| Autismo Diario | Servicio de Información sobre Discapacidad | 19/12/2011 |
| Traduzido por Argemiro Garcia |
Em março, fizemos ecos ao sofrimento por que passam as pessoas com autismo e suas famílias na França. Nos últimos meses, continuamos a coletar informações e entrar em contato com vários ativistas pelos direitos das pessoas com autismo naquele País e as informações (em primeira mão) que nos têm fornecido é tão grande que decidimos fazer este relatório sobre a situação atual, gravíssima, a que o país mantém as pessoas com autismo e suas famílias. Queríamos ter feito uma lista dos direitos das pessoas autistas que são violados na França mas, já que são quase todos, resolvemos pular essa parte.
Educação
Na França, uma criança diagnosticada com autismo praticamente não tem o direito à educação. Apenas 20% das crianças com autismo conseguem acesso à educação. E estes 20% "afortunados", na maioria, coincidem com as crianças diagnosticadas com Autismo de Alto Funcionamento e Síndrome de Asperger. De qualquer forma, esse acesso à escolaridade regular não é de 100%. Este problema também se aplica a crianças com outros problemas, como déficit de atenção e hiperatividade, disfasia etc ...
Os afortunados: espera-se que esses 20% de crianças "afortunadas" vão à aula com seu AVS (Assistante de Vie Scolaire - auxiliar de vida escolar) ou EVS (Employée de Vie Scolaire - empregado de vida escolar) e, caso se comportem bem, podem continuar a frequentar uma escola regular (Caso contrário, serão expulsos do centro). Mas, claro, para que a criança conheça seu AVS ou EVS será necessária uma espécie de alinhamento cósmico e planetário. Que seja concedido esse apoio pessoal à criança é uma questão de pura sorte e não um direito. O outro problema é que uma grande percentagem desses trabalhadores não têm formação e muda a cada ano. Se tiver sorte e ganhar a loteria do assistente especializado, você nunca saberá o que vai acontecer no ano seguinte. "Há tantas situações particulares como há crianças: levaria anos para fazer uma lista de casos ilógicos e escandalosos. Novamente, tudo tem a ver mais com sorte que com direito" é a informação que nos mandam da França, a respeito desta questão.
Temos também a figura do SESSAD - Service d’Education Spéciale et de Soins A Domicile (Serviço de Educação Especial e Assistência a Domicílio"), (ou seja, profissionais QUE intervêm no meio "normal" para dar ajuda e aconselhamento aos professores e cuidadores de crianças). Tal como acontece com AVS e EVS tudo diz respeito a onde você vive... e sorte. Cada SESSAD pode usar um modelo diferente e assim nos deparamos com muitos tipos diferentes de apoio ou assistência apresentados como SESSAD. Mais uma vez, entramos neste tipo de roleta russa da sorte. O problema de jogar roleta russa é que a bala te acerte.
Na fronteira do bem e do mal: Quando a criança atingir sete anos, se a equipe docente achar que não tem o ritmo certo, irá enviá-la a uma escola especial ou a uma sala de educação especial dependentes de um destes centros, goste a família ou não. E se a família se opuser, a criança ficará em casa. Isso se aplica não apenas ao autismo, mas a outros tipos de deficiência.
Educação Especial:
Pressupõe-se que os “Instituts Medico Educatifs” (Institutos médico-educativos), ou IME, sejam Centros de Educação Especial do país do conhaque. Mais uma vez, devemos colocar nas mãos do destino, dos alinhamentos planetários e do horóscopo chinês, já que, com os IMEs se passa algo parecido com os SESSAD. Em alguns casos, os IMEs são regidos por sistemas de psicanálise, "packing", "pataugeoire" (colocam a criança em um maiô, em uma pequena piscina inflável, e dois "terapeutas" observam seu comportamento na água: se toca as partes íntimas ou não, como evolui, seus gestos, suas expressões, e tiram conclusões a partir dessas observações) e uma série de atrocidades pr´óprias do início do século passado, por isso, se nos for indicado um desses IMEs, é melhor para a criança ficar em casa. Podemos também darmos de cara com IMEs tentando implementar outras estratégias educativas. No entanto, as relações aluno/terapeuta geralmente giram em torno de 12 para 1, sem contar a melhor ou pior qualificação da equipe de intervenção terapêutica. Os IMEs realmente tornaram-se um lugar comum de detenção de crianças, mas com passe livre a noite.
O outro problema é que, se um IME faz um bom trabalho, rapidamente satura; as famílias inclusive migram para outras regiões para ter acesso a esses raros lugares.
O "Hôpitaux de Jour" (Hospital Dia) é algo como uma casa de horrores. Um centro ligado à área de psiquiatria do hospital onde se maltratam diariamente os casos mais graves. Por sua vez, estes centros têm por bem não dar quase nenhuma informação sobre que tipo de intervenção fazem com as crianças. Tampouco nada parece ciência certa nem se tem feito estudos sérios sobre o tipo de intervenção e seus resultados. Como há pouca supervisão local (ou nenhuma) pelo Ministério da Saúde (embora haja Agências Regionais de Saúde: ARS) em relação às melhores práticas, as equipes desses centros fazem o que querem, desde que não ponham a criança em perigo, e não há queixas legais das famílias (a verdade é que com pouca informação é difícil fazer uma reclamação bem documentada). Outro aspecto "inacreditável" desses centros é que muitos deles seguem o caminho da psicanálise e estão determinados a "estudar" a família inteira para provar que a culpa é deles, principalmente da mãe!
Profissionais qualificados:
Frente a este panorama incrível, o número de profissionais treinados e qualificados é muito baixo. Ao mesmo tempo, há pouco apoio financeiro à formação especializada nesta área. Praticamente todo o apoio financeiro do governo vai para os centros que acabamos de mostrar. Profissionais de qualidade, que não vivem em 1905 como o resto de seus "colegas", trabalham em centros privados, sendo por isso muito caros e além do alcance da grande maioria da população.
Este tipo de centros, onde podemos encontrar sistemas de intervenção reconhecidos em todo o mundo (ABA, TEACHH, PECS, ...), só obtêm 10% dos fundos para o autismo, com o que o desenvolvimento de planos modernos e eficientes de intervenção para o autismo torna-se impossível.
A Família:
Por trás desta imagem tão desoladora, há dezenas de milhares de famílias a sofrer todos os dias esta situação terrível. Essas famílias enfrentam muitos problemas com os quais devem lutar todos os dias, encontrando na maioria das vezes uma "Linha Maginot", uma barreira social e burocrática.
E que saídas existem? Atualmente as famílias francesas encontram situações tão absurdas que escapam de qualquer lógica, posto que torna mais difícil até mesmo poder enfrentar a situação.
Por um lado, ficam cara a cara com a infelicidade de não ganhar a "loteria" a que nos temos referido nesta reportagem; por outro lado, devem enfrentar diagnósticos mais que duvidosos e um modelo de intervenção mais próximo do "Doutor Mengele" que dos verdadeiros modelos de intervenção. Muitas famílias optam por ter um dos pais abandonando os trabalho a fim de cuidar de seu filho de uma forma humana. Ao mesmo tempo, têm que chegar a o nível de conhecimento e preparo necessário no menor tempo, sem acesso aos recursos e sem muitas condições econômicas, para tornar-se terapeutas de seus filhos. Não esquecendo que enfrentam a rejeição social, o esquecimento burocrático e a perda de direitos.
Talvez, se você tiver uma família afortunada com muuuuuita sorte, a "Maison des Personnes Handicapées" (MDPH) de sua região (há mais de 80) será pró-ativa e poderá apoiá-lo, desde que seja inteligente o suficiente para contornar o labirinto legal e burocrático que existe antes de conseguir subsídios e benefícios econômicos. Se conseguir, poderá ter dinheiro suficiente para ajudar a custear algumas intervenções. Dependendo de onde morar e de quão hábil seja, poderá obter o suficiente, ou nada. Então, se você não tem recursos financeiros suficientes, você não poderá dar as oportunidades que a criança merece e isso, como é claro e normal, aumentará (ainda mais) a tensão no seio da família. Esse sentimento de impotência e perda de esperança corroi o espírito mais firme.
Ação Direta: Dada esta terrível situação, as famílias estão se organizando e começando a organizar todo o tipo de protesto e ações contra essa situação que prejudica diretamente os direitos, liberdade e dignidade de milhares de cidadãos franceses. Nessa luta pela dignidade, o respeito, os direitos e a igualdade devem ter todo o apoio da comunidade internacional. Pois mesmo na França há uma democracia real.
Alguns nomes:
Talvez hoje a técnica de packing seja a tortura mais famosa dos "especialistas" franceses. E ainda se permitem dar cursos de formação e realizar estudos, tudo pago com dinheiro público, evidentemente. Se você não sabe o que é o packing,assista a este vídeo, onde vai ver um jovem embrulhado em lençóis molhados e muito frios, como se fosse uma múmia, deixando apenas o rosto descoberto. Supõe-se que este castigo físico e agressão emocional seja uma terapia?
Mais informações sobre os centros que estão realizar um "estudo" de "packing" no site de Autisme Infantile, assim poderáo evitar que estes centros torturem algum ente querido.
Outro dos "brilhantes" pontos dos psicanalistas franceses é seguir culpando a mãe pelo autismo de seu filho. Abordamos essa questão sobre a teoria de Bruno Bettelheim e as mães no artigo ¿Madres Nevera? o ¿la frialdad de un hombre? Bruno Bettelheim.
Campanha Um Crocodilo para Genevieve
E continuando na mesma linha não percam tempo com a Sra. Geneviève Loison, que afirma que as mães são nada menos do que um crocodilo! Apesar de sua aparência de "Vovozinha" os danos que esta senhora produziu e continua a produzir a todas as pessoas que têm a infelicidade de passar por suas mãos não tem tamanho. Assim, famílias francesas começaram uma campanha contra a Sra. Geneviève Loison, sob o slogan "Um Crocodilo para Genevieve". Pode-se ver mais informações no mural do Facebook de Autisme Infantile.
Este é um breve resumo da situação atual. Realmente o problema é sério o suficiente para se dedicar muito mais espaço, mas a intenção foi abordar uma realidade concreta. Certamente não é uma situação feliz para ninguém, embora dar visibilidade a estes é parte da responsabilidade dos meios de comunicação. Isto é o que está acontecendo e isto é o que contamos.
Autismo en Francia: Bienvenidos al país de los horrores
http://sid.usal.es/noticias/discapacidad/41974/1-1/autismo-en-francia-bienvenidos-al-pais-de-los-horrores.aspx
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Mãe revela em livro sua história de amor à filha autista
| Jornal Agora | Rio Grande (RS), 18/12/2011 |
A professora aposentada, Lúbia Aguiar, lança na próxima quarta-feira, 21, na Livraria Vanguarda, o livro “Minha Filha ...Autista?”.
Casada e mãe de dois meninos, filhos biológicos, Lúbia decidiu dividir com outros pais a sua alegria de adotar uma linda menina chamada Laura - hoje com 11 anos - e que seria um complemento a mais de um feliz casamento. E a surpresa dolorida de sabê-la autista, diagnóstico que só foi conhecido aos 2 anos de idade.
Segundo a autora, através do amor e instinto materno foi descobrindo aos poucos, lendo outras histórias de crianças autistas, como lidar com Laura que a partir dos dois anos não falou mais. “Meu objetivo com este livro é que ele possa ajudar outros pais que por ventura estejam trilhando o difícil e complexo caminho autístico”, diz Lúbia.
A psicóloga Débora Silva assim resume o conteúdo da publicação: “Nesta história, a mãe relata toda a intensidade de seu amor pela filha. Faz-nos rever nossos conceitos, nossos padrões, nossos julgamentos e questionar nossos posicionamentos frente à vida.
É uma viagem por um mundo que até então era completamente desconhecido por ela. O mundo autista, habitado por pessoas que processam informações de forma diferente e que tem uma maneira peculiar de comunicação, enquanto nós os neurotípicos que ainda temos imensas dificuldades de lidar com os 'diferentes', seguimos gerando o obstáculo do preconceito.”
A professora, Lúbia Aguiar, estará autografando o livro, no horário das 18h às 20h da próxima quarta, na Livraria Vanguarda, situada na General Neto, 392.
Mãe revela em livro sua história de amor à filha autista
http://www.jornalagora.com.br/site/content/home/index.php
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
A professora aposentada, Lúbia Aguiar, lança na próxima quarta-feira, 21, na Livraria Vanguarda, o livro “Minha Filha ...Autista?”.
Casada e mãe de dois meninos, filhos biológicos, Lúbia decidiu dividir com outros pais a sua alegria de adotar uma linda menina chamada Laura - hoje com 11 anos - e que seria um complemento a mais de um feliz casamento. E a surpresa dolorida de sabê-la autista, diagnóstico que só foi conhecido aos 2 anos de idade.
Segundo a autora, através do amor e instinto materno foi descobrindo aos poucos, lendo outras histórias de crianças autistas, como lidar com Laura que a partir dos dois anos não falou mais. “Meu objetivo com este livro é que ele possa ajudar outros pais que por ventura estejam trilhando o difícil e complexo caminho autístico”, diz Lúbia.
A psicóloga Débora Silva assim resume o conteúdo da publicação: “Nesta história, a mãe relata toda a intensidade de seu amor pela filha. Faz-nos rever nossos conceitos, nossos padrões, nossos julgamentos e questionar nossos posicionamentos frente à vida.
É uma viagem por um mundo que até então era completamente desconhecido por ela. O mundo autista, habitado por pessoas que processam informações de forma diferente e que tem uma maneira peculiar de comunicação, enquanto nós os neurotípicos que ainda temos imensas dificuldades de lidar com os 'diferentes', seguimos gerando o obstáculo do preconceito.”
A professora, Lúbia Aguiar, estará autografando o livro, no horário das 18h às 20h da próxima quarta, na Livraria Vanguarda, situada na General Neto, 392.
Mãe revela em livro sua história de amor à filha autista
http://www.jornalagora.com.br/site/content/home/index.php
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Palestina autista e cega tornou-se pianista com a ajuda de uma judia ortodoxa
Luis M. Faria - 15/12/2011 - Expresso
Quando um casal de missionários holandeses a encontrou, Rasha Hamid encontrava-se em muito mau estado.
Aos 4 anos, ela e a irmã viviam confinadas num quarto desde o nascimento. Alimentadas só com leite, sofriam de grave atraso mental e físico. Mal falavam, batiam constantemente com a cabeça, enfiavam os dedos nos olhos. Foram recolhidas pelo casal Vollbehrs e mais tarde integradas em Beit Yemina, a escola- orfanato por eles criada nas imediações de Belém.
Um dia, quando se cantava um hino, Rasha começou a acompanhar com uma harmonia própria. Surpreendidos, os Vollbehrs perceberam que tinham ali alguém com verdadeiro talento musical. Compraram um piano, onde Helena Vollbehrs ensinou Rasha a tocar.
Quanto se tornou necessário que ela prosseguisse os estudos a um nível superior, levaram-na para o conservatório.
A política não era importante
A professora Devorah Schramm, nascida nos EUA e judia ortodoxa (apresenta-se sempre com a pesada peruca que as normas religiosas impõem), foi informada de que havia uma criança cega à sua espera.
Percebeu que além de cega, Rasha tinha severos bloqueios mentais e comunicacionais, e era palestiniana. Mas nem hesitou. Para ela, a política não tem muita importância. Aceitou a aluna de 11 anos, e nunca se arrependeu.
Logo nas primeiras aulas, ficou espantada com as harmonias que ela gerava espontaneamente. Harmonias negras, insólitas, que formariam a base de muitas das futuras composições de Rasha.
Quando lhe perguntam o que significa a música para a sua aluna, Schramm responde com uma palavra: paz.
Intifada, e dificuldades financeiras
Se a vocação musical estava fora de dúvida, algumas das outras dificuldades permaneciam. Houve momentos difíceis, tanto a nível da relação entre aluna e professora (embora Schramm diga que o melhor de tudo, para si, foram os momentos em que Rasha, incapaz de articular palavras, se virava para ela com ternura) como das evoluções lá fora.
Entre esses anos de aprendizagem teve lugar a segunda Intifada, especialmente sangrenta. A certa altura, militantes palestinianos disparavam da zona onde Rasha vivia para aquela onde vivia Devorah. Mas esta não se deixou dissuadir.
Hoje em dia Rasha está com 36 anos, e a relação continua. Os problemas agora são ao mesmo tempo políticos e financeiros. Beit Yemina tem de gastar muito dinheiro para obter as autorizações que permitem a Rasha ir a Israel para ter aulas. Fala-se em cortar.
Devorah espera que não aconteça. E evoca o prazer de Rasha quando toca em público e ouve os aplausos. "Às vezes ela própria aplaude".
Palestiniana autista e cega tornou-se pianista com a ajuda de uma judia ortodoxa
http://aeiou.expresso.pt/palestiniana-autista-e-cega-tornou-se-pianista-com-a-ajuda-de-uma-judia-ortodoxa=f694490
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Quando um casal de missionários holandeses a encontrou, Rasha Hamid encontrava-se em muito mau estado.
Aos 4 anos, ela e a irmã viviam confinadas num quarto desde o nascimento. Alimentadas só com leite, sofriam de grave atraso mental e físico. Mal falavam, batiam constantemente com a cabeça, enfiavam os dedos nos olhos. Foram recolhidas pelo casal Vollbehrs e mais tarde integradas em Beit Yemina, a escola- orfanato por eles criada nas imediações de Belém.
Um dia, quando se cantava um hino, Rasha começou a acompanhar com uma harmonia própria. Surpreendidos, os Vollbehrs perceberam que tinham ali alguém com verdadeiro talento musical. Compraram um piano, onde Helena Vollbehrs ensinou Rasha a tocar.
Quanto se tornou necessário que ela prosseguisse os estudos a um nível superior, levaram-na para o conservatório.
A política não era importante
A professora Devorah Schramm, nascida nos EUA e judia ortodoxa (apresenta-se sempre com a pesada peruca que as normas religiosas impõem), foi informada de que havia uma criança cega à sua espera.
Percebeu que além de cega, Rasha tinha severos bloqueios mentais e comunicacionais, e era palestiniana. Mas nem hesitou. Para ela, a política não tem muita importância. Aceitou a aluna de 11 anos, e nunca se arrependeu.
Logo nas primeiras aulas, ficou espantada com as harmonias que ela gerava espontaneamente. Harmonias negras, insólitas, que formariam a base de muitas das futuras composições de Rasha.
Quando lhe perguntam o que significa a música para a sua aluna, Schramm responde com uma palavra: paz.
Intifada, e dificuldades financeiras
Se a vocação musical estava fora de dúvida, algumas das outras dificuldades permaneciam. Houve momentos difíceis, tanto a nível da relação entre aluna e professora (embora Schramm diga que o melhor de tudo, para si, foram os momentos em que Rasha, incapaz de articular palavras, se virava para ela com ternura) como das evoluções lá fora.
Entre esses anos de aprendizagem teve lugar a segunda Intifada, especialmente sangrenta. A certa altura, militantes palestinianos disparavam da zona onde Rasha vivia para aquela onde vivia Devorah. Mas esta não se deixou dissuadir.
Hoje em dia Rasha está com 36 anos, e a relação continua. Os problemas agora são ao mesmo tempo políticos e financeiros. Beit Yemina tem de gastar muito dinheiro para obter as autorizações que permitem a Rasha ir a Israel para ter aulas. Fala-se em cortar.
Devorah espera que não aconteça. E evoca o prazer de Rasha quando toca em público e ouve os aplausos. "Às vezes ela própria aplaude".
Palestiniana autista e cega tornou-se pianista com a ajuda de uma judia ortodoxa
http://aeiou.expresso.pt/palestiniana-autista-e-cega-tornou-se-pianista-com-a-ajuda-de-uma-judia-ortodoxa=f694490
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Escola indenizará por negar matrícula a estudante com deficiência
| 5/10/2011 | Enviado para a lista de discussão autismo@yahoogrupos.com.br por Renata Bonotto |
O Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC), de Porto Alegre, terá de pagar indenização de R$ 25 mil para estudante com deficiência. Após cursar todo o ensino fundamental no Colégio Americano, ele não conseguiu se matricular no ensino médio.
Em 1º Grau, O Juiz Flavio Mendes Rabello determinou o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15 mil. Já no TJRS, em sede de apelação, a 5ª Câmara Cível aumentou o valor da indenização para R$ 25 mil.
Caso
Em dezembro de 2005, o autor concluiu a 8ª série, participando da formatura com os demais colegas. Porém, foi surpreendido com a negativa de matrícula no ensino médio, sob o argumento de que não seria mais possível prosseguir nos estudos considerando as suas deficiências.
Até conseguir uma liminar na Justiça para a realização da matrícula, o estudante ficou três meses sem frequentar as aulas.
Os pais do estudante decidiram ingressar com ação de indenização por danos morais e extrapatrimoniais.
Sentença
O processo tramitou na 16ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre. O Juiz de Direito Flavio Mendes Rabello condenou o Colégio ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15 mil, corrigidos pelo IGP-M e acrescidos de juro de mora de 1% ao mês.
Houve recurso da decisão.
Apelação
Na 5ª Câmara Cível do TJRS, o processo teve como relator o Desembargador Gelson Rolim Stocker. O magistrado determinou a majoração da indenização por danos morais e extrapatrimoniais para R$ 25 mil.
Em sua argumentação, o Desembargador afirmou que o autor da ação teve sua matrícula negada pelo Colégio Americano por ser portador de necessidades especiais, privando-se de frequentar as aulas, sofrendo ato de discriminação e preconceito, ocasião que ficou evidenciado o constrangimento e abalo moral.
O autor é aluno do Colégio Americano desde a 1ª série, realizando provas e tarefas e tendo aprovação até concluir a 8ª série. Ademais, o convívio com os colegas e professores é uma forma de inserção social necessária à evolução e capacitação do autor, destacou o magistrado.
Participaram do julgamento, além do Desembargador relator, os Desembargadores Jorge Luiz Lopes do Canto e Isabel Dias Almeida.
Apelação nº 70039492129
Escola indenizará por negar matrícula a estudante com deficiência
http://blogestudandoodireito.dihitt.com.br/noticia/correio-forense--escola-indenizara-por-negar-matricula-a-estudante-com-deficiencia--direito-civil
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
O Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC), de Porto Alegre, terá de pagar indenização de R$ 25 mil para estudante com deficiência. Após cursar todo o ensino fundamental no Colégio Americano, ele não conseguiu se matricular no ensino médio.
Em 1º Grau, O Juiz Flavio Mendes Rabello determinou o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15 mil. Já no TJRS, em sede de apelação, a 5ª Câmara Cível aumentou o valor da indenização para R$ 25 mil.
Caso
Em dezembro de 2005, o autor concluiu a 8ª série, participando da formatura com os demais colegas. Porém, foi surpreendido com a negativa de matrícula no ensino médio, sob o argumento de que não seria mais possível prosseguir nos estudos considerando as suas deficiências.
Até conseguir uma liminar na Justiça para a realização da matrícula, o estudante ficou três meses sem frequentar as aulas.
Os pais do estudante decidiram ingressar com ação de indenização por danos morais e extrapatrimoniais.
Sentença
O processo tramitou na 16ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre. O Juiz de Direito Flavio Mendes Rabello condenou o Colégio ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15 mil, corrigidos pelo IGP-M e acrescidos de juro de mora de 1% ao mês.
Houve recurso da decisão.
Apelação
Na 5ª Câmara Cível do TJRS, o processo teve como relator o Desembargador Gelson Rolim Stocker. O magistrado determinou a majoração da indenização por danos morais e extrapatrimoniais para R$ 25 mil.
Em sua argumentação, o Desembargador afirmou que o autor da ação teve sua matrícula negada pelo Colégio Americano por ser portador de necessidades especiais, privando-se de frequentar as aulas, sofrendo ato de discriminação e preconceito, ocasião que ficou evidenciado o constrangimento e abalo moral.
O autor é aluno do Colégio Americano desde a 1ª série, realizando provas e tarefas e tendo aprovação até concluir a 8ª série. Ademais, o convívio com os colegas e professores é uma forma de inserção social necessária à evolução e capacitação do autor, destacou o magistrado.
Participaram do julgamento, além do Desembargador relator, os Desembargadores Jorge Luiz Lopes do Canto e Isabel Dias Almeida.
Apelação nº 70039492129
Escola indenizará por negar matrícula a estudante com deficiência
http://blogestudandoodireito.dihitt.com.br/noticia/correio-forense--escola-indenizara-por-negar-matricula-a-estudante-com-deficiencia--direito-civil
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Ecologista questiona delfinoterapia
Ric O'Barry, ativista em defesa dos golfinhos, disse hoje que o delfinário proposto pelo prefeito Jorge Santini, de San Juan, capital de Porto Rico, usa como desculpa a delfinoterapia para montar um negócio que, mundialmente, gera muita renda para os seres humanos, matando e torturando esses mamíferos.
"É muito triste, recebo telefonemas de todo o mundo por parte de mães de crianças autistas. A delfinoterapia não é real, aqui as crianças estão vulneráveis, seus pais estão vulneráveis e os golfinhos também. É um negócio para o qual as famílias, desesperadas, pagam US$ 7.000,00", disse O'Barry. Em entrevista a El Nuevo Dia, acrescentou que não há evidências científicas de que a delfinoterapia seja benéfica a crianças autistas.
O ativista convidou Santini para participar de um debate em que apresente provas de efeitos reais da delfinoterapia para crianças autistas.
O'Barry, que treinou o famoso golfinho Flipper da memorável série de televisão, percebeu durante o treinamento do animal o cruel cativeiro dos golfinhos. Assim, ele voltou seus esforços para denunciar as práticas de matança e captura para parques como o Sea World. O'Barry estrelou o documentário The Cove, que ganhou o Oscar em 2010. Este documentário expôs a prática cruel de matar golfinhos na baía japonesa de Taiji, no Japão.
Ali, treinadores de golfinhos de todo o mundo selecionam os animais com maior potencial para o show e os demais são mortos por pescadores japoneses. A Baía de Taiji se tinge de vermelho com o sangue dos golfinhos mortos.
- "Eles não se preocupam com a ética, apenas olham para a parte econômica. Quando se captura um golfinho, sua qualidade de vida é destruída, supostamente para melhorar a nossa."
Explicando que os golfinhos nadam 14 milhas diariamente (24 km), salienta que esses animais sofrem maior estresse no cativeiro que as demais espécies, acrescentando que aquários e zoológicos são uma forma de "má educação", pois ensinam a abusar da natureza:
- "As crianças pensam que o espetáculo é bom, mas lhes estamos ensinando algo errado".
O prefeito da capital portorriquenha, de sua parte, pronunciou-se por escrito, mas sem citar o convite ao debate:
- "É parte da diversidade, da democracia que nos permite o privilégio de discernir. Há os que se opõem e há os milhares que apoiam e necessitam."
Insistindo que os golfinhos melhoram a saúde da criança autista, declarou-se contra a matança desses animais:
- "Em nenhum momento esses golfinhos serão capturados como se tem dito, ou maltratados, ao contrário" - afirmou Santini.
E Flipper?
- "Flipper era uma mulher", disse O'Barry, que capturou e treinou cinco dos golfinhos que protagonizaram a série dos anos 1960. Ele contou que Kathy, uma das golfinhas, "suicidou-se". Scotty, outra das protagonistas, morreu durante o programa. As demais faleceram pouco depois do fim da série.
Explicou ainda que, além da morte de Kathy, o animal que mais fez o papel de Flipper, outras razões o levaram a abandonar o trabalho de caçar e treinar golfinhos:
- "Permaneci ingnorante tanto quanto foi possível, me pagavam muito dinheiro, mas a principal razão para me demitir foi que cansei de mentir ao público".
Activista reta a Jorge Santini a un debate sobre delfinario
| Sara M. Justiça Doll | Primera hora | 14/12/2011 |
http://www.primerahora.com/activistaretaajorgesantiniaundebatesobredelfinario-592502.html
Ric OBarry objeta el delfinario de San Juan
| Cynthia López Cabán | El Nuevo Dia | 15/12/2011 |
http://www.elnuevodia.com/losdelfinesestanincompletossineloceano-1144005.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
"É muito triste, recebo telefonemas de todo o mundo por parte de mães de crianças autistas. A delfinoterapia não é real, aqui as crianças estão vulneráveis, seus pais estão vulneráveis e os golfinhos também. É um negócio para o qual as famílias, desesperadas, pagam US$ 7.000,00", disse O'Barry. Em entrevista a El Nuevo Dia, acrescentou que não há evidências científicas de que a delfinoterapia seja benéfica a crianças autistas.
O ativista convidou Santini para participar de um debate em que apresente provas de efeitos reais da delfinoterapia para crianças autistas.
O'Barry, que treinou o famoso golfinho Flipper da memorável série de televisão, percebeu durante o treinamento do animal o cruel cativeiro dos golfinhos. Assim, ele voltou seus esforços para denunciar as práticas de matança e captura para parques como o Sea World. O'Barry estrelou o documentário The Cove, que ganhou o Oscar em 2010. Este documentário expôs a prática cruel de matar golfinhos na baía japonesa de Taiji, no Japão.
Ali, treinadores de golfinhos de todo o mundo selecionam os animais com maior potencial para o show e os demais são mortos por pescadores japoneses. A Baía de Taiji se tinge de vermelho com o sangue dos golfinhos mortos.
- "Eles não se preocupam com a ética, apenas olham para a parte econômica. Quando se captura um golfinho, sua qualidade de vida é destruída, supostamente para melhorar a nossa."
Explicando que os golfinhos nadam 14 milhas diariamente (24 km), salienta que esses animais sofrem maior estresse no cativeiro que as demais espécies, acrescentando que aquários e zoológicos são uma forma de "má educação", pois ensinam a abusar da natureza:
- "As crianças pensam que o espetáculo é bom, mas lhes estamos ensinando algo errado".
O prefeito da capital portorriquenha, de sua parte, pronunciou-se por escrito, mas sem citar o convite ao debate:
- "É parte da diversidade, da democracia que nos permite o privilégio de discernir. Há os que se opõem e há os milhares que apoiam e necessitam."
Insistindo que os golfinhos melhoram a saúde da criança autista, declarou-se contra a matança desses animais:
- "Em nenhum momento esses golfinhos serão capturados como se tem dito, ou maltratados, ao contrário" - afirmou Santini.
E Flipper?
- "Flipper era uma mulher", disse O'Barry, que capturou e treinou cinco dos golfinhos que protagonizaram a série dos anos 1960. Ele contou que Kathy, uma das golfinhas, "suicidou-se". Scotty, outra das protagonistas, morreu durante o programa. As demais faleceram pouco depois do fim da série.
Explicou ainda que, além da morte de Kathy, o animal que mais fez o papel de Flipper, outras razões o levaram a abandonar o trabalho de caçar e treinar golfinhos:
- "Permaneci ingnorante tanto quanto foi possível, me pagavam muito dinheiro, mas a principal razão para me demitir foi que cansei de mentir ao público".
Activista reta a Jorge Santini a un debate sobre delfinario
| Sara M. Justiça Doll | Primera hora | 14/12/2011 |
http://www.primerahora.com/activistaretaajorgesantiniaundebatesobredelfinario-592502.html
Ric OBarry objeta el delfinario de San Juan
| Cynthia López Cabán | El Nuevo Dia | 15/12/2011 |
http://www.elnuevodia.com/losdelfinesestanincompletossineloceano-1144005.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Crianças autistas no Museu da Chapelaria
| Liliana Guimarães | Labor | Portugal, 8/12/2011 |
Câmara de São João da Madeira aprova assinatura de protocolos com centro de formação de calçado, associação de crianças com autismo e uma empresa, além de um subsídio para ACAIS.
O Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado (CFPIC) doará máquinas, ferramentas, modelos e documentos num total de cerca de 1000 peças. O acervo doado deve integrar o Núcleo Museológico de Design de Calçado, também designado por Museu do Calçado. As peças ficarão depositadas no Museu da Chapelaria. O protocolo de doação prevê ainda que o CFPIC colabore na realização de projetos de investigação.
A câmara municipal aprovou também a assinatura de um protocolo com a Associação de Pais e Encarregados de Educação de Alunos com Perturbação do Espectro do Autismo (APEE - Autismo). Fica assim protocolado que os técnicos do Museu de Chapelaria vão promover visitas e atividades específicas para as crianças portadores de Autismo. As atividades direcionadas devem mesmo constar da programação do museu.
Visitas no museu para autistas
http://www.labor.pt/noticia.asp?idEdicao=305&id=15926&idSeccao=3272&Action=noticia
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Câmara de São João da Madeira aprova assinatura de protocolos com centro de formação de calçado, associação de crianças com autismo e uma empresa, além de um subsídio para ACAIS.
O Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado (CFPIC) doará máquinas, ferramentas, modelos e documentos num total de cerca de 1000 peças. O acervo doado deve integrar o Núcleo Museológico de Design de Calçado, também designado por Museu do Calçado. As peças ficarão depositadas no Museu da Chapelaria. O protocolo de doação prevê ainda que o CFPIC colabore na realização de projetos de investigação.
A câmara municipal aprovou também a assinatura de um protocolo com a Associação de Pais e Encarregados de Educação de Alunos com Perturbação do Espectro do Autismo (APEE - Autismo). Fica assim protocolado que os técnicos do Museu de Chapelaria vão promover visitas e atividades específicas para as crianças portadores de Autismo. As atividades direcionadas devem mesmo constar da programação do museu.
Visitas no museu para autistas
http://www.labor.pt/noticia.asp?idEdicao=305&id=15926&idSeccao=3272&Action=noticia
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Espanha: visitas a museus
| La Vanguardía | Madri, 14/12/2011 | Europa Press |
A Fundação Orange e a Associação Argadini desenvolvem o programa Hablando com el arte (Falando com a arte), que leva pessoas autistas a visitar museus e, depois, realizar trabalhos criativos a partir do que observaram.
Já no seu segundo ano, o curso trabalha com 20 alunos divididas em cinco grupos de cinco, que visitarão os museus Nacional do Prado, Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Thyssen-Bornemisza e Arqueológico Nacional.
O objetivo é ensinar, de forma atraente, sem limitar o acesso aos conteúdos, alimentando as necessidades de aprendizado e a curiosidade dos alunos.
Rebeca Barrón, presidenta da Asociación Argadini, salienta que este "é um programa flexível e personalizado às necessidades do aluno, tanto nas visitas aos museus como em aula, de forma a permitir a cada um que progrida no seu ritmo". De seu lado, o diretor geral da Fundación Orange, Manuel Gimeno, explica que "quando pensamos nesse projeto, era um desafio até que alguuns alunos entrassem nos museus, o que de fato tem acontecido; se um aluno demora algumas aulas para entrar no mueseu, esse é seu ritmo, não importa".
Fundación Orange y la Asociación Argadini acercan el arte y la cultura a personas con autismo en cuatro museos de Madrid
http://www.lavanguardia.com/local/madrid/20111214/54241082127/fundacion-orange-y-la-asociacion-argadini-acercan-el-arte-y-la-cultura-a-personas-con-autismo-en.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
A Fundação Orange e a Associação Argadini desenvolvem o programa Hablando com el arte (Falando com a arte), que leva pessoas autistas a visitar museus e, depois, realizar trabalhos criativos a partir do que observaram.
Já no seu segundo ano, o curso trabalha com 20 alunos divididas em cinco grupos de cinco, que visitarão os museus Nacional do Prado, Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Thyssen-Bornemisza e Arqueológico Nacional.
O objetivo é ensinar, de forma atraente, sem limitar o acesso aos conteúdos, alimentando as necessidades de aprendizado e a curiosidade dos alunos.
Rebeca Barrón, presidenta da Asociación Argadini, salienta que este "é um programa flexível e personalizado às necessidades do aluno, tanto nas visitas aos museus como em aula, de forma a permitir a cada um que progrida no seu ritmo". De seu lado, o diretor geral da Fundación Orange, Manuel Gimeno, explica que "quando pensamos nesse projeto, era um desafio até que alguuns alunos entrassem nos museus, o que de fato tem acontecido; se um aluno demora algumas aulas para entrar no mueseu, esse é seu ritmo, não importa".
Fundación Orange y la Asociación Argadini acercan el arte y la cultura a personas con autismo en cuatro museos de Madrid
http://www.lavanguardia.com/local/madrid/20111214/54241082127/fundacion-orange-y-la-asociacion-argadini-acercan-el-arte-y-la-cultura-a-personas-con-autismo-en.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Descobrindo autismo
O Los Angeles Times está publicando, desde o dia 11 de dezembro último (2011), a série de quatro reportagens Descobrindo o autismo, ilustrada com gráficos, tabelas (que podem ser baixadas em formato xls - excel), muitas fotos e vídeos).
A primeira reportagem, publicada em 11/12, é:
Autism boom: an epidemic of disease or of discovery?
http://www.latimes.com/news/local/autism/la-me-autism-day-one-html,0,1218038.htmlstory
(Explosão de autismo: uma epidemia de doença ou de descoberta?)
A segunda reportagem, de 13/12/2011, é:
(Pais guerreiros gastam mais para garantir serviços para o autismo)
Warrior parents fare best in securing autism services
http://www.latimes.com/news/local/autism/la-me-autism-day-two-html,0,3900437.htmlstory
A terceira reportagem, a ser publicada no dia 15/12, será:
Families chase the dream of recovery
(Famílias correm atrás do sonho da recuperação)
A quarta e última será distribuída no dia 16/12:
Finding traces of autism in earlier eras
(Enxergando o autismo nos primeiros tempos)
A tabela com a distribuição do autismo no ensino fundamental na California pode ser obtida aqui:
Autism in California elementary schools
http://spreadsheets.latimes.com/autism-california-elementary-schools/
Um mapa com a distribuição das taxas de autismo por Estado norte-americano pode ser visto aqui:
Autism rates by state
http://graphics.latimes.com/usmap-autism-rates-state/
Um "diagnóstico interativo" é apresentado aqui:
Autism: a complex diagnosis
http://www.latimes.com/news/local/autism/interactive/
A hstória do autismo, num gráfico interativo, é mostrada aqui:
Autism: Rise of a disorder
http://timelines.latimes.com/autism-history/
(com o detalhe de que se "esqueceu" de Hans Asperger e Uta Frith, por exemplo).
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
A primeira reportagem, publicada em 11/12, é:
Autism boom: an epidemic of disease or of discovery?
http://www.latimes.com/news/local/autism/la-me-autism-day-one-html,0,1218038.htmlstory
(Explosão de autismo: uma epidemia de doença ou de descoberta?)
A segunda reportagem, de 13/12/2011, é:
(Pais guerreiros gastam mais para garantir serviços para o autismo)
Warrior parents fare best in securing autism services
http://www.latimes.com/news/local/autism/la-me-autism-day-two-html,0,3900437.htmlstory
A terceira reportagem, a ser publicada no dia 15/12, será:
Families chase the dream of recovery
(Famílias correm atrás do sonho da recuperação)
A quarta e última será distribuída no dia 16/12:
Finding traces of autism in earlier eras
(Enxergando o autismo nos primeiros tempos)
A tabela com a distribuição do autismo no ensino fundamental na California pode ser obtida aqui:
Autism in California elementary schools
http://spreadsheets.latimes.com/autism-california-elementary-schools/
Um mapa com a distribuição das taxas de autismo por Estado norte-americano pode ser visto aqui:
Autism rates by state
http://graphics.latimes.com/usmap-autism-rates-state/
Um "diagnóstico interativo" é apresentado aqui:
Autism: a complex diagnosis
http://www.latimes.com/news/local/autism/interactive/
A hstória do autismo, num gráfico interativo, é mostrada aqui:
Autism: Rise of a disorder
http://timelines.latimes.com/autism-history/
(com o detalhe de que se "esqueceu" de Hans Asperger e Uta Frith, por exemplo).
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Neurolépticos e Autismo
| Dr. Joaquin Diaz Atienza | blog Paidopsiquiatria | 29/11/2011 |
Não me caracterizo por defender até à morte a prescrição de psicofármacos na idade infanto-juvenil. Diria exatamente o oposto. No entanto, há situações graves em que as crianças se autolesionam ou agridem outras pessoas, comprometendo seriamente sua sociabilidade, adaptação à escola e a qualidade de vida para a família.
Por outro lado, a grande maioria das drogas psicoativas não têm indicação expressa na infância como uma conseqüência de que não é um mercado atraente para os laboratórios e, assim, não há pesquisas para essa faixa etária. Esta circunstância obriga a nós, médicos que, em casos extremos, tenhamos de fazer uma prescrição compassiva, assumindo a responsabilidade pelos feitos secundários que possam ocorrer.
sinto-me profundamente comprometido com a racionalização dos gastos com medicamentos como se pode perceber do fato de ser um dos dois primeiros médicos que mais receitam genéricos na minha área de Saúde Mental. Ao mesmo tempo, busco prescrever o medicamento que possua maior eficiência. Ou seja, o menor preço, com o melhor efeito terapêutico e menos efeitos colaterais.
Nos últimos anos, vimos trocando os neurolépticos clássicos pelos de nova geração, ou atípicos, devido à sua melhor tolerabilidade e efeito terapêutico. Os mais usados em pediatria são a risperidona e a olanzapina. No entanto, não estão livres de efeitos secundários significativos. Por exemplo, a síndrome metabólica, que geralmente se apresenta com os subsequentes ganho de peso e resistência à insulina. Neste sentido, tem maior risco a olanzapina e, em segundo lugar, a risperidona. Esta última produz, ainda, aumento da prolactina com a consequente galactorreia.
Os neurolépticos atípicos precisam de um visto na Andaluzia. O visto responde exclusivamente à necessidade de controlar os gastos com medicamentos, ainda que até agora sempre se tenha respeitado a prescrição médica, se for suficientemente justificada.
Ultimamente, frente aos efeitos secundários descritos ou, especialmente, nos casos em que não têm efeito terapêutico, se está precrevendo alternativamente o aripiprazol, com bons resultados em casos de agressão nos TGD e nos transtornos de conduta. Da mesma forma, o ganho de peso e a prolactina são significativamente mais baixos do que com a olanzapina e risperidona. Considerando que estamos falando de tratamentos de longo prazo, a prevenção de obesidade, síndrome metabólica e diabete é evidente.
E agora a notícia: Algumas áreas hospitalares e distritos de saúde da Almería estão se recusando a aceitar o visto. Dizem aos pais que, uma vez que não é experimentada para determinadas idades, será uma comissão em Sevilha que decidirá. No entanto, isso é incompreensível e incerto, já que praticamente todos os neurolépticos atípicos, não têm essa indicação. Acontece que não há dinheiro na Andaluzia para os remédios - deveriam dizer aos pais: A mentira tem pernas muito curtas.
NEUROLÉPTICOS Y AUTISMO: UNA EXTENSA INTRODUCCIÓN PARA UNA REDUCIDA NOTICIA
http://paidopsiquiatria.com/?p=958
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Não me caracterizo por defender até à morte a prescrição de psicofármacos na idade infanto-juvenil. Diria exatamente o oposto. No entanto, há situações graves em que as crianças se autolesionam ou agridem outras pessoas, comprometendo seriamente sua sociabilidade, adaptação à escola e a qualidade de vida para a família.
Por outro lado, a grande maioria das drogas psicoativas não têm indicação expressa na infância como uma conseqüência de que não é um mercado atraente para os laboratórios e, assim, não há pesquisas para essa faixa etária. Esta circunstância obriga a nós, médicos que, em casos extremos, tenhamos de fazer uma prescrição compassiva, assumindo a responsabilidade pelos feitos secundários que possam ocorrer.
sinto-me profundamente comprometido com a racionalização dos gastos com medicamentos como se pode perceber do fato de ser um dos dois primeiros médicos que mais receitam genéricos na minha área de Saúde Mental. Ao mesmo tempo, busco prescrever o medicamento que possua maior eficiência. Ou seja, o menor preço, com o melhor efeito terapêutico e menos efeitos colaterais.
Nos últimos anos, vimos trocando os neurolépticos clássicos pelos de nova geração, ou atípicos, devido à sua melhor tolerabilidade e efeito terapêutico. Os mais usados em pediatria são a risperidona e a olanzapina. No entanto, não estão livres de efeitos secundários significativos. Por exemplo, a síndrome metabólica, que geralmente se apresenta com os subsequentes ganho de peso e resistência à insulina. Neste sentido, tem maior risco a olanzapina e, em segundo lugar, a risperidona. Esta última produz, ainda, aumento da prolactina com a consequente galactorreia.
Os neurolépticos atípicos precisam de um visto na Andaluzia. O visto responde exclusivamente à necessidade de controlar os gastos com medicamentos, ainda que até agora sempre se tenha respeitado a prescrição médica, se for suficientemente justificada.
Ultimamente, frente aos efeitos secundários descritos ou, especialmente, nos casos em que não têm efeito terapêutico, se está precrevendo alternativamente o aripiprazol, com bons resultados em casos de agressão nos TGD e nos transtornos de conduta. Da mesma forma, o ganho de peso e a prolactina são significativamente mais baixos do que com a olanzapina e risperidona. Considerando que estamos falando de tratamentos de longo prazo, a prevenção de obesidade, síndrome metabólica e diabete é evidente.
E agora a notícia: Algumas áreas hospitalares e distritos de saúde da Almería estão se recusando a aceitar o visto. Dizem aos pais que, uma vez que não é experimentada para determinadas idades, será uma comissão em Sevilha que decidirá. No entanto, isso é incompreensível e incerto, já que praticamente todos os neurolépticos atípicos, não têm essa indicação. Acontece que não há dinheiro na Andaluzia para os remédios - deveriam dizer aos pais: A mentira tem pernas muito curtas.
NEUROLÉPTICOS Y AUTISMO: UNA EXTENSA INTRODUCCIÓN PARA UNA REDUCIDA NOTICIA
http://paidopsiquiatria.com/?p=958
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Garoto autista de 12 anos foi encontrado enforcado - suspeita de bullying
| Emily Allen | Daily Mail | 1/12/2011 |
Michael Raven, de 12 anos, foi encontrado enforcado em seu quarto em Blackburn, Lancashire, em torno de 5h30 de 28 de novembro. O menino, aluno da Igreja de Saint Wilfrid da England Academy, em Blackburn, foi levado de ambulância para o Blackburn Royal Hospital, mas foi declarado morto pouco tempo depois.
Grupos no Facebook em sua homenagem alegaram ter ele sido vítima de bullying. A escola negou:
Uma mulher, cuja filha teria sido intimidada na escola, escreveu: "Ela me contou que Michael estava sendo atormentado por um grupo de meninas do 8º ano. Pareceu-me que o ridicularizavam por seu autismo", de acordo com o jornal The Sun.
Megan Brandon publicou: "Os bullies de St. Wilfrids deveriam se sentir envergonhados: 13 anos, 2ª série e tirou a própria vida. RIP (Descanse em paz), Michael Raven nunca esquecido, amou sempre amado."
Megan O'Rourke mandou: 'RIP Michael Raven. Gostaria que você não se sentisse assim, e lembro que todos te amavam.. Eu não conheci você, mas sei que sua vida foi desperdiçada. X'
Um amigo chamado Sammie postou: "R.I.P. Michael Raven - um menino de doze anos de idade que se enforcou devido ao bullying. Ninguém deve passar por isso."
Jay Deaton mandou: "ÓDIO AOS BULLIES. Descanse em paz Michael Raven, seu anjo lindo xxxxxxxxxx.
E AnyaJB1 disse: 'Fico doente como as pessoas podem humilhar alguém até que ele se mate .. : @ Descanse em paz michael raven ! - Ele tinha apenas 12 anos.'
A escola informou a tragédia aos alunos em uma reunião especial.
David Whyte, diretor da escola, disse que os funcionários não tinham conhecimento de qualquer bullying. Ele disse:
- "A escola está ciente dos rumores e acusações feitas em redes sociais e já iniciou uma investigação. Podemos afirmar que a escola não foi comunicada de qualquer preocupação com bullying em relação ao Michael. Se tivéssemos sido informados, a escola teria seguido o procedimento apropriado e agido em conformidade. Qualquer acusação de assédio moral é levada extremamente a sério por esta escola. Gostaria de deixar claro que é particularmente inútil e inadequado para qualquer um especular e circular rumores infundados. A polícia está analisando, como parte de suas investigações. Não há nada nesta fase que sugira que o bullying foi um fator na triste morte de Michael."
E, fazendo um tributo ao aluno, acrescentou:
- "Estamos extremamente tristes ao ser informado da morte trágica de Michael. Michael era um aluno positivo, brilhante, esfuziante. Era um leitor ávido, gostava de jogar xadrez e participava de cada simples atividade da escola. Ia muito bem na escola e estava ansioso para uma viagem pela Europa até a Áustria, com 140 outros alunos, em janeiro. Temos feito orações e dado apoio aos alunos durante o período escolar. Gostaríamos que amigos, familiares e parentes soubessem que Michael está nas nossas orações, ele foi uma triste perda."
A conselheira Maureen Bateson, membro executiva do Conselho de Blackburn e Darwen para a atenção à criança, lamentou:
- "Ficamos extremamente tristes ao saber da trágica morte de um jovem tão brilhante. Nossos pensamentos e sinceras condolências vão para toda a sua família, amigos, professores e todos aqueles que o conheceram, neste momento triste."
Um porta-voz da Polícia de Lancashire disse:
- "A causa desta morte súbita ainda não foi confirmada, mas não está sendo tratada como suspeita. O menino foi nomeado como Raven Michael. Oficiais da Polícia do atendimento familiar permanecem com a família, que está compreensivelmente abalada."
A polícia disse ainda que o juiz foi informado e um exame post-mortem seria realizado.
Schoolboy, 12, found hanged after he was 'bullied by girl gang for being autistic'
| Emily Allen | Daily Mail | 1/12/2011 |
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2068514/Michael-Raven-12-bullied-girl-gang-autistic-hanged.html
Menino com autismo se mata enforcado após sofrer bullying
| O Dia | 1/12/2011 |
http://odia.ig.com.br/portal/mundo/html/2011/12/menino_com_autismo_se_mata_enforcado_apos_sofrer_bullying_209852.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Michael Raven, de 12 anos, foi encontrado enforcado em seu quarto em Blackburn, Lancashire, em torno de 5h30 de 28 de novembro. O menino, aluno da Igreja de Saint Wilfrid da England Academy, em Blackburn, foi levado de ambulância para o Blackburn Royal Hospital, mas foi declarado morto pouco tempo depois.
Grupos no Facebook em sua homenagem alegaram ter ele sido vítima de bullying. A escola negou:
Uma mulher, cuja filha teria sido intimidada na escola, escreveu: "Ela me contou que Michael estava sendo atormentado por um grupo de meninas do 8º ano. Pareceu-me que o ridicularizavam por seu autismo", de acordo com o jornal The Sun.
Megan Brandon publicou: "Os bullies de St. Wilfrids deveriam se sentir envergonhados: 13 anos, 2ª série e tirou a própria vida. RIP (Descanse em paz), Michael Raven nunca esquecido, amou sempre amado."
Megan O'Rourke mandou: 'RIP Michael Raven. Gostaria que você não se sentisse assim, e lembro que todos te amavam.. Eu não conheci você, mas sei que sua vida foi desperdiçada. X'
Um amigo chamado Sammie postou: "R.I.P. Michael Raven - um menino de doze anos de idade que se enforcou devido ao bullying. Ninguém deve passar por isso."
Jay Deaton mandou: "ÓDIO AOS BULLIES. Descanse em paz Michael Raven, seu anjo lindo xxxxxxxxxx.
E AnyaJB1 disse: 'Fico doente como as pessoas podem humilhar alguém até que ele se mate .. : @ Descanse em paz michael raven ! - Ele tinha apenas 12 anos.'
A escola informou a tragédia aos alunos em uma reunião especial.
David Whyte, diretor da escola, disse que os funcionários não tinham conhecimento de qualquer bullying. Ele disse:
- "A escola está ciente dos rumores e acusações feitas em redes sociais e já iniciou uma investigação. Podemos afirmar que a escola não foi comunicada de qualquer preocupação com bullying em relação ao Michael. Se tivéssemos sido informados, a escola teria seguido o procedimento apropriado e agido em conformidade. Qualquer acusação de assédio moral é levada extremamente a sério por esta escola. Gostaria de deixar claro que é particularmente inútil e inadequado para qualquer um especular e circular rumores infundados. A polícia está analisando, como parte de suas investigações. Não há nada nesta fase que sugira que o bullying foi um fator na triste morte de Michael."
E, fazendo um tributo ao aluno, acrescentou:
- "Estamos extremamente tristes ao ser informado da morte trágica de Michael. Michael era um aluno positivo, brilhante, esfuziante. Era um leitor ávido, gostava de jogar xadrez e participava de cada simples atividade da escola. Ia muito bem na escola e estava ansioso para uma viagem pela Europa até a Áustria, com 140 outros alunos, em janeiro. Temos feito orações e dado apoio aos alunos durante o período escolar. Gostaríamos que amigos, familiares e parentes soubessem que Michael está nas nossas orações, ele foi uma triste perda."
A conselheira Maureen Bateson, membro executiva do Conselho de Blackburn e Darwen para a atenção à criança, lamentou:
- "Ficamos extremamente tristes ao saber da trágica morte de um jovem tão brilhante. Nossos pensamentos e sinceras condolências vão para toda a sua família, amigos, professores e todos aqueles que o conheceram, neste momento triste."
Um porta-voz da Polícia de Lancashire disse:
- "A causa desta morte súbita ainda não foi confirmada, mas não está sendo tratada como suspeita. O menino foi nomeado como Raven Michael. Oficiais da Polícia do atendimento familiar permanecem com a família, que está compreensivelmente abalada."
A polícia disse ainda que o juiz foi informado e um exame post-mortem seria realizado.
Schoolboy, 12, found hanged after he was 'bullied by girl gang for being autistic'
| Emily Allen | Daily Mail | 1/12/2011 |
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2068514/Michael-Raven-12-bullied-girl-gang-autistic-hanged.html
Menino com autismo se mata enforcado após sofrer bullying
| O Dia | 1/12/2011 |
http://odia.ig.com.br/portal/mundo/html/2011/12/menino_com_autismo_se_mata_enforcado_apos_sofrer_bullying_209852.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Autistas chegam ao mercado de trabalho (IstoÉ)
IstoÉ, na sua edição 2191, de 4 de novembro de 2011, traz a história de como pessoas autistas estão conseguindo se colocar no mercado de trabalho. Cita a empresa dinamarquesa Specialisterne e nos apresenta a Fernanda Raquel Nascimento, jovem aspie de São Paulo que trabalha como ilustradora da Livraria Saraiva. O proprietário da Editora, Jorge Saraiva, salienta que "ela realiza um trabalho de alta qualidade e com um ótimo atendimento da demanda".
Já em 10 de junho de 2009, a revista abordava a questão de como pessoas autistas estavam se organizando para melhorar sua integração na sociedade. A reportagem O outro lado do autismo mostrava como grupos de aspies se reuniam no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Apresenta Rodolfo Leite, um jovem autista que descreve suas dificuldades de participação na sociedade. Ele diz que "Era como se fosse um alienígena na Terra".
Leia mais:
Autistas chegam ao mercado de trabalho
| Rachel Costa | 04/11/2011 | IstoÉ | 2191 |
http://www.istoe.com.br/reportagens/174092_AUTISTAS+CHEGAM+AO+MERCADO+DE+TRABALHO
O outro lado do autismo
| 10/6/2009 | IstoÉ | 2065 |
http://www.istoe.com.br/reportagens/19210_O+OUTRO+LADO+DO+AUTISMO
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Arte do encontro
Tatynne Lauria, da Produção do Criança Esperança 2011, escreve sobre a experiência de conhecer Jobson Maia, artista autista de Natal, cover de Roberto Carlos. Um texto suave, gentil, que fala da superação que ele e sua família enfrentaram para que ele crescesse com a independência que tem hoje.
A vida é a arte do encontro
http://jobsonmaiaautismo1.blogspot.com/2011/12/vida-e-arte-do-encontro.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
A vida é a arte do encontro
http://jobsonmaiaautismo1.blogspot.com/2011/12/vida-e-arte-do-encontro.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Amar lança campanha para divulgar autismo em Rio Grande (RS)
| Melina Brum Cezar | Jornal Agora | 4/12/2011 |
Você sabia que Rio Grande é a primeira cidade no Rio Grande do Sul a ter uma escola pública dedicada ao ensino de alunos autistas? Se não sabia, não se sinta desinformado. Muitos ainda desconhecem até sobre o que se trata esse transtorno. Essa falta de informação e também a necessidade de centralizar o tratamento das pessoas que precisam dele em um só local motivou a Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Rio Grande (Amar) a realizar uma campanha no Município.
O presidente da associação, Nei Carlos Antonio Rodrigues, é pai de uma aluna da escola, e busca a construção de um Centro de Tratamento Multidisciplinar para atender portadores do autismo e transtornos relacionados de uma forma completa e direcionada.
A ideia é centralizar em um só local o atendimento com neurologista, psiquiatra, psicólogo, dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social, entre outros. Rodrigues conta que o objetivo é que se tenha um centro nos moldes do Centro de Reabilitação Neurológico de Pelotas (Cerenepe), que atende pessoas portadoras de necessidades especiais.
“Quem tem um filho autista sabe a dificuldade que é levá-lo para realizar um atendimento em postos de saúde ou consultório. Qualquer atividade que saia fora da rotina deles causa uma reação. Eles não têm paciência de esperar em uma fila. E as pessoas que estão no local geralmente não entendem isso, ficam com medo, enfim”, explica. Com isso, muitos pais acabam deixando os filhos sem o tratamento necessário, o que agrava o desenvolvimento da pessoa.
Inicialmente, a campanha visava a angariar recursos para a construção desse centro. Para isso, a Amar criou uma equipe de telemarketing, que se comunica com a comunidade buscando contribuições. No entanto, grande parte das pessoas não sabe do que se trata o autismo. “Há pessoas que confundem com artistas, e acham que estão contribuindo com uma instituição de artistas”, conta Rodrigues.
Por isso, a luta agora é também para que as pessoas conheçam o problema. Segundo o presidente da associação, pesquisas recentes apontam que há cerca de um milhão de brasileiros com algum transtorno relacionado ao autismo. No entanto, não há dados de quantos realizam efetivamente o tratamento.
O que é autismo?
O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento que afeta a comunicação, a interpretação e o convívio social. Caracteriza-se também por comportamentos e interesses restritos, repetitivos e estereotipados, que se manifestam antes dos três anos de idade. Entre os sintomas que identificam o transtorno há a resistência a estar entre um grupo de pessoas, comportam-se como se fossem surdos, não sentem medo em uma situação de perigo, evitam olhar para frente, riem-se sem motivo aparente, há resistência a novos aprendizados, indicam as necessidades através de gestos, comportam-se indiferente, isolado-se e retraído-se, entre outros. O diagnóstico é feito a partir da observação do comportamento da criança e envolve diversos profissionais como psiquiatras, psicólogos, neurologistas e geneticistas.
Em Rio Grande
A Amar atua há 22 anos desenvolvendo programas de amparo, auxílio, adaptação, reabilitação e integração do autista e de seus familiares. Além dela, há também a Escola de Educação Especial Maria Lúcia Luzzardi exclusiva para atender pessoas com distúrbio de desenvolvimento e que aplica o método Teacch - Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação. Atualmente, a escola conta com 72 alunos, mas há uma fila de espera.
A partir de 2012, a Amar e a escola passarão a contar também com um Centro de Convivência para os alunos da escola que já têm mais idade e com os quais as atividades da escola já não dão mais resultados. Nesse local, serão realizadas novas atividades, oficinas, entre outros. O centro ficará situado na Marechal Deodoro, próximo à escola, que se situa na Marechal Deodoro, 595.
A sede da Amar fica no mesmo endereço, onde é realizado, de segunda à sexta-feira, das 14h00 às 17h00, o Bazar Brechó, quando são comercializados artesanato e roupas. Quem tem interesse em ajudar a instituição pode entrar em contato pelo telefone (53)3233-1294.
Amar lança campanha para divulgar autismo
http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=1&n=20938
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
O presidente da associação, Nei Carlos Antonio Rodrigues, é pai de uma aluna da escola, e busca a construção de um Centro de Tratamento Multidisciplinar para atender portadores do autismo e transtornos relacionados de uma forma completa e direcionada.
A ideia é centralizar em um só local o atendimento com neurologista, psiquiatra, psicólogo, dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social, entre outros. Rodrigues conta que o objetivo é que se tenha um centro nos moldes do Centro de Reabilitação Neurológico de Pelotas (Cerenepe), que atende pessoas portadoras de necessidades especiais.
“Quem tem um filho autista sabe a dificuldade que é levá-lo para realizar um atendimento em postos de saúde ou consultório. Qualquer atividade que saia fora da rotina deles causa uma reação. Eles não têm paciência de esperar em uma fila. E as pessoas que estão no local geralmente não entendem isso, ficam com medo, enfim”, explica. Com isso, muitos pais acabam deixando os filhos sem o tratamento necessário, o que agrava o desenvolvimento da pessoa.
Inicialmente, a campanha visava a angariar recursos para a construção desse centro. Para isso, a Amar criou uma equipe de telemarketing, que se comunica com a comunidade buscando contribuições. No entanto, grande parte das pessoas não sabe do que se trata o autismo. “Há pessoas que confundem com artistas, e acham que estão contribuindo com uma instituição de artistas”, conta Rodrigues.
Por isso, a luta agora é também para que as pessoas conheçam o problema. Segundo o presidente da associação, pesquisas recentes apontam que há cerca de um milhão de brasileiros com algum transtorno relacionado ao autismo. No entanto, não há dados de quantos realizam efetivamente o tratamento.
O que é autismo?
O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento que afeta a comunicação, a interpretação e o convívio social. Caracteriza-se também por comportamentos e interesses restritos, repetitivos e estereotipados, que se manifestam antes dos três anos de idade. Entre os sintomas que identificam o transtorno há a resistência a estar entre um grupo de pessoas, comportam-se como se fossem surdos, não sentem medo em uma situação de perigo, evitam olhar para frente, riem-se sem motivo aparente, há resistência a novos aprendizados, indicam as necessidades através de gestos, comportam-se indiferente, isolado-se e retraído-se, entre outros. O diagnóstico é feito a partir da observação do comportamento da criança e envolve diversos profissionais como psiquiatras, psicólogos, neurologistas e geneticistas.
Em Rio Grande
A Amar atua há 22 anos desenvolvendo programas de amparo, auxílio, adaptação, reabilitação e integração do autista e de seus familiares. Além dela, há também a Escola de Educação Especial Maria Lúcia Luzzardi exclusiva para atender pessoas com distúrbio de desenvolvimento e que aplica o método Teacch - Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação. Atualmente, a escola conta com 72 alunos, mas há uma fila de espera.
A partir de 2012, a Amar e a escola passarão a contar também com um Centro de Convivência para os alunos da escola que já têm mais idade e com os quais as atividades da escola já não dão mais resultados. Nesse local, serão realizadas novas atividades, oficinas, entre outros. O centro ficará situado na Marechal Deodoro, próximo à escola, que se situa na Marechal Deodoro, 595.
A sede da Amar fica no mesmo endereço, onde é realizado, de segunda à sexta-feira, das 14h00 às 17h00, o Bazar Brechó, quando são comercializados artesanato e roupas. Quem tem interesse em ajudar a instituição pode entrar em contato pelo telefone (53)3233-1294.
Amar lança campanha para divulgar autismo
http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=1&n=20938
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Fim de ano letivo em Ji-Paraná (RO)
Autismo encerra ano letivo em Ji-Paraná
| Correio Popular de Rondônia | 05/12/2011 |
(Da Redação) O ano letivo na Sala de Atendimento Especializado a Criança Autista de Ji-Paraná, foi encerrado na última sexta-feira (2). Pais, professores, colaboradores estiveram reunidos no local onde expuseram a história da luta diária com seus filhos, as dificuldades encontradas na tentativa de inseri-los na sociedade.
Para o entendimento do leitor, Autismo é uma disfunção global do desenvolvimento que afeta a capacidade de comunicação, socialização, de estabelecimento de relações e de comportamento do indivíduo, impedindo assim seu desenvolvimento pleno e participativo em atividades comuns ao longo da vida.
A criança com autismo tem a necessidade atendimento especializado em um programa de intervenção que estabeleça a reorganização cerebral, para que ela possa desenvolver autonomia na vida diária, estabelecer vínculos afetivos e posteriormente ingressar em uma sala de ensino regular.
Há três anos Ji-Paraná implantou através da Semed (Secretaria Municipal de Educação) o Programa Son-Rise (Son-raise) um modelo americano que foi desenvolvido no início da década de 70, nos EUA, pelo casal Barry e Samahria Kaufman que ouviram de especialistas que não havia esperança de recuperação para seu filho Raun, diagnosticado com autismo severo e um QI abaixo de 40.
Entretanto o casal acreditou na ilimitada capacidade humana para a cura e o crescimento, e puseram-se a procurar uma maneira de aproximar-se de Raun e criaram intuitiva e amorosamente o programa que o ajudou a se desenvolver a ponto de cursar uma faculdade e trabalhar.
A Gerência da Educação Especial da Semed juntamente com equipe que se propôs a trabalhar com crianças autistas busca no programa a alternativa para o desenvolvimento das crianças autista no município. Atualmente, segundo a gerente de educação especial Maria Cecília Ribeiro, são atendidos cerca de oito crianças nos quatro quartos que foram preparados pela Secretaria de Educação.
“Cada criança tem que receber no mínimo quatro horas e atendimento diário”. Disse Cecília “Entretanto, o que podemos oferecer por enquanto é isto. Sabemos da dificuldade e da necessidade de cada um, mas temos esperança de um dia poder atender um número maior com a mesma qualidade que atendemos nossas crianças hoje”, acrescentou.
Autismo encerra ano letivo em Ji-Paraná
http://www.correiopopular.net/LKN/headline.php?n_id=15941&titulo=Autismo%20encerra%20ano%20letivo%20em%20Ji-Paran%C3%A1
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
| Correio Popular de Rondônia | 05/12/2011 |
(Da Redação) O ano letivo na Sala de Atendimento Especializado a Criança Autista de Ji-Paraná, foi encerrado na última sexta-feira (2). Pais, professores, colaboradores estiveram reunidos no local onde expuseram a história da luta diária com seus filhos, as dificuldades encontradas na tentativa de inseri-los na sociedade.
Para o entendimento do leitor, Autismo é uma disfunção global do desenvolvimento que afeta a capacidade de comunicação, socialização, de estabelecimento de relações e de comportamento do indivíduo, impedindo assim seu desenvolvimento pleno e participativo em atividades comuns ao longo da vida.
A criança com autismo tem a necessidade atendimento especializado em um programa de intervenção que estabeleça a reorganização cerebral, para que ela possa desenvolver autonomia na vida diária, estabelecer vínculos afetivos e posteriormente ingressar em uma sala de ensino regular.
Há três anos Ji-Paraná implantou através da Semed (Secretaria Municipal de Educação) o Programa Son-Rise (Son-raise) um modelo americano que foi desenvolvido no início da década de 70, nos EUA, pelo casal Barry e Samahria Kaufman que ouviram de especialistas que não havia esperança de recuperação para seu filho Raun, diagnosticado com autismo severo e um QI abaixo de 40.
Entretanto o casal acreditou na ilimitada capacidade humana para a cura e o crescimento, e puseram-se a procurar uma maneira de aproximar-se de Raun e criaram intuitiva e amorosamente o programa que o ajudou a se desenvolver a ponto de cursar uma faculdade e trabalhar.
A Gerência da Educação Especial da Semed juntamente com equipe que se propôs a trabalhar com crianças autistas busca no programa a alternativa para o desenvolvimento das crianças autista no município. Atualmente, segundo a gerente de educação especial Maria Cecília Ribeiro, são atendidos cerca de oito crianças nos quatro quartos que foram preparados pela Secretaria de Educação.
“Cada criança tem que receber no mínimo quatro horas e atendimento diário”. Disse Cecília “Entretanto, o que podemos oferecer por enquanto é isto. Sabemos da dificuldade e da necessidade de cada um, mas temos esperança de um dia poder atender um número maior com a mesma qualidade que atendemos nossas crianças hoje”, acrescentou.
Autismo encerra ano letivo em Ji-Paraná
http://www.correiopopular.net/LKN/headline.php?n_id=15941&titulo=Autismo%20encerra%20ano%20letivo%20em%20Ji-Paran%C3%A1
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
domingo, 4 de dezembro de 2011
Açores: Regulamentação para a intervenção precoce está a ser preparada
Ponta Delgada, 27 de Novembro de 2010
Presidência do Governo Regional dos Açores
Gabinete de Apoio à Comunicação Social
Está já em preparação a regulamentação do diploma referente aos projectos relacionados com a intervenção precoce, anunciou a Directora Regional da Saúde.
No discurso proferido no encerramento do “Colóquio Comemorativo 10 Anos de Intervenção Precoce - Articulação Saúde, Educação e Acção Social”, Sofia Duarte disse que esta acção tem como suporte legal um Decreto Legislativo Regional, mas é necessária a respectiva regulamentação, para permitir uma melhor agilização das actividades e uma mais fácil integração dos elementos responsáveis pela sua implementação no terreno.
A Intervenção Precoce visa a criação de condições para a adequação do processo educativo aos requisitos das crianças e jovens com necessidades especiais ou com dificuldades na aprendizagem. Trata-se, portanto, de uma ferramenta essencial para ajudar essas crianças a superarem os problemas de desenvolvimento.
O programa abrange crianças dos 0 aos 4 anos, podendo ir, em determinadas circunstâncias, até aos 6 anos.
Essas crianças são apoiadas por equipas especializadas que envolvem técnicos de saúde, de educação e de acção social. Existem já equipas em vários concelhos dos Açores.
O colóquio foi organizado pela equipa de Intervenção Precoce do Centro de Saúde de Ponta Delgada.
Na ocasião, a Directora Regional da Saúde, elogiou o esforço e o empenho de todos que colocaram de pé este plano e enalteceu os elementos das equipas de Intervenção Precoce que com esforço e dedicação desempenham um papel insubstituível nesta área.
Leia também:
Legislação açoriana para intervenção precoce em fase final de elaboração
http://cronicaautista.blogspot.com/2011/11/acores-lei.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Presidência do Governo Regional dos Açores
Gabinete de Apoio à Comunicação Social
Está já em preparação a regulamentação do diploma referente aos projectos relacionados com a intervenção precoce, anunciou a Directora Regional da Saúde.
No discurso proferido no encerramento do “Colóquio Comemorativo 10 Anos de Intervenção Precoce - Articulação Saúde, Educação e Acção Social”, Sofia Duarte disse que esta acção tem como suporte legal um Decreto Legislativo Regional, mas é necessária a respectiva regulamentação, para permitir uma melhor agilização das actividades e uma mais fácil integração dos elementos responsáveis pela sua implementação no terreno.
A Intervenção Precoce visa a criação de condições para a adequação do processo educativo aos requisitos das crianças e jovens com necessidades especiais ou com dificuldades na aprendizagem. Trata-se, portanto, de uma ferramenta essencial para ajudar essas crianças a superarem os problemas de desenvolvimento.
O programa abrange crianças dos 0 aos 4 anos, podendo ir, em determinadas circunstâncias, até aos 6 anos.
Essas crianças são apoiadas por equipas especializadas que envolvem técnicos de saúde, de educação e de acção social. Existem já equipas em vários concelhos dos Açores.
O colóquio foi organizado pela equipa de Intervenção Precoce do Centro de Saúde de Ponta Delgada.
Na ocasião, a Directora Regional da Saúde, elogiou o esforço e o empenho de todos que colocaram de pé este plano e enalteceu os elementos das equipas de Intervenção Precoce que com esforço e dedicação desempenham um papel insubstituível nesta área.
Leia também:
Legislação açoriana para intervenção precoce em fase final de elaboração
http://cronicaautista.blogspot.com/2011/11/acores-lei.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Portugal pesquisa uso de robôs para crianças autistas
A portuguesa Universidade do Minho tem um projeto de apoio a crianças e jovens autistas baseado em robôs como meio de comunicação e interação.
Pesquisadores da Universidade do Minho, em conjunto com a APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental), de Braga, desenvolvem um projeto para o uso de robôs, visando a melhora de suas habilidades de interação e comunicação com as demais pessoas.
Os resultados são promissores. Há alunos que já conseguem sentar-se num local diferente para brincar com o robô ou realizar uma atividade com algum colega, como o fizeram com o robô.
Filomena Soares, investigadora responsável pelo projeto, ressalta: "Revelou-se determinante o papel da APPACDM, que acabou por facilitar a interação que proporcionou contactos durante o projeto, assim como uma ação de divulgação e partilha onde todos participaram".
O projeto pode crescer e sair de Braga, chegando a outras cidades. O Ministério da Educação entrou em contato com outras unidades de ensino estruturado. Além de Braga, o grupo de investigadores do Minho irá trabalhar, por agora, com usuários de Arouca, Barcelos e Leça da Palmeira.
A equipe deste projeto é constituída por três pesquisadores e um doutorando de Engenharia Eletrônica industrial, mais um pesquisador da Educação, um mestrando de Engenharia Biomédica, uma psicóloga da APPACDM de Braga e dois de pesquisa.
Robôs para estimular alunos autistas
| Sara R. Oliveira | Educare.pt | 30/11/2011 |
http://www.educare.pt/educare/Atualidade.Noticia.aspx?contentid=B1152573BC7A8FE2E0400A0AB8004F20&opsel=1&channelid=0
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Pesquisadores da Universidade do Minho, em conjunto com a APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental), de Braga, desenvolvem um projeto para o uso de robôs, visando a melhora de suas habilidades de interação e comunicação com as demais pessoas.
Os resultados são promissores. Há alunos que já conseguem sentar-se num local diferente para brincar com o robô ou realizar uma atividade com algum colega, como o fizeram com o robô.
Filomena Soares, investigadora responsável pelo projeto, ressalta: "Revelou-se determinante o papel da APPACDM, que acabou por facilitar a interação que proporcionou contactos durante o projeto, assim como uma ação de divulgação e partilha onde todos participaram".
O projeto pode crescer e sair de Braga, chegando a outras cidades. O Ministério da Educação entrou em contato com outras unidades de ensino estruturado. Além de Braga, o grupo de investigadores do Minho irá trabalhar, por agora, com usuários de Arouca, Barcelos e Leça da Palmeira.
A equipe deste projeto é constituída por três pesquisadores e um doutorando de Engenharia Eletrônica industrial, mais um pesquisador da Educação, um mestrando de Engenharia Biomédica, uma psicóloga da APPACDM de Braga e dois de pesquisa.
Robôs para estimular alunos autistas
| Sara R. Oliveira | Educare.pt | 30/11/2011 |
http://www.educare.pt/educare/Atualidade.Noticia.aspx?contentid=B1152573BC7A8FE2E0400A0AB8004F20&opsel=1&channelid=0
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
O potencial oculto das crianças autistas
O que os testes de inteligência podem mostrar quando se trata de autismo
| Rose Eveleth | Scientific American | 30/11/2011 |
Quando eu estava na quinta série, meu irmão Alex começou a corrigir a minha lição de casa. Isto não teria sido estranho, se ele não estivesse no jardim de infância e fosse autista. Essa desordem, caracterizada por comportamentos repetitivos e dificuldades com a interação social e a comunicação, tornava difícil para ele prestar atenção nos professores. Freqüentemente, era expulso da classe por não ser capaz de se sentar durante mais de alguns segundos de cada vez. Mesmo agora, quase 15 anos depois, ele apenas consegue rabiscar seu nome. Mas ele poderia olhar para minha página com palavras cuidadosamente escritas ou problemas de matemática e apontar quais estavam errados.
Muitos pesquisadores começam a repensar o quanto realmente se sabe sobre as pessoas autistas e suas habilidades e estão chegando à conclusão de que podemos estar subestimando o que são capazes de contribuir para a sociedade. O autismo é um espectro com duas extremidades muito diferentes. Em um extremo está o "alto funcionamento" de pessoas que muitas vezes têm empregos, amigos e podem se dar bem no mundo. Na outra, o "baixo funcionamento", é de pessoas que não conseguem administrar a vida por conta própria. Muitos são diagnosticados com retardo mental e devem ser mantidos sob cuidado constante. Mas esses diagnósticos se concentram no que as pessoas autistas não podem fazer. Agora, um crescente número de cientistas se volta para o que as pessoas autistas têm de bom.
Pesquisadores consideram, há muito tempo, que a maioria das pessoas com autismo são mentalmente retardadas. Embora os números citados variem, geralmente apontam para 70 a 80 por cento da população afetada. Mas quando Meredyth Edelson, pesquisadora da Universidade Willamette, foi buscar a fonte das estatísticas, ficou surpresa por não conseguir encontrar nada definitivo. Muitas das conclusões se baseavam em testes de inteligência, que tendem a superestimar a incapacidade nas pessoas autistas. "Nosso conhecimento é baseado em belos dados ruins ", ela diz.
Este potencial escondido foi recentemente reconhecido por Laurent Mottron, um psicólogo da Universidade de Montreal. Em um artigo publicado em 3 de novembro na revista Nature, ele conta sua própria experiência ao trabalhar com pessoas autistas de alto grau de funcionamento em seu laboratório, o que lhe mostrou o poder do cérebro autista, em vez de suas limitações. Mottron conclui que, talvez, o autismo não seja realmente de todo uma doença, mas talvez apenas uma maneira diferente de olhar o mundo que deve ser valorizada, em vez de vista como patologia.
Tendo crescido com dois irmãos autistas - Alex, quatro anos mais novo que eu, e Decker, que tem oito anos a menos - as conclusão de Mottron me parecem verdadeiras. Como eu os assisti a percorrer as escolas públicas, tornou-se muito claro que havia uma grande diferença entre o que os professores esperavam deles e o que poderiam fazer. Claro, o autismo os limitava de certa forma, o que muitas vezes tornava a escola difícil; no entanto, também parecia lhes dar novas e úteis formas de ver o mundo, o que muitas vezes não aparece nos testes de inteligência normais.
Isso é porque o teste de inteligência em pessoas autistas é difícil. A pessoa média pode se sentar e fazer um teste administrado oralmente, cronometrado, sem grandes problemas. Mas para uma pessoa autista com capacidade de linguagem limitada, que pode facilmente se distrair com informações sensoriais, essa tarefa é muito difícil. O mais comum dos testes de inteligência normalmente administrados, a Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (Wechsler Intelligence Scale for Children - WISC) parece quase destinada a reprovar uma pessoa autista: é um teste completamente verbal, cronometrado, que depende fortemente de conhecimento cultural e social. Ele pergunta coisas como "Qual é a coisa a fazer se você encontrar um envelope na rua, que é selado, endereçado e tem um selo colado?" ou "O que fazer se cortar seu dedo?"
Este ano Decker foi reprovado em um teste muito parecido com o WISC. A cada três anos, à medida que avança pelo sistema de ensino público, seu progresso é reavaliado como parte de seu Plano de Educação Individualizada, um conjunto de orientações destinadas a ajudar as pessoas com deficiência a alcançar seu objetivo educacional.
Este ano, como parte do teste, a mulher que lhe aplicava o teste lhe perguntou: "Você descobre que alguém vai se casar. O que é uma questão apropriada para lhes perguntar?"
A resposta do meu irmão: "Que tipo de bolo vocês terão?"
A aplicadora balançou a cabeça. “Não”, ela disse, “isso não é uma resposta correta. Tente novamente”. Ele franziu a testa da maneira que nós aprendemos a ser cautelosos - é a expressão que ele mostra um pouco antes de entrar em colapso e disse: "Eu não tenho outra pergunta. Isso é o que pergunto." E foi isso. Ele não iria dar-lhe outra resposta, e ela não iria avançar sem uma. Ele falhou na questão e nunca terminou o teste.
Um teste não precisa ser assim. Outras medidas, como as Matrizes Progressivas de Raven (Raven's Progressive Matrices) ou o teste de inteligência não-verbal (Test of Nonverbal Intelligence - TONI), evitam essas dificuldades comportamentais e de linguagem. Eles pedem às crianças que completem desenhos e padrões, com instruções não-verbais, na sua maioria. E ainda assim não são usados muitas ve\es.
Uma criança média, seja verbal ou não verbal, vai pontuar o mesmo percentil para estes testes. Mas uma criança autista não. Isabelle Soullieres, pesquisadora da Universidade de Harvard, fez, com um grupo de autistas, tanto o WISC quanto o teste de Raven, para medir a diferença entre os dois grupos. Embora já esperasse uma diferença, ficou surpresa com o quão grande ela foi. Em média, os alunos autistas foram 30 pontos percentuais melhor no teste de Raven do que no WISC. Algumas crianças saltaram 70 pontos percentuais. "Dependendo de qual teste você usa, você tem uma imagem muito diferente do potencial das crianças", diz ela. Outros estudos têm confirmado essa lacuna, embora tenham encontrado uma menor diferença entre os testes.
As crianças autistas de "alto funcionamento", com a versão menos grave da deficiência, não foram as únicas a ter a pontuação mais elevada. Soullieres realizou um estudo recentemente em uma escola para crianças autistas consideradas intelectualmente deficientes. Utilizando o teste de Raven, descobriu que cerca de metade delas pontuavam na faixa média da população em geral. "Para muitos daqueles que são considerados de baixo funcionamento, se lhes forem dados outros testes de inteligência, será encontrado um potencial escondido", diz ela. "Eles podem resolver problemas muito complexos, se você lhes der material com que possam otimizar o processo."
O que isto significa, diz ela, é que as escolas estão subestimando as habilidades de crianças autistas em todas as faixas do espectro. O uso difundido do WISC nas escolas tem ajudado a definir expectativas muito baixas para crianças autistas, assumindo que não serão capazes de aprender as mesmas coisas que a criança média. Com base nos resultados de testes, as pessoas chegam à conclusão de que as crianças autistas não conseguem aprender, quando talvez não aprendam da mesma maneira que as outras pessoas.
O potencial oculto de pessoas autistas parece cair em certas áreas - tarefas que envolvem reconhecimento de padrões, raciocínio lógico e escolha de irregularidades nos dados ou argumentos. Soullieres descreve o trabalho com uma mulher autista em seu laboratório, que pode apontar a menor falha na lógica. "No começo, nós argumentamos com ela", Soullieres ri, "mas quase sempre, ela está certa, e nós, errados."
Reconhecer esses talentos, ao invés de deixá-los de lado para focar as dificuldades do autismo, poderia beneficiar não apenas as pessoas autistas, mas as outras também. Mottron registra quanto sua ciência melhorou quando começou a trabalhar com parceiros de laboratório autistas. Tenho notas muito mais altas no meu dever de casa do que teria sem Alex, apesar de suas correções serem por vezes irritantes. E muitos pensam que seu potencial se estende além da ciência, até as outras profissões, se lhes for dada uma chance.
Só porque um teste diz que alguém tem potencial, isso não significa que é fácil de perceber. Professores de meu irmão Decker estão convencidos, e os testes confirmam - que ele tem um potencial oculto. Mas, na sala de aula, muitas vezes ele se perde ao tentar ouvir instruções e fica frustrado ao tentar acompanhá-los. "Não quer dizer que é fácil na vida cotidiana, ou que é fácil para os pais ou professores", diz Soullieres. "Mas isso mostra que eles têm esse potencial de raciocínio. Talvez tenhamos de começar a ensiná-los de um jeito diferente e parar de supor que não vão aprender."
Mais e mais pessoas estão começando a imaginar que jóias podem estar escondidas no cérebro autista. E, se meus irmãos servem de referência, se continuarmos a olhar, vamos encontrá-las.
The Hidden Potential of Autistic Kids
http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=the-hidden-potential-of-autistic-kids
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
| Rose Eveleth | Scientific American | 30/11/2011 |
Quando eu estava na quinta série, meu irmão Alex começou a corrigir a minha lição de casa. Isto não teria sido estranho, se ele não estivesse no jardim de infância e fosse autista. Essa desordem, caracterizada por comportamentos repetitivos e dificuldades com a interação social e a comunicação, tornava difícil para ele prestar atenção nos professores. Freqüentemente, era expulso da classe por não ser capaz de se sentar durante mais de alguns segundos de cada vez. Mesmo agora, quase 15 anos depois, ele apenas consegue rabiscar seu nome. Mas ele poderia olhar para minha página com palavras cuidadosamente escritas ou problemas de matemática e apontar quais estavam errados.
Muitos pesquisadores começam a repensar o quanto realmente se sabe sobre as pessoas autistas e suas habilidades e estão chegando à conclusão de que podemos estar subestimando o que são capazes de contribuir para a sociedade. O autismo é um espectro com duas extremidades muito diferentes. Em um extremo está o "alto funcionamento" de pessoas que muitas vezes têm empregos, amigos e podem se dar bem no mundo. Na outra, o "baixo funcionamento", é de pessoas que não conseguem administrar a vida por conta própria. Muitos são diagnosticados com retardo mental e devem ser mantidos sob cuidado constante. Mas esses diagnósticos se concentram no que as pessoas autistas não podem fazer. Agora, um crescente número de cientistas se volta para o que as pessoas autistas têm de bom.
Pesquisadores consideram, há muito tempo, que a maioria das pessoas com autismo são mentalmente retardadas. Embora os números citados variem, geralmente apontam para 70 a 80 por cento da população afetada. Mas quando Meredyth Edelson, pesquisadora da Universidade Willamette, foi buscar a fonte das estatísticas, ficou surpresa por não conseguir encontrar nada definitivo. Muitas das conclusões se baseavam em testes de inteligência, que tendem a superestimar a incapacidade nas pessoas autistas. "Nosso conhecimento é baseado em belos dados ruins ", ela diz.
Este potencial escondido foi recentemente reconhecido por Laurent Mottron, um psicólogo da Universidade de Montreal. Em um artigo publicado em 3 de novembro na revista Nature, ele conta sua própria experiência ao trabalhar com pessoas autistas de alto grau de funcionamento em seu laboratório, o que lhe mostrou o poder do cérebro autista, em vez de suas limitações. Mottron conclui que, talvez, o autismo não seja realmente de todo uma doença, mas talvez apenas uma maneira diferente de olhar o mundo que deve ser valorizada, em vez de vista como patologia.
Tendo crescido com dois irmãos autistas - Alex, quatro anos mais novo que eu, e Decker, que tem oito anos a menos - as conclusão de Mottron me parecem verdadeiras. Como eu os assisti a percorrer as escolas públicas, tornou-se muito claro que havia uma grande diferença entre o que os professores esperavam deles e o que poderiam fazer. Claro, o autismo os limitava de certa forma, o que muitas vezes tornava a escola difícil; no entanto, também parecia lhes dar novas e úteis formas de ver o mundo, o que muitas vezes não aparece nos testes de inteligência normais.
Isso é porque o teste de inteligência em pessoas autistas é difícil. A pessoa média pode se sentar e fazer um teste administrado oralmente, cronometrado, sem grandes problemas. Mas para uma pessoa autista com capacidade de linguagem limitada, que pode facilmente se distrair com informações sensoriais, essa tarefa é muito difícil. O mais comum dos testes de inteligência normalmente administrados, a Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (Wechsler Intelligence Scale for Children - WISC) parece quase destinada a reprovar uma pessoa autista: é um teste completamente verbal, cronometrado, que depende fortemente de conhecimento cultural e social. Ele pergunta coisas como "Qual é a coisa a fazer se você encontrar um envelope na rua, que é selado, endereçado e tem um selo colado?" ou "O que fazer se cortar seu dedo?"
Este ano Decker foi reprovado em um teste muito parecido com o WISC. A cada três anos, à medida que avança pelo sistema de ensino público, seu progresso é reavaliado como parte de seu Plano de Educação Individualizada, um conjunto de orientações destinadas a ajudar as pessoas com deficiência a alcançar seu objetivo educacional.
Este ano, como parte do teste, a mulher que lhe aplicava o teste lhe perguntou: "Você descobre que alguém vai se casar. O que é uma questão apropriada para lhes perguntar?"
A resposta do meu irmão: "Que tipo de bolo vocês terão?"
A aplicadora balançou a cabeça. “Não”, ela disse, “isso não é uma resposta correta. Tente novamente”. Ele franziu a testa da maneira que nós aprendemos a ser cautelosos - é a expressão que ele mostra um pouco antes de entrar em colapso e disse: "Eu não tenho outra pergunta. Isso é o que pergunto." E foi isso. Ele não iria dar-lhe outra resposta, e ela não iria avançar sem uma. Ele falhou na questão e nunca terminou o teste.
Um teste não precisa ser assim. Outras medidas, como as Matrizes Progressivas de Raven (Raven's Progressive Matrices) ou o teste de inteligência não-verbal (Test of Nonverbal Intelligence - TONI), evitam essas dificuldades comportamentais e de linguagem. Eles pedem às crianças que completem desenhos e padrões, com instruções não-verbais, na sua maioria. E ainda assim não são usados muitas ve\es.
Uma criança média, seja verbal ou não verbal, vai pontuar o mesmo percentil para estes testes. Mas uma criança autista não. Isabelle Soullieres, pesquisadora da Universidade de Harvard, fez, com um grupo de autistas, tanto o WISC quanto o teste de Raven, para medir a diferença entre os dois grupos. Embora já esperasse uma diferença, ficou surpresa com o quão grande ela foi. Em média, os alunos autistas foram 30 pontos percentuais melhor no teste de Raven do que no WISC. Algumas crianças saltaram 70 pontos percentuais. "Dependendo de qual teste você usa, você tem uma imagem muito diferente do potencial das crianças", diz ela. Outros estudos têm confirmado essa lacuna, embora tenham encontrado uma menor diferença entre os testes.
As crianças autistas de "alto funcionamento", com a versão menos grave da deficiência, não foram as únicas a ter a pontuação mais elevada. Soullieres realizou um estudo recentemente em uma escola para crianças autistas consideradas intelectualmente deficientes. Utilizando o teste de Raven, descobriu que cerca de metade delas pontuavam na faixa média da população em geral. "Para muitos daqueles que são considerados de baixo funcionamento, se lhes forem dados outros testes de inteligência, será encontrado um potencial escondido", diz ela. "Eles podem resolver problemas muito complexos, se você lhes der material com que possam otimizar o processo."
O que isto significa, diz ela, é que as escolas estão subestimando as habilidades de crianças autistas em todas as faixas do espectro. O uso difundido do WISC nas escolas tem ajudado a definir expectativas muito baixas para crianças autistas, assumindo que não serão capazes de aprender as mesmas coisas que a criança média. Com base nos resultados de testes, as pessoas chegam à conclusão de que as crianças autistas não conseguem aprender, quando talvez não aprendam da mesma maneira que as outras pessoas.
O potencial oculto de pessoas autistas parece cair em certas áreas - tarefas que envolvem reconhecimento de padrões, raciocínio lógico e escolha de irregularidades nos dados ou argumentos. Soullieres descreve o trabalho com uma mulher autista em seu laboratório, que pode apontar a menor falha na lógica. "No começo, nós argumentamos com ela", Soullieres ri, "mas quase sempre, ela está certa, e nós, errados."
Reconhecer esses talentos, ao invés de deixá-los de lado para focar as dificuldades do autismo, poderia beneficiar não apenas as pessoas autistas, mas as outras também. Mottron registra quanto sua ciência melhorou quando começou a trabalhar com parceiros de laboratório autistas. Tenho notas muito mais altas no meu dever de casa do que teria sem Alex, apesar de suas correções serem por vezes irritantes. E muitos pensam que seu potencial se estende além da ciência, até as outras profissões, se lhes for dada uma chance.
Só porque um teste diz que alguém tem potencial, isso não significa que é fácil de perceber. Professores de meu irmão Decker estão convencidos, e os testes confirmam - que ele tem um potencial oculto. Mas, na sala de aula, muitas vezes ele se perde ao tentar ouvir instruções e fica frustrado ao tentar acompanhá-los. "Não quer dizer que é fácil na vida cotidiana, ou que é fácil para os pais ou professores", diz Soullieres. "Mas isso mostra que eles têm esse potencial de raciocínio. Talvez tenhamos de começar a ensiná-los de um jeito diferente e parar de supor que não vão aprender."
Mais e mais pessoas estão começando a imaginar que jóias podem estar escondidas no cérebro autista. E, se meus irmãos servem de referência, se continuarmos a olhar, vamos encontrá-las.
The Hidden Potential of Autistic Kids
http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=the-hidden-potential-of-autistic-kids
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
MTV é condenada a pagar R$ 40 mil para pais ofendidos com "Casa dos Autistas"
| Midiacon News | 30/11/2011 |
Ana Maria Carvalho Elias Braga e Carlos Braga, pais de dois meninos autistas, Rafael e Renato, ganharam na Justiça de São Paulo o direito à indenização por danos morais pelo Grupo Abril devido à exibição pela MTV, em 22 de março deste ano, do quadro "Casa dos Autistas".
Na atração, parte do humorístico "Comédia MTV", atores simularam trejeitos e urros que foram atribuídos às pessoas com autismo, por três minutos, o que provocou revolta em parte do público.
A síndrome pode causar déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos, mas as manifestações variam de pessoa para pessoa.
O juiz João Omar Marçura, da 24ª Vara Cível da capital, afirmou na decisão que a cena causou "danos gravíssimos aos autistas, seus familiares e pessoas que com eles convivem e os respeitam" e não aceitou o argumento de que as imagens foram exibidas uma vez na TV, pois elas se alastraram pela internet.
A empresa terá de pagar R$ 40 mil à família --o pedido era de R$ 100 mil. "Acima doo valor financeiro, que não era a nossa preocupação, a sentença me lavou a alma. O juiz entendeu a nossa sensação diante da agressão sofrida e marcou a história de lutas por respeito não só dos autistas, mas de vários outros grupos sociais", afirmou Ana.
BABAQUICE
O humorista Paulinho Serra, que estava no quadro "Casa dos Autistas", por sua vez, disse à Folha que "essa perseguição ao humor é uma grande babaquice".
"Tenho medo de ser preso qualquer hora por fazer uma piada no palco", diz ele.
"Sou a favor da reparação, nos reparamos ao vivo dentro do programa do Adnet", que também faz parte do "Comédia" e se desculpou à época pelo Twitter.
Ele lembra que a MTV veiculou na programação esclarecimentos sobre o autismo.
"Fico triste que estejamos no caminho da condenação. Querem prender o Rafinha Bastos por causa de uma piada, execrar o Danilo Gentili, e agora fazem uma emissora de TV pagar uma multa por algo que tenho certeza que não vai mudar nada."
A MTV não se pronunciou oficialmente por não ter sido notificada pela Justiça.
MTV é condenada a pagar R$ 40 mil para pais ofendidos com "Casa dos Autistas"
http://midiacon.com.br/materia.asp?id_canal=17&id=41736
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Ana Maria Carvalho Elias Braga e Carlos Braga, pais de dois meninos autistas, Rafael e Renato, ganharam na Justiça de São Paulo o direito à indenização por danos morais pelo Grupo Abril devido à exibição pela MTV, em 22 de março deste ano, do quadro "Casa dos Autistas".
Na atração, parte do humorístico "Comédia MTV", atores simularam trejeitos e urros que foram atribuídos às pessoas com autismo, por três minutos, o que provocou revolta em parte do público.
A síndrome pode causar déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos, mas as manifestações variam de pessoa para pessoa.
O juiz João Omar Marçura, da 24ª Vara Cível da capital, afirmou na decisão que a cena causou "danos gravíssimos aos autistas, seus familiares e pessoas que com eles convivem e os respeitam" e não aceitou o argumento de que as imagens foram exibidas uma vez na TV, pois elas se alastraram pela internet.
A empresa terá de pagar R$ 40 mil à família --o pedido era de R$ 100 mil. "Acima doo valor financeiro, que não era a nossa preocupação, a sentença me lavou a alma. O juiz entendeu a nossa sensação diante da agressão sofrida e marcou a história de lutas por respeito não só dos autistas, mas de vários outros grupos sociais", afirmou Ana.
BABAQUICE
O humorista Paulinho Serra, que estava no quadro "Casa dos Autistas", por sua vez, disse à Folha que "essa perseguição ao humor é uma grande babaquice".
"Tenho medo de ser preso qualquer hora por fazer uma piada no palco", diz ele.
"Sou a favor da reparação, nos reparamos ao vivo dentro do programa do Adnet", que também faz parte do "Comédia" e se desculpou à época pelo Twitter.
Ele lembra que a MTV veiculou na programação esclarecimentos sobre o autismo.
"Fico triste que estejamos no caminho da condenação. Querem prender o Rafinha Bastos por causa de uma piada, execrar o Danilo Gentili, e agora fazem uma emissora de TV pagar uma multa por algo que tenho certeza que não vai mudar nada."
A MTV não se pronunciou oficialmente por não ter sido notificada pela Justiça.
MTV é condenada a pagar R$ 40 mil para pais ofendidos com "Casa dos Autistas"
http://midiacon.com.br/materia.asp?id_canal=17&id=41736
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Legislação açoriana para intervenção precoce em fase final de elaboração
Durante colóquio sobre “Perturbações de desenvolvimento e autismo”, realizado em Angra do Heroísmo, no Arquipélago dos Açores, Sofia Duarte, Diretora Regional da Saúde informou que a legislação sobre legislação precoce se encontra em fase de conclusão. Com isso, pretende-se detectar e sinalizar crianças em risco de alterações nas funções ou estruturas do corpo ou com risco de atraso de desenvolvimento, adequando este regime à legislação regional vigente e estabelecendo objectivos e regras de organização e funcionamento.
Destinada a crianças desde a detecção das limitações, das incapacidades ou dos factores de risco até à idade de ingresso na educação pré-escolar, esta nova legislação, projecto das Direcções Regionais da Educação e Formação, Segurança Social e Solidariedade e Saúde, destina-se, assim, a intervir e apoiar as famílias no acesso a serviços e recursos dos sistemas da segurança social, da saúde e da educação.
Também participou do encontro realizado pela Âncora – Equipe de Intervenção Precoce do Centro de Saúde de Angra do Heroísmo - o médico neuropediatra Nuno Lobo Antunes, diretor médico e coordenador das áreas de Neurodesenvolvimento e Neurologia do CADIn – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil e autor de diversas obras sobre perturbações de comportamento em crianças.
EM ANGRA DO HEROISMO Nuno Lobo Antunes dá palestra sobre autismo
A União - 12/11/2011
http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=25975
Governo prepara legislação sobre Intervenção Precoce em saúde infantil
Correio do Norte - 29/112011
http://correionorte.com/governo-dos-acores/153970-gacs-governo-prepara-legislacao-sobre-intervencao-precoce-em-saude-infantil
Ultimada legislação sobre intervenção precoce
Jornal Diário - 30/11/2011
http://www.jornaldiario.com/ver_noticia.php?id=38369
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Destinada a crianças desde a detecção das limitações, das incapacidades ou dos factores de risco até à idade de ingresso na educação pré-escolar, esta nova legislação, projecto das Direcções Regionais da Educação e Formação, Segurança Social e Solidariedade e Saúde, destina-se, assim, a intervir e apoiar as famílias no acesso a serviços e recursos dos sistemas da segurança social, da saúde e da educação.
Também participou do encontro realizado pela Âncora – Equipe de Intervenção Precoce do Centro de Saúde de Angra do Heroísmo - o médico neuropediatra Nuno Lobo Antunes, diretor médico e coordenador das áreas de Neurodesenvolvimento e Neurologia do CADIn – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil e autor de diversas obras sobre perturbações de comportamento em crianças.
EM ANGRA DO HEROISMO Nuno Lobo Antunes dá palestra sobre autismo
A União - 12/11/2011
http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=25975
Governo prepara legislação sobre Intervenção Precoce em saúde infantil
Correio do Norte - 29/112011
http://correionorte.com/governo-dos-acores/153970-gacs-governo-prepara-legislacao-sobre-intervencao-precoce-em-saude-infantil
Ultimada legislação sobre intervenção precoce
Jornal Diário - 30/11/2011
http://www.jornaldiario.com/ver_noticia.php?id=38369
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Pesquisa com síndrome de Timothy sugere causa para o autismo
Nova pesquisa, liderada pelos médicos Sergiu Pasca e Ricardo Dolmetsch, da Univeesidade de Stanford, usando células tronco de pluripotência induzida e transformadas em neurônios lança nova luz sobre o autismo. Neurocientistas da Universidade de Stanford, usando células da pele de meninos com a síndrome de Timothy, uma rara condição que tem, entre outros sintomas, um tipo de autismo muito intenso. A pesquisa Using iPSC-derived neurons to uncover cellular phenotypes associated with Timothy syndrome foi publicada na revista Nature Medicine.
Os pesquisadores partiram da hipótese de que, nessa síndrome, o autismo é causado por uma mutação que interfere na comunicação e no desenvolvimento dos neurônios, especificamente, nos canais de cálcio nas suas membranas celulares. O fluxo de cálcio permite que os neurônios acendam e a forma com que elé regulado é um fator central no funcionamento do cérebro.
Também foi descoberto que o crescimento das células cerebrais desses pacientes resulta em menos células que conectam as metades do cérebro, assim como se observou uma superprodução dos neurotransmissores dopamina e norepinefrina. Também se descobriu que é possível reverter esses efeitos com o bloqueio químico desses canais alterados.
Dolmetsch e colegas, usando células da pele de crianças com síndrome de Timothy, criaram meurônios, aparentemente usando a mesma técnica da equipe de Alysson Muotri. Em um meio nutriente, as células formaram uma estrutura tridimensional semelhante à que se imagina existir no cérebro. Observou-se que os neurônios assim formados têm, nas espinhas, níveis de cálcio maiores que o normal, sugerindo que estes teriam perdido a capacidade de desligarem-se. Esta situação traz dramáticas mudanças na sinalização neuronal, reconfigurando como os genes se expressam.
Pasca and Dolmetsch, então supuseram que o crescimento dos neurônios da síndrome de Timothy muito da enzima mais crítica para a produção de dopamina e norepinefrina, que tem importante papel no processamento sensorial e no comportamento social. A ideia pode dar pistas sobre o que causa os problemas vistos no autismo.
Para determinar se o aumento da enzima seria reversível, os neurônios foram tratados com uma substância que bloqueia os canais de cálcio deficientes, a roscovitina.
Houve perto de 70 por cento de redução na proporção de células a produzir a enzima, confirmando que os canais de cálcio deficientes eram os culpados no excesso de produção de dopamina e norepinefrina. Tal reversibilidade sugere que certas alterações celulares no autismo podem ser tratadas.
Dolmetsch alerta, entretanto, que a roscovitina não é autorizada para o uso em humanos e nunca foi testada em crianças. Tem sido usada em testes clínicos para o câncer de pulmão, quando são reportados náusea e outros efeitos colaterais.
“Os efeitos colaterais reportados provavelmente se devem ao fato de que, em adição a atingir os canais que sofreram mutação no autismo, a roscovitina também inibe as quinases que são necessárias para a proliferação das células,” ele explica. “Pensamos que a roscovitina é um bom ponto de partida, mas provavelmente prcisa ser otimizada antes de ser útil para o autismo.”
Using Skin-Cell Research to Probe Cellular Basis of Autism
http://psychcentral.com/news/2011/11/28/using-skin-cell-research-to-probe-cellular-basis-of-autism/31942.html
Las neuronas cultivadas a partir de células de la piel pueden dar pistas sobre el autismo
http://www.europapress.es/salud/noticia-neuronas-cultivadas-partir-celulas-piel-pueden-dar-pistas-autismo-20111128094435.html
Células da pele podem ajudar a entender autismo
http://www.boasnoticias.pt/noticias_C%C3%A9lulas-da-pele-podem-ajudar-a-entender-autismo_9034.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Os pesquisadores partiram da hipótese de que, nessa síndrome, o autismo é causado por uma mutação que interfere na comunicação e no desenvolvimento dos neurônios, especificamente, nos canais de cálcio nas suas membranas celulares. O fluxo de cálcio permite que os neurônios acendam e a forma com que elé regulado é um fator central no funcionamento do cérebro.
Também foi descoberto que o crescimento das células cerebrais desses pacientes resulta em menos células que conectam as metades do cérebro, assim como se observou uma superprodução dos neurotransmissores dopamina e norepinefrina. Também se descobriu que é possível reverter esses efeitos com o bloqueio químico desses canais alterados.
Dolmetsch e colegas, usando células da pele de crianças com síndrome de Timothy, criaram meurônios, aparentemente usando a mesma técnica da equipe de Alysson Muotri. Em um meio nutriente, as células formaram uma estrutura tridimensional semelhante à que se imagina existir no cérebro. Observou-se que os neurônios assim formados têm, nas espinhas, níveis de cálcio maiores que o normal, sugerindo que estes teriam perdido a capacidade de desligarem-se. Esta situação traz dramáticas mudanças na sinalização neuronal, reconfigurando como os genes se expressam.
Pasca and Dolmetsch, então supuseram que o crescimento dos neurônios da síndrome de Timothy muito da enzima mais crítica para a produção de dopamina e norepinefrina, que tem importante papel no processamento sensorial e no comportamento social. A ideia pode dar pistas sobre o que causa os problemas vistos no autismo.
Para determinar se o aumento da enzima seria reversível, os neurônios foram tratados com uma substância que bloqueia os canais de cálcio deficientes, a roscovitina.
Houve perto de 70 por cento de redução na proporção de células a produzir a enzima, confirmando que os canais de cálcio deficientes eram os culpados no excesso de produção de dopamina e norepinefrina. Tal reversibilidade sugere que certas alterações celulares no autismo podem ser tratadas.
Dolmetsch alerta, entretanto, que a roscovitina não é autorizada para o uso em humanos e nunca foi testada em crianças. Tem sido usada em testes clínicos para o câncer de pulmão, quando são reportados náusea e outros efeitos colaterais.
“Os efeitos colaterais reportados provavelmente se devem ao fato de que, em adição a atingir os canais que sofreram mutação no autismo, a roscovitina também inibe as quinases que são necessárias para a proliferação das células,” ele explica. “Pensamos que a roscovitina é um bom ponto de partida, mas provavelmente prcisa ser otimizada antes de ser útil para o autismo.”
Using Skin-Cell Research to Probe Cellular Basis of Autism
http://psychcentral.com/news/2011/11/28/using-skin-cell-research-to-probe-cellular-basis-of-autism/31942.html
Las neuronas cultivadas a partir de células de la piel pueden dar pistas sobre el autismo
http://www.europapress.es/salud/noticia-neuronas-cultivadas-partir-celulas-piel-pueden-dar-pistas-autismo-20111128094435.html
Células da pele podem ajudar a entender autismo
http://www.boasnoticias.pt/noticias_C%C3%A9lulas-da-pele-podem-ajudar-a-entender-autismo_9034.html
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Niterói: I Jornada sobre autismo do CORA
O CORA - Centro de Otimização para Reabilitação do Autista - realiza, neste sábado, jornada de palestras sobre autismo.
Dia: 03/12
Local: Rua Almirante Teffé, 680 – Centro – Niterói(SENAC)
Palestras:
“Alunos Asperger com Altas Habilidades/Superdotação: o lugar do talento na Dupla Excepcionalidade” - palestrante: Cristina Delou
” A aquisição da leitura e da escrita a partir da Consciência fonológica” – palestrante: Mariângela Stampa
” O Floortime na visão da fonoaudiologia” – palestrante: Adriana Fernandes
Inscrições:
http://www.corautista.org
Tel: (21) 3287-1387/8491-8317/8491-8074
Investimento: R$ 20,00 por pessoa
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Dia: 03/12
Local: Rua Almirante Teffé, 680 – Centro – Niterói(SENAC)
Palestras:
“Alunos Asperger com Altas Habilidades/Superdotação: o lugar do talento na Dupla Excepcionalidade” - palestrante: Cristina Delou
” A aquisição da leitura e da escrita a partir da Consciência fonológica” – palestrante: Mariângela Stampa
” O Floortime na visão da fonoaudiologia” – palestrante: Adriana Fernandes
Inscrições:
http://www.corautista.org
Tel: (21) 3287-1387/8491-8317/8491-8074
Investimento: R$ 20,00 por pessoa
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Homenagem a Walter Camargos Jr e Revista Autismo
Em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o Vereador Leonardo Mattos, de Belo Horizonte, homenageará entidades e pessoas que se destacaram para o segmento. O Dr Walter Camargos Jr e a Revista Autismo estão entre os homenageados.
Local: Câmara Municipal de BH
Data: 03/12/2011
Horário: 18h00
Fonte: Isabela Vaz de Melo
Assessora do Vereador Leonardo Mattos
(31)3555-1192 / (31)3555-1193 / (31)8419-8236
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Local: Câmara Municipal de BH
Data: 03/12/2011
Horário: 18h00
Fonte: Isabela Vaz de Melo
Assessora do Vereador Leonardo Mattos
(31)3555-1192 / (31)3555-1193 / (31)8419-8236
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
sábado, 26 de novembro de 2011
Novela da globo confunde lenda com autismo
Após anos insistindo com as emissoras de televisão para conseguir espaço e esclarecer a população a respeito das dificuldades e desafios que as pessoas autistas e seus familiares enfrentam, a notícia caiu como uma bomba entre pais e parentes da gente autista: a Globo, em sua próxima novela das seis, terá com0o personagem uma criança índigo - o que já está sendo divulgada como sendo marketing social a respeito do autismo.
As crianças índigo são uma lenda pós-moderna que associa um monte de referências da cultura pop nos seus aspectos mais místicos, afirmando que, na Era de Aquarius estariam encarnando pessoas de espírito superior, com dificuldades de se relacionarem - são assim chamadas porque apresentam aura azul e que teriam a missão de conduzir a Humanidade para uma Nova Era. Essa história está muito presente na internet, havendo sites e spams que afirmam que crianças autistas teriam poderes paranormais. Há, inclusive, um filme, Filha da Luz (Bless the child), significativamente lançado no ano 2000, que apresenta uma menina autista de espírito superior perseguida por uma seita maligna.
Essa notícia causa preocupação e consternação, pois servirá apenas para jogar mais desinformação para o público. Se a Globo quer escrever uma história com crianças índigo, que o faça, mas que não misture esse assunto com o autismo, uma questão real que afeta a vida de milhões de pessoas no mundo todo e que necessita de toda a ajuda possível.
De acordo com Fernando Oliveira, colunista do ig, 'Marajó', a próxima novela das seis, discutirá o autismo, e a atriz mirim Klara Castanho terá poderes paranormais em 'Marajó', próxima trama das seis na Globo. O que mais incomoda é que o jornalista afirma que o autismo será o próximo merchandising social da emissora. E detalha: "algumas das chamadas crianças-índigo, que (...) têm sensibilidade aflorada e até mesmo poderes paranormais, inicialmente são diagnosticadas como autistas ou portadoras da síndrome de Asperger. Ou sejam: têm comportamento um tanto introspectivo, mas também possuem habilidades como uma memória acima da média. É exatamente o que ocorrerá com a personagem que a pequena Klara Castanho viverá. Inicialmente, seu “dom” não será compreendido, até que ela passa a receber ajuda da jornalista Mariana, papel que caberá a Letícia Persiles."
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
As crianças índigo são uma lenda pós-moderna que associa um monte de referências da cultura pop nos seus aspectos mais místicos, afirmando que, na Era de Aquarius estariam encarnando pessoas de espírito superior, com dificuldades de se relacionarem - são assim chamadas porque apresentam aura azul e que teriam a missão de conduzir a Humanidade para uma Nova Era. Essa história está muito presente na internet, havendo sites e spams que afirmam que crianças autistas teriam poderes paranormais. Há, inclusive, um filme, Filha da Luz (Bless the child), significativamente lançado no ano 2000, que apresenta uma menina autista de espírito superior perseguida por uma seita maligna.
Essa notícia causa preocupação e consternação, pois servirá apenas para jogar mais desinformação para o público. Se a Globo quer escrever uma história com crianças índigo, que o faça, mas que não misture esse assunto com o autismo, uma questão real que afeta a vida de milhões de pessoas no mundo todo e que necessita de toda a ajuda possível.
De acordo com Fernando Oliveira, colunista do ig, 'Marajó', a próxima novela das seis, discutirá o autismo, e a atriz mirim Klara Castanho terá poderes paranormais em 'Marajó', próxima trama das seis na Globo. O que mais incomoda é que o jornalista afirma que o autismo será o próximo merchandising social da emissora. E detalha: "algumas das chamadas crianças-índigo, que (...) têm sensibilidade aflorada e até mesmo poderes paranormais, inicialmente são diagnosticadas como autistas ou portadoras da síndrome de Asperger. Ou sejam: têm comportamento um tanto introspectivo, mas também possuem habilidades como uma memória acima da média. É exatamente o que ocorrerá com a personagem que a pequena Klara Castanho viverá. Inicialmente, seu “dom” não será compreendido, até que ela passa a receber ajuda da jornalista Mariana, papel que caberá a Letícia Persiles."
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
A mudança do papel das mulheres em nossa sociedade está por trás do aumento no autismo nos últimos 30 anos?
| Michael Hanlon | 23 de novembro de 2011 |
A epidemia de autismo vista na maioria dos países ocidentais nos últimos 30 anos é um dos grandes mistérios médicos do nosso tempo.
A causa não pode ser alguma grande mudança genética - simplesmente não houve tempo suficiente para isto ter acontecido.
Nossas dietas não são extremamente diferentes e não há nada que sugira qualquer outro aspecto do nosso estilo de vida pode ser o culpado.
A bizarra hipótese de que certas combinações de vacinas dadas às crianças seria a culpada, já foi completamente desacreditada.
Uma "explicação" é, certamente, um excesso de diagnósticos; 50 anos atrás, falava-se em "autismo" de forma muito restrita, era considerado uma deficiência mental grave, da qual seus portadores estariam impedidos de assumir um lugar na sociedade.
Agora, crianças que sejam simplesmente um pouco obsessivas, ou que apresentem sinais de disfunção social, são rotineiramente rotuladas no "espectro autista" ou tendo "síndrome de Asperger".
Mas o diagnóstico escessivo não pode explicar completamente a ascensão - de 1-em-2500 nos Estados Unidos para cerca de 1 por cento hoje (com taxas semelhantes no Reino Unido).
Há alguns anos, o professor Simon Baron-Cohen (primo do comediante e ator Sacha), psicólogo da Universidade de Cambridge, veio a desenvolver a teoria de que algo chamado 'acasalamento seletivo' poderia ser pelo menos parcialmente responsável pelo aumento espetacular de diagnósticos de autismo.
A teoria afirma que, quando as pessoas com personalidade fortemente 'sistematizadora' - o tipo de pessoas que se tornam engenheiros, cirurgiões, especialistas em informática ou brilham em alguns aspectos do mundo dos negócios - se casam entre si e têm filhos, os efeitos desse tipo de "cérebro masculino" são geneticamente ampliados, aumentando as chances de gerar uma criança autista - que o Prof Baron-Cohen suspeita ter "cérebro masculino ao extremo".
Fortes "sistematizadores" são, muitas vezes um pouco obsessivos, perfeccionistas e dão grandes cientistas; muitas vezes são extremamente talentosos na música. Mas às vezes têm dificuldades para interagir socialmente com outras pessoas - uma combinação de características que podem misturar-se no suave final do espectro autista.
O Centro de Pesquisa de Autismo da Universidade de Cambridge agora está solicitando aos membros do público que são graduados, e a seus pais, que participem de uma pesquisa que vai investigar eventuais ligações entre desempenho educacional, o tipo de trabalho que exercem e como seus filhos se desenvolvem.
Especificamente, o novo estudo tentará descobrir se dois "fortes sistematizadores" de fato têm maior chance de gerar filhos autistas.
A teoria do Professor Baron-Cohen certamente é plausível.
Alguns dos mais fortes aumentos de diagnóstico de autismo foram encontrados no Vale do Silício, na Califórnia - onde talvez haja a maior população de sistematizadores de sucesso na Terra, as dezenas de milhares de técnicos, engenheiros e programadores que trabalham na indústria de computadores. Inevitavelmente, muitas dessas pessoas se casam (agora existem muitas mulheres trabalhando em TI, o que não era não o caso, há uma geração) e isso é uma boa, embora circunstancial, evidência da ligação entre sistematização e autismo.
Mas o que dizer de outros lugares? Por que o aumento no autismo em quase todos os lugares? Uma resposta poderia ser a mudança do papel das mulheres em geral, visto nos últimos 100 anos.
Até relativamente pouco tempo, ser excepcionalmente brilhante não era muito útil para quem fosse do sexo feminino. Na Inglaterra vitoriana, por exemplo, as oportunidades para uma mulher ganhar a vida através de suaa inteligência, por si só eram extremamente limitadas.
Segundo o Censo de 1901, havia menos de uma centena de médicas registradas em todo o Reino Unido.
Ir para a universidade era difícil e caro - a maioria sequer permitia que as meninas estudassem. Certamente havia poucas oportunidades de carreira em Engenharia ou Ciências.
A mulher poderia se tornar professora, governanta ou, talvez, se fosse excepcionalmente talentosa, ganhar a vida escrevendo, ou nas artes. A maioria das profissões eram fechadas, assim como o mundo dos negócios.
Mulheres inteligentes não eram sequer vistas como parceiras especialmente desejáveis. Os homens inteligentes ou ricos escolhiam noivas em razão da aparência, "criação", ou ambos.
Ter um QI de 140 provavelmente contaria contra. A imagem tradicional da "loura burra" pendurada do braço do político ou empresário bem-sucedido era um horrível clichê, mas tinha um fundo de verdade.
E em qualquer caso, as mulheres muito inteligentes seriam muitas vezes loucas se casassem. Até a década de 1880, mulheres britânicas que se casassem sequer podiam possuir seus próprios bens. Se tivesse um emprego, muitos patrões automaticamente despediriam uma garota no momento em que aparecesse com um anel de noivado. Assim, muitas mulheres inteligentes, "sistematizadoras", simplesmente não se casaram, ou o fizeram tarde e, provavelmente, tiveram menos filhos quando o casaram.
Agora, tudo mudou. Não apenas as barreiras legais e sociais para as mulheres trabalharem em condições de igualdade foram em grande parte desmanteladas, como também temos o fenômeno da desejável 'alpha feminina". Cinqüenta anos atrás, muitos homens tinham medo de mulheres inteligentes. Agora, cada vez mais, os machos alfa quer alguém igual a eles ou mesmo superior.
Cinqüenta anos atrás, pilotos de avião tipicamente masculino casavam com aeromoças. Agora, se casam com mulheres pilotos. Os médicos costumavam casar-se com enfermeiras, agora eles se casam com médicas.
As esposas de políticos bem-sucedidos são, cada vez mais, bem sucedido por si mesmas - e, claro, há muitas mulheres políticas bem-sucedidas.
O Professr Baron-Cohen assinala que "as fêmeas alfa" não são necessariamente fortes sistematizadoras.
Ser um político brilhante ou escritor não pode exigir um tipo de "cérebro masculino" geek que pode estar por trás do aumento do autismo.
Mas o fenômeno de casar-com-semelhante pode ter conseqüências completamente inesperadas que vão muito além da mera igualdade de oportunidades para as mulheres.
É uma teoria fascinante. Aguardamos os resultados do novo estudo com interesse.
Fonte (em 25/11/2011):
Is the changing role of women in our society behind the rise in autism in the past 30 years?
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2064834/Is-changing-role-women-society-rise-autism-past-30-years.html
Informação complementar:
Mulheres entraram na ciência pela cozinha
| Elton Alisson | 16/11/2011 | Agência FAPESP |
http://agencia.fapesp.br/14780
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
A epidemia de autismo vista na maioria dos países ocidentais nos últimos 30 anos é um dos grandes mistérios médicos do nosso tempo.
A causa não pode ser alguma grande mudança genética - simplesmente não houve tempo suficiente para isto ter acontecido.
Nossas dietas não são extremamente diferentes e não há nada que sugira qualquer outro aspecto do nosso estilo de vida pode ser o culpado.
A bizarra hipótese de que certas combinações de vacinas dadas às crianças seria a culpada, já foi completamente desacreditada.
Uma "explicação" é, certamente, um excesso de diagnósticos; 50 anos atrás, falava-se em "autismo" de forma muito restrita, era considerado uma deficiência mental grave, da qual seus portadores estariam impedidos de assumir um lugar na sociedade.
Agora, crianças que sejam simplesmente um pouco obsessivas, ou que apresentem sinais de disfunção social, são rotineiramente rotuladas no "espectro autista" ou tendo "síndrome de Asperger".
Mas o diagnóstico escessivo não pode explicar completamente a ascensão - de 1-em-2500 nos Estados Unidos para cerca de 1 por cento hoje (com taxas semelhantes no Reino Unido).
Há alguns anos, o professor Simon Baron-Cohen (primo do comediante e ator Sacha), psicólogo da Universidade de Cambridge, veio a desenvolver a teoria de que algo chamado 'acasalamento seletivo' poderia ser pelo menos parcialmente responsável pelo aumento espetacular de diagnósticos de autismo.
A teoria afirma que, quando as pessoas com personalidade fortemente 'sistematizadora' - o tipo de pessoas que se tornam engenheiros, cirurgiões, especialistas em informática ou brilham em alguns aspectos do mundo dos negócios - se casam entre si e têm filhos, os efeitos desse tipo de "cérebro masculino" são geneticamente ampliados, aumentando as chances de gerar uma criança autista - que o Prof Baron-Cohen suspeita ter "cérebro masculino ao extremo".
Fortes "sistematizadores" são, muitas vezes um pouco obsessivos, perfeccionistas e dão grandes cientistas; muitas vezes são extremamente talentosos na música. Mas às vezes têm dificuldades para interagir socialmente com outras pessoas - uma combinação de características que podem misturar-se no suave final do espectro autista.
O Centro de Pesquisa de Autismo da Universidade de Cambridge agora está solicitando aos membros do público que são graduados, e a seus pais, que participem de uma pesquisa que vai investigar eventuais ligações entre desempenho educacional, o tipo de trabalho que exercem e como seus filhos se desenvolvem.
Especificamente, o novo estudo tentará descobrir se dois "fortes sistematizadores" de fato têm maior chance de gerar filhos autistas.
A teoria do Professor Baron-Cohen certamente é plausível.
Alguns dos mais fortes aumentos de diagnóstico de autismo foram encontrados no Vale do Silício, na Califórnia - onde talvez haja a maior população de sistematizadores de sucesso na Terra, as dezenas de milhares de técnicos, engenheiros e programadores que trabalham na indústria de computadores. Inevitavelmente, muitas dessas pessoas se casam (agora existem muitas mulheres trabalhando em TI, o que não era não o caso, há uma geração) e isso é uma boa, embora circunstancial, evidência da ligação entre sistematização e autismo.
Mas o que dizer de outros lugares? Por que o aumento no autismo em quase todos os lugares? Uma resposta poderia ser a mudança do papel das mulheres em geral, visto nos últimos 100 anos.
Até relativamente pouco tempo, ser excepcionalmente brilhante não era muito útil para quem fosse do sexo feminino. Na Inglaterra vitoriana, por exemplo, as oportunidades para uma mulher ganhar a vida através de suaa inteligência, por si só eram extremamente limitadas.
Segundo o Censo de 1901, havia menos de uma centena de médicas registradas em todo o Reino Unido.
Ir para a universidade era difícil e caro - a maioria sequer permitia que as meninas estudassem. Certamente havia poucas oportunidades de carreira em Engenharia ou Ciências.
A mulher poderia se tornar professora, governanta ou, talvez, se fosse excepcionalmente talentosa, ganhar a vida escrevendo, ou nas artes. A maioria das profissões eram fechadas, assim como o mundo dos negócios.
Mulheres inteligentes não eram sequer vistas como parceiras especialmente desejáveis. Os homens inteligentes ou ricos escolhiam noivas em razão da aparência, "criação", ou ambos.
Ter um QI de 140 provavelmente contaria contra. A imagem tradicional da "loura burra" pendurada do braço do político ou empresário bem-sucedido era um horrível clichê, mas tinha um fundo de verdade.
E em qualquer caso, as mulheres muito inteligentes seriam muitas vezes loucas se casassem. Até a década de 1880, mulheres britânicas que se casassem sequer podiam possuir seus próprios bens. Se tivesse um emprego, muitos patrões automaticamente despediriam uma garota no momento em que aparecesse com um anel de noivado. Assim, muitas mulheres inteligentes, "sistematizadoras", simplesmente não se casaram, ou o fizeram tarde e, provavelmente, tiveram menos filhos quando o casaram.
Agora, tudo mudou. Não apenas as barreiras legais e sociais para as mulheres trabalharem em condições de igualdade foram em grande parte desmanteladas, como também temos o fenômeno da desejável 'alpha feminina". Cinqüenta anos atrás, muitos homens tinham medo de mulheres inteligentes. Agora, cada vez mais, os machos alfa quer alguém igual a eles ou mesmo superior.
Cinqüenta anos atrás, pilotos de avião tipicamente masculino casavam com aeromoças. Agora, se casam com mulheres pilotos. Os médicos costumavam casar-se com enfermeiras, agora eles se casam com médicas.
As esposas de políticos bem-sucedidos são, cada vez mais, bem sucedido por si mesmas - e, claro, há muitas mulheres políticas bem-sucedidas.
O Professr Baron-Cohen assinala que "as fêmeas alfa" não são necessariamente fortes sistematizadoras.
Ser um político brilhante ou escritor não pode exigir um tipo de "cérebro masculino" geek que pode estar por trás do aumento do autismo.
Mas o fenômeno de casar-com-semelhante pode ter conseqüências completamente inesperadas que vão muito além da mera igualdade de oportunidades para as mulheres.
É uma teoria fascinante. Aguardamos os resultados do novo estudo com interesse.
Fonte (em 25/11/2011):
Is the changing role of women in our society behind the rise in autism in the past 30 years?
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2064834/Is-changing-role-women-society-rise-autism-past-30-years.html
Informação complementar:
Mulheres entraram na ciência pela cozinha
| Elton Alisson | 16/11/2011 | Agência FAPESP |
http://agencia.fapesp.br/14780
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Salvador: Papo de Família SerDown
Convidamos Mariene e Argemiro, membros da AFAGA - Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista - para estar conosco no nosso encontro deste mês ,que acontecerá dia 23 de novembro próxima quarta-feira as 19:30hs na sede da SerDown - Av. Otavio Mangabeira 1683, Ed. Multiempresarial Nossa Senhora da Luz, sala 401 - Pituba (o prédio fica ao lado do estacionamento do San Filé - orla da Pituba, em frente à praça do antigo Clube Português).
Vamos trocar idéias e saber um pouco da experiencia do casal ao receber o diagnóstico de autismo do seu filho Gabriel e também entender um pouco mais sobre o autismo.
Diretoria SerDown
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Vamos trocar idéias e saber um pouco da experiencia do casal ao receber o diagnóstico de autismo do seu filho Gabriel e também entender um pouco mais sobre o autismo.
Diretoria SerDown
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Pai mata filho autista
| La Cuarta | Chile, 20/11/2011 |
Em Rancágua (Chile), Patricio Santibañez, de 61 anos, assassinou seu filho autista de 17 anos com golpes de martelo e punhal. A irmã do jovem encontrou o corpo pela manhã com marcas do ataque.
O autor do crime sofre de depressão desde a morte da esposa e teria cometido o ataque em estado de embriaguez. Segundo vizinhos, o jovem apresentava desnutrição, provavelmente por recusar os alimentos que lhe eram oferecidos, mas relatam nunca ter percebido episódios de violência.
Após seu ato, o pai tentou suicidar-se. Segundo o inspetor Juan Reyes, o homem "apresentava ferimentos de corte na sua região cervical e agora se encontran o hospital regional, onde se avalia seu estado".
O acusado permanecerá hospitalizado na qualidade de detido por mais três dias, até que seja formalizada a acusação.
Padre asesinó a su hijo autista a martillazos
http://www.lacuarta.cl/noticias/cronica/2011/11/63-118573-9-padre-asesino-a-su-hijo-autista-a-martillazos.shtml
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Em Rancágua (Chile), Patricio Santibañez, de 61 anos, assassinou seu filho autista de 17 anos com golpes de martelo e punhal. A irmã do jovem encontrou o corpo pela manhã com marcas do ataque.
O autor do crime sofre de depressão desde a morte da esposa e teria cometido o ataque em estado de embriaguez. Segundo vizinhos, o jovem apresentava desnutrição, provavelmente por recusar os alimentos que lhe eram oferecidos, mas relatam nunca ter percebido episódios de violência.
Após seu ato, o pai tentou suicidar-se. Segundo o inspetor Juan Reyes, o homem "apresentava ferimentos de corte na sua região cervical e agora se encontran o hospital regional, onde se avalia seu estado".
O acusado permanecerá hospitalizado na qualidade de detido por mais três dias, até que seja formalizada a acusação.
Padre asesinó a su hijo autista a martillazos
Un brutal caso de parricidio se registró en Rancagua. Un hombre en estado de ebriedad mató a su hijo que padecía de autismo.
| La Cuarta | Chile, 20/11/2011 |
Un hombre de 61 años asesinó a su hijo de 17 que sufría de autismo. La hermana del joven encontró el cuerpo durante la mañana con heridas de brutales ataques, tales como martillazos y puñaladas.
El victimario fue identificado como Patricio Santibañez, quien habría cometido el crímen en estado de ebriedad. El hombre sufría de una depresión luego de la muerte de su esposa.
Según la versión de vecinos, el joven autista presentaba una desnutrición, pero nunca advirtieron episodios de violencia y atribuían el estado de la víctima a que nunca aceptaba la comida que se le daba.
Tras la brutal acción, Santibañez intentó quitarse la vida. Según el inspector Juan Reyes de la PDI, el hombre "presentaba heridas cortantes en su región cervical, ahora se encuentra en el hospital regional y se está evaluando su salud".
El imputado estará hospitalizado en calidad de detenido por tres días más hasta que sea formalizado por el crimen.
Padre asesinó a su hijo autista a martillazos
http://www.lacuarta.cl/noticias/cronica/2011/11/63-118573-9-padre-asesino-a-su-hijo-autista-a-martillazos.shtml
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
UFSCar sedia evento sobre comportamento autista
| Elton Alisson |Agência FAPESP | 22/11/2011 |
A pesquisa sobre o autismo – uma disfunção global do desenvolvimento que afeta as capacidades de comunicação, socialização e de comportamento de milhares de pessoas em todo o mundo – vem obtendo avanços nos últimos anos que apontam para a melhoria no seu tratamento.
Alguns desses avanços serão discutidos entre os dias 9 a 13 de janeiro na Escola São Paulo de Ciência Avançada, com o apoio da Fapesp: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista (ESPCA: Autism), na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O evento é organizado pelo professor Antônio Celso de Noronha Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar, em parceria com os pesquisadores Caio Miguel, da California State University, e Thomas Higbee, da Utah State University, nos Estados Unidos.
A escola reunirá 40 estudantes de graduação, pós-graduação e pós-doutorado do Brasil e 25 do exterior, que terão aulas com 31 pesquisadores consagrados nas áreas de genética, medicina molecular e tratamento comportamental do autismo, sendo nove brasileiros e 22 provenientes de países como os Estados Unidos, Canadá, Noruega e Espanha.
Entre os pesquisadores do exterior estarão Brian Iwata, da Universidade da Flórida, e Douglas Greer, da Columbia University, ambos dos Estados Unidos. Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, professora da Universidade de São Paulo (USP), e Alysson Renato Muotri, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, serão alguns dos professores brasileiros.
Bueno tem se dedicado a estudos na área de genética do autismo, realizando mais recentemente pesquisas com células-tronco para compreensão dos mecanismos genéticos associados ao distúrbio neurológico.
Muotri, que realizou mestrado, doutorado e pós-doutorado com bolsa da FAPESP, anunciou, no fim de 2010, ter conseguido acompanhar, pela primeira vez, o desenvolvimento de neurônios derivados de pacientes com comportamento autista (síndrome de Rett) e revertê-los ao estado normal. O pesquisador acredita que seu estudo abriu a perspectiva de, no futuro, reverter os sintomas do autismo.
“A pesquisa e o tratamento dos pacientes com autismo têm avançado muito nos últimos anos, principalmente em áreas como o desenvolvimento da linguagem e social. E não há, no Brasil, grupos de pesquisa bem estruturados nessa área, como existem nos Estados Unidos e na Europa”, disse Goyos, o organizador do evento, à Agência FAPESP.
De acordo com ele, apesar da excelência, as pesquisas realizadas no país na área são pulverizadas e têm maior ênfase no diagnóstico do que no tratamento dos pacientes, que, quanto mais cedo e de forma intensa for realizado, maiores e melhores são as chances de recuperação. Além disso, a capacitação dos profissionais que atuam no tratamento do distúrbio neurológico, nos níveis clínico e escolar, também é bastante deficiente.
Com base nessa constatação, a programação da ESPCA: Autism foi planejada para possibilitar tanto a formação e atualização de profissionais especializados no atendimento e tratamento de pacientes autistas no país, como também para fomentar a consolidação de grupos de pesquisa na área, especialmente no Estado de São Paulo.
“O único programa de pós-graduação dedicado totalmente à educação especial em todo o Brasil está na UFSCar. É preciso criar mais programas de pós-graduação como esse para atender à demanda e transformar São Paulo em um pólo de formação de pesquisadores nessa área”, sugeriu Goyos.
Aberta ao público
A sessão de abertura da Escola terá entrada livre para o público em geral. Após a solenidade, haverá um painel de discussão, composto por pesquisadores convidados para a Escola, que apresentarão perspectivas dos estudos nas três áreas que produzem o maior número de pesquisas atualmente sobre autismo: genética, medicina molecular e análise comportamental.
A programação do evento será composta por workshops e apresentações orais de pesquisas básicas e avançadas pelos pesquisadores e professores convidados, e sessão de apresentação de pôsteres pelos estudantes participantes.
Os interessados em assistir alguma das apresentações, que serão realizadas em inglês, sem tradução para o português, deverão solicitar a inscrição pelo e-mail espca.autism@gmail.com. As vagas são limitadas.
Mais informações: www.lahmiei.ufscar.br/espca
Fonte: Agência Fapesp
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
A pesquisa sobre o autismo – uma disfunção global do desenvolvimento que afeta as capacidades de comunicação, socialização e de comportamento de milhares de pessoas em todo o mundo – vem obtendo avanços nos últimos anos que apontam para a melhoria no seu tratamento.
Alguns desses avanços serão discutidos entre os dias 9 a 13 de janeiro na Escola São Paulo de Ciência Avançada, com o apoio da Fapesp: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista (ESPCA: Autism), na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O evento é organizado pelo professor Antônio Celso de Noronha Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar, em parceria com os pesquisadores Caio Miguel, da California State University, e Thomas Higbee, da Utah State University, nos Estados Unidos.
A escola reunirá 40 estudantes de graduação, pós-graduação e pós-doutorado do Brasil e 25 do exterior, que terão aulas com 31 pesquisadores consagrados nas áreas de genética, medicina molecular e tratamento comportamental do autismo, sendo nove brasileiros e 22 provenientes de países como os Estados Unidos, Canadá, Noruega e Espanha.
Entre os pesquisadores do exterior estarão Brian Iwata, da Universidade da Flórida, e Douglas Greer, da Columbia University, ambos dos Estados Unidos. Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, professora da Universidade de São Paulo (USP), e Alysson Renato Muotri, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, serão alguns dos professores brasileiros.
Bueno tem se dedicado a estudos na área de genética do autismo, realizando mais recentemente pesquisas com células-tronco para compreensão dos mecanismos genéticos associados ao distúrbio neurológico.
Muotri, que realizou mestrado, doutorado e pós-doutorado com bolsa da FAPESP, anunciou, no fim de 2010, ter conseguido acompanhar, pela primeira vez, o desenvolvimento de neurônios derivados de pacientes com comportamento autista (síndrome de Rett) e revertê-los ao estado normal. O pesquisador acredita que seu estudo abriu a perspectiva de, no futuro, reverter os sintomas do autismo.
“A pesquisa e o tratamento dos pacientes com autismo têm avançado muito nos últimos anos, principalmente em áreas como o desenvolvimento da linguagem e social. E não há, no Brasil, grupos de pesquisa bem estruturados nessa área, como existem nos Estados Unidos e na Europa”, disse Goyos, o organizador do evento, à Agência FAPESP.
De acordo com ele, apesar da excelência, as pesquisas realizadas no país na área são pulverizadas e têm maior ênfase no diagnóstico do que no tratamento dos pacientes, que, quanto mais cedo e de forma intensa for realizado, maiores e melhores são as chances de recuperação. Além disso, a capacitação dos profissionais que atuam no tratamento do distúrbio neurológico, nos níveis clínico e escolar, também é bastante deficiente.
Com base nessa constatação, a programação da ESPCA: Autism foi planejada para possibilitar tanto a formação e atualização de profissionais especializados no atendimento e tratamento de pacientes autistas no país, como também para fomentar a consolidação de grupos de pesquisa na área, especialmente no Estado de São Paulo.
“O único programa de pós-graduação dedicado totalmente à educação especial em todo o Brasil está na UFSCar. É preciso criar mais programas de pós-graduação como esse para atender à demanda e transformar São Paulo em um pólo de formação de pesquisadores nessa área”, sugeriu Goyos.
Aberta ao público
A sessão de abertura da Escola terá entrada livre para o público em geral. Após a solenidade, haverá um painel de discussão, composto por pesquisadores convidados para a Escola, que apresentarão perspectivas dos estudos nas três áreas que produzem o maior número de pesquisas atualmente sobre autismo: genética, medicina molecular e análise comportamental.
A programação do evento será composta por workshops e apresentações orais de pesquisas básicas e avançadas pelos pesquisadores e professores convidados, e sessão de apresentação de pôsteres pelos estudantes participantes.
Os interessados em assistir alguma das apresentações, que serão realizadas em inglês, sem tradução para o português, deverão solicitar a inscrição pelo e-mail espca.autism@gmail.com. As vagas são limitadas.
Mais informações: www.lahmiei.ufscar.br/espca
Fonte: Agência Fapesp
Respeite este trabalho. Se for republicar algum texto, cite-nos como sua fonte e coloque um link: http://cronicaautista.blogspot.com/
Assinar:
Postagens (Atom)