cria instabilidade na turma dentro da sala de aula, quando a professora se encontra a ajudar o aluno nos seus trabalhos ou nas suas ausências”.

“Apesar das crianças terem feito uma boa integração do aluno na turma, gera-se um clima de indisciplina”, manifesta o grupo de encarregados de educação numa carta enviada à Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL).

“O meu filho precisa de ser acompanhado por uma auxiliar para ir à casa de banho, durante a hora do lanche e noutras tarefas de necessidade básica que impliquem a sua autonomia”, sustenta Mafalda Almeida.

“Ele não tem a noção de ter de comer e a professora também não pode levá-lo à casa de banho e largar as outras crianças na sala de aula. Precisa de alguém para estar ao lado dele porque há dias em que não faz absolutamente nada”, conta.

A doença de Rafael acaba por perturbar os colegas, reconhece a mãe. “Às vezes, quando se encontra mais fora da normalidade, precisa de sair da sala durante uma hora. A tendência é morder-se e escarafunchar o nariz. Acaba por deitar sangue e não ter a noção da própria dor ou ferimento”, indica.

Rafael tem uma professora de apoio especializado duas vezes por semana, terapeuta da fala uma hora por semana, terapeuta ocupacional e psicóloga. Mas falta uma auxiliar em permanência.

O problema estende-se a toda a escola. Tem 46 alunos e não há auxiliar de acção educativa. Já aconteceu, nas actividades extra-curriculares, um professor não chegar a tempo por ter de se deslocar de outra escola para aquela, e as crianças ficarem sozinhas no recreio, podendo entrar qualquer pessoa e sair qualquer criança do estabelecimento de ensino.

Agrupamento sem verbas

O Ministério não atribuiu qualquer auxiliar à escola do Chão da Parada já que “a lei só determina essa obrigatoriedade a partir dos 48 alunos”, esclarece Gil Pacheco, presidente do Conselho Executivo do agrupamento de Escolas D. João II.

O reforço do número de auxiliares de educação foi solicitado à DREL pelo agrupamento mas não há prazos para que a questão seja resolvida.

O agrupamento é composto por 33 escolas, com 2200 alunos (desde o pré-escolar ao secundário) e 52 auxiliares. Apesar de ser preciso mais 14 auxiliares, “à luz da Lei, temos mais duas auxiliares do que o número obrigatório”. O problema reside “na fórmula usada pelo Ministério da Educação, que é manifestamente insuficiente para as nossas necessidades”, considera Gil Pacheco.

Outro caso

Na escola de Salir do Porto, pertencente ao mesmo agrupamento, uma menina de sete anos com deficiência motora também sente a falta de uma auxiliar educativa. “Anda de cadeira de rodas e não se consegue movimentar sozinha. Para deixar de usar fralda precisava de acompanhamento. No refeitório é a própria cozinheira quem lhe dá a comida”, lamenta a mãe, Virgínia Sutre.

Criança com necessidades especiais sem acompanhamento de auxiliar educativa
http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2009/11/12/chao-da-parada/

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Escola: apenas um negócio lucrativo?

O artigo "Uniban, a espetacular fábrica de canalhas", do jornalista Mauro Carrara, é uma excelente fonte de reflexão para todos nós que, de alguma forma, enfrentamos a discriminação nas escolas do Brasil. Nossos filhos, crianças e adultos autistas, passam por constrangimentos de todas as formas; nós, pais que procuramos educação para nossos filhos, um direito a eles garantido pela Constituição Federal e pelo bom senso humanitário, batemos a cara no muro do comodismo. Empresários sedentos de lucros que se travestem de educadores fecham suas portas, em vez de cumprir a obrigação que diziam ter assumido quando abriram seu negócio disfarçado de escola.

Segue abaixo um trecho do artigo de Mauro Carrara, e o link para o artigo todo, publicado no blog Eu vi o mundo.

Em anúncios publicados nos jornalões paulistas de 8 de Novembro, a Universidade Bandeirante (Uniban) anuncia que decidiu expulsar a aluna Geisy Arruda.

A estudante de Turismo sofreu bárbaro assédio coletivo no dia 22 de Outubro, na unidade de São Bernardo do Campo. O motivo: trajar na ocasião um vestido curto, num tom cereja. (...)

A universidade preferiu punir a vítima e inventar uma justificativa pitoresca para o espetáculo do bullying, registrado por câmeras do próprios alunos e vergonhosamente exposto ao mundo pelo Youtube.

Segundo os negociantes da educação, "a atitude provocativa da aluna resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar".

Seria cômico se não fosse trágico. A Uniban, mais uma das uniesquinas do Brasil, considera "defesa do ambiente escolar" a agitação do bando que ameaçava estuprar a colega e que a perseguiu aos gritos de "puta, puta, puta".

Alheia a valores e princípios, a Uniban pautou-se unicamente pela doutrina da preservação do lucro. Expulsou a mocinha da periferia e manteve as centenas de vândalos que a molestaram.

Defendeu, assim, a receita, a contabilidade, mesmo sob o risco de macular para sempre sua imagem.
Mauro Carrara: Uniban, a espetacular fábrica de canalhas

sábado, 3 de outubro de 2009

estímulo à vida

| Texto: Elisângela Orlando | Fotos: Pedro Vilela | Revista Viver Brasil nº 22 |

A postura familiar diante do transtorno é parte decisiva tanto no processo de melhoria dos sintomas quanto da socialização de pessoas autistas

Eles não vivem em um universo paralelo ou estão isolados em outra dimensão. São como nós. O mundo deles é o nosso mundo. A diferença é que eles não entendem como tudo funciona. Desconhecem as regras sociais, mas são capazes de aprendê-las. Em muitos casos, conseguem levar uma vida praticamente normal. Para isso, precisam percorrer um caminho longo e árduo, é verdade. O autismo não está estampado no rosto nem tatuado na pele. Talvez você conviva com um deles sem saber. É um transtorno do comportamento que ainda suscita muitas dúvidas, mas que, aos poucos, está deixando de ser um bicho de sete cabeças.

Há alguns anos, após um olhar superficial, alguém poderia dizer que é impossível se relacionar com um autista. Ledo engano. A pessoa com essa síndrome tem apenas um comprometimento na forma como interage com o outro. Também possui dificuldades de comunicação e, não raro, seus comportamentos não têm sentido para nós. O que pouca gente sabe, porém, é que essas não são barreiras intransponíveis. A ponte existe e pode ser atravessada. Basta saber como e onde pisar.

Acesse a Revista Viver Brasil para ver a íntegra da matéria:

Estímulo à vida
http://www.revistaviverbrasil.com.br/materia_01.php?edicao_sessao_id=499

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Formatura - exemplo de superação

| Letícia Barbieri | 2/8/2009 | Zero Hora |

Quando recebeu o diploma de graduado em Ciências Contábeis, em agosto, na Feevale, em Novo Hamburgo, Rodrigo Dutra Costa, 29 anos, realizou um sonho que nem sua família ousava acreditar.

Diagnosticado com indícios de autismo quando criança, o pai, a mãe e as irmãs já haviam comemorado a conclusão do Ensino Médio como um grande momento – eles não contavam com a persistência, a determinação e a vontade de crescer que Rodrigo demonstrou.

O menino que gostava de se equilibrar em galhos finos, churrasqueiras, telhados, sem apresentar o menor medo de perigos reais, que sentia atração por movimentos circulares e girava em volta deles e não poderia cogitar viver sem uma rotina bem definida, cresceu sob os cuidados da família. Pais e irmãs achavam que ele passaria a vida adulta na casa da família, em Gravataí, ajudando nas compras do supermercado e outros serviços.

Mas eles estavam enganados. Ao concluir o Ensino Médio, em 2001, amigos da família que desconheciam o diagnóstico queriam saber qual a profissão ele seguiria.

– Nós, da família, nos condicionamos a considerar o Rodrigo como uma pessoa limitada e incapaz de fazer mais. Mas não foi bem assim – conta a jornalista Adriane Costa, irmã de Rodrigo.

No semestre seguinte, ele foi matriculado em Ciências Contábeis na Feevale. Foi levado em conta a facilidade com os números, a memorização fora do comum e a vontade que ele demonstrava de trabalhar em escritórios. Coordenador do curso, o professor Marcelo Ayub, descreve o caso como um exemplo.

– Ele conseguiu chegar lá por mérito dele, mas também muito pelo apoio da família. A gente sabia que ele era um aluno especial, mas ele nos mostrou que era possível. Ele era consciente das suas limitações e tentava se superar, aceitava a ajuda. Tinha vontade e isso foi determinante – diz o coordenador.

Nas palavras de Rodrigo, não há limites para quem conta com apoio da família e tem vontade de crescer.

– Para não querer estudar só se a pessoa não tiver condições financeiras, porque, se ela tiver como, tem de ir à luta – diz o novo bacharel.

Formatura - Exemplo de superação
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2638607.xml&template=3898.dwt&edition=13039§ion=1043

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Macaé: Escola Sentrinho comemora 20 anos

A Escola Sentrinho, em Macaé, comemora 20 anos de atendimento e apoio a educandos com deficiência e vem convidar a todos para compartilhar...
essa luta, esse amor, essa emoção...
com amor e esperança,
com ternura ser criança,
estar em paz, ser feliz, saber viver...
Show de Zé Renato, do Boca Livre
Av. Evando Costa, 475
Próximo ao Ginásio Poliesportivo
Macaé - RJ
(22)2762-9647

Sentrinho
Av. Ayrton Senna, 475
Sol y Mar
Macaé - RJ

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Escola Dayse Mansur de Volta Redonda é reformada

Rio - A Prefeitura de Volta Redonda reinaugurou no dia 11 passado a Nova Escola Municipal Especializada Professora Dayse Mansur da Costa Lima. Inaugurada há 16 anos, a escola, com 49 alunos, foi reconstruída para dobrar sua capacidade de atendimento. A obra reconstruiu 95% do prédio e custou R$ 1,1 milhão aos cofres públicos.

A Dayse Mansur atenderá alunos de 4 a 15 anos, que ficarão por um período na unidade – manhã ou tarde – sendo encaminhados para o Sítio Escola, que foi instalado no bairro São Luiz em 2004, no contraturno. Os professores da rede municipal que atuam na Escola Dayse Mansur passam por capacitação desde o ano de 2005, para a implantação do Currículo Funcional Natural, levado a Volta Redonda por Marise Suplino, doutora em educação do Rio de Janeiro.

Uma escola para autistas
http://odia.terra.com.br/portal/rio/odianoestado/html/2009/8/uma_escola_para_autistas_28322.html

terça-feira, 21 de julho de 2009

Preconceito nas escolas brasileiras

Pesquisa indica que há 99,3% de preconceito no ambiente escolar

| Flávia Albuquerque | Agência Brasil | 17/6/2009|

São Paulo -
Pesquisa realizada em 501 escolas públicas de todo o país, baseada em entrevistas com mais de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, revelou que 99,3% dessas pessoas demonstram algum tipo de preconceito etnorracial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial. O estudo, divulgado hoje (17), em São Paulo, e pioneiro no Brasil, foi realizado com o objetivo de dar subsídios para a criação de ações que transformem a escola em um ambiente de promoção da diversidade e do respeito às diferenças.

De acordo com a pesquisa Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação a portadores de necessidades especiais, 94,2% têm preconceito etnorracial, 93,5% de gênero, 91% de geração, 87,5% socioeconômico, 87,3% com relação à orientação sexual e 75,95% têm preconceito territorial.

Segundo o coordenador do trabalho, José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a pesquisa conclui que as escolas são ambientes onde o preconceito é bastante disseminado entre todos os atores. “Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito. O fato de todo indivíduo ser preconceituoso é generalizada e preocupante”, disse.

Com relação à intensidade do preconceito, o estudo avaliou que 38,2% têm mais preconceito com relação ao gênero e que isso parte do homem com relação à mulher. Com relação à geração (idade), 37,9% têm preconceito principalmente com relação aos idosos. A intensidade da atitude preconceituosa chega a 32,4% quando se trata de portadores de necessidades especiais e fica em 26,1% com relação à orientação sexual, 25,1% quando se trata de diferença socioeconômica, 22,9% etnorracial e 20,65% territorial.

O estudo indica ainda que 99,9% dos entrevistados desejam manter distância de algum grupo social. Os deficientes mentais são os que sofrem maior preconceito com 98,9% das pessoas com algum nível de distância social, seguido pelos homossexuais com 98,9%, ciganos (97,3%), deficientes físicos (96,2%), índios (95,3%), pobres (94,9%), moradores da periferia ou de favelas (94,6%), moradores da área rural (91,1%) e negros (90,9%).

De acordo com o diretor de Estudos e Acompanhamentos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Educação (MEC), Daniel Chimenez, o resultado desse estudo será analisado detalhadamente uma vez que o MEC já demonstrou preocupação com o tema e com a necessidade de melhorar o ambiente escolar e de ampliar ações de respeito à diversidade.

“No MEC já existem iniciativas nesse sentido [de respeito à diversidade], o que precisa é melhorar, aprofundar, alargar esse tipo de abordagem, talvez até para a criação de um possível curso de ambiente escolar que reflita todas essas temáticas em uma abordagem integrada”, disse.

Edição: Lílian Beraldo