| Letícia Barbieri | 2/8/2009 | Zero Hora |
Quando recebeu o diploma de graduado em Ciências Contábeis, em agosto, na Feevale, em Novo Hamburgo, Rodrigo Dutra Costa, 29 anos, realizou um sonho que nem sua família ousava acreditar.
Diagnosticado com indícios de autismo quando criança, o pai, a mãe e as irmãs já haviam comemorado a conclusão do Ensino Médio como um grande momento – eles não contavam com a persistência, a determinação e a vontade de crescer que Rodrigo demonstrou.
O menino que gostava de se equilibrar em galhos finos, churrasqueiras, telhados, sem apresentar o menor medo de perigos reais, que sentia atração por movimentos circulares e girava em volta deles e não poderia cogitar viver sem uma rotina bem definida, cresceu sob os cuidados da família. Pais e irmãs achavam que ele passaria a vida adulta na casa da família, em Gravataí, ajudando nas compras do supermercado e outros serviços.
Mas eles estavam enganados. Ao concluir o Ensino Médio, em 2001, amigos da família que desconheciam o diagnóstico queriam saber qual a profissão ele seguiria.
– Nós, da família, nos condicionamos a considerar o Rodrigo como uma pessoa limitada e incapaz de fazer mais. Mas não foi bem assim – conta a jornalista Adriane Costa, irmã de Rodrigo.
No semestre seguinte, ele foi matriculado em Ciências Contábeis na Feevale. Foi levado em conta a facilidade com os números, a memorização fora do comum e a vontade que ele demonstrava de trabalhar em escritórios. Coordenador do curso, o professor Marcelo Ayub, descreve o caso como um exemplo.
– Ele conseguiu chegar lá por mérito dele, mas também muito pelo apoio da família. A gente sabia que ele era um aluno especial, mas ele nos mostrou que era possível. Ele era consciente das suas limitações e tentava se superar, aceitava a ajuda. Tinha vontade e isso foi determinante – diz o coordenador.
Nas palavras de Rodrigo, não há limites para quem conta com apoio da família e tem vontade de crescer.
– Para não querer estudar só se a pessoa não tiver condições financeiras, porque, se ela tiver como, tem de ir à luta – diz o novo bacharel.
Formatura - Exemplo de superação
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