terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Macacos geneticamente modificados para exibir sintomas de autismo

Mas não está claro o quanto os resultados correspondem à condição em seres humanos

| David Cyranovski | Nature, Vol. 529, nr. 7587, p. 449 | 25/1/2016 | Trad. Argemiro Garcia |

Macaco utilizado no experimento.
Os macacos de laboratório correm em círculos obsessivamente, em grande parte ignoram seus pares e grunhem ansiosamente quando encarados. Projetados para terem um gene relacionado com o transtorno do espectro do autismo em pessoas, os macacos são o modelo animal mais realista da condição até agora, dizem seus criadores. Os pesquisadores acreditam que os animais trarão novas maneiras de testar tratamentos e investigar a biologia do autismo. Mas o júri ainda está reticente sobre se a condição dos macacos corresponde ao autismo humano.

O autismo tem uma vasta gama de sintomas e tipos, e os investigadores pensam que pelo menos 100 genes desempenham algum papel. Os cientistas que conduziram o mais recente trabalho, publicado em 25 de janeiro na revista Nature (Z. Liu et al. Nature http://doi.org/bb3k; 2016), voltaram-se para o gene MECP2, relacionado com o autismo: muitos dos seus sintomas são encontrados em pessoas que têm cópias extras do gene (síndrome da duplicação do MECP2), bem como em pessoas que têm certas mutações neste gene (síndrome de Rett). Os pesquisadores já tinham criado anteriormente macacos para ter genes relacionados com o autismo (H. Liu et al. Cell Stem Cell 14, 323–328; 2014), mas esta é a primeira demonstração publicada de uma ligação entre os genes e o comportamento dos animais.

Voltando a 2010, a equipe que realizou o mais recente trabalho, liderado por pesquisadores do Instituto de Neurociências da Academia Chinesa de Ciências, em Xangai, anexaram genes humanos MECP2 a um vírus inofensivo, que foi injetou nos óvulos de macacos-cinomolgos (Macaca fascicularis). Os óvulos foram então fertilizados e os embriões em desenvolvimento foram implantados em fêmeas. O resultado foram oito recém-nascidos geneticamente manipulados, cada um tendo uma a sete cópias extras do MECP2. Exames de outros macacos, natimortos, revelaram que as cópias adicionais estavam sendo expressas no cérebro. "Esse foi o primeiro momento emocionante", diz Zilong Qiu, biólogo molecular do Instituto de Neurociências e co-autor do artigo.

O próximo avanço veio cerca de um ano mais tarde, quando os macacos mostraram comportamentos que sugeriam autismo: correr de forma estranha em círculos fechados. "Se um outro macaco está em seu caminho, quer saltar sobre este, ou dar a volta, depois retornando à sua trajetória circular original", relata o co-autor Sun Qiang, biólogo reprodutivo do Instituto.

A equipe efetuou uma bateria de testes comportamentais que demonstraram que todos os macacos tinham, pelo menos, um sintoma semelhante a autismo, como um comportamento repetitivo ou anti-social, e que foram mais graves nos machos, como é observado em pessoas com as duplicações do MECP2. Mas isso ainda não era suficiente para ter certeza de que os macacos eram um modelo de autismo - e um artigo que a equipe submeteu para publicação em 2013 foi rejeitado. Entre outras coisas, os revisores queriam saber se o comportamento incomum era apenas resultado de mexer com o genoma. "Precisávamos mostrar que o gene faz a diferença", lembra Qiu.

Essa oportunidade veio com a geração seguinte de macacos, que a equipe criou com uma velocidade sem precedentes. Quando os macacos fizeram 27 meses de idade e ainda não estavam sexualmente maduros, a equipe de Sun tomou testículos dos machos, amadureceu o tecido artificialmente enxertando-o sob a pele do dorso de ratos castrados, e usou o esperma resultante para fertilizar óvulos de macacos não-manipulados. A prole apresentou comportamento anti-social em cerca de 11 meses. Genes e sintomas pareciam ter passado para uma segunda geração, finalmente convencendo os revisores, diz Qiu.

O modelo macacos-cinomolgos é "superior" a modelos de rato de autismo porque "apresenta mais claramente alguns dos comportamentos do tipo autismo", comenta Alysson Muotri, pesquisa de células-tronco, autismo e síndrome de Rett na Universidade da Califórnia, San Diego. Mas ele acrescenta que os sintomas em ratos e macacos ainda parecem menos severos do que "aquele que realmente observamos em pacientes humanos". "Continua necessário verificar se o modelo pode realmente gerar novos insights sobre a condição humana", diz ele.

Huda Zoghbi, pioneira dos estudos de MECP2 em camundongos no Baylor College of Medicine em Houston, Texas, é ainda mais cauteloso. Os macacos não imitaram alguns dos sintomas da duplicação do MECP2 em humanos, como convulsões e problemas cognitivos graves, observa ela. Poderia ser porque a expressão do gene no modelo de macaco é acionada por um mecanismo diferente que em seres humanos - uma limitação que os autores reconhecem - e ela aconselha cautela na utilização do modelo para fazer suposições sobre o autismo humano.

Qiu, entretanto, está animado com a perspectiva de usar o modelo para identificar exatamente onde no cérebro a superexpressão do MECP2 causa problemas. Sua equipe já está usando a tecnologia de imageamento do cérebro em macacos para identificar tais áreas. Em seguida, os pesquisadores planejam usar a técnica de edição de gene CRISPR para desligar as cópias extras do MECP2 em células nessas regiões e, em seguida, verificar se os sintomas similares a autismo param.

É pouco provável que essa técnica venha a ser aprovada para uso em pessoas tão cedo. Mas as regiões identificadas no estudo com macacos podem ser associadas a outros tratamentos existentes, como a estimulação cerebral profunda, que tem tido sucesso no tratamento da doença de Parkinson e da depressão. Uma vez que a estrutura do cérebro do rato é tão diferente da humana, Qiu diz que o imageamento dos macacos permitirá que mais paralelos possam ser traçados com os seres humanos do que permitem os estudos ratos. Trabalhando com um hospital de saúde mental, a equipe também está tentando identificar os genes ligados ao autismo que são mais comuns na população chinesa.

Se primatas não-humanos provarem ser um modelo útil para transtornos psiquiátricos, China e outros países que estão investindo pesadamente em pesquisa com esses animais, como o Japão, podem ganhar vantagem na investigação do cérebro. Muotri diz que tais estudos provavelmente não seriam feitos nos Estados Unidos, onde a investigação em macacos é mais cara e controversa. "China e Japão têm uma clara vantagem sobre os EUA nesta área", comenta.

Cyranovski, David – Monkeys genetically modified to show autism symptoms. Nature. Vol. 529, nr. 7587, p 449. Macmillan Publishers Limited.
http://www.nature.com/news/monkeys-genetically-modified-to-show-autism-symptoms-1.19228


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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Estudo aponta para recuperação de sintomas autistas na vida adulta

Artigos publicados em sites portugueses (Portugal Digital) (Move Notícias) (Revista PORT.COM) relatam que "é possível reverter sintomas do autismo na fase adulta".

Esses sites descrevem um estudo liderado conjuntamente por pesquisadores do MIT (Yuan Mei) e pela Universidade de Coimbra (Patrícia Monteiro), com apoio da Universidade Leste da China (Xian Gao), que analisaram uma forma de autismo associada ao gene Shank3, responsável pela síntese da proteína de mesmo nome.  Esta é uma proteína-andaime (scaffold protein) pós-sináptica que regula o desenvolvimento, funcionamento e plasticidade das sinapses, ao organizar a montagem do complexo de sinalização macromolecular da densidade pós-sináptica.

De acordo com o artigo, essa forma de autismo corresponderia a 1% (um por cento) dos casos dentro do espectro autista. O estudo foi realizado ao longo de quatro anos com camundongos alterados geneticamente. Nestes, o gene Shank3 causava comportamentos de tipo autista, como ansiedade, déficits de interação social e comportamento repetitivo. Foi gerado um novo gene para os animais, o que levou a melhoras na interação social e redução dos comportamentos repetitivos, ainda que a ansiedade e os déficits de coordenação motora não foram recuperados.

Estes resultados, segundo o trabalho, revelam o profundo efeito da ativação pós-desenvolvimento da expressão do Shank3 na função neuronal e demonstram certo grau de plasticidade continuada no cérebro adulto afetado.

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Congresso Nacional e Online de Autismo


| Online | 14 a 20 de março de 2016 |

Inscrições gratuitas

O Segundo Congresso Nacional Online de Autismo, é um Evento que acontecerá de 14 a 20  março de  2016. Serão palestras com Médicos, Pesquisadores, Fonoaudiólogos, Psicólogos, Pedagogos, Terapeuta Ocupacional, Pais e Familiares, Organizações e Associações.

O Congresso será Totalmente Online e GRATUITO durante toda a semana de exibição, onde serão disponibilizadas várias palestras em horários pré determinados, abordando vários assuntos de grande relevância para todos os Interessados com Grandes Especialistas e Pesquisadores.

Para ter acesso a Área do Congresso você deve fazer a sua inscrição colocando seu e-mail no campo INSCRIÇÃO, assim que você se inscrever na página do Congresso, receberá um link de confirmação no seu e-mail colocado na Inscrição, fazemos isto para ter certeza da autenticidade do e-mail, assim que fizer a confirmação no link mandado no seu e-mail seu acesso será ativado no Congresso. É muito importante este e-mail ser visto regularmente, pois mandaremos várias informações acerca do evento.Olhe também no Spam pois dependendo de alguns servidores estes e-mail podem ser encaminhados para lá.

Nos dias do Congresso será mandado um link diário para acesso a Área do Evento no seu e-mail (olhe também o spam). Nossas salas virtuais comportam no máximo 2.000 pessoas em cada palestra, assim teremos várias salas, que estarão expondo a mesma palestra em cada horário. Por este motivo é importante organizar-se e acessar o link na hora marcada, ou com certa antecedência. Além de mandarmos o link no seu e-mail disponibilizaremos o Link na Comunidade no Facebook bem como no nosso site.

A programação de palestras estará disponível brevemente.

Palestrantes:

Dra Sara Costa - Pedagoga

Dra Carmem Gottfried - Bioquímica

Dra Paula Braga - Kenyon

Viviane Louro - Educadora Musical

Dra Dayse Serra - Psicopedagoga

Dra Márcia Valiati - Terapeuta Ocupacional

Dr Gustavo Schulz Gattino - Musicoterapeuta

Dr Caio Abujadi - Psiquiatra Infantil

Dr Rudimar Riesgo - Neuropediatra

Dr Eugênio Cunha - Educador

Felipe Tardem - Psicólogo

Dra Nora Cavaco - Psicóloga

Dra Daniela Canovas - Psicóloga

Juliana Almeida - Fonoaudióloga

Dr Rafael Pereira - Especialista em Educação

Célia Giocondo - Fonoaudióloga

Aline Kabarite - Fonoaudióloga

Dr Renato L. Kinoshita - Fonoaudiólogo

Dra Amanda Bueno - Psicóloga

Dr Gustavo Teixeira - Psiquiatra Infantil

Emanoele Freitas - Escritora

Dra Kamila Castro - Nutricionista

Dra Sueli Cabral - Psiquiatra Infantil

Sheila Leal - Fonoaudióloga e Psicopedagoga

Rita Thompson - Psicomotricista

Nícolas Brito - Estudante Autista

Dr Jair Luiz de Moraes - Neuropediatra

Anita Brito - Escritora

Prof. Dr. Isac Germano Karniol - Psiquiatra

Dr Sérgio Antoniuk - Neuropediatra

Dr César de Moraes - Psiquiatra Infantil

Dra Marta Relvas - Bióloga

Dr Alysson Muotri

Dr Clay Brites - Neuropediatra

Dr Salmo Raskin - Médico Geneticista

Fernanda Lima - Psicóloga

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Crianças autistas veem movimento duas vezes mais rápido do que aquelas sem a condição

  • Especialistas descobriram que quanto mais rápido o movimento mais rápido a criança o vê
  • Os cientistas acreditam que tais descobertas podem fornecer pistas para as causas da condição
  • Isso pode explicar por que as pessoas autistas não suportam ruídos e luzes brilhantes
| Rachel Reilly | 09/05/2013 | Daily Mail | Trad. Argemiro Garcia |

Crianças com autismo enxergam movimentos simples duas vezes mais rápido que as outras crianças da mesma idade, de acordo com o estudo.
Os cientistas pensam que este esta hipersensibilidade ao movimento pode fornecer pistas para o que provoca a doença.
As descobertas podem explicar por que algumas pessoas que sofrem de autismo são sensíveis às luzes brilhantes e ruídos altos.
"Vemos o autismo como uma desordem social, porque crianças com essa condição muitas vezes têm dificuldades com as interações sociais, mas, por vezes, negligenciamos o fato de que quase tudo o que sabemos sobre o mundo vem de nossos sentidos.
"Anormalidades na forma como uma pessoa vê ou ouve pode ter um profundo efeito sobre a comunicação social", diz Duje Tadin, um dos autores principais do estudo e professor assistente de cérebro e ciências cognitivas na Universidade de Rochester.
Embora estudos anteriores tenham descoberto que as pessoas com autismo possuem habilidades visuais ampliadas para imagens paradas, esta é a primeira pesquisa a registrar uma maior percepção do movimento.
As descobertas foram publicadas no Journal of Neuroscience por Tadin, em artigo gujo autor principal foi Jennifer Foss-Feig, pós-doutora do Child Study Center (Centro de Estudos da Criança) da Universidade de Yale, e seus colegas na Universidade de Vanderbilt.
No estudo, 20 crianças com autismo e 26 crianças com desenvolvimento típico, todas com idade entre 8 e 17, assistiram a um breve trecho de vídeo de barras pretas e brancas a se mover.
Foi-lhes pedido que indicassem a direção para que as barras estavam indo, direita ou esquerda.
Cada vez que um participante escolheu a direção correta, o próximo clipe de vídeo tornou-se ligeiramente mais curto e por isso um pouco mais difícil.
Quando uma criança cometeu um erro, o próximo vídeo tornou-se um pouco mais longo e, portanto, mais fácil de ver. Desta forma, os pesquisadores foram capazes de medir a rapidez com que as crianças com autismo podem perceber movimento.
Os pesquisadores descobriram que quando as barras na imagem eram apenas pouco visíveis, ambos os grupos de crianças realizavam de forma idêntica. Quando o contraste ou a escuridão das barras foi aumentado todos os participantes do estudo ficou melhor em perceber a direção do movimento.
"Mas as crianças com autismo, tem muito, muito melhor desempenho, duas vezes melhor que seus pares", relata Foss-Feig.
Na verdade, o participante autista com piores resultados foi aproximadamente igual à média dos participantes sem autismo.
'Esta capacidade dramaticamente melhorada de [ver] o movimento é um indício de que os cérebros dos indivíduos com autismo seguem respondendo cada vez mais, conforme a intensidade aumenta.
O cientista diz que, enquanto isso poderia visto como uma vantagem, na maioria das circunstâncias, o sentido elevado poderia causar sobrecarga sensorial.
Tal percepção hipersensível é a assinatura neural de um cérebro incapaz de amortecer sua resposta à informação sensorial, observam os autores.
Este mesmo aumento excitabilidade do cérebro 'também é encontrada na epilepsia, o que está fortemente ligada ao autismo.
Na verdade, algo como um terço dos indivíduos com autismo também têm epilepsia. Normalmente, o cérebro coloca um freio em suas respostas ao som, paladar, tato, e outros estímulos quando se tornam demasiado intensos.
A pesquisa se baseia em conclusões anteriores de que pessoas com autismo processam estímulos visuais de maneira diferente.
Por exemplo, estudos anteriores demonstraram que as pessoas com autismo são mais capazes de perceber padrões básicos, são capazes de ver imagens de linha simples mais rapidamente e são mais focados em detalhes do que aqueles sem a condição.
Em contraste, em tarefas mais complexas, como o reconhecimento facial, estas melhorias tornam-se deficiências.



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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Mulher que fez vídeo viral sobre autismo foi morta pela polícia

CBS News – 5/2/2016

Danielle, encostada à parede, com o cão Sampson ao seu lado.
Imagem do vídeo de Danielle Jacobs com Sampson.

 MESA, Arizona – A mulher que foi baleada e morta por policiais nas proximidades de Phoenix depois de, alegadamente, tê-los ameaçado com uma faca, tinha postado um vídeo popular no ano passado em que seu cão tentava confortá-la enquanto ela chorava e se batia.

Segundo a polícia, vários oficiais foram à casa de Danielle Jacobs na quinta-feira, em resposta a chamadas sobre uma pessoa que tentava suicidar-se no subúrbio de Mesa, em Phoenix (Arizona). Dois oficiais atiraram na mulher de 24 anos, porque se sentiram ameaçados quando, dentro de casa, ela avançou na sua direção com uma faca, disseram as autoridades.

Seu vídeo de 2015 a mostra chorando e se golpeando enquanto seu cão tenta acalmá-la, aproximando-se e erguendo as patas. A descrição do vídeo explica que mostrava o que é ter síndrome de Asperger que, segundo ela, era seu diagnóstico desde 2013. As pessoas com esse transtorno do espectro do autismo podem ser muito inteligentes e ter interesses restritos, às vezes obsessivos, e falta de habilidades sociais, muitas vezes.

– "Ela tentava compartilhar a luta das pessoas com Asperger e tirar o estigma de distanciamento", disse Heather Allen, fundador da HALO Animal Rescue, uma organização de Phoenix onde Jacobs tinha feito trabalho voluntário.

– "Também acho que pretendia mostrar o que um cão pode fazer para ajudar as pessoas com uma condição como a sua", acrescentou Allen.


Em um post junto com o vídeo, Jacobs disse que compartilhou o momento de forma crua para mostrar o que é viver com Asperger e aumentar a consciência sobre a doença, relata a afiliadada CBS, KPHO. A capacidade do cão para acalmá-la gerou um interesse generalizado e o vídeo se tornou viral. A estação fez uma reportagem sobre o vídeo em 2015.

A KPHO informou que Jacobs adotou o animal depois que passou um tempo de voluntariado para cuidar dele através da HALO.

Allen disse que chamou a polícia na quinta-feira para pedir que verificassem Jacobs, após ter recebido um e-mail suicida naquela manhã pedindo que alguém cuidasse do cão, Sampson. E questionou se teria sido necessário atirar em Jacobs:

– “Eu não estava lá, então não sei como ela estava se comportando", disse. "Eu gostaria que tivessem sido capazes de usar uma contenção não-letal, talvez pudessem ter usado um Taser ou uma arma beanbag. Ela não tinha uma arma de fogo. Tinha uma faca" – disse Allen. – "Acho que poderia ter havido uma forma melhor."

Os oficiais atiraram em Jacobs porque se sentiram ameaçados, disse o detetive Esteban Flores, porta-voz da polícia. Ela "avançou sobre os oficiais com uma faca e eles dispararam suas armas", disse.

Flores e outro porta-voz da polícia de Mesa não responderam imediatamente a vários pedidos de comentários adicionais na sexta-feira, mas o departamento agendou uma entrevista coletiva sobre a morte de Jacobs e as interações de policiais "com pessoas com doença mental."
O cão Sampson está agora com a família de Jacobs. Sua mãe diz que o animal "é o último pedaço de Danielle que eles têm".


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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Como projetar para o autismo

| John Brownlee | 6/2/2016 | Co.Design | Trad. Argemiro Garcia |

O ARQUITETO por trás do Centro de Autismo e Cérebro em Desenvolvimento diz que a chave é ser sensível à luz, visão, texturas e sons.

Problema: Muitas crianças autistas são supersensíveis à visão, audição e à sensação de seu ambiente. Assim, quando o Hospital Presbiteriano de Nova York (New York-Presbyterian) decidiu construir um centro de intervenção precoce para crianças autistas, precisava que fosse projetado de acordo com as suas necessidades.

Uma em cada 68 crianças norte-americanas são diagnosticadas com autismo, de acordo com o Center for Disease Control. A intervenção precoce é o tratamento mais eficaz, exigindo centros dedicados, mas a hipersensibilidade das crianças autistas ao seu ambiente torna difícil o projeto dessas instalações.

Para projetar o novo Centro de Autismo e Cérebro em Desenvolvimento (Center of Autism and the Developing Brain - CADB), um centro de intervenção precoce ambulatorial para crianças autistas tão novas quanto dezoito meses, o New York-Presbyterian voltou-se para os seus parceiros de projeto de longa data do DaSilva Architects. Embora nunca tivesse projetado algo para crianças autistas antes, o diretor Jacques Black disse que trabalharam para converter um ginásio em ruínas em um ambiente confortável para crianças autistas. Como? Prestando muita atenção às condições da textura, acústica e iluminação - lições aplicáveis ​​ao resto do mundo quando se trata de projetar espaços amigáveis para autistas.


UM ESPAÇO TIPO DISNEY PARA EXPLORAR

Desde o início, o espaço escolhido para O CADB pelo New York-Presbyterian apresentava desafios únicos. Primeiramente construído em 1924, o Ginásio Rogers "parecia um velho ginásio da escola", diz Black, cheio de paredes de tijolos amarelos, gaiolas sobre as janelas, e uma tendência a ser cavernosamente ecoante. Era meio assustador. "Este era o ambiente onde deveríamos construir uma instalação para crianças ultrassensíveis aos seus ambientes", diz ele. "Era uma charada."

Com a ajuda da nova diretora do CADB, Cathy Senhor, a solução de DaSilva foi transformar todo o interior do ginásio em uma vila colorida. Salas autossuficientes de tratamento, escritórios e outro espaço fechado foram feitos na forma de pequenas e brilhantes cabanas, casas e pavilhões, entre ruas abertas, caminhos e outros espaços de encontro centrais. Há um céu artificial e nuvens, e o interior do centro também contém seus parques próprios, bancos e até mesmo jardins.

Dada a sensibilidade que muitas crianças apresentam ao seu ambiente, esses elementos de design familiares foram essenciais. Os corredores institucionais intermináveis de muitos hospitais e clínicas, que se estendem por uma fileira de portas indistinguíveis, pode provocar confusão e, mesmo, terror em pacientes jovens, de acordo com pesquisa de apoio de DaSilva. Comparativamente, CADB se parece com uma "aldeia Disney", explica-Black – uma versão menor, mais manejável, de uma cidade com detalhes familiares como ruas e parques –  criando um ambiente onde as crianças se sintam confortáveis.



DEIXANDO QUIETO

Para muitas pessoas autistas, acústica pode ser um problema. Por exemplo, o zumbido aparentemente normal de luzes fluorescentes pode causar extrema agitação. O mesmo com o som do ar condicionado ou do aquecimento. Mesmo o som de passos, crianças brincando, ou um caminhão de lixo passando podem ser uma distração para alguns pacientes do CADB.
Para manter o centro tranquilo, DaSilva Architects empregou uma série de truques. As salas de tratamento foram concebidas para ser tão à prova de som quanto possível, com carpete de absorção para amortecer gritos e painéis de amortecimento de som nas paredes. Em áreas onde o chão não poderia ser acarpetado, como em áreas próximas a pias, DaSilva usou piso de borracha macia para conseguir um efeito similar. Quanto aos espaços públicos, os arquitetos especificaram pisos de cortiça para amortecer o som de pessoas caminhando pelo chão. Black e sua equipe ainda mudaram todos os condicionadores de ar do edifício, caldeiras e ventilação para uma cabana ligada ao edifício principal, eliminando totalmente seus ruídos.




LUZ DE UMA SALA DE ESTAR, NÃO DE UM ESCRITÓRIO

A iluminação é uma consideração importante em qualquer espaço, mas para pacientes do CADB, era ainda mais crítica. Para algumas pessoas com autismo, a luz é um problema de Goldilocks: não pode ser muito quente, nem muito frio, muito brilhante ou fraca, dura ou artificial – nem mesmo muito natural. Ela precisa apenas ser correta.

Para o CADB, DaSilva Architects escolheu iluminar o espaço com uma mistura de fontes naturais e artificiais. Para a iluminação natural, as enormes janelas do antigo ginásio mostraram-se vantajosas. "Muita literatura sobre autismo fala contra ter muita luz natural", diz Black, mas isso é principalmente porque grandes janelas ao nível do solo fornecem a abundância de distrações. As janelas do Rogers Ginásio, no entanto, estão localizadas dois metros acima do chão, dando às crianças uma sensação suave de ar livre, sem realmente expor o que está acontecendo lá fora.

Para a iluminação artificial, DaSilva Architects optou contra o uso total de luzes do teto, como aquelas que você encontra em muitos escritórios, selecionando uma mistura diversificada de fontes de vez. É verdade, ainda existem algumas luzes do teto, mas também há uso substancial de iluminação lateral de uma variedade de fontes. Todas estas lâmpadas podem ser reguladas no caso de um paciente reagir fortemente contra elas. O resultado é um centro que é iluminado como uma sala de estar de uma instituição.



TEXTURA É IMPORTANTE

"Assim como são hipersensível ao som, barulho e luz, muitas crianças autistas são hipersensíveis à textura de objetos físicos, à sensação física", diz Black. Isso pode ser bom e ruim. Uma criança pode ser atraída por superfícies brilhantes, escorregadias, enquanto outra pode achar uma superfície ligeiramente abrasiva insuportável ao toque.

Não há nenhum ponto ideal entre estes dois extremos, mas Black diz que favorecer tecidos e materiais naturais pode ajudar a encontrar um meio termo, e é por isso que o CADB utiliza materiais como cortiça, borracha, porcelana e lã. Outra regra de ouro é escolher materiais com as pessoas não-autistas também se sintam bem. A maioria das pessoas prefere tocar em uma superfície de madeira do que metal, ou caminhar sobre um carpete de tecido plano que em um linóleo, e isso é geralmente verdade para as crianças no espectro do autismo também.



"Há uma piada: se você conhecer uma pessoa autista, você conhece uma pessoa autista", diz Black. "Cada pessoa autista é muito diferente: é todo um espectro de diferentes condições." Isso pode tornar o design para quem tem autismo desafiador, mas como as novas instalações do Centro para Autismo e Cérebro em Desenvolvimento mostraram, não é impossível. O truque é ser sensível ao estímulo e sensação, porque as pessoas para quem você está projetando são ainda mais.

[Todas as Imagens: via DaSilva Architects]

http://www.fastcodesign.com/3054103/how-to-design-for-autism

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A Legislação da Ética na Pesquisa em Seres Humanos: O Projeto de Lei n° 200


|Agência FAPESP | 5/2/2016 |

O debate “A Legislação da Ética na Pesquisa em Seres Humanos: O Projeto de Lei n° 200” será realizado no dia 16 de fevereiro de 2016 no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, em São Paulo.

Encontra-se em tramitação no Senado Federal o Projeto de Lei nº 200/15, que tem o objetivo de simplificar o processo de avaliação de protocolos de pesquisa em seres humanos. Segundo o IEA, apesar do mérito da intenção, a forma como o projeto está redigido tem sido criticada por aqueles que o julgam incapaz de atender a ampla variedade de pesquisas conduzidas em seres humanos.
Para debater os prós e contras do projeto, a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da USP, com apoio do IEA e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), realizará o debate a partir das 8h30, na Sala de Eventos do Instituto.

Será o quarto encontro da série “Strategic Workshops” da PRP-USP. Participarão pesquisadores com larga experiência no assunto, favoráveis e contrários ao projeto de lei.

A abertura do evento terá José Eduardo Krieger, pró-reitor de Pesquisa da USP, Martin Grossmann, diretor do IEA, e Marcos Buckeridge, presidente da Aciesp.

Os palestrantes serão: Paulo Marcelo Gehm Hoff, da Faculdade de Medicina da USP e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Dalton Luiz de Paula Ramos, da Faculdade de Odontologia da USP, Roger Chammas, da Faculdade de Medicina da USP, e Dirceu Greco, da Faculdade de Medicina da UFMG (só a sigla mesmo?).

Os organizadores do evento são: Harnoldo Colares Coelho (Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto), Paolo Zanotto e Regina Scivoletto (Instituto de Ciências Biomédicas) e Hamilton Varela (Pró-Reitoria de Pesquisa e presidente da Comissão de Pesquisa do IEA), todos da USP.

O evento terá transmissão ao vivo pela internet, em www.iea.usp.br/aovivo.

Mais informações: www.iea.usp.br e (11) 3091-1686.
 
http://agencia.fapesp.br/agenda-detalhe/a_legislacao_da_tica_na_pesquisa_em_seres_humanos_o_projeto_de_lei_n_200/22655/

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Infeção viral durante a gravidez pode aumentar risco de autismo no feto

| SIC Notícias | 03/02/2016 |

Um estudo publicado na revista Science demonstra que a resposta do sistema imunitário de ratos fêmeas grávidas a uma infeção viral altera a estrutura cerebral dos fetos, provocando alterações comportamentais semelhantes às que se observam no ser humano com Perturbações do Espetro do Autismo.

Vários estudos com humanos têm sugerido uma correlação entre a infeção viral materna durante a gravidez e o risco de autismo. As investigações com ratos de laboratório têm servido para estudar como a ativação do sistema imunitário da mãe influencia comportamentos autistas, mas o mecanismo era desconhecido.

O estudo "The maternal interleukin-17a pathway promotes autism-like phenotypes in offspring" conduzido por investigadores do University of Massachusetts Medical School, Massachusetts Institute of Technology, NYU Langone Medical Center e University of Colorado, Boulder, e publicado a 28 de janeiro na Science, demonstra esse mecanismo.

Já se sabia que os linfócitos T - células do sistema imunitário - desempenhavam um papel na fisiologia de alguns doentes com autismo. Os cientistas focaram a atenção numa molécula produzidas pelos linfócitos T - a interleucina-17a. Durante a gravidez, manipularam essa molécula. Concluíram que essas alterações no funcionamento do sistema imunitário podem influenciar o desenvolvimento dos neurónios do feto bem como as ligações entre os neurónios.

Os ratos que nasceram após a manipulação do sistema imunitário da mãe demonstraram comportamentos semelhantes ao autismo nos seres humanos bem como alterações no cérebro.

A investigação sugere que a relação causal entre a infeção viral na mãe e o autismo no filho não tem a ver com o vírus em si mas com a resposta do sistema imunitário da mãe à infeção.

Os cientistas injetaram nos ratos fêmeas grávidas uma droga que bloqueou a interleucina-17a. Houve um retrocesso na malformação dos neurónios e do cérebro dos fetos. É agora nesta terapêutica in utero que os cientistas querem investir.

http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2016-02-03-Infecao-viral-durante-a-gravidez-pode-aumentar-risco-de-autismo-no-feto
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