terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pesquisa com síndrome de Timothy sugere causa para o autismo

Nova pesquisa, liderada pelos médicos Sergiu Pasca e Ricardo Dolmetsch, da Univeesidade de Stanford, usando células tronco de pluripotência induzida e transformadas em neurônios lança nova luz sobre o autismo. Neurocientistas da Universidade de Stanford, usando células da pele de meninos com a síndrome de Timothy, uma rara condição que tem, entre outros sintomas, um tipo de autismo muito intenso. A pesquisa Using iPSC-derived neurons to uncover cellular phenotypes associated with Timothy syndrome foi publicada na revista Nature Medicine.

Os pesquisadores partiram da hipótese de que, nessa síndrome, o autismo é causado por uma mutação que interfere na comunicação e no desenvolvimento dos neurônios, especificamente, nos canais de cálcio nas suas membranas celulares. O fluxo de cálcio permite que os neurônios acendam e a forma com que elé regulado é um fator central no funcionamento do cérebro.

Também foi descoberto que o crescimento das células cerebrais desses pacientes resulta em menos células que conectam as metades do cérebro, assim como se observou uma superprodução dos neurotransmissores dopamina e norepinefrina. Também se descobriu que é possível reverter esses efeitos com o bloqueio químico desses canais alterados.

Dolmetsch e colegas, usando células da pele de crianças com síndrome de Timothy, criaram meurônios, aparentemente usando a mesma técnica da equipe de Alysson Muotri. Em um meio nutriente, as células formaram uma estrutura tridimensional semelhante à que se imagina existir no cérebro. Observou-se que os neurônios assim formados têm, nas espinhas, níveis de cálcio maiores que o normal, sugerindo que estes teriam perdido a capacidade de desligarem-se. Esta situação traz dramáticas mudanças na sinalização neuronal, reconfigurando como os genes se expressam.

Pasca and Dolmetsch, então supuseram que o crescimento dos neurônios da síndrome de Timothy muito da enzima mais crítica para a produção de dopamina e norepinefrina, que tem importante papel no processamento sensorial e no comportamento social. A ideia pode dar pistas sobre o que causa os problemas vistos no autismo.

Para determinar se o aumento da enzima seria reversível, os neurônios foram tratados com uma substância que bloqueia os canais de cálcio deficientes, a roscovitina.

Houve perto de 70 por cento de redução na proporção de células a produzir a enzima, confirmando que os canais de cálcio deficientes eram os culpados no excesso de produção de dopamina e norepinefrina. Tal reversibilidade sugere que certas alterações celulares no autismo podem ser tratadas.

Dolmetsch alerta, entretanto, que a roscovitina não é autorizada para o uso em humanos e nunca foi testada em crianças. Tem sido usada em testes clínicos para o câncer de pulmão, quando são reportados náusea e outros efeitos colaterais.

“Os efeitos colaterais reportados provavelmente se devem ao fato de que, em adição a atingir os canais que sofreram mutação no autismo, a roscovitina também inibe as quinases que são necessárias para a proliferação das células,” ele explica. “Pensamos que a roscovitina é um bom ponto de partida, mas provavelmente prcisa ser otimizada antes de ser útil para o autismo.”

Using Skin-Cell Research to Probe Cellular Basis of Autism
http://psychcentral.com/news/2011/11/28/using-skin-cell-research-to-probe-cellular-basis-of-autism/31942.html


Las neuronas cultivadas a partir de células de la piel pueden dar pistas sobre el autismo
http://www.europapress.es/salud/noticia-neuronas-cultivadas-partir-celulas-piel-pueden-dar-pistas-autismo-20111128094435.html


Células da pele podem ajudar a entender autismo
http://www.boasnoticias.pt/noticias_C%C3%A9lulas-da-pele-podem-ajudar-a-entender-autismo_9034.html


Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/

Nenhum comentário: