quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Campinas terá Centro de Referência para autismo inédito na América Latina

| Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas | 21/08/2013 |

Campinas terá Centro de Referência para autismo inédito na América Latina

A cidade de Campinas vai ganhar o primeiro centro de referência de atendimento integral de pacientes autistas da América Latina. Segundo a psiquiatra da Infância e Adolescência e professora da PUC Campinas, Sueli Cabral Rathsam - que articula a instalação do equipamento na cidade - o Centro vai contar com sistemas de acolhimento, tratamento ambulatorial, funcionará como hospital/dia, terá leitos para internação, além de oferecer oficinas para reabilitação e cursos profissionalizantes para os que atingirem determinado grau de autonomia. Segundo ela, o Brasil “está 40 anos atrasado neste tipo de atendimento”.

O Centro vai contar com pelo menos 50 profissionais especializados – entre psiquiatras, neurocirurgiões, psicólogos, fonoaudiólogos, psicoterapeutas e profissionais ligados à saúde mental – e atender, em média, 50 crianças por dia, em tempo integral.

Segundo Rathsam, haverá atendimento gratuito. “Hoje, uma escola especializada em atendimento de autistas cobra perto de R$ 3,5 mil por mês”, diz a especialista. “É preciso salientar, além disso, que a escola não oferece serviços ligados à saúde que o Centro vai proporcionar”, acrescenta.

A psiquiatra antecipou que centro será construído numa área de 15 mil metros quadrados doada pela Prefeitura e que está localizada nos limites do Swiss Park, próximo à Escola Bradesco, na região sul da cidade. De acordo com ela, o projeto será financiado pela iniciativa privada - a partir de contribuições já acertadas com empresas nacionais e multinacionais - e linhas de crédito abertas junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Se tudo correr como esperamos, o Centro estará em funcionamento em 1 ano e meio”, aposta.

O projeto de doação do terreno deverá ser aprovado pela Câmara, mas ela acredita que não deverá encontrar entraves. “Nós já conversamos com o presidente Campos Filho e ele nos garantiu que o projeto será colocado em votação com a devida agilidade. E tenho certeza que os vereadores vão apoiar essa iniciativa, que é importante para a cidade, mas em especial para as famílias que tanto precisam de atendimento”, afirma ela.

MODELO – Esse modelo de atendimento já vem sendo feito pelo Programa de Atenção Integrada à Criança ao Adolescente (Paica) - um projeto de iniciativa privada coordenado Sueli Rathsam - mas sem a amplitude prevista pelo Centro. “Estamos negociando com a prefeitura a liberação de algumas casas que poderão abrigar núcleos de atendimento. Se a liberação ocorrer, poderemos começar a atender em cerca de três meses e fazer esse tipo de atendimento até que o Centro fique pronto”, disse.

SIMPÓSIO - A Câmara Municipal de Campinas abriga no dia 24 de agosto, o 1º Simpósio Internacional – Avanços em Diagnóstico e Intervenção em Saúde Mental da Infância e Adolescência. O seminário - que terá como tema central a importância do diagnóstico precoce – vai contar com as presenças de alguns dos maiores especialistas brasileiros da área e com palestra do médico holandês Athanasios Maras, considerado uma das maiores autoridades do mundo no assunto. Psiquiatra infantil, Maras é diretor do Instituto Yulius – considerado modelo mundial em atenção à saúde mental para crianças e adolescentes.

Coordenadora da Comissão Científica do Evento, Sueli Rathsam diz que o Brasil precisa adotar medidas urgentes para fazer o diagnóstico precoce da patologia. Ele diz que na Alemanha, por exemplo, um país que há muito anos desenvolve política referencial de atendimento, o diagnóstico se dá entre os dois e quatro anos. No Brasil, a precária rede de atendimento só vai identificar o autismo entre os nove e 12 anos.

“Quando se chega a um diagnóstico, a criança já perdeu todo o ciclo de alfabetização”, relata. Estima-se que existam na Região metropolitana de Campinas perto de 50 mil crianças com algum tipo de transtorno mental; destas 1,5% possuem alguma patologia do espectro autista.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria de saber este projeto esta em andamento ou nao foi aprovado