sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pesquisadores norte-americanos identificam dois "tipos" biológicos de autismo

| Nicolas Perpitch | The Australian | 8/9/2011 |
| Traduzido e enviado para a Comunidade Virtual Autismo no Brasil por Inês Dias | Edição: Argemiro Garcia |


Pesquisadores identificaram pela primeira vez dois tipos biologicamente diferentes de autismo, um avanço que vem sendo comparado à descoberta de diferentes tipos de câncer nos anos 1960, o The Australian noticiou.

A descoberta, anunciada em uma conferência mundial de autismo em Perth (Austrália), é vista como passo fundamental em direção ao entendimento das causas do autismo e no desenvolvimento de tratamentos eficientes, assim como a cura, dando esperanças de que as dificuldades de comunicação, socialização e outras dificuldades que as crianças com autismo apresentam possam ser enfrentadas mais fácil e precocemente.

Pesquisadores do instituto da Mente (MIND institute) da Universidade da Califórnia, campus de Davis, em Sacramento, começaram o Projeto Fenoma Autismo (Autism Phenome Project) em 2006. Vêm estudando o crescimento cerebral, exposição ambiental e estrutura genética de 350 crianças entre 2 e 3 anos e meio, e descobriram até agora dois subtipos biologicamente diferentes de desenvolvimento cerebral no autismo.

Um grupo de crianças, todos meninos, mostra os cérebros aumentados; a maioria desse grupo regrediu para o autismo após os 18 meses de idade; o outro grupo parece ter um funcionamneto inapropriado do seu sistema imune.

O professor de psiquiatria David Amaral, que conduziu o estudo longitudinal do Instituto MIND, disse que as descobertas poderiam levar a tratamentos mais indvidualizados. "O objetivo final é que, quando uma criança chegar ao médico, este possa dizer mais do que ela tem autismo, definindo que ela tem autismo tipo A, B ou C", disse Amaral, e então, baseados nessa descrição, poderíamos saber qual o perfil do tratamento que se deve recomendar às famílias.

"Como exemplo, se uma criança tem a forma "Imune" de autismo, a opção poderia ser manipular o seu sistema imunológico, em vez de tentar algo que relacionado às funções sinápticas do cérebro."

"Atualmente, as famílias são apresentadas a uma vasta gama de tratamentos sem necessariamente saber o que funciona", disse ele.

Amaral prevê que muitos mais subtipos biológicos de autismo poderão ser identificados, assim como há muitas formas de câncer. "Se nós estivéssemos tentando curar todos os tipos de câncer ao mesmo tempo, ficaríamos desesperançados", ele disse. "Bem, isso também vale para o autismo. Minha intuição é de que não haverá um único marcador diagnóstico para o autismo, mas sim uma ampla gama deles."

Fonte:
US researchers' discovery promises answers on autism
| Nicolas Perpitch | The Australian | September 08, 2011 |

http://www.theaustralian.com.au/news/health-science/us-researchers-discovery-promises-answers-on-autism/story-e6frg8y6-1226131763200


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