O presidente da associação, Nei Carlos Antonio Rodrigues, é pai de uma aluna da escola, e busca a construção de um Centro de Tratamento Multidisciplinar para atender portadores do autismo e transtornos relacionados de uma forma completa e direcionada.
A ideia é centralizar em um só local o atendimento com neurologista, psiquiatra, psicólogo, dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social, entre outros. Rodrigues conta que o objetivo é que se tenha um centro nos moldes do Centro de Reabilitação Neurológico de Pelotas (Cerenepe), que atende pessoas portadoras de necessidades especiais.
“Quem tem um filho autista sabe a dificuldade que é levá-lo para realizar um atendimento em postos de saúde ou consultório. Qualquer atividade que saia fora da rotina deles causa uma reação. Eles não têm paciência de esperar em uma fila. E as pessoas que estão no local geralmente não entendem isso, ficam com medo, enfim”, explica. Com isso, muitos pais acabam deixando os filhos sem o tratamento necessário, o que agrava o desenvolvimento da pessoa.
Inicialmente, a campanha visava a angariar recursos para a construção desse centro. Para isso, a Amar criou uma equipe de telemarketing, que se comunica com a comunidade buscando contribuições. No entanto, grande parte das pessoas não sabe do que se trata o autismo. “Há pessoas que confundem com artistas, e acham que estão contribuindo com uma instituição de artistas”, conta Rodrigues.
Por isso, a luta agora é também para que as pessoas conheçam o problema. Segundo o presidente da associação, pesquisas recentes apontam que há cerca de um milhão de brasileiros com algum transtorno relacionado ao autismo. No entanto, não há dados de quantos realizam efetivamente o tratamento.
O que é autismo?
O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento que afeta a comunicação, a interpretação e o convívio social. Caracteriza-se também por comportamentos e interesses restritos, repetitivos e estereotipados, que se manifestam antes dos três anos de idade. Entre os sintomas que identificam o transtorno há a resistência a estar entre um grupo de pessoas, comportam-se como se fossem surdos, não sentem medo em uma situação de perigo, evitam olhar para frente, riem-se sem motivo aparente, há resistência a novos aprendizados, indicam as necessidades através de gestos, comportam-se indiferente, isolado-se e retraído-se, entre outros. O diagnóstico é feito a partir da observação do comportamento da criança e envolve diversos profissionais como psiquiatras, psicólogos, neurologistas e geneticistas.
Em Rio Grande
A Amar atua há 22 anos desenvolvendo programas de amparo, auxílio, adaptação, reabilitação e integração do autista e de seus familiares. Além dela, há também a Escola de Educação Especial Maria Lúcia Luzzardi exclusiva para atender pessoas com distúrbio de desenvolvimento e que aplica o método Teacch - Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação. Atualmente, a escola conta com 72 alunos, mas há uma fila de espera.
A partir de 2012, a Amar e a escola passarão a contar também com um Centro de Convivência para os alunos da escola que já têm mais idade e com os quais as atividades da escola já não dão mais resultados. Nesse local, serão realizadas novas atividades, oficinas, entre outros. O centro ficará situado na Marechal Deodoro, próximo à escola, que se situa na Marechal Deodoro, 595.
A sede da Amar fica no mesmo endereço, onde é realizado, de segunda à sexta-feira, das 14h00 às 17h00, o Bazar Brechó, quando são comercializados artesanato e roupas. Quem tem interesse em ajudar a instituição pode entrar em contato pelo telefone (53)3233-1294.
Amar lança campanha para divulgar autismo
http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=1&n=20938
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