Estudo dinamarquês associa icterícia e autismo
Relação entre as duas condições pode ter por base factores regionais
2010-10-12
Um estudo publicado na revista Pediatrics indica que pode haver uma maior prevalência de autismo em recém-nascidos com icterícia, embora ainda não se tenha percebido de que forma estas duas condições estão relacionadas.
No entanto, os cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, revelam que não há motivos para alarme, na medida em que a icterícia é muito comum e geralmente inofensiva. Apenas os casos mais graves desta situação podem causar danos cerebrais, algo que é raro acontecer.
Neste estudo, foram analisados os registros das crianças dinamarquesas, nascidas entre 1994 e 2004. A Dinamarca é um país com população pequena, apenas 5 milhões e meio de pessoas, vivendo numa área de 43 mil km². O País mantém registro médico de todas as crianças, há mais de dez anos, servindo, por isso, para análises de longo prazo. Para comparação, o Estado de São Paulo tem uma área quase seis vezes maior (248 mil km²) e 41 milhões de habitantes.
As crianças que tiveram icterícia apresentaram 67 por cento mais chance de serem autistas. Segundo os investigadores, há alguma probabilidade de que os bebês geneticamente predispostos para o autismo sejam mais vulneráveis a casos mais graves de icterícia.
Além disso, verificaram que, entre as crianças nascidas entre Outubro e Março, cujas mães já tinham tido filhos anteriormente, houve até três vezes maior ocorrência de autismo. Em bebês primogênitos que nasceram entre abril e setembro não foi encontrada nenhuma relação entre as duas condições.
Apesar da relação apresentada por estes dados, os especialistas advertem que este estudo deve ser reproduzido em outras partes do mundo, na medida em que há a possibilidade de ocorrerem fatores regionais.
Icterícia ocorre em 50% dos recém-nascidos
A icterícia neonatal, que se caracteriza pelo tom amarelado da pele, ocorre em 50 por cento dos recém-nascidos, geralmente no segundo ou terceiro dia de vida. De uma forma geral, desaparece progressivamente ao longo da semana seguinte.
Esta condição é provocada, na maior parte dos casos, pela produção excessiva de bilirrubina, uma substância produzida durante a destruição de glóbulos vermelhos pelo organismo e cuja exposição prolongada torna-se tóxica e pode provocar problemas de desenvolvimento a longo prazo.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=45535&op=all
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