Neste dia 5 de setembro de 2012, o Governador da Bahia, Jaques Wagner, e
o Secretário Estadual de Saúde, Jorge Solla, assinaram convênio com a Liga Álvaro
Bahia contra a Mortalidade Infantil, para que esta instituição administre o
Centro de Atendimento especializado em TGD (Transtorno Global do
Desenvolvimento ou Transtorno do Espectro Autista), a ser instalado no antigo prédio
da Escola de Puericultura, situado na esquina da Avenida Sete de Setembro
(Corredor da Vitória) com o Campo Grande, em Salvador.
Essa proposta partiu da Afaga (Associação de Familiares e Amigos da
Gente Autista) em reuniões com as secretarias da Saúde, Educação e
Desenvolvimento Social e foi discutida no Grupo de Trabalho sobre DI (Deficiência
Intelectual) e TGD criado em 2007 pelo Secretário Solla. Nossa ideia original, logo
de início abraçada pelos representantes do Governo, era montar um centro multidisciplinar
de atendimento, treinamento de pessoal, desenvolvimento de métodos e tecnologia.
O objetivo é criar e disseminar uma cultura de trabalho e atendimento à pessoa autista
para os profissionais do Estado.
Para dar início a esse trabalho, a Secretaria de Educação transformou o
antigo Instituto Pestalozzi da Bahia em Centro de Atendimento Educacional Especializado
focado nos TGDs.
A Secretaria de Saúde agora cria este Centro voltado para os TGDs, usando
o prédio da Escola de Puericultura. Como houve entraves burocráticos para a gestão
do imóvel pela Secretaria de Saúde, em uma reunião com a Afaga, em maio deste
ano, o Secretário Solla decidiu passar a
gestão do Centro para a Liga Álvaro Bahia, já proprietária do prédio e, assim,
agilizar a implantação do serviço.
Recebemos com muita alegria o convite para comparecermos ao evento de
assinatura do convênio. Na oportunidade, estava sendo assinado um convênio para
a ampliação do número de cirurgias cardíacas pediátricas no Hospital Martagão Gesteira,
pertencente à Liga e, também, o convênio para a implantação do Centro. Este é
um importante passo para o reconhecimento de que as pessoas autistas precisam
de atendimento adequado.
O atendimento público da Saúde no Brasil - SUS - tem muitos problemas a
serem resolvidos mas, como lembraram o Governador Wagner e o Secretário Solla,
é o mais amplo de todos os grandes países ocidentais - e o maior. No Brasil,
desde a vacina até o transplante de coração podem ser feitos às expensas do
Poder Público, sem a necessidade sequer de um cartão de Plano de Saúde; em
última instância, todos esses procedimentos são pagos pelos nossos impostos.
Estes ainda precisam ser melhorados, principalmente para que os mais ricos
subsidiem o desenvolvimento da sociedade como um todo.
A Bahia tem as dimensões da Alemanha, com a população de 13 milhões de habitantes,
espalhados por todo seu território. Na concepção da Afaga, a criação de ONGs
espalhadas pelo Estado, não atenderia a toda a necessidade. Acreditamos na
inclusão, para que essas pessoas façam parte da vida social, seja nas escolas
regulares, seja no dia-a-dia da sociedade. Treinando os profissionais da Saúde,
Educação e Assistência Social, acreditamos que preconceitos serão derrubados,
dando a essas pessoas a verdadeira oportunidade de se desenvolver como cidadãos.
Afinal,
"Aconteceu de eu ser gente
e gente é outra alegria
diferente das estrelas"
(Caetano Veloso)
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