sábado, 25 de dezembro de 2010

Pai cria aplicativo de iPod para filho comunicar-se

Victor Pauca tem a rara síndrome de Pitt Hopkins, que atinge apenas outras 50 pessoas nos EUA. Seu pai, Paul Pauca, que é professor de ciência da computação, reuniu-se com seus alunos e desenvolveu um aplicativo para o iPod que permite ao menino comunicar-se. São ícones que ele pode clicar na tela do aparelho para escolher frases pré-gravadas e, assim, expressar suas vontades.

O novo aplicativo será vendido por US$ 10,00 apenas, com a vantagem de usar um aparelho já popularizado.

Leia mais:
Pai cria aplicativo para filho com deficiência se comunicar através do iPad
http://extra.globo.com/ciencia/plantao/2010/12/25/pai-cria-aplicativo-para-filho-com-deficiencia-se-comunicar-atraves-do-ipad-923355956.asp


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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O autismo poderia ser detectado objetivamente

Estudantes estão colaborando com membros da Escola de Medicina da Universidade de Harvard para melhorar suas práticas e contribuir para o desenvolvimento de um teste de autismo.

O mais novo processo proposto para detectar autismo é uma das mais precisas formas de testar os dados, com uma acurácia de 94%, de acordo com os representantes da Universidade.

"A esperança é ser capaz de desenvolver um teste biológico objetivo, em vez de uma avaliação subjetiva, que poderia ser usado para descobrir se alguém é autista", explicou Kathy Wilets, relações públicas da Universidade, especializada em Ciências.

A única forma de avaliação disponível é subjetiva, em que diferentes profissionais usam um conjunto de critérios e então, baseados em suas observações, coletivamente formam uma opinião sobre se alguém tem a condição, diz Wilets.

Janet Lainhart, a principal pesquisadora do projeto, tem trabalhado com Nicholas Lange, de Harvard, com o objetivo de identificar a desordem através de imageamento com ressonância magnética. Este monitora a atividade cerebral, que pode levar a uma melhor compreensão do autismo e, assim, melhorar o tratamento dos pacientes.

O exame, referente ao teste Lange-Lainhart, usa diffusion tensor imaging, que produz imagens dos tecidos biológicos e mostra como eles são afetados pela difusão da água. Assim, é capaz de mostrar se há qualquer dano às conexões neurais, determinando se o sistema nervoso é saudável.

"A ressonância magnética mostraria as diferenças entre quem tem autismo quem não tem — ainda que haja esperança deste método vir a ser usado no futuro, ainda há muita pesquisa e estudos a serem feitos até que possa ser usado," ressalta Wilets.

O imageamento leva cerca de 10 minutos para completar e focalizar as principais áreas do cérebro que são sabidamente afetadas pelo autismo, de acordo com o Autism Research Journal.

Usar a atual abordagem subjetiva significa que os pacientes se submetem a uma avaliação de seu comportamento, habilidades emocionais e sociais. O médicos também realizam entrevistas com os pais, o que pode ser um processo longo.

"Podemos obter uma melhor compreensão de como esta desordem avança e muda toda a vida de um indivíduo e, daí, desenvolver tratamentos mais efetivos", explicou Lainhart.

Autism could be detected objectively
| Marie Lenihan-Clarke | Daily Utah Chronicle | 8/12/2010 |
http://www.dailyutahchronicle.com/mobile/news/autism-could-be-detected-objectively-1.2424794


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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Maria do Rosário é nova secretária dos Direitos Humanos

| G1 e Zero Hora | 8/12/2010 |

A presidenta Dilma convidou a deputada federal gaúcha, Maria do Rosário, para assumir a Secretaria dos Direitos Humanos. Autora do capítulo dos Direitos Humanos do programa de governo de Dilma, a deputada era cotada para ocupar a pasta desde as eleições.

Convocada para uma conversa com a presidenta, Maria do Rosário ouviu:

- "Maria, tenho uma missão para ti. Quero que tu coordenes a política de direitos humanos do meu governo. Quero um cuidado especial com as crianças."

A deputada petista aceitou o desafio prontamente:

- "Aceito como uma das missões mais importantes da minha vida".

Em meio à conversa, que durou cerca de uma hora, Dilma afirmou-lhe que vinha acompanhando sua atuação na área e que a questão de gênero também pesou na decisão de convocá-la. Defensora do polêmico programa de direitos humanos do PT, que, entre outros pontos, apoia a legalização do aborto, Rosário preferiu não adiantar qual postura deve adotar à frente do ministério antes de conversar com a futura chefe, com quem ficou de conversar sobre as diretrizes para os direitos humanos nos próximos dias, após Dilma concluir o tabuleiro de xadrez dos ministérios.

Relatora da CPI mista do Congresso que investigou, ao longo de dois anos, a exploração sexual de crianças e adolescentes, Rosário antecipou que uma de suas principais metas no comando da pasta será desenvolver ações integradas com os ministérios da Educação e do Desenvolvimento Social para combater a mazela.

Maria do Rosário (PT-RS) iniciou sua militância no movimento estudantil secundarista. Foi vereadora em Porto Alegre por dois mandatos (1993-1999), tendo presidido as comissões de Educação e de Direitos Humanos, além de ser líder do PT e do governo municipal na Câmara.

É formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É especialista em estudos sobre violência doméstica pelo Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo (Lacri/USP). Também pela UFRGS, é mestre em educação e violência infantil.

Como deputada estadual (1999-2003), foi presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos e vice-presidente da Assembleia Legislativa gaúcha por dois anos. Em 2002, foi eleita deputada federal, sendo reeleita em 2006.

No Congresso Nacional, foi relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou as redes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Representou a Câmara na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos durante o regime militar e foi presidente da Comissão Especial da Lei Nacional da Adoção.

Desde 2003, coordena a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Foi vice-presidente das Comissões de Direitos Humanos e Minorias, e
Educação e Cultura. Em 2009, presidiu a Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal, tendo se destacado, entre tantos temas, por coordenar uma série de debates em todo o Brasil sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020).

É integrante da direção nacional do PT. Em 2008, Maria do Rosário foi candidata à prefeita de Porto Alegre, mas foi derrotada no segundo turno por José Fogaça (PMDB).

Atualmente, é vice-líder da bancada do PT na Câmara Federal, membro titular da Comissão de Educação e Cultura, e suplente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, e da Comissão Mista de Orçamento.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Pol%EDtica&newsID=a3135558.xml

http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/12/maria-do-rosario-e-escolhida-para-secretaria-de-direitos-humanos.html

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Fármaco desenvolvido para tratar a tuberculose pode ser nova arma contra autismo

| RCM Pharma | 2010-12-09 |

Investigadores da Eastern Virginia Medical School identificaram uma possível nova estratégia de tratamento para o comprometimento social em pessoas com a desordem de espectro autista. Um fármaco desenvolvido para tratar a tuberculose transforma ratos anti-sociais em ratos que interagem com outros, avança o site Ciência Diária.

“Pessoas com a desordem de espectro autista são tanto desinteressadas em relação a interacções sociais ou as consideram desagradáveis”, explica Stephen Deutsch, professor de psiquiatria e ciências do comportamento. “Infelizmente, pessoas com a desordem de espectro autista são muitas vezes sofredoras conscientes de sua sociabilidade limitada, o que pode levar a profundos sentimentos de tristeza e frustração”.

Na pesquisa, os cientistas verificam que uma cepa específica de ratos em um modelo válido de sociabilidade limitada – semelhante ao de pessoas com autismo – passava o mais longe possível de outros ratos, não interagindo como animais do grupo de controlo faziam. Então, os pesquisadores resolveram testar se um medicamento já existente poderia alterar a função de determinados receptores do cérebro que afectam a sociabilidade: a D-cicloserina, originalmente desenvolvida para tratar a tuberculose mas que, ao longo de testes, mostrou ser capaz de mudar o comportamento social de indivíduos.

Em estudos preliminares, a medicação pareceu ter resolvido os défices de sociabilidade de ratos “com autismo”. Os animais que receberam o tratamento passaram a ficar perto de outros. Isso deu à equipe a oportunidade de sugerir que talvez a terapia pudesse ser usada para facilitar também a sociabilidade em pessoas com autismo, que evitam tanto o contacto visual e físico, como a interacção.

Estes indivíduos podem ter a vida muito limitada, especialmente na questão “emprego”.“O que torna isso importante é que pode haver alguém com um QI de 125 ou 130 que está desempregado por causa de suas deficiências sociais”, ressalta Maria Urbano, também uma professora associada de psiquiatria e ciências do comportamento.

A equipe planeja agora um ensaio clínico piloto em pacientes adultos, adolescentes e crianças com autismo para avaliar a forma como o medicamento age em seres humanos. Já se sabe que a droga é segura. Portanto, pesquisadores devem agora observar se há efeitos similares sobre déficides de sociabilidade como ocorrido nos ratos.


Fármaco desenvolvido para tratar a tuberculose pode ser nova arma contra autismo
http://www.rcmpharma.com/news/11011/51/Farmaco-desenvolvido-para-tratar-a-tuberculose-pode-ser-nova-arma-contra-autismo.html

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Ocitocina poderia curar nossas doenças?

| Rachael Rettner | MyHealthNewsDaily/Live Science | 5/12/2010 | Tradução de Priscilla Siomara |

Nos últimos anos, muitos estudos sobre o hormônio ocitocina foram feitos. Ele até ganhou a reputação de “hormônio do amor”.

A ocitocina é um hormônio liberado pela glândula pituitária, que afeta tanto o corpo quanto o cérebro. No corpo humano, facilita contrações do útero durante o parto e ajuda na liberação do leite durante a amamentação.

O hormônio também afeta as interações sociais em um número de mamíferos, de ratos e toupeiras a cães e macacos. Por exemplo, estudos mostram que ratos que recebem ocitocina ficam mais juntos, e macacos que recebem o hormônio passam mais tempo cuidando uns do outros.

E há efeitos sociais sobre as pessoas também. Um deles mostrou que um spray nasal de ocitocina, maneira frequentemente utilizada para levar o hormônio direto para o cérebro, torna as pessoas mais confiantes. Outros descobriram que depois de tomar ocitocina, as pessoas olhavam mais frequentemente para a região dos olhos em imagens de rostos humanos. As pessoas olham para os olhos para ler o estado emocional e a confiança no outro.

Apesar de todas estas constatações, o uso médico do hormônio permanece limitado à obstetrícia; é utilizado para induzir o parto e ajudar na amamentação.

Algumas dessas pesquisas até chegaram à fase de ensaios clínicos – que testam a eficácia e a segurança de uma substância antes de aprovar uma droga – com resultados promissores, mas nada foi realizado.

Agora, pesquisadores estão tentando aplicar as descobertas sobre a ocitocina em tratamentos para doenças psiquiátricas. Eles afirmam que a capacidade única do hormônio de ajustar os relacionamentos e a intimidade pode remediar os sintomas da esquizofrenia, do transtorno de estresse pós-traumático (TSPT) e da ansiedade, bem como melhorar as habilidades sociais entre as pessoas com autismo.

Um dos estudos, com 15 pacientes esquizofrênicos, concluiu que aqueles que tomaram ocitocina durante três semanas, junto com a medicação regular antipsicótica, melhoraram seus sintomas e alucinaram menos do que aqueles que tomaram placebo.

O campo de tratamento da esquizofrenia atingiu um impasse nos últimos anos. Todos os medicamentos atuais têm os mesmos mecanismos de quando antipsicóticos foram descobertos há 50 anos. A ocitocina pode ser o novo mecanismo capaz de melhorar os sintomas da doença através de uma via diferente.

Considerando os efeitos sociais da ocitocina, faz sentido a hipótese de que ela também poderia tratar o autismo, condição caracterizada pela dificuldade em interagir com os outros. Pesquisadores já demonstraram que pessoas com autismo têm, naturalmente, menores níveis de ocitocina.

Agora, um estudo descobriu que pessoas com autismo que receberam ocitocina foram capazes de determinar o tom emocional de discursos mais consistentemente do que aqueles que receberam placebo.

Já estudos sobre outras doenças têm mostrado resultados mais mistos. Pacientes com transtorno de ansiedade social que tomaram ocitocina melhoraram a sua auto-imagem enquanto faziam um discurso. No entanto, após cinco semanas de tratamento, que incluiu também ensinar os pacientes a enfrentar seus medos sociais, a ocitocina não provocou nenhuma mudança em relação aos pacientes que receberam o placebo.

A ocitocina também está sendo testada em ensaios clínicos para tratamento de depressão, transtorno de personalidade e abstinência de álcool.

Um grande problema é que os pesquisadores ainda não sabem ao certo como o hormônio age. Uma hipótese é que a ocitocina prejudique a atividade da “região do medo” no cérebro, a amígdala, diminuindo o estresse e a ansiedade.

Um declínio na ansiedade poderia permitir que as pessoas atendessem a sugestões sociais que elas normalmente evitam. A hipótese também leva a crer que o hormônio seria útil às pessoas com TSPT, que é um distúrbio do medo. No TSPT, o cérebro continua dando a resposta de medo, como se as pessoas estivessem novamente na situação traumática pela qual passaram.

No entanto, os resultados obtidos até agora, apesar de trazerem esperanças, não são fantásticos. Existem muitos obstáculos à pesquisa. Como a ocitocina é uma molécula grande, ela não atravessa da circulação sanguínea para o cérebro muito facilmente. Também, ela é rapidamente degradada no estômago e no sangue.

Além disso, os pesquisadores não sabem o quão grande as doses do hormônio precisam ser, ou com que frequência o remédio deve ser dado para ter um impacto significativo. Descobrir a dosagem ideal pode ser difícil. Mas se os pesquisadores conseguirem atingir essa dosagem com algum grau de precisão, os resultados poderiam ser muito bons.

Os cientistas também não sabem o quanto da ocitocina vai para o cérebro quando é administrada como spray, ou se sequer chega lá. Não há nenhuma maneira de ver o hormônio no cérebro. Mas os efeitos que ela produz – como a redução de alucinações – exigem mudanças no cérebro, por isso os pesquisadores têm razão para acreditar que o hormônio atinge o cérebro.

Segundo os pesquisadores, não está claro se as pessoas que tomam a ocitocina se sentem diferentes. Eles dizem que pode ser que o hormônio aja sutilmente para mudar o comportamento ou a forma como as pessoas processam informações sociais.

Por enquanto, os efeitos colaterais da ocitocina tem sido benignos. Mas como o hormônio é algo produzido naturalmente pelo corpo, os pesquisadores não sabem se aumentar essa quantidade natural por longos períodos de tempo poderá ser prejudicial.

Os cientistas também precisam estabelecer se o hormônio afeta homens e mulheres de forma diferente. A ocitocina pode apresentar riscos à saúde para as mulheres por causa de seu papel de induzir as contrações do útero. A maioria dos estudos até hoje foram realizados em homens.

Embora seja possível comprar o hormônio em sites, se isso realmente funciona é outra história. O hormônio requer uma grande análise científica, processo que ainda está em sua infância nos laboratórios.

Ou seja, a ocitocina não foi aprovada para o tratamento de nenhum transtorno psiquiátrico. Porém, alguns estudos, como os citados, estão caminhando para isso. Embora os efeitos obtidos até hoje tenham sido sutis, ainda podem se tornar importantes terapias.

Além de transtornos mentais, os pesquisadores estão estudando os potenciais benefícios da ocitocina para uma série de outras condições como dores de cabeça, gripe e danos à pele.

Segundo os cientistas, não é necessário comprar um spray (nada confiável na situação atual) para solicitar a produção do hormônio. Eles suspeitam que algumas coisas “provocam” a produção de ocitocina naturalmente: massagem, sexo, toque, contato visual, etc. E para essas coisas, não há contra-indicações. [LiveScience]

Could 'Love Hormone' Oxytocin Cure Our Ills?
http://www.livescience.com/health/oxytocin-therapy-psychiatric-illness-101205.html

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