quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
Robert F. Kennedy Jr. diz que uma comissão de "segurança de vacinas" ainda está em andamento
| Meredith Wadman 15/02/2017 | Science |
O crítico da vacinação Robert F. Kennedy Jr. afirmou neste dia 15, em uma conferência de imprensa realizada no National Press Club, em Washington, que ainda conversa com a administração do presidente Trump sobre a criação de uma comissão para analisar a segurança das vacinas.
"Fui contatado três vezes pela administração desde [10 de janeiro] e me disseram que ainda seguem com a ideia de uma comissão," disse Kennedy. Ele não especificou quem, na administração, o contatou.
Kennedy foi convocado em 10 de janeiro para se reunir com o então presidente eleito e saiu da Trump Tower, em Nova York, para dizer à imprensa que Trump tinha lhe pedido que liderasse uma comissão de "integridade científica e inocuidade de vacinas". Algumas horas depois, um porta-voz referendou as declarações de Kennedy, dizendo que o presidente "está avaliando a possibilidade de formar uma comissão sobre o autismo (...) no entanto, nenhuma decisão foi tomada". O porta-voz acrescentou que Trump tem discutido "todos os aspectos do autismo com muitos grupos e indivíduos".
Hoje, Kennedy acrescentou que quando se encontrou com Trump em janeiro, ele "me disse que a indústria farmacêutica iria causar um alvoroço sobre isso", afirmando "Eu não vou voltar atrás". Mas Kennedy admitiu que "o que acontece dentro da administração é muito obscuro para qualquer um ... eu não sei dizer o que vai acontecer".
A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário sobre as novas observações de Kennedy.
Mais de 350 organizações científicas e médicas, lideradas pela Academia Americana de Pediatria, escreveram a Trump em 7 de fevereiro, lembrando a ele que "As vacinas são seguras. As vacinas são eficazes. Vacinas salvam vidas."
Kennedy foi apoiado na conferência de imprensa pelo ator Robert De Niro, outro crítico da vacinação. Os dois anunciaram que um grupo chamado The World Mercury Project está lançando o Desafio Aberto a Jornalistas Norte-americanos de Ciências (e outros)", no valor de cem mil dólares, para indicar qualquer artigo publicado em uma revista científica revisado por pares e indexada no PubMed "demonstrando que [o Conservante] thimerosal é seguro nas quantidades contidas nas vacinas que atualmente são administradas a crianças americanas e mulheres grávidas".
Muitos ativistas antivacina fazem a afirmação amplamente desmentida de que há uma ligação entre o thimerosal, uma forma de mercúrio usada para impedir a contaminação bacteriana e fúngica de algumas vacinas, e o autismo. Os ativistas também acusam a substância thimerosal de ser responsável por outros distúrbios neurológicos.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças observam que numerosos estudos concluíram que o timerosal não é perigoso nas pequenas quantidades encontradas em algumas vacinas contra a gripe e em uma formulação de cada uma das vacinas contra o meningococo e o tétano. Especialistas em saúde pública observam ainda que, embora as pessoas raramente tenham reações às vacinas, seus benefícios em termos de vidas salvas e doenças evitadas superaram em muito os riscos. Cada ano nos Estados Unidos mais de 200.000 pessoas são hospitalizadas e entre 3.000 e 49.000 mortes ocorrem de complicações relacionadas com a gripe. Não está claro se algum estudo científico poderia provar definitivamente que qualquer aditivo de vacina é sempre seguro para todas as pessoas.
http://www.sciencemag.org/news/2017/02/robert-f-kennedy-jr-says-vaccine-safety-commission-still-works
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