| novembro 2008/janeiro/2009 |
A equipe do pesquisador italiano Massimo Castagnola, da Universidade Católica de Roma, publicou no Journal of Proteome Research de janeiro de 2009 os resultados de um estudo que apontam para a definição de um marcador biológico que indicaria o autismo.
Eles explicam que fatores genéticos têm importante papel, incluindo aí anomalias cromossômicas (em cerca de 10% dos casos) ou mutações em genes únicos (provavelmente, menos de 5%) envolvidos no desenvolvimento das sinapses. Entretanto, lembram que, de forma geral, acredita-se que uns poucos genes fortemente ativos ou, alternativamente, alguns genes enfraquecidos trabalhando juntos causariam a suscetibilidade ao autismo.
Cientistas pesquisam há anos algum biomarcador como proteínas anômalas que estivesse presente nos fluidos corporais das pessoas com TGD (transtorno global do desenvolvimento). Tal descoberta permitiria um diagnóstico mais preciso, permitindo atendimento mais efetivo, de forma precoce. Também possiblitarai monitorar a resposta do paciente aos tratamentos.
Os pesquisadores italianos compararam proteínas encontradas na saliva de 10 crianças com autismo a um grupo de controle sem esse diagnóstico. Descobriram que pelo menos um de quatro fragmentos proteicos, os peptídeos salivares estaterina, histatina 1 e proteínas ricas em acidificação (acidic proline-rich proteins - quem souber a tradução, por favor, me escreva), em 19 das crianças do grupo com TGD tinham significantemente menores níveis de fosforilação, um processo chave para a ativação de proteinas.
A equipe ainda descobriu que 10 das crianças com desenvolvimento normal ou limítrofe também apresentavam peptídeos salivares com hipofosforilação. Isto pode indicar que a anomalia poderia se relacionar principalmente aos aspectos comportamentais do TGD, em relação ao desenvolvimento físico ou mental.
Esses resultados sugerem que essas proteínas anormais podem ser indicativas de anomalias no timing da fosforilação de proteínas envolvidas com o desenvolvimento do sistema nervoso central na primeira infância que, acredita-se, estejam envolvidas com os TGD. Entretanto, essa fosforilação reduzida pode estar relacionada com outras condições.
A pesquisa foi patrocinada pelo Telethon e pelo Instituto Científico Internacional Paolo VI, com o objetivo de sair do campo da genética e avançar pela proteômica, o estudo das proteínas.
Para ler mais:
Autismo, gli indizi sono nella saliva - 20/11/2008
Abnormal salivary proteins in autism - 15/1/2009
Saliva Test Could Indicate Autism - 16/1/2009
Toward A Long-sought Saliva Test For Autism - 13/1/2009
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