segunda-feira, 31 de maio de 2010

Jim Carrey seria cômico, não fosse trágico

Jim Carrey, o comediante canadense que fez fama por causa de suas caretas, insiste que a vacina tríplice viral, que protege as crianças do sarampo, caxumba e rubéola, causaria autismo. Sua ex-namorada Jenny McCarthy, tem um filho autista e acredita nessa história.

O fato é que o ex-médico inglês Andrew Wakefield, cujo diploma foi cassado em seu País, a partir de um estudo mal realizado com doze crianças, passou a afirmar que a vacina causaria autismo. A histeria gerada por suas declarações causou a morte por sarampo de uma criança na Inglaterra, em 2006: desde 1992 não havia mais mortes desse tipo.

Poucos brasileiros deixaram de vacinar seus filhos por medo de que a imunização provocasse autismo. Em 2000, foram registrados os últimos 17 casos de sarampo no Brasil. A rubéola foi registrada pela última vez em 2008, quando houve 2.201 casos. A caxumba não é uma doença de notificação compulsória, portanto, não se sabe quantas pessoas foram atingidas nos últimos anos. Segundo os especialistas, os casos de caxumba também estão diminuindo. Tudo isso é resultado da ampla adesão dos brasileiros à vacinação. Em 2009, a vacina tríplice foi recebida por 99,7% das crianças com menos de um ano. É um problema a menos para o Brasil.

Leia mais em:
Quando o assunto é vacina, Jim Carrey é de chorar
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI143786-15230,00.html

| 28/05/2010 | CRISTIANE SEGATTO | Época |

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dieta sem glúten e autismo: pesquisa não confirmou melhora do comportamento

| URMC-Newsroom | Tradução: Inês Dias |

Estudo controlado não constatou benefícios no sono, atenção e funcionamento intestinal


A crença popular de que mudanças específicas na dieta poderiam melhorar os sintomas de crianças com autismo não conseguiu comprovação em estudo controlado feito pela Universidade de Rochester, que verificou que eliminar glúten e caseína das dietas de crianças com autismo não teve impacto nos seus padrões de comportamento, sono ou intestinos.

Este estudo é a pesquisa de dieta e autismo mais controlada até agora. Os pesquisadores conseguiram o difícil mas crucial feito de garantir que os participantes recebessem os nutrientes necessários, já que dietas livres de glúten e caseína podem conter quantidades inadequadas de vitamina D, cálcio, ferro e proteína de alta qualidade. Diferentemente de estudos prévios, também se controlaram outras intervenções, como o tipo de tratamentos comportamentais que as crianças receberam, para garantir que todas as mudanças observadas seriam devidas às alterações de dieta. Estudos anteriores não controlaram tais fatores. Apesar de não terem sido observadas melhoras, os pesquisadores reconheceram que alguns subgrupos de crianças, particularmente aquelas com sintomas gastrointestinais significativos, podem conseguir alguns benefícios com as mudanças de dieta.

"Seria maravilhoso para as crianças com autismo e suas famílias se descobríssemos que a dieta SGSC realmente poderia ajudar, mas este pequeno estudo não verificou benefícios significativos", disse Susan Hyman, médica e professora associada de pediatria do Hospital Infantil Golisano do Centro Médico da Universidade de Rochester (URMC) e pesquisadora chefe do estudo apresentado sábado (22/5/2010) no Encontro Anual de Pesquisa em Autismo na Filadélfia. "No entanto, o estudo não incluiu crianças com doenças intestinais significativas. É possível que essas crianças e outros grupos específicos possam se beneficiar".

A pesquisa foi uma resposta aos relatos amplamente divulgados por pais sobre os benefícios da dieta SGSC, que exclui proteínas do trigo, cevada, centeio e leite, e começou em 2003 para avaliar cientificamente seus efeitos. As observações dos pais tiveram um papel importante nas primeiras descobertas sobre tratamentos para crianças com autismo, tais como os benefícios da melatonina para o sono.

O estudo de Hyman incluiu 22 crianças entre 2 e meio e 5 e meio anos de idade. Catorze crianças completaram as 18 semanas de mudanças na dieta. As famílias tiveram que adotar estritamente uma dieta SGSC e participaram de intervenções comportamentais intensivas durante o estudo. As crianças foram examinadas quanto à deficiência de ferro e vitamina D, alergias de leite e trigo e doença celíaca. Outros voluntários foram excluídos por não conseguirem aderir às exigências do estudo. As dietas das crianças foram cuidadosamente monitoradas durante o estudo para garantir que estivessem consumindo adequadamente nutrientes como vitamina D, ferro, cálcio e outros.

Depois de pelo menos 4 semanas de dieta, as crianças receberam aleatoriamente glúten, caseína, separadamente ou em conjunto, e placebo. Recebiam lanches uma vez por semana com 20 gramas de farinha de trigo e 23 gramas de leite desidratado desnatado ao mesmo tempo, separados ou nada, até que todas as crianças recebessem cada tipo de lanche 3 vezes, distribuído ao acaso e apresentado de forma que nenhum observador – incluindo a família, a criança, a equipe de pesquisadores e a de terapeutas - pudesse saber o que ele continha. Os lanches foram preparados de forma que sua apresentação, sabor e textura fossem iguais, o que foi um inovador exercício de cozinha. Além disso, a equipe de nutrição trabalhou junto às famílias para fazer com que os lanches fossem ao encontro das preferências de cada criança. A caseina foi disfarçada em pudins, iogurte ou smoothies (vitamina de frutas batida com sorvete) e o glúten em pão de banana, brownies ou biscoitos, dependendo do gosto de cada uma.

Os pais, professores e assistentes de pesquisa preencheram questionários padronizados sobre o comportamento das crianças um dia antes de receberem o lanche e também 2 e 24 horas após. (Se o comportamento da criança não era o seu usual na hora prevista para o lanche, este era adiado até que a criança voltasse ao seu comportamento rotineiro). Além disso, os pais mantiveram os hábitos normais de alimentação, dieta e idas ao banheiro. A interação social e a linguagem foram avaliadas através da pontuação de um vídeo de uma sessão de brincadeira padronizada com um assistenta de pesquisa.

Depois da dieta de lanches com glúten e caseína, os participantes do estudo não apresentaram mudanças na atenção, atividade, sono ou frequência e qualidade dos hábitos intestinais. As crianças apresentaram uma ligeira melhora na linguagem social e no interesse em interação após os lanches com glúten e caseína na escala Ritvo Freeman de avaliação, mas não alcançou significância estatística. Isso significa que, por causa da pequena diferença e o pequeno número de participantes, tal achado pode se dever somente ao acaso.

Os pesquisadores acentuam que esse estudo não foi desenhado para analisar dietas mais restritivas ou efeito de suplementos nutricionais sobre o comportamento. Foi desenhado para observar os efeitos da retirada do glúten e da caseína da dieta de crianças com autismo (sem doença celíaca) e os efeitos subsequentes da retomada do consumo dessas substâncias em um grupo de crianças recebendo intervenção comportamental intensiva precoce.

A Dra. Hymam afirmou: "Isso é somente a ponta do iceberg. Há muitos possíveis efeitos da dieta, incluindo super e subnutrição sobre o comportamento de crianças com TEA que precisam ser investigados cientificamente de maneira que as famílias possam tomar decisões bem informadas sobre tratamentos para seus filhos".

O estudo foi patrocinado pelo Programa de Pesquisas Avançadas em Tratamentos do Autismo do NIH (Insituto Nacional de Saúde Mental) e pelo NCRR (Centro Nacional de Recursos para Pesquisas).

Gluten-free Autism Diet Does Not Demonstrate Behavioral Improvement

Tightly controlled study saw no benefits for sleep, attention and bowel function

A popular belief that specific dietary changes can improve the symptoms of children with autism was not supported by a tightly controlled University of Rochester study, which found that eliminating gluten and casein from the diets of children with autism had no impact on their behavior, sleep or bowel patterns.

The study is the most controlled diet research in autism to date. The researchers took on the difficult yet crucial task of ensuring participants received needed nutrients, as children on gluten-free, casein-free diets may eat inadequate amounts of vitamin D, calcium, iron and high quality protein. Unlike previous studies, they also controlled for other interventions, such as what type of behavioral treatments children received, to ensure all observed changes were due to dietary alterations. Past studies did not control for such factors. And although
no improvements were demonstrated, the researchers acknowledged that some subgroups of children, particularly those with significant gastrointestinal (GI) symptoms, might receive some benefit from dietary changes.

"It would have been wonderful for children with autism and their families if we found that the GFCF diet could really help, but this small study didn't show significant benefits," said Susan Hyman, M.D., associate professor of Pediatrics at Golisano Children's Hospital at the University of Rochester Medical Center (URMC) and principal investigator of the study which will be presented Saturday (May 22) at the International Meeting for Autism Research in Philadelphia. "However, the study didn't include children with significant gastrointestinal disease.
It's possible those children and other specific groups might see a benefit."

In response to widespread parent-reported benefits, URMC initiated the trial in 2003 to scientifically evaluate the effects of the gluten-free and casein-free diet, which eliminates wheat, rye, barley and milk proteins. Parent observation has played an important role in earlier treatment discoveries in children with autism, such as melatonin's benefits for sleep.

Hyman's study enrolled 22 children between 2 1/2- and 5 1/2-years-old. Fourteen children completed the intervention, which was planned for 18 weeks for each family. The families had to strictly adhere to a gluten-free and casein-free diet and participate in early intensive behavioral intervention throughout the study. Children were screened for iron and vitamin D deficiency, milk and wheat allergies and celiac disease. One child was excluded because of a positive test for celiac disease and one was excluded for iron deficiency. Other volunteers who
were excluded were unable to adhere to the study requirements. The children's diets were carefully monitored throughout the study to make sure they were getting enough vitamin D, iron, calcium, protein and other nutrients.

After at least four weeks on the strict diet, the children were challenged with either gluten, casein, both or placebo in randomized order. They were given a snack once weekly with either 20 grams of wheat flour, 23 grams of non fat dried milk, both, or neither until every child received each snack three times. The type of snack was given in randomized order and presented so that no one observing -- including the family, child, research staff and therapy team -- knew what it contained. The snacks were carefully engineered to look, taste and feel the same, which was an exercise in innovative cooking. In addition, the nutrition staff worked closely with the families to make a snack that met their child's preferences. Casein was disguised in pudding, yogurt or smoothies and gluten in banana bread, brownies, or cookies depending on the child's food preferences.

Parents, teachers and a research assistant filled out standardized surveys about the child's behavior the day before they received the snack, at two and 24 hours after the snack. (If the child's behavior wasn't usual at the scheduled snack time, the snack would be postponed until the child was back to baseline.) In addition, the parents kept a standard diary of food intake, sleep and bowel habits. Social interaction and language were evaluated through videotaped scoring of a standardized play session with a research assistant.

Following the gluten and casein snacks, study participants had no change in attention, activity, sleep or frequency or quality of bowel habits. Children demonstrated a small increase in social language and interest in interaction after the challenges with gluten or casein on the Ritvo Freeman Real Life Rating Scale; however, it did not reach statistical significance. That means because of the small difference and the small number of participants in the study, the finding may be due to chance alone.

The investigators note that this study was not designed to look at more restrictive diets or the effect of nutritional supplements on behavior. This study was designed to look at the effects of the removal of gluten and casein from the diet of children with autism (without celiac disease) and subsequent effect of challenges with these substances in a group of children getting early intensive behavioral intervention. Hyman said, "This is really just the tip of the iceberg. There are many possible effects of diet including over- and under-nutrition, on
behavior in children with ASD that need to be scientifically investigated so families can make informed decisions about the therapies they choose for their children."

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This study was funded by the NIH's National Institutes of Mental Health Studies to Advance Autism Treatment Research and National Center for Research Resources (NCRR).

Gluten-free Autism Diet Does Not Demonstrate Behavioral Improvement
http://www.clanthompson.com/home/index.php?main_page=archives&do=viewarchive&categoryid=5&archiveid=233&zenid=isldfepoumvs81fs0eteomma87


Popular Autism Diet Does Not Demonstrate Behavioral Improvement
http://www.urmc.rochester.edu/news/story/index.cfm?id=2860


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cinoterapia-SC

A Tribuna de Criciúma traz interessante artigo sobre a terapia assistida com cães promovida pela AMA-REC/SC, com fotos.

Em parceria com o Grupo de Patrulhamento com Cães (GPC) do 9º Batalhão de Polícia Militar e coordenação da fisioterapeuta Márcia Felisbino, a cinoterapia tem trazido bons resultados em curtíssimo período.

Se você não conseguir acesso à matéria, avise.

Terapia com cães ajuda tratamento de autistas

| Saimon Novack | A Tribuna | Criciúma, 24/05/2010 |
http://www.atribunanet.com/noticia/terapia-com-caes-ajuda-tratamento-de-autistas-50592

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domingo, 23 de maio de 2010

Por que chora Yvonne?

Ao abrir a porta do quarto de hotel, a polícia do País de Gales, alertada peloa família de Yvonne Freaney encontrou uma cena tristemente macabra. Há dois dias essa mãe segurava a mão de seu filho morto, um garoto autista de 14 anos. Apontada como a causadora da morte de seu filho Glen, Yvonne apenas disse aos policiais:

-"Agora, ninguém pode mais ficar apontando o dedo para ele."

Cansada de ver o filho ser vítima de abusos e humilhações por outras crianças e jovens, abalada pela recente separação, aparentemente ela optou por dar um fim à situação pela forma mais dolorosa, mas a polícia prossegue nas investigações.

Britânica é acusada de matar filho autista de 11 anos
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,britanica-e-acusada-de-matar-filho-autista-de-11-anos,553755,0.htm


What could have driven Yvonne Freaney to murder her son?
http://www.telegraph.co.uk/health/7737773/What-could-have-driven-Yvonne-Freaney-to-murder-her-son.html


Mother charged with murder of disabled son, 11
http://www.guardian.co.uk/uk/2010/may/17/murder-of-boy-11-mother-charged


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sábado, 22 de maio de 2010

Garoto autista acusado de fazer terrorismo


Shane Finn, um garoto autista de 14 anos, morador de Atlanta, no Estado da Geórgia, EUA, desenhou na folha de prova dois bonequinhos palitos, representando a si mesmo e ao seu professor. Na sua "obra", ele porta um revólver e atira no mestre. O pequeno desenho ainda mostra uma lápide com a tradicional inscrição RIP (rest in peace - descanse em paz). Shane tem o QI estimado em 75 e a idade mental de oito anos, frequenta a oitava série.

Frente ao desenho, que não tem mais do que 3 centímetros, a escola decidiu suspendê-lo e processá-lo por fazer "ameaças terroristas".

Karen Finn, sua mãe, declara que está com o coração partido. Embora não sinta orgulho pelo desenho do filho, explica que este não entende o erro que cometeu, muito menos o porquê da punição. Ela lembra uqe, devido a seu autismo, ele não consegue expressar de maneira adequada suas frustrações e raiva.

A escola não quis comentar o assunto para os jornais, apenas explicando que trabalha com "tolerância zero" na questão da violência contra os professores.

Fica a pergunta: e a violência contra os alunos, como fica?


Criança autista é processada por ameaça terrorista

http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/news/2010/05/15/248657-crianca-autista-e-processada-por-ameaca-terrorista

Shane Finn; Autistic Boy, Felony Terrorism Charges for Stick Figure Drawing (Video)
http://law.rightpundits.com/?p=1615

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terça-feira, 18 de maio de 2010

Semana da Luta Antimanicomial


A AMEA, Associação de usuários e familiares MEtarmofose Ambulante, em comemoração ao 18 de maio, Dia da Luta Antimanicomial, convida a todos, para os dias:

18: Seminário 20 anos da luta (ISC).

20 e 21: Feira do Orgulho Louco, no espaço de eventos da Câmara Municipal de Salvador.

20 (9h00): Audiência pública na Câmara Municipal de Salvador.

22 (9h00): no Farol da Barra, trio elétrico com grandes atrações - concentração no Morro do Cristo.

Realização do Coletivo Antimanicomial da Bahia.

Informações: http://www.orgulholoucobahia.blogspot.com

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