| 30/3/2012 |
Estudo divulgado no dia 29 de março último em documento do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos afirma que o número de crianças identificadas como tendo autismo cresceu, chegando ao valor de uma para cada 88. Esta nova estatística representa um aumento de 23% em relação aos valores divulgados há dois anos.
As autoridades do CDC, em entrevista concedida à imprensa, disseram acreditar que esse resultado claramente é o aumento dos diagnósticos, mas que as pesquisas se direcionam para buscar identificar se outros fatores - genéticos ou ambientais - representam algum papel nessa história.
Em entrevista à rede CNN, Mark Roithmayr, presidente da ONG norte-americana Autism Speaks, afirmou que os números são resultado de "diagnósticos melhores, mais amplos [que consideram mais pessoas como autistas] e uns 50% que nós não sabemos como explicar".
Em reportagem da Folha de São Paulo, Estevão Vadasz, coordenador do Programa Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, disse que esse número recém-divulgado não inspira muita confiança. Sem ver motivos para um aumento do número de casos, ele pensa que se trata de uma melhora nos diagnósticos e maior informação para as famílias que, segundo ele, "correm atrás".
O estudo do CDC indica, aidna, que o autismo é mais comum em crianças brancas do que nas negras ou hispânicas; estudos anteriores mostraram que essa é uma das poucas deficiências de comportamento com maior probabilidade de ocorrer em crianças de uma condição socio-econômica mais privilegiada.
Por outro lado, o estudo mostra justamente que o maior aumento de diagnóstico tem sido observado nas comunidades negras e hispânicas. O estudo também mostrou diferenças significativas entre os Estados. Mas os pesquisadores consideram que, provavelmente, esse resultado reflete, acima de tudo, a postura mais contundente de escolas e serviços de saúde e não disparidades na prevalência da condição. Das 14 comunidades estudadas em detalhe, as taxas foram mais altas em Utah (1 em cada 47 crianças) e menor no Alabama (1 em cada 210 crianças). Nenhum Estado da Nova Inglaterra foi analisado.
O estudo focalizou o número de crianças que, do nascimento aos oito anos, mostraram comportamentos consistentes com autismo, TGD ou síndrome de Asperger - mesmo que não tenham sido assim diagnosticadas. Os pesquisadores reviram as avaliações escolares e os registros médicos para determinar se poderiam ser contabilizadas.
Depois, os pesquiadores calcularam a frequência com que os comportamentos compatíveis com os transtornos do espectro autista (TEA) apareceram na vida de crianças com 8 anos nas comunidades selecionadas em 2008. A taxa foi de 11,3 por mil - ou uma em cada 88 crianças. Em 2000, o CDC encontrou 6,7 crianças com TEA para cada mil.
O diretor do CDC afirma, assim, que "uma coisa os dados nos dizem, certamente: há muitas crianças e famílias precisando de ajuda" disse o diretor do CDC, Thomas Freiden. "Precisamos continuar a rastrear os transtornos do espectro autista porque essa é a informação que as comundiades precisam para dirigir recursos para serviços que ajudem as crianças."
Foi observada a taxa de 18,4 casos por mil meninos, comparando com quatro por mil meninas. Em termos de raça, a prevalência estimada foi de 12 casos por mil para crianças brancas não-hispânicas; 10,2 casos para crianças negras não-hispânicas e 7,9 casos por mil para crianças hispânicas.
O estudo ainda mostrou um aumento de 12 por cento no diagnóstico até os três anos de idade para crianças nascidas em 1994, para 18 por cento para as crianças nascidas em 2000. Os especialistas lembram que isso é importante, pois a intervenção precoce faz um diferença crítica para estas crianças. Apesar destes ganhos, Collen Noyle, diretor do Centro Nacional para Deficiências no Nascimento e no Desenvolvimento, disse que esforços mais intensos são necessários para diagnosticar as crianças precocemente.
"Infelizmente, 40 por cento das crianças desse estudo não receberam diagnóstico antes dos quatro anos. Trabalhamos duro para mudar esse quadro," disse Boyle no documento do CDC.
Autism rate rises to 1 in 88 children in US, CDC reports
| Boston.com/Health | 29/03/2012
http://www.boston.com/Boston/dailydose/2012/03/autism-rate-rises-children-cdc-reports/qopVSsT4i14OZOXUAWBQiJ/index.html
Casos de autismo crescem 78% em oito anos nos EUA
| Folha de São Paulo | 30/03/2012 |
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/34181-casos-de-autismo-crescem-78-em-oito-anos-nos-eua.shtml
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