quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Autismo de proveta?

O primeiro bebê de proveta nasceu em 1978. Desde então, o método se tormou corriqueiro. Estima-se que um por cento dos bebês dos Estados Unidos nasçam por esse sistema. Agora, pesquisadores da Escola Sackler de Medicina da Universidade de Tel Aviv (Israel), estabeleceram uma correlação entre as crianças assim concebidas e o autismo.

Conforme a pesquisa observou, das 461 crianças com autismo estudadas, 10,5% eram bebês de proveta, enquanto a porcentagem de autistas (3,5%) em relação à população total de Israel. No entanto, embora esses números estejam sendo divulgados no site da Universidade, nota-se um valor extremamente elevado, pois a taxa mais alta já apresentada de autismo na população americana é de 0,6% (um em cada 150) - nota do Crônica Autista.

O estudo não fecha nenhuma conclusão, mas apresenta questões importantes, diz a pesquisadora que coordenou o tabalho, Dra. Ditza Zachor: "É cedo para deduções baseadas apenas nessa evidência". Ela cita outros fatores relacionados ao nascimento, como baixas taxas de natalidade e prematuridade. Os próximos passos deverão se voltar para a separação desses fatores de risco.

A chave pode estar no "imprinting", um processo bioquímico que acontece na divisão celular e determina quais genes serão "expressos" no embrião. Pesquisas em epigenética — as mudanças na forma com que os genes se expressam sem que haja mudanças na sequência do DNA — sugerem que más formações podem ser causadas por alterações no imprinting introduzidas no embriãoainda no ambietnte da proveta, explica a Dra. Zachor. Uma desordem ligada à fertilização in vitro pode ser a síndrome de Angelman.

Mesmo assim, a médica lembra que a inseminação artificial, na maioria das vezes, resulta em crianças saudáveis e, por isso, sua pesquisa não deve servir para desencorajar a fertiliaação artificial.

A Dra. Zachor lembra que as mães estudadas tendiam a ser mais velhas — idade média de 32,6 anos. Significantemente, quase 4% das crianças autistas nasceram prematuramente e cerca de 5% apresentaram baixo peso ao nascer, enquanto na população em geral, essa condição surge em apenas 1% das crianças.

Apesar desses riscos, há o que fazer para evitá-los. Os profissionais da Saúde, por exemplo, podem recomendar aos casais que retardem a fertilização in vitro, mesmo com o stress psicológico que isso acarreta. Muitos pesquisadores acreditam que a fertilização natural seja a melhor forma para reduzir tais efeitos.

"Muitos casais com problemas de fertiilidade escolhem esses procedimentos, mas precisam saber se há o risco de autismo", conclui a Dra. Zachor. Ela ressalta, entretanto, que as mulheres que buscam tratamentos para a fertilidade não precisam temer os procedimentos in vitro: a maioria das crianças assim geradas não apresentam autismo e muitas crianças com autismo não são fruto da inseminação artificial.

Crianças concebidas por métodos artificiais têm mais tendência ao autismo
| DONNA | Zero Hora | 28/09/2010 |

http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/donnadc/19,0,3055702,Criancas-concebidas-por-metodos-artificiais-tem-mais-tendencia-ao-autismo.html

Autism in a Test Tube?
http://www2.tau.ac.il/news/engnew.asp?num_new=1842


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