domingo, 6 de maio de 2012

Mestrandos do Rio de Janeiro desenvolvem games para pessoas autistas

Dois estudantes de mestrado do Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da  Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC/PUC-Rio) desenvolveram jogos de computador voltados para o atendimento de crianças e jovens autistas. De forma divertida, lúdica e interativa, estes dois trabalhos apontam para novas formas da informática - no caso, a área de Interação Humano-Computador - contribuírem para a superação das dificuldades que as pessoas com deficiência apresentam; no caso, na compreensão, interação social e fala.

Mesa touchscreen auxilia na interação de jovens - A estudante colombiana Greis Silva, de 26 anos, criou o jogo PAR (peço, ajuda, recebo), instalado em uma mesa touchscreen da própria PUC, que estimula a interação social entre jovens autistas entre 12 e 17 anos. No aplicativo, que pode ser adaptado às necessidades de cada um, o jovem com autismo só consegue desenvolver uma tarefa se tiver ajuda de outra pessoa com a mesma condição, o que o ajuda a compreender a importância de integrar-se com os outros. “Aplicações computacionais desenvolvidas para interfaces multitoque permitem a interação de mais de uma pessoa ao mesmo tempo e podem contribuir de alguma maneira no apoio do tratamento da interação social de usuários autistas”, afirma Greis.

Greis Silva com seu jogo na mesa touchscreenO projeto de mestrado foi iniciado em setembro de 2011, sob a orientação do professor Alberto Raposo, do Departamento de Informática da PUC-Rio, e ganhou forma a partir de uma busca detalhada de informações sobre o autismo. Em seguida, Greis desenvolveu o software e a aplicação no público alvo. Desde o dia 24 de abril, a mesa touchscreen está sendo testada com oito crianças e jovens no Instituto Ann Sullivan (www.institutoannsullivan.org.br), no Rio de Janeiro, especializado no tratamento do autismo. A estudante pretende desenvolver uma segunda versão, mas diz que os melhoramentos necessários só serão identificados após a análise dos resultados obtidos na aplicação da versão atual.

Jogo de computador desenvolve vocabulário de crianças - Com orientação da professora Simone Barbosa, do Departamento de Informática da PUC-Rio, e o auxílio de fonoaudiólogos, psicólogos e mães de algumas crianças, Rafael Cunha, de 32 anos, criou um jogo de computador para desenvolver o vocabulário e ajudar no aprendizado de palavras e imagens para crianças autistas de 5 a 9 anos. Com um visual atraente e a ajuda de um simpático esquilo comandando cerca de 100 itens, elas aprendem a distinguir objetos como talher, colher e garfo, por exemplo. De acordo com as necessidades específicas de cada uma, é possível acrescentar outras palavras.

Segundo Rafael, o interesse em desenvolver o jogo partiu da carência de softwares educacionais apropriados para crianças autistas. “Com eles é possível criar ambientes controlados, interessantes e sem distrações. Essas são consideradas características importantes para o sucesso no tratamento de pessoas com autismo”, declara. Os resultados com os cinco meninos que participaram dos testes foram aprovados pelos pais. De acordo com eles, os filhos aumentaram o vocabulário e melhoraram na questão do foco e da concentração. Rafael conta que o desenvolvimento do conceito do game durou seis meses, e mais três meses de desenvolvimento para chegar uma primeira versão operacional. Ele já pensa em uma nova versão do jogo para iPad, iPhone e dispositivos com Android. A nova versão também contará com mais personagens, cenários e novas palavras. O jogo estará disponível na internet até junho deste ano e ficará hospedado no site [www.jogoseducacionais.com].

Estudantes criam games para ajudar autistas
| Portal R7 | 4/5/2012 |
www.boainformacao.com.br/2012/05/estudantes-criam-games-para-ajudar-autistas/

Mestrandos do CTC/PUC-Rio criam games que auxiliam no aprendizado de autistas
| Revista Fator | 4/5/2012 |
www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=201541

PUC-Rio cria games para autistas
http://oglobo.globo.com/tecnologia/puc-rio-cria-games-para-autistas-4778802

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