quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ecologista questiona delfinoterapia

Ric O'Barry, ativista em defesa dos golfinhos, disse hoje que o delfinário proposto pelo prefeito Jorge Santini, de San Juan, capital de Porto Rico, usa como desculpa a delfinoterapia para montar um negócio que, mundialmente, gera muita renda para os seres humanos, matando e torturando esses mamíferos.

"É muito triste, recebo telefonemas de todo o mundo por parte de mães de crianças autistas. A delfinoterapia não é real, aqui as crianças estão vulneráveis, seus pais estão vulneráveis e os golfinhos também. É um negócio para o qual as famílias, desesperadas, pagam US$ 7.000,00", disse O'Barry. Em entrevista a El Nuevo Dia, acrescentou que não há evidências científicas de que a delfinoterapia seja benéfica a crianças autistas.

O ativista convidou Santini para participar de um debate em que apresente provas de efeitos reais da delfinoterapia para crianças autistas.

O'Barry, que treinou o famoso golfinho Flipper da memorável série de televisão, percebeu durante o treinamento do animal o cruel cativeiro dos golfinhos. Assim, ele voltou seus esforços para denunciar as práticas de matança e captura para parques como o Sea World. O'Barry estrelou o documentário The Cove, que ganhou o Oscar em 2010. Este documentário expôs a prática cruel de matar golfinhos na baía japonesa de Taiji, no Japão.

Ali, treinadores de golfinhos de todo o mundo selecionam os animais com maior potencial para o show e os demais são mortos por pescadores japoneses. A Baía de Taiji se tinge de vermelho com o sangue dos golfinhos mortos.

- "Eles não se preocupam com a ética, apenas olham para a parte econômica. Quando se captura um golfinho, sua qualidade de vida é destruída, supostamente para melhorar a nossa."

Explicando que os golfinhos nadam 14 milhas diariamente (24 km), salienta que esses animais sofrem maior estresse no cativeiro que as demais espécies, acrescentando que aquários e zoológicos são uma forma de "má educação", pois ensinam a abusar da natureza:

- "As crianças pensam que o espetáculo é bom, mas lhes estamos ensinando algo errado".

O prefeito da capital portorriquenha, de sua parte, pronunciou-se por escrito, mas sem citar o convite ao debate:

- "É parte da diversidade, da democracia que nos permite o privilégio de discernir. Há os que se opõem e há os milhares que apoiam e necessitam."

Insistindo que os golfinhos melhoram a saúde da criança autista, declarou-se contra a matança desses animais:

- "Em nenhum momento esses golfinhos serão capturados como se tem dito, ou maltratados, ao contrário" - afirmou Santini.

E Flipper?

- "Flipper era uma mulher", disse O'Barry, que capturou e treinou cinco dos golfinhos que protagonizaram a série dos anos 1960. Ele contou que Kathy, uma das golfinhas, "suicidou-se". Scotty, outra das protagonistas, morreu durante o programa. As demais faleceram pouco depois do fim da série.

Explicou ainda que, além da morte de Kathy, o animal que mais fez o papel de Flipper, outras razões o levaram a abandonar o trabalho de caçar e treinar golfinhos:

- "Permaneci ingnorante tanto quanto foi possível, me pagavam muito dinheiro, mas a principal razão para me demitir foi que cansei de mentir ao público".

Activista reta a Jorge Santini a un debate sobre delfinario
| Sara M. Justiça Doll | Primera hora | 14/12/2011 |
http://www.primerahora.com/activistaretaajorgesantiniaundebatesobredelfinario-592502.html

Ric OBarry objeta el delfinario de San Juan
| Cynthia López Cabán | El Nuevo Dia | 15/12/2011 |
http://www.elnuevodia.com/losdelfinesestanincompletossineloceano-1144005.html

Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/

Um comentário:

Argemiro Garcia disse...

Lembrando que a captura de golfinhos e outras espécies selvagens é proibida no Brasil. no Pará há golfinhos de água doce que se aproximam das margens para brincar com as pessoas, sem serem aprisionados.