Dois estudantes de mestrado do Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC/PUC-Rio) desenvolveram jogos de computador voltados para o atendimento de crianças e jovens autistas. De forma divertida, lúdica e interativa, estes dois trabalhos apontam para novas formas da informática - no caso, a área de Interação Humano-Computador - contribuírem para a superação das dificuldades que as pessoas com deficiência apresentam; no caso, na compreensão, interação social e fala.
Mesa touchscreen auxilia na interação de jovens - A estudante colombiana Greis Silva, de 26 anos, criou o jogo PAR (peço, ajuda, recebo), instalado em uma mesa touchscreen da própria PUC, que estimula a interação social entre jovens autistas entre 12 e 17 anos. No aplicativo, que pode ser adaptado às necessidades de cada um, o jovem com autismo só consegue desenvolver uma tarefa se tiver ajuda de outra pessoa com a mesma condição, o que o ajuda a compreender a importância de integrar-se com os outros. “Aplicações computacionais desenvolvidas para interfaces multitoque permitem a interação de mais de uma pessoa ao mesmo tempo e podem contribuir de alguma maneira no apoio do tratamento da interação social de usuários autistas”, afirma Greis.
O projeto de mestrado foi iniciado em setembro de 2011, sob a orientação do professor Alberto Raposo, do Departamento de Informática da PUC-Rio, e ganhou forma a partir de uma busca detalhada de informações sobre o autismo. Em seguida, Greis desenvolveu o software e a aplicação no público alvo. Desde o dia 24 de abril, a mesa touchscreen está sendo testada com oito crianças e jovens no Instituto Ann Sullivan (www.institutoannsullivan.org.br), no Rio de Janeiro, especializado no tratamento do autismo. A estudante pretende desenvolver uma segunda versão, mas diz que os melhoramentos necessários só serão identificados após a análise dos resultados obtidos na aplicação da versão atual.
Jogo de computador desenvolve vocabulário de crianças - Com orientação da professora Simone Barbosa, do Departamento de Informática da PUC-Rio, e o auxílio de fonoaudiólogos, psicólogos e mães de algumas crianças, Rafael Cunha, de 32 anos, criou um jogo de computador para desenvolver o vocabulário e ajudar no aprendizado de palavras e imagens para crianças autistas de 5 a 9 anos. Com um visual atraente e a ajuda de um simpático esquilo comandando cerca de 100 itens, elas aprendem a distinguir objetos como talher, colher e garfo, por exemplo. De acordo com as necessidades específicas de cada uma, é possível acrescentar outras palavras.
Segundo Rafael, o interesse em desenvolver o jogo partiu da carência de softwares educacionais apropriados para crianças autistas. “Com eles é possível criar ambientes controlados, interessantes e sem distrações. Essas são consideradas características importantes para o sucesso no tratamento de pessoas com autismo”, declara. Os resultados com os cinco meninos que participaram dos testes foram aprovados pelos pais. De acordo com eles, os filhos aumentaram o vocabulário e melhoraram na questão do foco e da concentração. Rafael conta que o desenvolvimento do conceito do game durou seis meses, e mais três meses de desenvolvimento para chegar uma primeira versão operacional. Ele já pensa em uma nova versão do jogo para iPad, iPhone e dispositivos com Android. A nova versão também contará com mais personagens, cenários e novas palavras. O jogo estará disponível na internet até junho deste ano e ficará hospedado no site [www.jogoseducacionais.com].
Estudantes criam games para ajudar autistas
| Portal R7 | 4/5/2012 |
www.boainformacao.com.br/2012/05/estudantes-criam-games-para-ajudar-autistas/
Mestrandos do CTC/PUC-Rio criam games que auxiliam no aprendizado de autistas
| Revista Fator | 4/5/2012 |
www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=201541
PUC-Rio cria games para autistas
http://oglobo.globo.com/tecnologia/puc-rio-cria-games-para-autistas-4778802
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