quarta-feira, 20 de julho de 2011

Protesto na Espanha contra o despejo da família de menino autista

| Vega Media Press | 19/07/2011 |

A Plataforma de Atingidos por Hipotecas e Pessoas Desempregadas da Região de Murcia realizou um protesto, ocupando uma sucursal do Banco Cajamar na cidade de San Javier. Piquetes cidadãos ocuparam a agência durante vários minutos, para surpresa dos funcionários e clientes, mas, pouco depois, agentes da Guarda Civil acorreram, sem que tenha havido incidentes ou confrontos.

O Banco pretende despejar uma família da aldeia, cujo filho Aaron, entre outros problemas de saúde, apresenta TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento), ou Transtorno do Espectro Autista.

O alto custo do tratamento e cuidados com a criança levaram a família a ter de decidir entre continuar pagando a hipoteca mensal ou tratá-la; eles fizeram "o que cada pai poderia fazer, ou seja, amar o filho acima das ameaças de qualquer instituição financeira", explica a Plataforma.

A situação se agravou quando o pai perdeu o emprego, como tem acontecido com milhões de pessoas na Espanha.

Hoje, esta família deve sete prestações e o banco deu início ao processo de penhora da casa, ignorando o seu pedido de moratória, sem considerar a sua situação excepcional.

Com muito esforço e desejo de superar a situação, a família levantou o dinheiro para pagar as contas em débito com o banco, mas foi surpreendida com a recusa do credor em aceitar o pagamento, argumentando que o litígio já se encontra em aberto e não há como voltar atrás, alegando que, para quitar a dívida, teriam que pagar mais de 110.000 Euros (105.000 Euros de capital que deviam em Janeiro de 2011, mais 5000 Euros de juros desses sete pagamentos mensais), caso contrário, a família será expulsa de alojamento.

Para a Plataforma, "não se trata apenas de abuso de poder dos bancos, culpados em grande parte por uma crise da qual têm sido ajudados com dinheiro público, mas algo ainda mais revoltante, a falta de escrúpulos e ausência de valores dessas entidades, quando se trata de vidas humanas".

O Coletivo exige a devolução imediata da propriedade à família, com o pagamento dos atrasados sem juros de mora e uma moratória real, sem juros, até que pelo menos um membro da família encontre trabalho, ao mesmo tempo que vem "exigir das autoridades públicas a gratuidade de qualquer tratamento a ser recebido pela criança para sua realização como pessoa, seja terapia com medicamentos, creche, etc".

A Plataforma de Murcia rejeita "qualquer apreensão ou despejo de famílias com dificuldades financeiras devido a uma crise gerada pelo sistema financeiro que, além de expulsá-los de suas casas, também os expulsa de suas vidas, pois as deixam com uma dívida que lhes impede de ter uma nova oportunidade".

A Plataforma alerta também que, "como uma sociedade organizada, vai realizar ações pacíficas necessárias, incluindo a desobediência civil, para dar divulgação a tais abusos à dignidade humana".

De acordo com fontes da Plataforma, uma negociação está prevista para quarta-feira (dia 20 de julho), para evitar o despejo da família de San Javier.

OCUPAN EN SAN JAVIER UNA OFICINA DE CAJAMAR QUE VA A DESAHUCIAR A UNA FAMILIA CON UN NIÑO AUTISTA
http://www.vegamediapress.es/noticias/index.php?option=com_content&task=view&id=16748


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